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Category Clínico

Uma questão que aparece com frequência durante surtos de doenças infecciosas é: Quem está em tratamento contra o câncer, ou quem já tratou, pode ser vacinado?
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Nossa coluna Pergunte ao Especialista deste mês é sobre câncer renal, um dos tipos mais silenciosos e com sintomas comuns, que são facilmente confundidos com outras doenças.

Toda quarta-feira iremos postar dúvidas de pacientes, familiares e cuidadores, e quem irá responder é o Oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Fábio Schutz:

A dúvida de hoje é: como o paciente deve se preparar para a primeira consulta depois do diagnóstico de câncer renal? O que ele não pode esquecer de perguntar para o médico?

“Uma vez que o paciente seja diagnosticado com o câncer de rim é importante que

que a primeira consulta com um oncologista seja feita no intuito de esclarecimento

geral sobre a doença que este paciente tem. Sabemos que muitos pacientes estão emocionalmente abalados diante do choque da notícia, mas é preciso manter a calma e obter o máximo de informação que ele puder sobre o câncer renal. É obrigação do médico responder ao paciente o que é o tipo de câncer que este paciente possui? Qual a fisiologia da doença? Se há possibilidade de retirada via intervenção cirúrgica? Se o laudo do patologista possui todas as informações necessárias para definir o melhor tratamento? Qual o melhor tratamento e porquê?

Qual o nome da medicação que o paciente deverá tomar?”

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A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença que acomete as células-tronco da medula óssea, que é um tecido localizado no interior dos ossos e conhecido como a nossa “fábrica de sangue”. Quando essas células apresentam uma alteração genética, com o aparecimento de mutações nos genes reguladores da divisão e da multiplicação celular, elas acabam crescendo descontroladamente, dando início ao câncer.

Quando há suspeita de que há algo errado, o diagnóstico da LMA pode ser feito por meio de um exame de sangue chamado hemograma para avaliar um tipo específico de células, os blastos circulantes. Mas o diagnóstico definitivo é dado pelo exame de mielograma, que avaliará se existe mais de 20% de blastos no número total de células, o que demonstra uma alteração. Além do mielograma, outro exame fundamental para a caracterização do subtipo de LMA é a imunofenotipagem, que é um exame capaz de contar as células presentes na medula óssea e, ao mesmo tempo, identificar as proteínas de membrana que classificam o subtipo de LMA. O cariótipo e a análise de mutações moleculares também são exames fundamentais para complementar o diagnóstico, pois mostrarão quais alterações cromossômicas o paciente apresenta.

O conjunto dessas alterações moleculares e cromossômicas confere o risco e o prognóstico da LMA. Os riscos são divididos em três categorias: baixo, cujo tratamento é baseado em ciclos de quimioterapia; intermediário e alto, casos em que o paciente é tratado em um primeiro momento com quimioterapia, seguido de uma fase de consolidação, normalmente baseado no transplante alogênico de medula óssea (TMO).

O quadro clínico costuma ser muito heterogêneo, sendo que a maioria dos pacientes apresenta cansaço e fadiga devido ao quadro de anemia e sangramentos que podem variar de simples hematomas a sangramentos gengivais e infecções recorrentes. Algumas vezes chega-se diagnóstico por meio de um exame de rotina. O tratamento dependerá de vários fatores, mas o mais importante é o performance status do paciente, medida que mostrará as condições físicas que ele tem para receber um tratamento mais intenso. O subtipo de LMA baseado nas características genéticas e moleculares também é muito importante, pois definirá a obrigatoriedade ou não do paciente receber um transplante de medula óssea.

As principais complicações da LMA estão relacionadas aos riscos de sangramentos, devido à baixa de plaquetas, e as infecções, principalmente as bacterianas e fúngicas, que aparecem devido à baixa imunidade por mais de 30 dias. O tratamento inicial emprega a quimioterapia em altas doses, com a intensão de eliminar todas as células da medula óssea, levando à retomada da produção normal de células. Para o procedimento, o paciente permanece internado por cerca de 30 dias, período em que é submetido a transfusões de sangue e de plaquetas e tratado com antibióticos e antifúngicos para evitar infecções. Passado esse tempo, ele é reavaliado por meio de um novo exame de mielograma. Os pacientes que estiverem em remissão da LMA são submetidos a ciclos subsequentes de quimioterapia para manter a remissão. Já aqueles que apresentam risco intermediário e alto devem ser submetidos ao transplante de medula óssea.

O transplante é realizado em ambiente hospitalar, onde o paciente é submetido a um esquema de quimioterapia de altas doses e, em seguida, à “transfusão” de células tronco da medula óssea de um doador – que pode ser um irmão, que será 100% compatível, ou um não aparentado compatível do banco de medula óssea. Existe também a possibilidade de realizar o transplante com doadores parentes (pai, mãe, irmãos) parcialmente compatíveis, chamados de doadores haploidênticos, cuja compatibilidade é de 50%.

Com as novas opções de realização de transplante de medula óssea com doadores haploidênticos e doadores de bancos de medula óssea, praticamente todos os pacientes que necessitam desse procedimento conseguem encontrar um doador. Depois de mais de 20 anos sem novas opções terapêuticas além da quimioterapia convencional, novas classes de drogas surgiram nos últimos anos para o tratamento de LMA recém-diagnosticada e da LMA recidivada. São medicações denominadas agentes hipometilantes, que agem para reparar molécula de DNA alterada e inibem as mutações presentes em certos tipos de LMA que possuem um mal prognóstico – como os inibidores da FLT3 e, mais recentemente, os inibidores da proteína BLC-2, presentes nos blasto de LMA -, fazendo com que essas células percam a capacidade de “morrer”.

Novas drogas e novas modalidades de transplante, além da melhora no suporte aos pacientes como novos antibióticos e antifúngicos, melhoraram bastante o prognóstico dos pacientes com LMA, que conseguem ter uma sobrevida melhor, além de termos grande número de casos de pacientes que conseguem a cura.

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[Entendendo a LMA]

Na coluna “Pergunte ao Especialista” de hoje, o Dr. Ricardo Helman, Hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica como podem ser caracterizados os subtipos de leucemia mieloide aguda. Confira:

“Existem oficialmente uma classificação enorme da Organização Mundial de Saúde que classifica os tipos e subtipos de Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Essa classificação leva em consideração basicamente a célula que essa “blasto” deriva e a presença de certas alterações genéticas e moleculares que essa LMA apresenta. A grosso modo também utilizamos a classificação baseada se a LMA veio de uma doença prévia, que seria uma LMA secundária (Síndrome Mielodisplásica ou Doença Mieloproliferativa Crônica) ou

se é uma LMA de “novo” que surgiu diretamente como LMA.”

#SeuEspacodeVida #EntendendoLMA #Leucemia

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[Pergunte ao Especialista]

Ao longo dos anos a forma de tratar o câncer mudou. Hoje, os recursos terapêuticos podem ser combinados com outras drogas e aumentar as chances de sucesso no tratamento. No caso da leucemia mieloide aguda, a combinação entre a quimioterapia com terapia alvo é um dos principais meios para a recuperação do paciente, e o Dr. Ricardo Helman, Hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo explica o porquê esse método tem sido utilizado, confira:

“A base do tratamento da Leucemia Mieloide Aguda é a quimioterapia, esse tipo de tratamento é realizado desde a década de 60, e só nos últimos anos surgiram medicações novas, como os agentes hipometilantes e as terapia alvo, como os inibidores de tirosina quinases e inibidores de proteínas ativadas em LMAs. Essas moléculas novas são capazes de inibir as vias de sinalização celular que estão muito ativas nos casos de LMA, levando ao aumento da proliferação celular. A combinação de agentes quimioterápicos clássicos com essas novas moléculas alvo, que inibem certas proteínas com expressão aumentadas, levaram a um maior êxito no tratamento da LMA.”

Tem dúvidas sobre conteúdos de Leucemia? Então envie para o Instituto Espaço de Vida.

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Você já se perguntou se o paciente oncológico deve ter algum cuidado redobrado durante o isolamento social?

A Dra. Daniela Jafet Bevilacqua Heinemann Cohn, Oncologista Clínica e Especialista em Aconselhamento em Predisposição Hereditária ao Câncer, Médica do Grupo da Mama do Instituto do Câncer de SP- ICESP e Médica da Clínica São Germano responde na coluna “Pergunte Ao Especialista”, confira:

“O paciente oncológico deve ter os mesmos cuidados que toda a população. Ficar em casa, alimentar-se bem, exercitar-se na medida do possível. A despeito de o comércio estar retomando, não creio ser boa ideia este paciente voltar a frequentar shoppings e nenhum local com aglomerações. Isto inclui o transporte público!!!”

Você tem dúvidas sobre oncologia? Envie para o Instituto Espaço de Vida. Toda quarta-feira nós trazemos a resposta de um especialista.

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