Tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os mais raros tumores do trato GI. No passado, pensava-se que eles se iniciavam no músculo ou em células nervosas no trato Gastro intesntinal (GI). Isto porque as células tumorais parecem com células musculares ou nervosas vistas no microscópio.

Sabemos agora que os GISTs se iniciam em células especiais encontradas na parede do trato GI chamadas células intersticiais de Cajal (ICCs) ou em células muito jovens que podem desenvolver-se em ICCs. Os ICCs são parte do sistema nervoso autônomo, a parte que regula os processos corporais. O sistema nervoso autônomo envia sinais para o trato GI dizendo para ele digerir o alimento. ICCs são, às vezes, chamados de “marcapassos” do sistema digestivo, pois mandam sinais aos músculos para contraírem, fazendo com que alimentos e líquidos se movam através do trato GI.

Nem todos os GISTs são cancerosos. Alguns  não crescem em outras áreas ou se espalham para outras partes do corpo.
Mais da metade dos GISTs iniciam-se no estômago. A maior parte dos remanescentes iniciam-se no intestino delgado, mas GISTs podem ser encontrados em qualquer parte do trato GI.

Outros cânceres do trato gastrointestinal

Cânceres podem ocorrer em qualquer lugar do trato GI – desde o esôfago até o ânus. Geralmente estes cânceres se iniciam em células glandulares que revestem a maior parte do trato GI. Os cânceres que se desenvolvem nestas células são chamados adenocarcinomas.

Algumas partes do trato GI, como a parte superior do esôfago e o término do ânus, são revestidas com células lisas chamadas de células escamosas. Estas células são do mesmo tipo das encontradas na superfície da pele. Cânceres iniciados nestas células são chamados de carcinomas de células escamosas.

O trato GI é também composto por células neuroendócrinas. Estas células têm algumas características em comum com células nervosas, mas outras características em comum com células produtoras de hormônio (endócrinas). Cânceres neuroendócrinos podem se desenvolver a partir destas células. Este tipo de câncer é raro no trato GI. Tumores carcinóides são exemplos de cânceres neuroendócrinos encontrados no trato GI.

Outros tipos de câncer que podem ser encontrados no trato GI incluem leiomiossarcoma, angiossarcoma e tumores na bainha de nervos periféricos. Eles surgem das células musculares, células dos vasos sanguíneos e células nervosas no trato GI.

GISTs são diferentes destes outros cânceres do trato GI. Primeiro de tudo, eles se iniciam em células de tipos diferentes. Os GISTs são também bem diferentes em seu prognóstico (perspectiva) e tratamento. Este é o motivo pelo qual médicos necessitam descobrir se um paciente tem GISTs, algum outro tipo de câncer ou uma condição não cancerosa.

É importante também que pacientes entendam que os GISTs não são como outros tipos de câncer do trato GI mais comuns. Aprendendo mais sobre os GISTs, os pacientes podem melhorar o cuidado à sua saúde e fazer decisões consistentes sobre as opções de tratamento.

Um fator de risco é qualquer coisa que afete a chance de uma pessoa de contrair uma doença como o câncer. Cânceres diferentes têm diferentes fatores de risco. Por exemplo, expor a pele à luz solar intensa é um fator de risco para câncer de pele. Fumar é um fator de risco para câncer no pulmão e muitos outros cânceres. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que a pessoa terá a doença. E muitas pessoas que tem a doença podem nunca ter tido nenhum fator de risco conhecido.
Atualmente, existem bem poucos fatores de risco conhecidos para tumores estromais gastrointestinais (GISTs).

 

Síndromes genéticas

A maioria dos GISTs é esporádica (não herdada) e não tem causa clara. Em casos raros, porém, GISTs foram encontrados em vários membros da mesma família. Estes membros de família herdaram uma mutação genética que pode levar aos GISTs.

Síndrome do tumor estromal gastrointestinal familiar

Esta é uma condição herdada rara que leva ao aumento do risco de desenvolvimento de GISTs. Pessoas com esta condição herdada tendem a desenvolver GISTs em idades menores do que o geralmente ocorre. Eles também são mais prováveis a terem GISTs múltiplos. Mais frequentemente, esta síndrome é causada por uma cópia anormal do gene c-kit que é passado de pais para filhos. O gene c-kit é o mesmo gene que é mutado (modificado) na maioria dos GISTs esporádicos. Em pessoas que herdaram o gene anormal, ele está presente em todas as células do corpo, enquanto que pessoas que tem GISTs esporádicos, ele é apenas encontrado nas células cancerosas. Em poucos casos, uma cópia anormal de um gene diferente, o gene PDGFRA, causa esta síndrome genética. Defeitos no gene PDGFRA são encontrados em cerca de 5% dos GISTs esporádicos. Às vezes, pessoas com síndrome de GISTs familiar também tem manchas na pele como aqueles vistos em pacientes com neurofibromatose (discutido abaixo). Antes de testes para c-kit e PDGFRA estarem disponíveis, pensava-se erroneamente que algumas dessas pessoas tinham neurofibromatose.

 

Neurofibromatose de Tipo 1 (ou doença de von Recklinghausen)

É uma doença que é geralmente herdada. É causada por defeitos no gene NF1. Pessoas afetadas por esta síndrome têm muitos tumores benignos que se formam nos nervos (chamados neurofibromas). Estes tumores se formam abaixo da pele e em outras partes do corpo. Eles também tem um tipo de mancha castanha ou marrom na pele (chamadas manchas de caféau lait). Pessoas com esta condição têm um alto risco de GISTs e muitos outros cânceres.

 

Nós sabemos o que causa os tumores estromais gastrointestinais?

Em anos recentes, cientistas tem tido um grande progresso no aprendizado de como certas mudanças no DNA podem fazer com que células normais tornem-se cancerosas. O DNA é a substância química que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. Nós parecemos com nossos pais porque eles são a fonte do nosso DNA. Mas o DNA afeta mais do que a nossa aparência. Alguns genes (partes de nosso DNA) contêm instruções para controlar quando as células crescem ou se dividem.

O tempo todo a célula se prepara para se dividir em 2 novas células, e devem então duplicar seu DNA. Este processo não é perfeito e, algumas vezes ocorrem erros, especialmente se as células estão crescendo rapidamente. Estes erros de cópia resultam em um defeito (ou mutação) no gene.

Certos genes que promovem o crescimento e divisão celular são chamados oncogenes. Outros que diminuem a divisão celular ou causam a morte celular no tempo certo são chamados genes supressores de tumor. Nós sabemos que cânceres podem ser causados por mutações no DNA (defeitos) que ligam os oncogenes ou desligam os genes supressores de tumor.

Algumas pessoas com certos tipos de câncer têm mutações no DNA que herdaram de um genitor, o que aumenta seu risco para doença. Há poucas famílias que tem tumores estromais gastrointestinais (GISTs) causados por mutação passada de pais para filhos. Mas a maioria das mutações do DNA relacionadas aos GISTs não são herdadas. Estas mutações ocorrem sem razão aparente e são chamadas esporádicas.

Não sabemos exatamente o que causa os GISTs, mas sabemos que células de câncer da maioria dos pacientes com GIST têm uma alteração em um oncogene chamado c-kit. O gene c-kit é encontrado em todas as células do corpo. Ele leva à formação de uma proteína chamada KIT. Esta proteína faz com que a célula cresça e se divida. Geralmente o gene c-kit está inativo. Ele apenas é ativado se há necessidade de mais células intersticiais de Cajal (CICs). Na maioria dos GISTs, o gene c-kit está mutado e sempre ativo. Isto deve explicar porque o câncer se forma. As células estão sempre crescendo e se dividindo. Em algumas das famílias que há muitos membros com GISTs, médicos encontraram mutações herdadas no gene c-kit.

Em alguns GISTs, uma mutação de gene diferente faz com que a célula produza muito da proteína chamada PDGFRA. Ela tem o mesmo efeito na célula que a KIT.

Estas proteínas (KIT e PDGFRA) agem como uma enzima chamada tirosina quinase. Elas são importantes no diagnóstico e tratamento de GISTs.

 

Fatores prognósticos

Para GISTs, fatores como tamanho do tumor, seu grau e se ele já mostrou sinais de disseminação no abdome, podem ser úteis em predizer a rapidez com que o câncer crescerá e como será a probabilidade de retorno após o tratamento. Antes de o sistema de estadiamento ter sido desenvolvido, os médicos muitas vezes usavam estes fatores para ajudar a prever o desfecho de pacientes com GIST, bem como para selecionar o melhor tratamento.

O tamanho do tumor pode dar uma indicação do prognóstico (perspectiva). Tumores menores (geralmente aqueles com menos de 2 polegadas de diâmetro) tendem a ser menos propensos a se espalhar e ter resultados melhores que os maiores. A melhor perspectiva é para tumores menores que 1 polegadas.
Um outro fator prognóstico é o grau histológico do tumor – a sua tendência para crescer e se espalhar mais rapidamente, com base em como células se parecem sob o microscópio. Para GISTs, isto é feito descobrindo quantas células há em divisão ou em mitose. O patologista olha para muitas áreas diferentes (ou campos) de uma amostra do tumor sob o microscópio e conta o número real de células em divisão. Ao fazer essas contagens, o médico vem com um número chamado mitoses por campo de alta potência. Este número irá ajudar a prever se o GIST é mais provável de ser um câncer ou um tumor benigno.
Os médicos geralmente usam esses fatores para separar os pacientes em grupos de muito baixo, baixo, intermediário ou alto risco. Esses agrupamentos descrevem o risco de o câncer se espalhar para áreas distantes do corpo.
Se um tumor já se espalhou ou não para outras áreas quando encontrado pela primeira vez é um fator importante para determinar sua perspectiva. Ele pode ter um efeito se certas opções de tratamento, como a cirurgia, estão disponíveis.
Quando estes tumores são cancerosos e se espalham para longe do local inicial (primário), se espalham na maioria das vezes no interior do abdome e, em particular, para o fígado. Menos frequentemente, eles também podem se espalhar para os rins e ossos. A propagação para nódulos linfáticos, cérebro e outros lugares não é comum. Em cerca de metade dos casos, o tumor ainda está localizado onde foi encontrado; uma vez dentre quatro ele se espalha para tecidos nas proximidades e uma vez dentre quatro ele se espalha para locais distantes.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser prevenidos?

Nós ainda não conhecemos nenhuma maneira de prevenir tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Nós sabemos que em alguns casos raros a doença tem sido diagnosticada em membros da mesma família, mas este não é um fator que pode ser controlado.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser encontrados cedo?

Triagem refere-se a testes e exames usados para encontrar uma doença como câncer em pessoas que não tem nenhum sintoma. A American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) tem recomendações para testes de triagem para encontrar vários tipos comuns de câncer o mais cedo possível. Mas testes de triagem não têm sido eficazes para tumores raros como tumores estromais gastrointestinais (GISTs), e testes de rotina para pessoas sem nenhum sintoma não são recomendados.
GISTs tem chance de serem descobertos cedo. Algumas vezes, são observados em um exame para outro problema, como durante uma colonoscopia para verificar câncer de cólon. Raramente, um GIST pode ser diagnosticado com teste de imagem, como exame de tomografia computadorizada (exame TC) ou estudo de bário, que é realizado para outro motivo.
GISTs podem também ser encontrados acidentalmente (inesperadamente) durante uma cirurgia abdominal para outro problema.

A maioria dos tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago ou no intestino delgado. Estes tumores podem não causar nenhum sintoma a menos que eles estejam em um determinado local ou cresçam a um certo tamanho.

Os sintomas mais comuns de GISTs são:
• Dor ou desconforto abdominal (barriga)
• Náusea, vômito
• Sentir-se cheio após uma pequena quantidade de comida
• Perda de apetite
• Perda de peso
• Problemas para engolir (para tumores no esôfago)
• Sangramento dentro do trato gastrointestinal
Se o sangramento é rápido o suficiente, ele fazer evacuações negras e tardias. Sangramentos mais lentos podem não mudar a cor das evacuações, mas pode levar à anemia (contagem baixa de hemácias). Isto pode fazer com que uma pessoa se sinta cansada e fraca. Se o tumor sangrar dentro do estômago, pode causar vômito de sangue ao paciente.

Em alguns casos uma pessoa pode sentir o crescimento (tumor) em seu abdome. Se o câncer se espalha para o fígado, ele pode se tornar maior.

Em alguns casos o tumor pode crescer dentro do intestino e bloqueá-lo. Isto é chamado de obstrução intestinal e causa dor abdominal grave e vômito. Cirurgia de emergência é frequentemente requerida para tratar o bloqueio.

Tumores pequenos podem não causar nenhum sintoma. Eles são encontrados acidentalmente quando o médico está procurando por outro problema. Eles são geralmente benignos.

Se houver uma razão para suspeitar que você possa ter GIST, o médico irá usar um ou mais métodos para descobrir se a doença está realmente presente.

Histórico médico e exame físico

Para saber sobre seu histórico médico, o médico irá perguntar sobre sintomas e fatores de risco que você possa ter. Se você tem um ou mais sintomas que sugiram que você tenha GIST, o médico irá perguntar sobre quais destes que possam ser causados por uma massa no esôfago, estômago, intestino ou reto. Um exame físico inteiro pode fornecer evidências de um GIST, como massa no abdome ou outros problemas de saúde.

 

Testes de imagem

Seu médico pode pedir um teste de imagem para ajudar a encontrar a causa de seus sintomas.

 

Raios-x de bário

Para estes estudos (exames), uma solução contendo bário é usada para cobrir o revestimento do esôfago, estômago e intestinos. Isso faz com que anormalidades sejam vistas mais facilmente no revestimento pelo raio-x. Estes exames são úteis, às vezes, no diagnóstico de tumores no GI. Eles são menos eficazes em encontrar tumores no intestino delgado. Você provavelmente terá de iniciar o jejum à noite antes do exame. Se o cólon estiver sendo examinado, você pode precisar de laxativos e/ou enemas para limpar o intestino na noite anterior da manhã do exame.

 

Deglutição de bário

Este exame (também conhecido como séries GI superior) é usado para olhar para o revestimento do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. Pacientes que fazem este exame bebem uma solução de bário antes que as imagens de raio-x sejam realizadas.

 

Através do intestino delgado

Esta é uma continuação da deglutição de bário que é, algumas vezes, usada para olhar para problemas no intestino delgado. Para este exame, raios-x são tirados em intervalos regulares ao longo do curso de poucas horas, assim que o bário passa através dos intestinos.

 

Enteróclise

Este procedimento é uma outra maneira de olhar para o intestino delgado. Neste exame, um tubo fino é passado através da boca ou nariz para o esôfago, e através do estômago até o início do intestino delgado. O bário é enviado através do tubo, junto com uma substância que cria mais ar nos intestinos, causando expansão. Raios-x do intestino são tirados. Este exame pode proporcionar imagens melhores do intestino delgado do que através do intestino delgado, mas é também mais desconfortável.

 

Enema de bário

Este exame (também conhecido como GI inferior sérico) é usado para olhar para a superfície interior do intestino grosso. Para este exame, a solução de bário é dada através do ânus enquanto o paciente está deitado na mesa de raio-x. Quando o cólon está quase repleto pela metade de bário, o paciente se vira, assim o bário se espalha através do cólon. Para um enema de bário regular, raios-x são tirados. Depois que o bário é colocado no cólon, ar deve ser soprado para dentro ajudando a empurrar o bário através da parede do cólon, para melhor recobrir a superfície interior. Depois, raios-x são tirados. Isto é chamado de enema de bário por contraste de ar (também conhecido como enema de bário de duplo contraste).
Raios-x de bário são menos usados nos dias de hoje que antes. Em muitos casos estão sendo substituídos por endoscopia – onde o médico geralmente olha para dentro do cólon ou estômago com uma fibra ótica estreita.

 

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um procedimento de raios-X que produz imagens detalhadas, transversais de seu corpo. Ao contrário de produzir uma imagem, como o raio-x padrão, um exame de TC tira muitas imagens girando ao seu redor. Um computador então combina as imagens de fatias de parte do seu corpo que está sendo estudado.

Antes que qualquer imagem seja tirada, será solicitado a você para engolir um líquido de contraste oral. Ele ajuda a delinear seu trato intestinal para fazer com que os tumores sejam mais fáceis de ver. Você também pode receber um revestimento intravenoso (IV) de modo que um corante possa ser injetado (contraste IV). Isto pode melhorar a delinear as estruturas do seu corpo.

A injeção IV pode causar algum rubor (vermelhidão e sensação de calor). Algumas pessoas são alérgicas e apresentam urticária ou, raramente, reações mais graves como problemas respiratórios e pressão sanguínea baixa. Medicamentos podem ser dados a fim de prevenir e tratar qualquer reação alérgica, dessa maneira, é importante para você fazer com que seu médico saiba, antes do exame, de qualquer reação prévia que você possa ter ao material de contraste usado para os raios-x.

Exames de TC demoram mais que raios-x regulares. Você precisa estar deitado sobre uma mesa, e a parte do seu corpo a ser analisada é colocada dentro do scanner, uma máquina de forma cilíndrica que circunda completamente a mesa. O exame é indolor, mas você pode se sentir desconfortável em manter algumas certas posições por alguns minutos de tempo.

Exames de TC são úteis em pacientes com GISTs para descobrir a localização e o tamanho do tumor, assim como para analisar se ele se espalhou dentro do abdome ou fígado.

Em alguns casos, exames de TC podem ser usados para guiar uma agulha de biópsia precisamente dentro de um câncer suspeito ou de uma lesão metastática. Entretanto, devido ao exame ser de risco quando um GIST está envolvido (sangramento, possível risco aumentado de espalhamento do tumor), estes tipos de biópsias são geralmente feitas se um resultado puder afetar a decisão do tratamento. (Para mais informações, veja informações sobre biópsia abaixo).

 

Ressonância magnética

Ressonância magnética (RM) utiliza ondas de radiofrequência e magnetos fortes ao invés de raios-x. A energia das ondas de radiofrequência é absorvida e depois liberada em um padrão formado pelo tipo de tecido e por certas doenças. Um computador traduz o padrão em imagens muito detalhadas de partes do corpo. Não apenas produz fatias transversais do corpo como um exame de TC, mas também ajuda a produzir fatias que são paralelas com o comprimento de seu corpo. Um material de contraste pode ser injetado assim como exames de TC, mas é menos usado.

Exames de RM são um pouco mais desconfortáveis que exames de TC. Eles demoram mais – geralmente até uma hora. Você tem que deitar dentro de um tubo, o qual é confinado, o que pode perturbar algumas pessoas com medo de locais fechados (claustrofobia). Recentemente, máquinas de RM “abertas” podem ser mais fáceis de tolerar, mas elas são menos frequentes. A máquina também produz alguns zunidos e barulhos de cliques que algumas pessoas podem achar perturbadores. Muitos lugares fornecem plugues de ouvido ou fones de ouvido com música para bloquear o barulho.

Exames de RM são úteis em GISTs para descobrir a extensão do câncer no abdome, mas geralmente exames de TC são suficientes. Eles também são úteis em analisar o retorno do câncer (recorrência) ou propagação (metástase) para órgãos distantes, particularmente no cérebro ou coluna.

 

Tomografia por emissão de pósitron

Tomografia por emissão de pósitron (TEP) tem se tornado um dos exames mais úteis para detectar GISTs. Nos exames de TEP, baixo nível de glicose (açúcar) radioativa é injetada pela veia do paciente. Células de câncer usam açúcar muito mais rápido que células normais, assim o tumor utiliza o material muito mais rapidamente. Uma câmera especial pode ser usada para detectar áreas radioativas no corpo.

Este teste pode ser útil para encontrar áreas de propagação do câncer. Exames de TEP são mais usados para descobrir se uma medicação de tratamento está funcionando. O exame geralmente é obtido no mínimo 4 semanas depois do início do medicamento. Se o medicamento estiver funcionando, o tumor irá parar de usar glicose radioativa. Se o tumor ainda estiver usando a glicose, seu médico pode decidir sobre a mudança do medicamento de tratamento.

Algumas máquinas de imagem combinam exames de TEP com exames de TC para melhor identificar áreas de propagação do tumor.

 

Endoscopia

Estes exames usam um tubo flexível iluminado (endoscópio) com uma câmera de vídeo em sua extremidade. A câmera envia as imagens para uma tela de vídeo para que o médico possa ver claramente quaisquer massas (tumores) na mucosa de órgãos digestivos. Se áreas anormais são encontradas, pequenos pedaços de tecido podem ser retirados através do endoscópio (biópsia). O tecido pode ser analisado sob o microscópio a fim de descobrir se o câncer está presente e que tipo de câncer ele é.

Ao olhar para o trato GI com um endoscópio, o médico pode ver apenas uma protuberância sob a superfície normalmente lisa, caso um GIST esteja presente. Isto porque os tumores GIST estão muitas vezes abaixo do revestimento (mucosa) do trato gastrointestinal. Isso os torna mais difícil de ver com endoscopia que os tumores do trato GI mais comuns. GISTs que estão abaixo da mucosa (submucosa) também são mais difíceis de sofrerem biópsia pelo endoscópio. É por isso que apenas cerca da metade dos GISTs são diagnosticados antes da cirurgia.

Se os pedaços do tumor através do revestimento do trato GI são fáceis de ver, há uma maior chance de que o GIST seja canceroso (maligno).

 

Endoscopia superior (também conhecida como esofâgogastroduodenoscopia ou EGD)

Os pacientes recebem medicamentos para ficarem sonolentos (sedados). Em seguida, um endoscópio é passado através da boca para observar o esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado.

 

Colonoscopia (também conhecida como endoscopia inferior)

Um tipo de endoscópio conhecido como colonoscópio, é introduzido através do ânus até o cólon. Isso permite com que o médico veja completamente os revestimentos do reto e do cólon. Para obter uma boa análise no interior do cólon, este deve estar vazio e limpo antes do exame. Isso significa muitas vezes, utilizar um laxante forte na noite anterior. Às vezes também são necessários enemas na manhã do procedimento para se certificar de que os intestinos estejam vazios. A você será proporcionado um medicamento intravenoso (IV; dentro da veia) para fazer com que você se sinta relaxado e sonolento durante o procedimento. Uma colonoscopia pode ser feita em um ambulatório de hospital, numa clínica ou num consultório médico. Ele geralmente leva de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais tempo se o tumor for visto e/ou uma biópsia for feita.

 

Cápsula endoscópica

Infelizmente, nem a endoscopia superior nem a inferior podem atingir todas as áreas do intestino delgado. A cápsula endoscópica é uma maneira de analisar o intestino delgado. Este procedimento não utiliza realmente um endoscópio. Ao invés disso, o paciente ingere uma cápsula (aproximadamente do tamanho de uma pílula grande de vitamina) que contém uma fonte de luz e uma câmera muito pequena. Como qualquer outra pílula, a cápsula passa pelo estômago e pelo intestino delgado. Como ele se desloca (geralmente ao longo de 8 horas) tira milhares de fotos. Estas imagens são transmitidas eletronicamente a um dispositivo usado ao redor da cintura da pessoa. As fotos podem ser baixadas para um computador onde o médico pode vê-las como um vídeo. A cápsula é eliminada do corpo durante evacuação normal e é descartada. Este exame não requer sedação – o paciente pode continuar suas atividades diárias normais enquanto a cápsula se desloca através do trato gastrointestinal. Este técnica é relativamente nova e a melhor maneira de usá-la ainda está sendo estudada.

 

Enteroscopia de duplo balão

Esta é uma outra maneira de analisar o intestino delgado. O intestino delgado é muito longo (20 pés) com demasiadas curvas para ser bem analisado com endoscopia normal. Este método contorna estes problemas utilizando-se de um endoscópio especial que é composto por 2 tubos, um dentro do outro. Primeiro, o tubo interno, que é um endoscópio, avança cerca de um pé e então um balão em sua extremidade é insuflado para ancorá-lo. Em seguida, o tubo exterior avança para perto da extremidade do tubo interno e é então posicionado no local com um balão. Este procedimento continua se repetindo várias vezes, permitindo que o médico veja o intestino a cada pé de distância. O procedimento é feito após o paciente receber medicamentos que o deixem sonolento. A principal vantagem que este teste leva em relação ao da cápsula endoscópica é que o médico pode fazer uma biópsia caso algo anormal seja visto.

 

Ultrassonografia endoscópica

O ultrassom usa ondas sonoras para tirar fotos de partes do corpo. Para a maioria dos ultrassons, o transdutor (uma sonda que emite ondas sonoras) é colocado sobre a pele. Para uma ultrassonografia endoscópica, a sonda de ultra-som é colocada na extremidade de um endoscópio. Isto permite com que a sonda seja colocada muito próxima (ou em cima do) tumor. Como uma ultra-sonografia regular, a sonda emite ondas sonoras de alta frequência e, em seguida, detecta os ecos de ondas sonoras que soam através dos tecidos da parede do trato digestivo. Um computador então traduz o padrão de ecos em uma imagem da área a ser analisada.

Ultrassom endoscópico pode ser usado para encontrar a localização exata do GIST e determinar seu tamanho. É útil em descobrir o quão profundamente um tumor cresceu na parede do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino ou reto). O teste também pode ajudar a prever se o tumor se espalhou para os linfonodos ou começou a crescer em tecidos próximos. Em alguns casos, pode ser usado para ajudar a guiar uma biópsia (veja abaixo).

 

Biópsia

Mesmo que uma massa seja encontrada pelo raio-x de bário ou tomografia computadorizada, estes exames de imagem não podem dizer se a massa é um GIST ou algum outro tipo de tumor (benigno ou canceroso), ou se é alguma outra condição (como uma infecção). A única maneira de saber ao certo o que é, é através da remoção das células da área anormal e analisá-las sob um microscópio. Este procedimento é chamado de biópsia. Existem várias maneiras de retirar uma amostra de tumor do trato GI.

 

Biópsia endoscópica

Amostras de biópsia podem ser obtidas através do endoscópio. Quando um tumor é encontrado, o médico pode operar uma pinça de biópsia (garras ou pinças) através do tubo para tirar uma pequena amostra do tumor. Mesmo que a amostra for muito pequena, os médicos normalmente poderão fazer um diagnóstico preciso. Em aproximadamente metade dos casos, a biópsia não conterá o câncer, uma vez que este cresce sob o revestimento do intestino ou do estômago. (A pinça de biópsia não pode ir fundo o suficiente).
O sangramento de um GIST após a biópsia é raro, mas pode ser um grave problema. Se isso ocorrer, os médicos podem, algumas vezes, injetar drogas que contraiam os vasos sanguíneos através do endoscópio até que o tumor pare de sangrar.

 

Agulha de biópsia fina

Em alguns casos, uma amostra de biópsia é obtida com uma agulha fina e oca. O médico coloca esta agulha no tumor enquanto está sendo guiado por exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ultrassom endoscópico. Estes tipos de biópsias devem ser feitas com cuidado e geralmente são feitas apenas se irão ajudar na determinação das opções de tratamento, porque os médicos têm a preocupação de que possam causar hemorragias ou, possivelmente, aumentar os riscos de o câncer se espalhar.

 

Biópsia cirúrgica

Se uma amostra não pode ser obtida a partir de uma biópsia endoscópica ou agulha de biópsia, ou se o resultado não afetar as opções de tratamento, um médico pode recomendar a espera até a cirurgia para obter uma amostra do tumor. Isso é feito em uma operação chamada laparotomia, onde o médico cria uma abertura no abdome para alcançar e remover diretamente o tumor.

 

Testar a amostra da biópsia

Uma vez que uma amostra do tumor é obtida, um médico que é especializado em testes laboratoriais (um patologista) a analisa sob um microscópio. Um patologista pode suspeitar que um tumor seja um GIST, mas ele não pode ter certeza disso sem um teste especial chamado imuno-histoquímica.

Neste teste, uma parte da amostra é tratada com anticorpos especiais artificiais que irão ligar apenas a proteína KIT (também conhecida como CD117). Os anticorpos causam alterações de cor se a proteína KIT está presente, que podem ser vistos sob um microscópio. Uma vez que a maioria das células GIST contém essa substância, mas as células da maioria dos outros tipos de câncer não, este teste pode ser útil em determinar se um tumor GI é um GIST ou não. Se as células tumorais não contêm KIT, elas serão analisadas para ver se têm a proteína produzida pelo gene PDGFRA. Ela é encontrada em cerca de 5% dos GISTs.

 

Exames de sangue

O seu médico poderá solicitar alguns exames de sangue, se ele suspeita que você possa ter um GIST. Um hemograma pode dizer se você está anêmico (baixa contagem de hemácias no sangue). Algumas pessoas com GIST podem tornar-se anêmicas devido ao sangramento do tumor.

Outros exames de sangue podem medir sua função hepática. Se os resultados destes testes são anormais, pode significar que o GIST se espalhou para o fígado.

Não há exames de sangue que possam identificar células cancerosas de GIST no sangue. Estes tumores não liberam substâncias conhecidas no sangue que possam ser usadas como marcadoras para medir a resposta de um GIST ao tratamento.

O tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) muitas vezes depende do grau de disseminação do tumor. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor, quando possível, mas terapias direcionadas e outros tratamentos, também podem ajudar em algumas situações.

 

Tumores menores, localizados

A cirurgia remove tumores menores. Em alguns pacientes, este é o único tratamento necessário. Ainda assim, mesmo quando eles são removidos completamente, cerca de metade dos GISTs voltam dentro de 2 anos. A chance de um GIST voltar é maior em tumores maiores e naqueles com células cancerosas que se dividem rapidamente (tem uma alta taxa mitótica). Se o médico achar que o câncer tem um alto risco de voltar a crescer, o tratamento com imatinib (Glivec) pode ser iniciado após a cirurgia. O tratamento com drogas anticâncer após o câncer ter sido completamente removido é conhecido como terapia adjuvante. Tomando imatinib após a cirurgia, reduz a chance de que o câncer volte durante os primeiros 2 anos após a cirurgia, mas não está claro e ele realmente impede completamente o câncer de voltar ou se ele apenas adia a sua volta. Até agora, ainda é muito cedo para dizer se este tratamento ajuda os pacientes a viverem mais. O uso do tratamento adjuvante para GISTs ainda está sendo estudado.

 

Tumores maiores localizados

Tumores maiores podem ser mais difíceis de remover completamente e podem requerer cirurgia mais extensa, o que poderia causar problemas de saúde mais tarde. Devido a isso, uma vez que a biópsia é feita para confirmar que o tumor é um GIST, o tratamento com imatinib normalmente é iniciado. É mantido pelo menos até que o tumor pare de diminuir. Então a cirurgia pode ser feita se o cirurgião considera que o tumor restante pode ser removido com segurança. Imatinib pode ser continuado após cirurgia para diminuir as chances de que o câncer volte. Se a cirurgia ainda não for possível, esta droga é frequentemente continuada enquanto parece ajudar.

 

Tumores que não são removíveis ou que se espalharam para locais distantes.

As opções de tratamento para GISTs que não são operáveis ou que tem metástase e dependem para onde se espalharam e quão extensiva é a propagação.
Para a maioria desses tumores, o imatinib é a opção preferida em primeiro lugar, já que pode diminuí-los. É continuada até que não seja mais eficaz (o tumor comece a crescer); Alguns tumores respondem ao aumento da dose de imatinib. Se o tumor diminui o suficiente, a cirurgia pode ser uma opção. Se o tumor continua a crescer ou os efeitos colaterais de imatinib são graves, a mudança para sunitinib pode ser útil.

Se o câncer se espalhou para apenas 1 ou 2 lugares no abdome (como o fígado), o cirurgião pode remover o tumor principal e tentar remover esses outros tumores também. Se este for o caso, você deve discutir os riscos e benefícios desta abordagem de tratamento com o seu médico e familiares. Normalmente, isso deve ser considerado apenas para tumores que estão crescendo lentamente ou para aqueles que causam complicações locais, tais como hemorragia incontrolável.

Há também novas maneiras de tratar cânceres que se espalharam para o fígado. Estes tratamentos podem incluir a criocirurgia (congelamento do tumor), ablação por radiofrequência (RFA, usando correntes elétricas para aquecer o tumor), a embolização (injeção de material em grandes vasos sanguíneos que alimentam o tumor para bloquear o fluxo de sangue), ou ablação de etanol (álcool concentrado para injeção no tumor). Estes métodos não requerem cirurgia. A sonda de congelamento, sonda de RFA ou agulha, são introduzidas através da pele e guiadas até o tumor pelo exame de TC (tomografia computadorizada) ou imagens de ultrassom. O valor destes tratamentos em pacientes com GIST não é totalmente conhecido, porque não existem estudos suficientes voltados para este tipo raro de câncer.

 

Tumores recorrentes

Quanto um câncer volta após tratamento, ele é chamado de recorrente. Se o câncer voltar (recorrer) em um local próximo ao que se iniciou, é chamado de recorrência local. Se recorrer em outros locais (como os pulmões ou fígado) é chamado de recorrência distante. Opções de tratamento para GISTs que se repetem após o tratamento dependerão da localização e extensão da recorrência.

Para a maioria das recorrências, os médicos provavelmente recomendarão o tratamento com imatinib, já que provavelmente oferece a melhor chance para redução dos tumores. Se a primeira dose de imatinib não funciona, a dose pode ser aumentada. Outra opção é tentar sunitinibe.

Se o câncer volta como um tumor único, bem definido, a remoção ou destruição do tumor pode ser uma opção. Os médicos ainda não estão certos se a remoção dos GISTs que voltam após o tratamento realmente ajudam as pessoas a viverem mais tempo. Alguns estudos descobriram que sim, mas outros estudos discordaram. Você deve discutir com seu médico e familiares sobre os riscos e benefícios deste tratamento.

 

Abaixo alguns tratamentos aplicados:
Cirurgia

O principal tratamento para um tumor de estroma gastrointestinal (GIST) que não se espalhou, é geralmente a cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover completamente todo o câncer.

Se o tumor é muito pequeno, muitas vezes pode ser removido com uma pequena área de tecido normal ao seu redor. Ao contrário de muitos outros cânceres, a remoção de linfonodos próximos geralmente não é necessária. Isto porque o GIST não costuma se espalhar para os linfonodos linfáticos. Para câncer pequeno, uma cirurgia keyhole (laparoscopia) pode ser suficiente.

Se um tumor for grande ou estiver crescendo em outros órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para remover completamente o tumor, o médico pode ter que remover partes de outros órgãos (como seções do intestino). Mesmo se o tumor for grande e se espalhou para outros órgãos, isto pode ajudar com que os pacientes vivam mais tempo. Também pode reduzir as chances de o tumor bloquear (impedir) mais tarde o trato digestivo. O cirurgião também pode remover os GISTs que se espalharam para outras partes do abdome, como o fígado.

Se o tumor não pode ser totalmente removido sem causar grandes problemas, o médico pode tentar tratar o paciente com a droga imatinib (ver a seção “Quimioterapia”) primeiro. O objetivo é reduzir o tumor o suficiente para tornar mais fácil de removê-lo com cirurgia.
Não importa que tipo de cirurgia seja feita, é muito importante que seja feita com cuidado por um cirurgião com experiência em tratar GIST. GISTs são tumores delicados, e muitos médicos têm manifestado suas preocupações sobre sangramento e o possível aumento do risco de propagação do câncer se a cápsula ao redor do tumor for aberta durante a cirurgia.

 

Terapia alvo

Imatinib (Glivec®)

Esta é uma droga útil para muitos pacientes com estágio avançado de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e também pode ajudar os pacientes com tumores de estágios menos avançados. Tem como alvo tanto a proteína KIT quanto a proteína PDGFRA, bloqueando sua capacidade de causar crescimento e divisão às células tumorais.

No geral, cerca de 2 em cada 3 pacientes tratados, tem os tumores diminuídos pelo menos pela metade. Em um pequeno número de pacientes só uma redução leve ou pelo menos, parada do crescimento. Em cerca de 15% dos pacientes, a droga não ajuda e o câncer continua crescendo.

Este tratamento não parece curar GIST avançado, mas pode ajudar as pessoas a viver com ele mais tempo e se sentirem melhor. Muitas vezes, o medicamento para de funcionar dentro de poucos anos e depois o câncer começa novamente. Aumentar a dose de imatinib pode ajudar a parar o crescimento do câncer por algum tempo, mas a dose mais elevada tem mais efeitos colaterais.

Esta droga é tomada como uma pílula diária. Os efeitos colaterais podem incluir ligeira indisposição gástrica, diarréia, dores musculares e erupções cutâneas. O estômago é diminuído se a droga for tomada com alimentos. Imatinib também pode levar à retenção de líquido. Muitas vezes trata-se apenas de um inchaço no rosto (ao redor dos olhos) ou tornozelos. Raramente a droga causa problemas mais graves, como líquido dentro dos pulmões ou cavidade abdominal. Pode afetar a função cardíaca em algumas pessoas.

 

Sunitinib 

Esta droga também pode ser útil no tratamento de GIST e é usada quando imatinib não funciona ou quando o paciente não pode tomar imatinib (devido aos efeitos colaterais). Atinge as proteínas KIT e PDGFRA (assim como várias outras que o imatinib não atinge). Parece ajudar cerca de 1 em cada 3 pacientes que não podem tomar imatinib. Sunitinibe causou a reduções de tumores em alguns poucos pacientes. O medicamente geralmente para o crescimento dos tumores por um tempo. Mais importante, os pacientes recebendo o medicamento podem viver mais tempo.

Sunitinib também é tomado como pílula. Os efeitos colaterais mais comuns de sunitinib são diarréia, irritação na boca e mudanças na coloração da pele. Efeitos colaterais mais graves podem incluir a pressão arterial elevada, aumento do risco de sangramento e inchaço.
Outras drogam que funcionam como imatinib e sunitinibe estão sendo estudadas no tratamento contra GIST.

 

Quimioterapia

A quimioterapia (quimio) é o uso de drogas para tratamento do câncer. Muitas vezes, estas drogas são injetadas na veia (IV) ou administradas via oral. Elas entram na corrente sanguínea e atingem o corpo todo, fazendo com que este tratamento seja potencialmente útil para cânceres que se espalharam além do órgão que se iniciaram. Qualquer droga usada para tratar um câncer pode ser considerada quimioterapia – mesmo as drogas de terapia alvo discutidas anteriormente.

Antes de estas drogas de terapia alvo terem sido descobertas como úteis no tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs), as drogas da quimioterapia tradicional eram utilizadas. Muitas vezes, a quimioterapia foi tida como usada para tratar um tipo de câncer chamado sarcoma. GISTs raramente diminuíram em resposta a estes medicamentos, de modo que este tipo de tratamento raramente é usado, agora que drogas como imatinib (Glivec) estão disponíveis.

 

 

Radioterapia

A radioterapia é o uso de raios-x de alta energia (ou partículas) para matar as células cancerosas. A radiação não é muito eficaz em tumores estromais gastrointestinais (GISTs), por isso é raramente usada. Mas pode ser usada para aliviar sintomas como a dor.
Efeitos colaterais da radioterapia podem incluir alterações na pele semelhantes a queimaduras solares ou leve bronzeado, náuseas, vômitos, diarréia e fadiga. Muitas vezes, estes desaparecem após um curto tempo. A radioterapia também pode tornar os efeitos colaterais da quimioterapia piores. Converse com seu médico sobre os potencias efeitos colaterais e as formas para reduzi-los ou aliviá-los.

 

CUIDADOS PÓS TRATAMENTO

Depois que seu tratamento estiver terminado, é muito importante ir a todas as consultas de acompanhamento. Durantes estas consultas, o seu médico irá perguntar sobre os sintomas, fazer exames físicos e exames de sangue e de imagem como tomografia computadorizada ou raios-x. O acompanhamento é necessário para verificar a recorrência do câncer ou a propagação, bem como os possíveis efeitos colaterais de certos tratamentos. Este é o momento para você fazer à sua equipe de cuidados de saúde todas as perguntas que você precisa de resposta e discutir quaisquer preocupações que você possa ter.

Quase qualquer tratamento de câncer pode ter efeitos colaterais. Alguns podem durar por algumas semanas a vários meses, mas outros podem ser permanentes. Não hesite em contar a sua equipe de tratamento de câncer sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais que o incomodem, para que possam ajudá-lo a gerenciá-los.

Também é importante manter o plano de saúde. Mesmo que ninguém queira pensar que seu câncer pode voltar, é sempre uma possibilidade. Se isso acontecer, a última coisa que quer é se preocupar em pagar pelo tratamento.

 

 Mudanças no estilo de vida durante e após o tratamento

Ter câncer e lidar com o tratamento pode ser demorado e emocionalmente desgastante, mas também pode ser um momento para olhar para sua vida de um modo novo.Talvez você esteja pensando em como melhorar a sua saúde a longo prazo. Algumas pessoas chegam a iniciar este processo durante o tratamento do câncer.

 

Faça escolhas mais saudáveis

Pense na sua vida antes de saber que tinha câncer. Houve coisas que você fez que fizeram você menos saudável? Talvez você tenha bebido muito álcool, ou comeu mais do que o necessário, ou fumou, ou não fez exercícios com muita frequência. Emocionalmente, talvez mantivesse seus sentimentos reprimidos ou talvez você deixou situações estressantes irem muito longe.

Agora não é o momento de se sentir culpado ou culpar a si mesmo. No entanto, você pode começar a fazer mudanças, hoje, que podem ter efeitos positivos para o resto de sua vida. Você não só vai se sentir melhor, como também se sentirá mais saudável. Qual é o melhor momento do que agora para aproveitar a motivação que você tem, como resultado de passar por uma experiência de mudança de vida como ter câncer?

Você pode começar a trabalhar nessas coisas as quais você se sente mais preocupação. Obtenha ajuda daqueles que são mais fortes para você.

 

Dieta e nutrição

Se alimentar corretamente pode ser um desafio para qualquer um, mas pode ficar ainda mais difícil durante e após o tratamento de câncer. Por exemplo, o tratamento muitas vezes pode mudar o sentido do paladar. Náusea pode ser um problema. Você pode perder apetite por um tempo e perder peso mesmo quando não quer. Por outro lado, algumas pessoas ganham peso mesmo sem comer mais. Isto pode ser frustrante também.

Se você está perdendo peso ou tem problemas com o sabor durante o tratamento, faça o melhor que pode com sua alimentação e lembre-se que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Você pode querer perguntar à sua equipe de tratamento do câncer, referência de um dentista, um especialista em nutrição que pode lhe dar idéias de como encontrar ajuda para comer pequenas porções a cada 2 ou 3 horas até se sentir melhor e poder voltar a sua rotina normal.

Uma das melhores coisas que você pode fazer depois do tratamento é colocar hábitos alimentares mais saudáveis no lugar. Você vai se surpreender com os benefícios a longo prazo de algumas mudanças simples, como o aumento da variedade de alimentos saudáveis que você come. Tente comer cinco ou mais porções de frutas e legumes todos os dias. Escolha grãos ao invés de farinha branca e açucares.

Tente limitar as carnes que são ricas em gordura. Cortar carnes processadas como salsichas, mortadelas e bacon. Se livrar deles por completo, se puder. Se você bebe álcool, limitar-se a 1 ou 2 drinques por dia no máximo. E não se esqueça de fazer algum tipo de exercício físico regular. A combinação de uma boa dieta e exercício físico regular irá ajudá-lo a manter um peso saudável e fazer com que se sinta mais enérgico.

 

Descanso, fadiga, trabalho e exercício

A fadiga é um sintoma muito comum em pessoas em tratamento de câncer. Ela geralmente não é um tipo comum de cansaço, mas uma exaustão “de cansaço nos ossos” que não melhora com o repouso. Para alguns, essa fadiga dura um longo tempo após o tratamento, e pode desencorajá-los à atividade física.

No entanto, o exercício pode realmente ajudar você a reduzir a fadiga. Estudos têm demonstrado que os pacientes que seguem um programa de exercícios adaptados às suas necessidades pessoais sentem-se melhor fisicamente e emocionalmente e podem lidar melhor com o câncer.

Se você está doente e precisa estar em repouso durante o tratamento, é normal esperar que sua aptidão, resistência e força muscular declinem. A fisioterapia pode ajudar você a manter a força e amplitude de movimentos em seus músculos, que podem ajudar você a combater a fadiga e a sensação de depressão que às vezes acompanha o cansaço.

Qualquer programa de atividade física deve se adequar a sua situação. Uma pessoa mais velha que nunca se exercitou não será capaz de assumir a mesma quantidade de exercícios como uma pessoa de 20 anos de idade, que joga tênis três vezes por semana. Se você não tiver se exercitado no últimos anos, mas ainda puder contornar a situação, pode pensar sobre realizar pequenas caminhadas.

Converse com a sua equipe de saúde antes de começar e pegue a opinião deles sobre os seus planos de exercício. Então, tente obter um companheiro de exercício para que você não o faça sozinho. Ter família ou amigos envolvidos quando se inicia um novo programa de exercícios pode lhe dar esse impulso extra de apoio para mantê-lo quando o impulso não estiver presente.

Se você está se sentindo muito cansado, porém, terá de equilibrar a atividade física com o repouso. É bom descansar quando você precisar.

É realmente difícil para uma pessoa se permitir a fazer isso quando têm de trabalhar o dia todo ou cuidar de uma família.

Exercícios podem melhorar sua saúde física e emocional
  • Melhoram sua aptidão cardiovascular (coração e circulação)
  • Fortalece seus músculos
  • Reduz a fadiga
  • Diminui a ansiedade e a depressão
  • Geralmente te faz se sentir mais feliz.
  • Ajuda a se sentir melhor com você mesmo.

A longo prazo, sabemos que o exercício desempenha um papel na prevenção de alguns tipos de câncer. A Sociedade Americana de Câncer, em suas orientações sobre atividade física para prevenção do câncer, recomenda que os adultos participem em pelo menos uma atividade física por 30 minutos ou mais em cinco dias ou mais da semana. Crianças e adolescentes são incentivados a experimentar pelo menos 60 minutos diários de atividade física energética em pelo menos 5 dias da semana.

 

E sobre sua saúde emocional?

Uma vez que seu tratamento termina, você pode encontrar-se arrebatado pelas emoções. Isto acontece a muitas pessoas. Você pode ter passado por tanto durante o tratamento que você só conseguia ter foco em passar por ele.

Agora você pode achar que pensa sobre o potencial de sua própria morte ou o efeito do câncer na sua família, amigos e carreira. Você também pode começar a reavaliar o seu relacionamento com seu cônjuge ou parceiro. Problemas inesperados podem também causar preocupação – por exemplo, como você se torna mais saudável e tem poucas consultas médicas, vai ver sua equipe de saúde com menos frequência o que pode ser uma fonte de ansiedade para alguns.

Este é um momento ideal para buscar apoio emocional e social. Você precisa de pessoas para as quais pode recorrer para buscar força e conforto. O apoio pode vir de várias formas: família, amigos, grupos de apoio ao câncer, igreja ou outros grupos espirituais, comunidades de apoio online, ou conselheiros individuais.

Quase todo mundo que passou por câncer pode se beneficiar em ter algum tipo de apoio. O que é melhor para você depende da sua situação e personalidade. Algumas pessoas se sentem seguras em redes de grupos de apoio ou grupos de educação. Outros preferem falar em um ambiente informal, como a igreja. Outros podem se sentir mais à vontade falando cara-a-cara com um amigo de confiança ou conselheiro. Seja qual for sua fonte de força ou conforto, certifique-se de ter um lugar para ir com suas preocupações.

A jornada do câncer pode ser muito solitária. Não necessário ou realista lidar com tudo isso por si mesmo. E seus amigos e familiares podem se sentir de lado se você decidir não incluí-los. Deixá-los entrar – e deixar qualquer pessoa que possa te fazer ajudar.

Você não pode mudar o fato de que tem câncer. O que você pode mudar é o modo de viver o resto de sua vida – fazer escolhas saudáveis e se sentir tão bem quanto possível, física e emocionalmente.

 

 O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?

Como você lida com o câncer e o tratamento do câncer, nós incentivamos você a falar abertamente com seu médico, enfermeiro e equipe de tratamento do câncer. Você deve sentir-se livre para fazer qualquer pergunta que está em sua mente, não importa quão pequena ela pareça ser. Aqui estão algumas questões que você pode querer perguntar. Certifique-se de adicionar suas próprias perguntas sobre o que pensa. Enfermeiros, assistentes sociais e outros membros da equipe de tratamento também podem ser capazes de responder a muitas de suas perguntas.

  • Onde meu tumor está localizado?
  • Qual a probabilidade de este tumor crescer o se espalhar rapidamente?
  • Meu tumor se espalhou além do local primário?
  • Qual é a estágio do meu câncer e o que isso significa no meu caso?
  • Quais as escolhas de tratamento eu tenho?
  • O que você recomenda e por quê?
  • Quais os riscos e efeitos colaterais existem nos tratamentos que você sugere?
  • Como o tratamento poderia afetar minhas atividades diárias?
  • Quais são as chances de meu câncer voltar com esses planos de tratamento? O que faríamos se isso acontecer?
  • O que eu devo saber para estar pronto para o tratamento?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Meu plano de saúde irá cobrir os gastos de todos os tratamentos que são recomendados?

Além dessas perguntas amostradas, não se esqueça de escrever algumas questões próprias. Por exemplo, você pode querer obter mais informações sobre uma segunda opinião ou sobre ensaios clínicos para os quais você pode se classificar.

 

O que acontece após o tratamento de tumores estromais gastrointestinais?

Completar o tratamento pode ser tanto estressante quanto emocionante. Você provavelmente vai se ver aliviado por concluir o tratamento, mas é difícil não se preocupar com a volta do câncer. (Quando o câncer retorna, é chamado de recorrência). Esta é uma preocupação muito comum entre aqueles que tiveram câncer.
Pode levar algum tempo antes de sua confiança em sua própria recuperação se tornar real e seus medos serem um pouco aliviados. Mesmo sem recorrências, as pessoas que tiveram câncer aprendem a viver com a incerteza.

O sistema de estadiamento utilizado para o Tumor Gastrointestinal/GIST é o TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC).

O que é TNM?

É a abreviatura de tumor, linfonodo e metástase. Este sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer:

  • O próprio tumor ( T + um número de 0 a 4 usa-se para descrever o tumor primário);
  • Os linfonodos regionais ao redor do tumor ( N + 0 a 3 usa-se para descrever se a doença disseminou para os gânglios linfáticos)
  • E se o tumor se espalhou para outras partes do corpo (M usa-se para descrever que a doença se espalhou para outros órgãos)

 

Mas, quais são os estágios?
Estágio IA
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IB
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T3, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IIIB
  • T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.

 

Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
Estágio I
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T1, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIB
  • T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.
Qual a diferença entre tumores ressecáveis e irressecáveis?

Tumores ressecáveis são aqueles que podem ser removidos, já os tumores irressecáveis são os que não podem ser retirados por completo, por estarem espalhados para outras regiões. Porém, o médico avalia cada paciente de uma forma, ele pode ter um tumor ressecável mas não poderá fazer a cirurgia por outros fatores, como o tamanho do tumor, a localização e se o paciente tem condições clínicas.

 

Fonte: American Cancer Society

Tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os mais raros tumores do trato GI. No passado, pensava-se que eles se iniciavam no músculo ou em células nervosas no trato Gastro intesntinal (GI). Isto porque as células tumorais parecem com células musculares ou nervosas vistas no microscópio.

Sabemos agora que os GISTs se iniciam em células especiais encontradas na parede do trato GI chamadas células intersticiais de Cajal (ICCs) ou em células muito jovens que podem desenvolver-se em ICCs. Os ICCs são parte do sistema nervoso autônomo, a parte que regula os processos corporais. O sistema nervoso autônomo envia sinais para o trato GI dizendo para ele digerir o alimento. ICCs são, às vezes, chamados de “marcapassos” do sistema digestivo, pois mandam sinais aos músculos para contraírem, fazendo com que alimentos e líquidos se movam através do trato GI.

Nem todos os GISTs são cancerosos. Alguns  não crescem em outras áreas ou se espalham para outras partes do corpo.
Mais da metade dos GISTs iniciam-se no estômago. A maior parte dos remanescentes iniciam-se no intestino delgado, mas GISTs podem ser encontrados em qualquer parte do trato GI.

Outros cânceres do trato gastrointestinal

Cânceres podem ocorrer em qualquer lugar do trato GI – desde o esôfago até o ânus. Geralmente estes cânceres se iniciam em células glandulares que revestem a maior parte do trato GI. Os cânceres que se desenvolvem nestas células são chamados adenocarcinomas.

Algumas partes do trato GI, como a parte superior do esôfago e o término do ânus, são revestidas com células lisas chamadas de células escamosas. Estas células são do mesmo tipo das encontradas na superfície da pele. Cânceres iniciados nestas células são chamados de carcinomas de células escamosas.

O trato GI é também composto por células neuroendócrinas. Estas células têm algumas características em comum com células nervosas, mas outras características em comum com células produtoras de hormônio (endócrinas). Cânceres neuroendócrinos podem se desenvolver a partir destas células. Este tipo de câncer é raro no trato GI. Tumores carcinóides são exemplos de cânceres neuroendócrinos encontrados no trato GI.

Outros tipos de câncer que podem ser encontrados no trato GI incluem leiomiossarcoma, angiossarcoma e tumores na bainha de nervos periféricos. Eles surgem das células musculares, células dos vasos sanguíneos e células nervosas no trato GI.

GISTs são diferentes destes outros cânceres do trato GI. Primeiro de tudo, eles se iniciam em células de tipos diferentes. Os GISTs são também bem diferentes em seu prognóstico (perspectiva) e tratamento. Este é o motivo pelo qual médicos necessitam descobrir se um paciente tem GISTs, algum outro tipo de câncer ou uma condição não cancerosa.

É importante também que pacientes entendam que os GISTs não são como outros tipos de câncer do trato GI mais comuns. Aprendendo mais sobre os GISTs, os pacientes podem melhorar o cuidado à sua saúde e fazer decisões consistentes sobre as opções de tratamento.

Um fator de risco é qualquer coisa que afete a chance de uma pessoa de contrair uma doença como o câncer. Cânceres diferentes têm diferentes fatores de risco. Por exemplo, expor a pele à luz solar intensa é um fator de risco para câncer de pele. Fumar é um fator de risco para câncer no pulmão e muitos outros cânceres. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que a pessoa terá a doença. E muitas pessoas que tem a doença podem nunca ter tido nenhum fator de risco conhecido.
Atualmente, existem bem poucos fatores de risco conhecidos para tumores estromais gastrointestinais (GISTs).

 

Síndromes genéticas

A maioria dos GISTs é esporádica (não herdada) e não tem causa clara. Em casos raros, porém, GISTs foram encontrados em vários membros da mesma família. Estes membros de família herdaram uma mutação genética que pode levar aos GISTs.

Síndrome do tumor estromal gastrointestinal familiar

Esta é uma condição herdada rara que leva ao aumento do risco de desenvolvimento de GISTs. Pessoas com esta condição herdada tendem a desenvolver GISTs em idades menores do que o geralmente ocorre. Eles também são mais prováveis a terem GISTs múltiplos. Mais frequentemente, esta síndrome é causada por uma cópia anormal do gene c-kit que é passado de pais para filhos. O gene c-kit é o mesmo gene que é mutado (modificado) na maioria dos GISTs esporádicos. Em pessoas que herdaram o gene anormal, ele está presente em todas as células do corpo, enquanto que pessoas que tem GISTs esporádicos, ele é apenas encontrado nas células cancerosas. Em poucos casos, uma cópia anormal de um gene diferente, o gene PDGFRA, causa esta síndrome genética. Defeitos no gene PDGFRA são encontrados em cerca de 5% dos GISTs esporádicos. Às vezes, pessoas com síndrome de GISTs familiar também tem manchas na pele como aqueles vistos em pacientes com neurofibromatose (discutido abaixo). Antes de testes para c-kit e PDGFRA estarem disponíveis, pensava-se erroneamente que algumas dessas pessoas tinham neurofibromatose.

 

Neurofibromatose de Tipo 1 (ou doença de von Recklinghausen)

É uma doença que é geralmente herdada. É causada por defeitos no gene NF1. Pessoas afetadas por esta síndrome têm muitos tumores benignos que se formam nos nervos (chamados neurofibromas). Estes tumores se formam abaixo da pele e em outras partes do corpo. Eles também tem um tipo de mancha castanha ou marrom na pele (chamadas manchas de caféau lait). Pessoas com esta condição têm um alto risco de GISTs e muitos outros cânceres.

 

Nós sabemos o que causa os tumores estromais gastrointestinais?

Em anos recentes, cientistas tem tido um grande progresso no aprendizado de como certas mudanças no DNA podem fazer com que células normais tornem-se cancerosas. O DNA é a substância química que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. Nós parecemos com nossos pais porque eles são a fonte do nosso DNA. Mas o DNA afeta mais do que a nossa aparência. Alguns genes (partes de nosso DNA) contêm instruções para controlar quando as células crescem ou se dividem.

O tempo todo a célula se prepara para se dividir em 2 novas células, e devem então duplicar seu DNA. Este processo não é perfeito e, algumas vezes ocorrem erros, especialmente se as células estão crescendo rapidamente. Estes erros de cópia resultam em um defeito (ou mutação) no gene.

Certos genes que promovem o crescimento e divisão celular são chamados oncogenes. Outros que diminuem a divisão celular ou causam a morte celular no tempo certo são chamados genes supressores de tumor. Nós sabemos que cânceres podem ser causados por mutações no DNA (defeitos) que ligam os oncogenes ou desligam os genes supressores de tumor.

Algumas pessoas com certos tipos de câncer têm mutações no DNA que herdaram de um genitor, o que aumenta seu risco para doença. Há poucas famílias que tem tumores estromais gastrointestinais (GISTs) causados por mutação passada de pais para filhos. Mas a maioria das mutações do DNA relacionadas aos GISTs não são herdadas. Estas mutações ocorrem sem razão aparente e são chamadas esporádicas.

Não sabemos exatamente o que causa os GISTs, mas sabemos que células de câncer da maioria dos pacientes com GIST têm uma alteração em um oncogene chamado c-kit. O gene c-kit é encontrado em todas as células do corpo. Ele leva à formação de uma proteína chamada KIT. Esta proteína faz com que a célula cresça e se divida. Geralmente o gene c-kit está inativo. Ele apenas é ativado se há necessidade de mais células intersticiais de Cajal (CICs). Na maioria dos GISTs, o gene c-kit está mutado e sempre ativo. Isto deve explicar porque o câncer se forma. As células estão sempre crescendo e se dividindo. Em algumas das famílias que há muitos membros com GISTs, médicos encontraram mutações herdadas no gene c-kit.

Em alguns GISTs, uma mutação de gene diferente faz com que a célula produza muito da proteína chamada PDGFRA. Ela tem o mesmo efeito na célula que a KIT.

Estas proteínas (KIT e PDGFRA) agem como uma enzima chamada tirosina quinase. Elas são importantes no diagnóstico e tratamento de GISTs.

 

Fatores prognósticos

Para GISTs, fatores como tamanho do tumor, seu grau e se ele já mostrou sinais de disseminação no abdome, podem ser úteis em predizer a rapidez com que o câncer crescerá e como será a probabilidade de retorno após o tratamento. Antes de o sistema de estadiamento ter sido desenvolvido, os médicos muitas vezes usavam estes fatores para ajudar a prever o desfecho de pacientes com GIST, bem como para selecionar o melhor tratamento.

O tamanho do tumor pode dar uma indicação do prognóstico (perspectiva). Tumores menores (geralmente aqueles com menos de 2 polegadas de diâmetro) tendem a ser menos propensos a se espalhar e ter resultados melhores que os maiores. A melhor perspectiva é para tumores menores que 1 polegadas.
Um outro fator prognóstico é o grau histológico do tumor – a sua tendência para crescer e se espalhar mais rapidamente, com base em como células se parecem sob o microscópio. Para GISTs, isto é feito descobrindo quantas células há em divisão ou em mitose. O patologista olha para muitas áreas diferentes (ou campos) de uma amostra do tumor sob o microscópio e conta o número real de células em divisão. Ao fazer essas contagens, o médico vem com um número chamado mitoses por campo de alta potência. Este número irá ajudar a prever se o GIST é mais provável de ser um câncer ou um tumor benigno.
Os médicos geralmente usam esses fatores para separar os pacientes em grupos de muito baixo, baixo, intermediário ou alto risco. Esses agrupamentos descrevem o risco de o câncer se espalhar para áreas distantes do corpo.
Se um tumor já se espalhou ou não para outras áreas quando encontrado pela primeira vez é um fator importante para determinar sua perspectiva. Ele pode ter um efeito se certas opções de tratamento, como a cirurgia, estão disponíveis.
Quando estes tumores são cancerosos e se espalham para longe do local inicial (primário), se espalham na maioria das vezes no interior do abdome e, em particular, para o fígado. Menos frequentemente, eles também podem se espalhar para os rins e ossos. A propagação para nódulos linfáticos, cérebro e outros lugares não é comum. Em cerca de metade dos casos, o tumor ainda está localizado onde foi encontrado; uma vez dentre quatro ele se espalha para tecidos nas proximidades e uma vez dentre quatro ele se espalha para locais distantes.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser prevenidos?

Nós ainda não conhecemos nenhuma maneira de prevenir tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Nós sabemos que em alguns casos raros a doença tem sido diagnosticada em membros da mesma família, mas este não é um fator que pode ser controlado.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser encontrados cedo?

Triagem refere-se a testes e exames usados para encontrar uma doença como câncer em pessoas que não tem nenhum sintoma. A American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) tem recomendações para testes de triagem para encontrar vários tipos comuns de câncer o mais cedo possível. Mas testes de triagem não têm sido eficazes para tumores raros como tumores estromais gastrointestinais (GISTs), e testes de rotina para pessoas sem nenhum sintoma não são recomendados.
GISTs tem chance de serem descobertos cedo. Algumas vezes, são observados em um exame para outro problema, como durante uma colonoscopia para verificar câncer de cólon. Raramente, um GIST pode ser diagnosticado com teste de imagem, como exame de tomografia computadorizada (exame TC) ou estudo de bário, que é realizado para outro motivo.
GISTs podem também ser encontrados acidentalmente (inesperadamente) durante uma cirurgia abdominal para outro problema.

A maioria dos tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago ou no intestino delgado. Estes tumores podem não causar nenhum sintoma a menos que eles estejam em um determinado local ou cresçam a um certo tamanho.

Os sintomas mais comuns de GISTs são:
• Dor ou desconforto abdominal (barriga)
• Náusea, vômito
• Sentir-se cheio após uma pequena quantidade de comida
• Perda de apetite
• Perda de peso
• Problemas para engolir (para tumores no esôfago)
• Sangramento dentro do trato gastrointestinal
Se o sangramento é rápido o suficiente, ele fazer evacuações negras e tardias. Sangramentos mais lentos podem não mudar a cor das evacuações, mas pode levar à anemia (contagem baixa de hemácias). Isto pode fazer com que uma pessoa se sinta cansada e fraca. Se o tumor sangrar dentro do estômago, pode causar vômito de sangue ao paciente.

Em alguns casos uma pessoa pode sentir o crescimento (tumor) em seu abdome. Se o câncer se espalha para o fígado, ele pode se tornar maior.

Em alguns casos o tumor pode crescer dentro do intestino e bloqueá-lo. Isto é chamado de obstrução intestinal e causa dor abdominal grave e vômito. Cirurgia de emergência é frequentemente requerida para tratar o bloqueio.

Tumores pequenos podem não causar nenhum sintoma. Eles são encontrados acidentalmente quando o médico está procurando por outro problema. Eles são geralmente benignos.

Se houver uma razão para suspeitar que você possa ter GIST, o médico irá usar um ou mais métodos para descobrir se a doença está realmente presente.

Histórico médico e exame físico

Para saber sobre seu histórico médico, o médico irá perguntar sobre sintomas e fatores de risco que você possa ter. Se você tem um ou mais sintomas que sugiram que você tenha GIST, o médico irá perguntar sobre quais destes que possam ser causados por uma massa no esôfago, estômago, intestino ou reto. Um exame físico inteiro pode fornecer evidências de um GIST, como massa no abdome ou outros problemas de saúde.

 

Testes de imagem

Seu médico pode pedir um teste de imagem para ajudar a encontrar a causa de seus sintomas.

 

Raios-x de bário

Para estes estudos (exames), uma solução contendo bário é usada para cobrir o revestimento do esôfago, estômago e intestinos. Isso faz com que anormalidades sejam vistas mais facilmente no revestimento pelo raio-x. Estes exames são úteis, às vezes, no diagnóstico de tumores no GI. Eles são menos eficazes em encontrar tumores no intestino delgado. Você provavelmente terá de iniciar o jejum à noite antes do exame. Se o cólon estiver sendo examinado, você pode precisar de laxativos e/ou enemas para limpar o intestino na noite anterior da manhã do exame.

 

Deglutição de bário

Este exame (também conhecido como séries GI superior) é usado para olhar para o revestimento do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. Pacientes que fazem este exame bebem uma solução de bário antes que as imagens de raio-x sejam realizadas.

 

Através do intestino delgado

Esta é uma continuação da deglutição de bário que é, algumas vezes, usada para olhar para problemas no intestino delgado. Para este exame, raios-x são tirados em intervalos regulares ao longo do curso de poucas horas, assim que o bário passa através dos intestinos.

 

Enteróclise

Este procedimento é uma outra maneira de olhar para o intestino delgado. Neste exame, um tubo fino é passado através da boca ou nariz para o esôfago, e através do estômago até o início do intestino delgado. O bário é enviado através do tubo, junto com uma substância que cria mais ar nos intestinos, causando expansão. Raios-x do intestino são tirados. Este exame pode proporcionar imagens melhores do intestino delgado do que através do intestino delgado, mas é também mais desconfortável.

 

Enema de bário

Este exame (também conhecido como GI inferior sérico) é usado para olhar para a superfície interior do intestino grosso. Para este exame, a solução de bário é dada através do ânus enquanto o paciente está deitado na mesa de raio-x. Quando o cólon está quase repleto pela metade de bário, o paciente se vira, assim o bário se espalha através do cólon. Para um enema de bário regular, raios-x são tirados. Depois que o bário é colocado no cólon, ar deve ser soprado para dentro ajudando a empurrar o bário através da parede do cólon, para melhor recobrir a superfície interior. Depois, raios-x são tirados. Isto é chamado de enema de bário por contraste de ar (também conhecido como enema de bário de duplo contraste).
Raios-x de bário são menos usados nos dias de hoje que antes. Em muitos casos estão sendo substituídos por endoscopia – onde o médico geralmente olha para dentro do cólon ou estômago com uma fibra ótica estreita.

 

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um procedimento de raios-X que produz imagens detalhadas, transversais de seu corpo. Ao contrário de produzir uma imagem, como o raio-x padrão, um exame de TC tira muitas imagens girando ao seu redor. Um computador então combina as imagens de fatias de parte do seu corpo que está sendo estudado.

Antes que qualquer imagem seja tirada, será solicitado a você para engolir um líquido de contraste oral. Ele ajuda a delinear seu trato intestinal para fazer com que os tumores sejam mais fáceis de ver. Você também pode receber um revestimento intravenoso (IV) de modo que um corante possa ser injetado (contraste IV). Isto pode melhorar a delinear as estruturas do seu corpo.

A injeção IV pode causar algum rubor (vermelhidão e sensação de calor). Algumas pessoas são alérgicas e apresentam urticária ou, raramente, reações mais graves como problemas respiratórios e pressão sanguínea baixa. Medicamentos podem ser dados a fim de prevenir e tratar qualquer reação alérgica, dessa maneira, é importante para você fazer com que seu médico saiba, antes do exame, de qualquer reação prévia que você possa ter ao material de contraste usado para os raios-x.

Exames de TC demoram mais que raios-x regulares. Você precisa estar deitado sobre uma mesa, e a parte do seu corpo a ser analisada é colocada dentro do scanner, uma máquina de forma cilíndrica que circunda completamente a mesa. O exame é indolor, mas você pode se sentir desconfortável em manter algumas certas posições por alguns minutos de tempo.

Exames de TC são úteis em pacientes com GISTs para descobrir a localização e o tamanho do tumor, assim como para analisar se ele se espalhou dentro do abdome ou fígado.

Em alguns casos, exames de TC podem ser usados para guiar uma agulha de biópsia precisamente dentro de um câncer suspeito ou de uma lesão metastática. Entretanto, devido ao exame ser de risco quando um GIST está envolvido (sangramento, possível risco aumentado de espalhamento do tumor), estes tipos de biópsias são geralmente feitas se um resultado puder afetar a decisão do tratamento. (Para mais informações, veja informações sobre biópsia abaixo).

 

Ressonância magnética

Ressonância magnética (RM) utiliza ondas de radiofrequência e magnetos fortes ao invés de raios-x. A energia das ondas de radiofrequência é absorvida e depois liberada em um padrão formado pelo tipo de tecido e por certas doenças. Um computador traduz o padrão em imagens muito detalhadas de partes do corpo. Não apenas produz fatias transversais do corpo como um exame de TC, mas também ajuda a produzir fatias que são paralelas com o comprimento de seu corpo. Um material de contraste pode ser injetado assim como exames de TC, mas é menos usado.

Exames de RM são um pouco mais desconfortáveis que exames de TC. Eles demoram mais – geralmente até uma hora. Você tem que deitar dentro de um tubo, o qual é confinado, o que pode perturbar algumas pessoas com medo de locais fechados (claustrofobia). Recentemente, máquinas de RM “abertas” podem ser mais fáceis de tolerar, mas elas são menos frequentes. A máquina também produz alguns zunidos e barulhos de cliques que algumas pessoas podem achar perturbadores. Muitos lugares fornecem plugues de ouvido ou fones de ouvido com música para bloquear o barulho.

Exames de RM são úteis em GISTs para descobrir a extensão do câncer no abdome, mas geralmente exames de TC são suficientes. Eles também são úteis em analisar o retorno do câncer (recorrência) ou propagação (metástase) para órgãos distantes, particularmente no cérebro ou coluna.

 

Tomografia por emissão de pósitron

Tomografia por emissão de pósitron (TEP) tem se tornado um dos exames mais úteis para detectar GISTs. Nos exames de TEP, baixo nível de glicose (açúcar) radioativa é injetada pela veia do paciente. Células de câncer usam açúcar muito mais rápido que células normais, assim o tumor utiliza o material muito mais rapidamente. Uma câmera especial pode ser usada para detectar áreas radioativas no corpo.

Este teste pode ser útil para encontrar áreas de propagação do câncer. Exames de TEP são mais usados para descobrir se uma medicação de tratamento está funcionando. O exame geralmente é obtido no mínimo 4 semanas depois do início do medicamento. Se o medicamento estiver funcionando, o tumor irá parar de usar glicose radioativa. Se o tumor ainda estiver usando a glicose, seu médico pode decidir sobre a mudança do medicamento de tratamento.

Algumas máquinas de imagem combinam exames de TEP com exames de TC para melhor identificar áreas de propagação do tumor.

 

Endoscopia

Estes exames usam um tubo flexível iluminado (endoscópio) com uma câmera de vídeo em sua extremidade. A câmera envia as imagens para uma tela de vídeo para que o médico possa ver claramente quaisquer massas (tumores) na mucosa de órgãos digestivos. Se áreas anormais são encontradas, pequenos pedaços de tecido podem ser retirados através do endoscópio (biópsia). O tecido pode ser analisado sob o microscópio a fim de descobrir se o câncer está presente e que tipo de câncer ele é.

Ao olhar para o trato GI com um endoscópio, o médico pode ver apenas uma protuberância sob a superfície normalmente lisa, caso um GIST esteja presente. Isto porque os tumores GIST estão muitas vezes abaixo do revestimento (mucosa) do trato gastrointestinal. Isso os torna mais difícil de ver com endoscopia que os tumores do trato GI mais comuns. GISTs que estão abaixo da mucosa (submucosa) também são mais difíceis de sofrerem biópsia pelo endoscópio. É por isso que apenas cerca da metade dos GISTs são diagnosticados antes da cirurgia.

Se os pedaços do tumor através do revestimento do trato GI são fáceis de ver, há uma maior chance de que o GIST seja canceroso (maligno).

 

Endoscopia superior (também conhecida como esofâgogastroduodenoscopia ou EGD)

Os pacientes recebem medicamentos para ficarem sonolentos (sedados). Em seguida, um endoscópio é passado através da boca para observar o esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado.

 

Colonoscopia (também conhecida como endoscopia inferior)

Um tipo de endoscópio conhecido como colonoscópio, é introduzido através do ânus até o cólon. Isso permite com que o médico veja completamente os revestimentos do reto e do cólon. Para obter uma boa análise no interior do cólon, este deve estar vazio e limpo antes do exame. Isso significa muitas vezes, utilizar um laxante forte na noite anterior. Às vezes também são necessários enemas na manhã do procedimento para se certificar de que os intestinos estejam vazios. A você será proporcionado um medicamento intravenoso (IV; dentro da veia) para fazer com que você se sinta relaxado e sonolento durante o procedimento. Uma colonoscopia pode ser feita em um ambulatório de hospital, numa clínica ou num consultório médico. Ele geralmente leva de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais tempo se o tumor for visto e/ou uma biópsia for feita.

 

Cápsula endoscópica

Infelizmente, nem a endoscopia superior nem a inferior podem atingir todas as áreas do intestino delgado. A cápsula endoscópica é uma maneira de analisar o intestino delgado. Este procedimento não utiliza realmente um endoscópio. Ao invés disso, o paciente ingere uma cápsula (aproximadamente do tamanho de uma pílula grande de vitamina) que contém uma fonte de luz e uma câmera muito pequena. Como qualquer outra pílula, a cápsula passa pelo estômago e pelo intestino delgado. Como ele se desloca (geralmente ao longo de 8 horas) tira milhares de fotos. Estas imagens são transmitidas eletronicamente a um dispositivo usado ao redor da cintura da pessoa. As fotos podem ser baixadas para um computador onde o médico pode vê-las como um vídeo. A cápsula é eliminada do corpo durante evacuação normal e é descartada. Este exame não requer sedação – o paciente pode continuar suas atividades diárias normais enquanto a cápsula se desloca através do trato gastrointestinal. Este técnica é relativamente nova e a melhor maneira de usá-la ainda está sendo estudada.

 

Enteroscopia de duplo balão

Esta é uma outra maneira de analisar o intestino delgado. O intestino delgado é muito longo (20 pés) com demasiadas curvas para ser bem analisado com endoscopia normal. Este método contorna estes problemas utilizando-se de um endoscópio especial que é composto por 2 tubos, um dentro do outro. Primeiro, o tubo interno, que é um endoscópio, avança cerca de um pé e então um balão em sua extremidade é insuflado para ancorá-lo. Em seguida, o tubo exterior avança para perto da extremidade do tubo interno e é então posicionado no local com um balão. Este procedimento continua se repetindo várias vezes, permitindo que o médico veja o intestino a cada pé de distância. O procedimento é feito após o paciente receber medicamentos que o deixem sonolento. A principal vantagem que este teste leva em relação ao da cápsula endoscópica é que o médico pode fazer uma biópsia caso algo anormal seja visto.

 

Ultrassonografia endoscópica

O ultrassom usa ondas sonoras para tirar fotos de partes do corpo. Para a maioria dos ultrassons, o transdutor (uma sonda que emite ondas sonoras) é colocado sobre a pele. Para uma ultrassonografia endoscópica, a sonda de ultra-som é colocada na extremidade de um endoscópio. Isto permite com que a sonda seja colocada muito próxima (ou em cima do) tumor. Como uma ultra-sonografia regular, a sonda emite ondas sonoras de alta frequência e, em seguida, detecta os ecos de ondas sonoras que soam através dos tecidos da parede do trato digestivo. Um computador então traduz o padrão de ecos em uma imagem da área a ser analisada.

Ultrassom endoscópico pode ser usado para encontrar a localização exata do GIST e determinar seu tamanho. É útil em descobrir o quão profundamente um tumor cresceu na parede do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino ou reto). O teste também pode ajudar a prever se o tumor se espalhou para os linfonodos ou começou a crescer em tecidos próximos. Em alguns casos, pode ser usado para ajudar a guiar uma biópsia (veja abaixo).

 

Biópsia

Mesmo que uma massa seja encontrada pelo raio-x de bário ou tomografia computadorizada, estes exames de imagem não podem dizer se a massa é um GIST ou algum outro tipo de tumor (benigno ou canceroso), ou se é alguma outra condição (como uma infecção). A única maneira de saber ao certo o que é, é através da remoção das células da área anormal e analisá-las sob um microscópio. Este procedimento é chamado de biópsia. Existem várias maneiras de retirar uma amostra de tumor do trato GI.

 

Biópsia endoscópica

Amostras de biópsia podem ser obtidas através do endoscópio. Quando um tumor é encontrado, o médico pode operar uma pinça de biópsia (garras ou pinças) através do tubo para tirar uma pequena amostra do tumor. Mesmo que a amostra for muito pequena, os médicos normalmente poderão fazer um diagnóstico preciso. Em aproximadamente metade dos casos, a biópsia não conterá o câncer, uma vez que este cresce sob o revestimento do intestino ou do estômago. (A pinça de biópsia não pode ir fundo o suficiente).
O sangramento de um GIST após a biópsia é raro, mas pode ser um grave problema. Se isso ocorrer, os médicos podem, algumas vezes, injetar drogas que contraiam os vasos sanguíneos através do endoscópio até que o tumor pare de sangrar.

 

Agulha de biópsia fina

Em alguns casos, uma amostra de biópsia é obtida com uma agulha fina e oca. O médico coloca esta agulha no tumor enquanto está sendo guiado por exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ultrassom endoscópico. Estes tipos de biópsias devem ser feitas com cuidado e geralmente são feitas apenas se irão ajudar na determinação das opções de tratamento, porque os médicos têm a preocupação de que possam causar hemorragias ou, possivelmente, aumentar os riscos de o câncer se espalhar.

 

Biópsia cirúrgica

Se uma amostra não pode ser obtida a partir de uma biópsia endoscópica ou agulha de biópsia, ou se o resultado não afetar as opções de tratamento, um médico pode recomendar a espera até a cirurgia para obter uma amostra do tumor. Isso é feito em uma operação chamada laparotomia, onde o médico cria uma abertura no abdome para alcançar e remover diretamente o tumor.

 

Testar a amostra da biópsia

Uma vez que uma amostra do tumor é obtida, um médico que é especializado em testes laboratoriais (um patologista) a analisa sob um microscópio. Um patologista pode suspeitar que um tumor seja um GIST, mas ele não pode ter certeza disso sem um teste especial chamado imuno-histoquímica.

Neste teste, uma parte da amostra é tratada com anticorpos especiais artificiais que irão ligar apenas a proteína KIT (também conhecida como CD117). Os anticorpos causam alterações de cor se a proteína KIT está presente, que podem ser vistos sob um microscópio. Uma vez que a maioria das células GIST contém essa substância, mas as células da maioria dos outros tipos de câncer não, este teste pode ser útil em determinar se um tumor GI é um GIST ou não. Se as células tumorais não contêm KIT, elas serão analisadas para ver se têm a proteína produzida pelo gene PDGFRA. Ela é encontrada em cerca de 5% dos GISTs.

 

Exames de sangue

O seu médico poderá solicitar alguns exames de sangue, se ele suspeita que você possa ter um GIST. Um hemograma pode dizer se você está anêmico (baixa contagem de hemácias no sangue). Algumas pessoas com GIST podem tornar-se anêmicas devido ao sangramento do tumor.

Outros exames de sangue podem medir sua função hepática. Se os resultados destes testes são anormais, pode significar que o GIST se espalhou para o fígado.

Não há exames de sangue que possam identificar células cancerosas de GIST no sangue. Estes tumores não liberam substâncias conhecidas no sangue que possam ser usadas como marcadoras para medir a resposta de um GIST ao tratamento.

O tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) muitas vezes depende do grau de disseminação do tumor. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor, quando possível, mas terapias direcionadas e outros tratamentos, também podem ajudar em algumas situações.

 

Tumores menores, localizados

A cirurgia remove tumores menores. Em alguns pacientes, este é o único tratamento necessário. Ainda assim, mesmo quando eles são removidos completamente, cerca de metade dos GISTs voltam dentro de 2 anos. A chance de um GIST voltar é maior em tumores maiores e naqueles com células cancerosas que se dividem rapidamente (tem uma alta taxa mitótica). Se o médico achar que o câncer tem um alto risco de voltar a crescer, o tratamento com imatinib (Glivec) pode ser iniciado após a cirurgia. O tratamento com drogas anticâncer após o câncer ter sido completamente removido é conhecido como terapia adjuvante. Tomando imatinib após a cirurgia, reduz a chance de que o câncer volte durante os primeiros 2 anos após a cirurgia, mas não está claro e ele realmente impede completamente o câncer de voltar ou se ele apenas adia a sua volta. Até agora, ainda é muito cedo para dizer se este tratamento ajuda os pacientes a viverem mais. O uso do tratamento adjuvante para GISTs ainda está sendo estudado.

 

Tumores maiores localizados

Tumores maiores podem ser mais difíceis de remover completamente e podem requerer cirurgia mais extensa, o que poderia causar problemas de saúde mais tarde. Devido a isso, uma vez que a biópsia é feita para confirmar que o tumor é um GIST, o tratamento com imatinib normalmente é iniciado. É mantido pelo menos até que o tumor pare de diminuir. Então a cirurgia pode ser feita se o cirurgião considera que o tumor restante pode ser removido com segurança. Imatinib pode ser continuado após cirurgia para diminuir as chances de que o câncer volte. Se a cirurgia ainda não for possível, esta droga é frequentemente continuada enquanto parece ajudar.

 

Tumores que não são removíveis ou que se espalharam para locais distantes.

As opções de tratamento para GISTs que não são operáveis ou que tem metástase e dependem para onde se espalharam e quão extensiva é a propagação.
Para a maioria desses tumores, o imatinib é a opção preferida em primeiro lugar, já que pode diminuí-los. É continuada até que não seja mais eficaz (o tumor comece a crescer); Alguns tumores respondem ao aumento da dose de imatinib. Se o tumor diminui o suficiente, a cirurgia pode ser uma opção. Se o tumor continua a crescer ou os efeitos colaterais de imatinib são graves, a mudança para sunitinib pode ser útil.

Se o câncer se espalhou para apenas 1 ou 2 lugares no abdome (como o fígado), o cirurgião pode remover o tumor principal e tentar remover esses outros tumores também. Se este for o caso, você deve discutir os riscos e benefícios desta abordagem de tratamento com o seu médico e familiares. Normalmente, isso deve ser considerado apenas para tumores que estão crescendo lentamente ou para aqueles que causam complicações locais, tais como hemorragia incontrolável.

Há também novas maneiras de tratar cânceres que se espalharam para o fígado. Estes tratamentos podem incluir a criocirurgia (congelamento do tumor), ablação por radiofrequência (RFA, usando correntes elétricas para aquecer o tumor), a embolização (injeção de material em grandes vasos sanguíneos que alimentam o tumor para bloquear o fluxo de sangue), ou ablação de etanol (álcool concentrado para injeção no tumor). Estes métodos não requerem cirurgia. A sonda de congelamento, sonda de RFA ou agulha, são introduzidas através da pele e guiadas até o tumor pelo exame de TC (tomografia computadorizada) ou imagens de ultrassom. O valor destes tratamentos em pacientes com GIST não é totalmente conhecido, porque não existem estudos suficientes voltados para este tipo raro de câncer.

 

Tumores recorrentes

Quanto um câncer volta após tratamento, ele é chamado de recorrente. Se o câncer voltar (recorrer) em um local próximo ao que se iniciou, é chamado de recorrência local. Se recorrer em outros locais (como os pulmões ou fígado) é chamado de recorrência distante. Opções de tratamento para GISTs que se repetem após o tratamento dependerão da localização e extensão da recorrência.

Para a maioria das recorrências, os médicos provavelmente recomendarão o tratamento com imatinib, já que provavelmente oferece a melhor chance para redução dos tumores. Se a primeira dose de imatinib não funciona, a dose pode ser aumentada. Outra opção é tentar sunitinibe.

Se o câncer volta como um tumor único, bem definido, a remoção ou destruição do tumor pode ser uma opção. Os médicos ainda não estão certos se a remoção dos GISTs que voltam após o tratamento realmente ajudam as pessoas a viverem mais tempo. Alguns estudos descobriram que sim, mas outros estudos discordaram. Você deve discutir com seu médico e familiares sobre os riscos e benefícios deste tratamento.

 

Abaixo alguns tratamentos aplicados:
Cirurgia

O principal tratamento para um tumor de estroma gastrointestinal (GIST) que não se espalhou, é geralmente a cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover completamente todo o câncer.

Se o tumor é muito pequeno, muitas vezes pode ser removido com uma pequena área de tecido normal ao seu redor. Ao contrário de muitos outros cânceres, a remoção de linfonodos próximos geralmente não é necessária. Isto porque o GIST não costuma se espalhar para os linfonodos linfáticos. Para câncer pequeno, uma cirurgia keyhole (laparoscopia) pode ser suficiente.

Se um tumor for grande ou estiver crescendo em outros órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para remover completamente o tumor, o médico pode ter que remover partes de outros órgãos (como seções do intestino). Mesmo se o tumor for grande e se espalhou para outros órgãos, isto pode ajudar com que os pacientes vivam mais tempo. Também pode reduzir as chances de o tumor bloquear (impedir) mais tarde o trato digestivo. O cirurgião também pode remover os GISTs que se espalharam para outras partes do abdome, como o fígado.

Se o tumor não pode ser totalmente removido sem causar grandes problemas, o médico pode tentar tratar o paciente com a droga imatinib (ver a seção “Quimioterapia”) primeiro. O objetivo é reduzir o tumor o suficiente para tornar mais fácil de removê-lo com cirurgia.
Não importa que tipo de cirurgia seja feita, é muito importante que seja feita com cuidado por um cirurgião com experiência em tratar GIST. GISTs são tumores delicados, e muitos médicos têm manifestado suas preocupações sobre sangramento e o possível aumento do risco de propagação do câncer se a cápsula ao redor do tumor for aberta durante a cirurgia.

 

Terapia alvo

Imatinib (Glivec®)

Esta é uma droga útil para muitos pacientes com estágio avançado de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e também pode ajudar os pacientes com tumores de estágios menos avançados. Tem como alvo tanto a proteína KIT quanto a proteína PDGFRA, bloqueando sua capacidade de causar crescimento e divisão às células tumorais.

No geral, cerca de 2 em cada 3 pacientes tratados, tem os tumores diminuídos pelo menos pela metade. Em um pequeno número de pacientes só uma redução leve ou pelo menos, parada do crescimento. Em cerca de 15% dos pacientes, a droga não ajuda e o câncer continua crescendo.

Este tratamento não parece curar GIST avançado, mas pode ajudar as pessoas a viver com ele mais tempo e se sentirem melhor. Muitas vezes, o medicamento para de funcionar dentro de poucos anos e depois o câncer começa novamente. Aumentar a dose de imatinib pode ajudar a parar o crescimento do câncer por algum tempo, mas a dose mais elevada tem mais efeitos colaterais.

Esta droga é tomada como uma pílula diária. Os efeitos colaterais podem incluir ligeira indisposição gástrica, diarréia, dores musculares e erupções cutâneas. O estômago é diminuído se a droga for tomada com alimentos. Imatinib também pode levar à retenção de líquido. Muitas vezes trata-se apenas de um inchaço no rosto (ao redor dos olhos) ou tornozelos. Raramente a droga causa problemas mais graves, como líquido dentro dos pulmões ou cavidade abdominal. Pode afetar a função cardíaca em algumas pessoas.

 

Sunitinib 

Esta droga também pode ser útil no tratamento de GIST e é usada quando imatinib não funciona ou quando o paciente não pode tomar imatinib (devido aos efeitos colaterais). Atinge as proteínas KIT e PDGFRA (assim como várias outras que o imatinib não atinge). Parece ajudar cerca de 1 em cada 3 pacientes que não podem tomar imatinib. Sunitinibe causou a reduções de tumores em alguns poucos pacientes. O medicamente geralmente para o crescimento dos tumores por um tempo. Mais importante, os pacientes recebendo o medicamento podem viver mais tempo.

Sunitinib também é tomado como pílula. Os efeitos colaterais mais comuns de sunitinib são diarréia, irritação na boca e mudanças na coloração da pele. Efeitos colaterais mais graves podem incluir a pressão arterial elevada, aumento do risco de sangramento e inchaço.
Outras drogam que funcionam como imatinib e sunitinibe estão sendo estudadas no tratamento contra GIST.

 

Quimioterapia

A quimioterapia (quimio) é o uso de drogas para tratamento do câncer. Muitas vezes, estas drogas são injetadas na veia (IV) ou administradas via oral. Elas entram na corrente sanguínea e atingem o corpo todo, fazendo com que este tratamento seja potencialmente útil para cânceres que se espalharam além do órgão que se iniciaram. Qualquer droga usada para tratar um câncer pode ser considerada quimioterapia – mesmo as drogas de terapia alvo discutidas anteriormente.

Antes de estas drogas de terapia alvo terem sido descobertas como úteis no tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs), as drogas da quimioterapia tradicional eram utilizadas. Muitas vezes, a quimioterapia foi tida como usada para tratar um tipo de câncer chamado sarcoma. GISTs raramente diminuíram em resposta a estes medicamentos, de modo que este tipo de tratamento raramente é usado, agora que drogas como imatinib (Glivec) estão disponíveis.

 

 

Radioterapia

A radioterapia é o uso de raios-x de alta energia (ou partículas) para matar as células cancerosas. A radiação não é muito eficaz em tumores estromais gastrointestinais (GISTs), por isso é raramente usada. Mas pode ser usada para aliviar sintomas como a dor.
Efeitos colaterais da radioterapia podem incluir alterações na pele semelhantes a queimaduras solares ou leve bronzeado, náuseas, vômitos, diarréia e fadiga. Muitas vezes, estes desaparecem após um curto tempo. A radioterapia também pode tornar os efeitos colaterais da quimioterapia piores. Converse com seu médico sobre os potencias efeitos colaterais e as formas para reduzi-los ou aliviá-los.

 

CUIDADOS PÓS TRATAMENTO

Depois que seu tratamento estiver terminado, é muito importante ir a todas as consultas de acompanhamento. Durantes estas consultas, o seu médico irá perguntar sobre os sintomas, fazer exames físicos e exames de sangue e de imagem como tomografia computadorizada ou raios-x. O acompanhamento é necessário para verificar a recorrência do câncer ou a propagação, bem como os possíveis efeitos colaterais de certos tratamentos. Este é o momento para você fazer à sua equipe de cuidados de saúde todas as perguntas que você precisa de resposta e discutir quaisquer preocupações que você possa ter.

Quase qualquer tratamento de câncer pode ter efeitos colaterais. Alguns podem durar por algumas semanas a vários meses, mas outros podem ser permanentes. Não hesite em contar a sua equipe de tratamento de câncer sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais que o incomodem, para que possam ajudá-lo a gerenciá-los.

Também é importante manter o plano de saúde. Mesmo que ninguém queira pensar que seu câncer pode voltar, é sempre uma possibilidade. Se isso acontecer, a última coisa que quer é se preocupar em pagar pelo tratamento.

 

 Mudanças no estilo de vida durante e após o tratamento

Ter câncer e lidar com o tratamento pode ser demorado e emocionalmente desgastante, mas também pode ser um momento para olhar para sua vida de um modo novo.Talvez você esteja pensando em como melhorar a sua saúde a longo prazo. Algumas pessoas chegam a iniciar este processo durante o tratamento do câncer.

 

Faça escolhas mais saudáveis

Pense na sua vida antes de saber que tinha câncer. Houve coisas que você fez que fizeram você menos saudável? Talvez você tenha bebido muito álcool, ou comeu mais do que o necessário, ou fumou, ou não fez exercícios com muita frequência. Emocionalmente, talvez mantivesse seus sentimentos reprimidos ou talvez você deixou situações estressantes irem muito longe.

Agora não é o momento de se sentir culpado ou culpar a si mesmo. No entanto, você pode começar a fazer mudanças, hoje, que podem ter efeitos positivos para o resto de sua vida. Você não só vai se sentir melhor, como também se sentirá mais saudável. Qual é o melhor momento do que agora para aproveitar a motivação que você tem, como resultado de passar por uma experiência de mudança de vida como ter câncer?

Você pode começar a trabalhar nessas coisas as quais você se sente mais preocupação. Obtenha ajuda daqueles que são mais fortes para você.

 

Dieta e nutrição

Se alimentar corretamente pode ser um desafio para qualquer um, mas pode ficar ainda mais difícil durante e após o tratamento de câncer. Por exemplo, o tratamento muitas vezes pode mudar o sentido do paladar. Náusea pode ser um problema. Você pode perder apetite por um tempo e perder peso mesmo quando não quer. Por outro lado, algumas pessoas ganham peso mesmo sem comer mais. Isto pode ser frustrante também.

Se você está perdendo peso ou tem problemas com o sabor durante o tratamento, faça o melhor que pode com sua alimentação e lembre-se que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Você pode querer perguntar à sua equipe de tratamento do câncer, referência de um dentista, um especialista em nutrição que pode lhe dar idéias de como encontrar ajuda para comer pequenas porções a cada 2 ou 3 horas até se sentir melhor e poder voltar a sua rotina normal.

Uma das melhores coisas que você pode fazer depois do tratamento é colocar hábitos alimentares mais saudáveis no lugar. Você vai se surpreender com os benefícios a longo prazo de algumas mudanças simples, como o aumento da variedade de alimentos saudáveis que você come. Tente comer cinco ou mais porções de frutas e legumes todos os dias. Escolha grãos ao invés de farinha branca e açucares.

Tente limitar as carnes que são ricas em gordura. Cortar carnes processadas como salsichas, mortadelas e bacon. Se livrar deles por completo, se puder. Se você bebe álcool, limitar-se a 1 ou 2 drinques por dia no máximo. E não se esqueça de fazer algum tipo de exercício físico regular. A combinação de uma boa dieta e exercício físico regular irá ajudá-lo a manter um peso saudável e fazer com que se sinta mais enérgico.

 

Descanso, fadiga, trabalho e exercício

A fadiga é um sintoma muito comum em pessoas em tratamento de câncer. Ela geralmente não é um tipo comum de cansaço, mas uma exaustão “de cansaço nos ossos” que não melhora com o repouso. Para alguns, essa fadiga dura um longo tempo após o tratamento, e pode desencorajá-los à atividade física.

No entanto, o exercício pode realmente ajudar você a reduzir a fadiga. Estudos têm demonstrado que os pacientes que seguem um programa de exercícios adaptados às suas necessidades pessoais sentem-se melhor fisicamente e emocionalmente e podem lidar melhor com o câncer.

Se você está doente e precisa estar em repouso durante o tratamento, é normal esperar que sua aptidão, resistência e força muscular declinem. A fisioterapia pode ajudar você a manter a força e amplitude de movimentos em seus músculos, que podem ajudar você a combater a fadiga e a sensação de depressão que às vezes acompanha o cansaço.

Qualquer programa de atividade física deve se adequar a sua situação. Uma pessoa mais velha que nunca se exercitou não será capaz de assumir a mesma quantidade de exercícios como uma pessoa de 20 anos de idade, que joga tênis três vezes por semana. Se você não tiver se exercitado no últimos anos, mas ainda puder contornar a situação, pode pensar sobre realizar pequenas caminhadas.

Converse com a sua equipe de saúde antes de começar e pegue a opinião deles sobre os seus planos de exercício. Então, tente obter um companheiro de exercício para que você não o faça sozinho. Ter família ou amigos envolvidos quando se inicia um novo programa de exercícios pode lhe dar esse impulso extra de apoio para mantê-lo quando o impulso não estiver presente.

Se você está se sentindo muito cansado, porém, terá de equilibrar a atividade física com o repouso. É bom descansar quando você precisar.

É realmente difícil para uma pessoa se permitir a fazer isso quando têm de trabalhar o dia todo ou cuidar de uma família.

Exercícios podem melhorar sua saúde física e emocional
  • Melhoram sua aptidão cardiovascular (coração e circulação)
  • Fortalece seus músculos
  • Reduz a fadiga
  • Diminui a ansiedade e a depressão
  • Geralmente te faz se sentir mais feliz.
  • Ajuda a se sentir melhor com você mesmo.

A longo prazo, sabemos que o exercício desempenha um papel na prevenção de alguns tipos de câncer. A Sociedade Americana de Câncer, em suas orientações sobre atividade física para prevenção do câncer, recomenda que os adultos participem em pelo menos uma atividade física por 30 minutos ou mais em cinco dias ou mais da semana. Crianças e adolescentes são incentivados a experimentar pelo menos 60 minutos diários de atividade física energética em pelo menos 5 dias da semana.

 

E sobre sua saúde emocional?

Uma vez que seu tratamento termina, você pode encontrar-se arrebatado pelas emoções. Isto acontece a muitas pessoas. Você pode ter passado por tanto durante o tratamento que você só conseguia ter foco em passar por ele.

Agora você pode achar que pensa sobre o potencial de sua própria morte ou o efeito do câncer na sua família, amigos e carreira. Você também pode começar a reavaliar o seu relacionamento com seu cônjuge ou parceiro. Problemas inesperados podem também causar preocupação – por exemplo, como você se torna mais saudável e tem poucas consultas médicas, vai ver sua equipe de saúde com menos frequência o que pode ser uma fonte de ansiedade para alguns.

Este é um momento ideal para buscar apoio emocional e social. Você precisa de pessoas para as quais pode recorrer para buscar força e conforto. O apoio pode vir de várias formas: família, amigos, grupos de apoio ao câncer, igreja ou outros grupos espirituais, comunidades de apoio online, ou conselheiros individuais.

Quase todo mundo que passou por câncer pode se beneficiar em ter algum tipo de apoio. O que é melhor para você depende da sua situação e personalidade. Algumas pessoas se sentem seguras em redes de grupos de apoio ou grupos de educação. Outros preferem falar em um ambiente informal, como a igreja. Outros podem se sentir mais à vontade falando cara-a-cara com um amigo de confiança ou conselheiro. Seja qual for sua fonte de força ou conforto, certifique-se de ter um lugar para ir com suas preocupações.

A jornada do câncer pode ser muito solitária. Não necessário ou realista lidar com tudo isso por si mesmo. E seus amigos e familiares podem se sentir de lado se você decidir não incluí-los. Deixá-los entrar – e deixar qualquer pessoa que possa te fazer ajudar.

Você não pode mudar o fato de que tem câncer. O que você pode mudar é o modo de viver o resto de sua vida – fazer escolhas saudáveis e se sentir tão bem quanto possível, física e emocionalmente.

 

 O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?

Como você lida com o câncer e o tratamento do câncer, nós incentivamos você a falar abertamente com seu médico, enfermeiro e equipe de tratamento do câncer. Você deve sentir-se livre para fazer qualquer pergunta que está em sua mente, não importa quão pequena ela pareça ser. Aqui estão algumas questões que você pode querer perguntar. Certifique-se de adicionar suas próprias perguntas sobre o que pensa. Enfermeiros, assistentes sociais e outros membros da equipe de tratamento também podem ser capazes de responder a muitas de suas perguntas.

  • Onde meu tumor está localizado?
  • Qual a probabilidade de este tumor crescer o se espalhar rapidamente?
  • Meu tumor se espalhou além do local primário?
  • Qual é a estágio do meu câncer e o que isso significa no meu caso?
  • Quais as escolhas de tratamento eu tenho?
  • O que você recomenda e por quê?
  • Quais os riscos e efeitos colaterais existem nos tratamentos que você sugere?
  • Como o tratamento poderia afetar minhas atividades diárias?
  • Quais são as chances de meu câncer voltar com esses planos de tratamento? O que faríamos se isso acontecer?
  • O que eu devo saber para estar pronto para o tratamento?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Meu plano de saúde irá cobrir os gastos de todos os tratamentos que são recomendados?

Além dessas perguntas amostradas, não se esqueça de escrever algumas questões próprias. Por exemplo, você pode querer obter mais informações sobre uma segunda opinião ou sobre ensaios clínicos para os quais você pode se classificar.

 

O que acontece após o tratamento de tumores estromais gastrointestinais?

Completar o tratamento pode ser tanto estressante quanto emocionante. Você provavelmente vai se ver aliviado por concluir o tratamento, mas é difícil não se preocupar com a volta do câncer. (Quando o câncer retorna, é chamado de recorrência). Esta é uma preocupação muito comum entre aqueles que tiveram câncer.
Pode levar algum tempo antes de sua confiança em sua própria recuperação se tornar real e seus medos serem um pouco aliviados. Mesmo sem recorrências, as pessoas que tiveram câncer aprendem a viver com a incerteza.

O sistema de estadiamento utilizado para o Tumor Gastrointestinal/GIST é o TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC).

O que é TNM?

É a abreviatura de tumor, linfonodo e metástase. Este sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer:

  • O próprio tumor ( T + um número de 0 a 4 usa-se para descrever o tumor primário);
  • Os linfonodos regionais ao redor do tumor ( N + 0 a 3 usa-se para descrever se a doença disseminou para os gânglios linfáticos)
  • E se o tumor se espalhou para outras partes do corpo (M usa-se para descrever que a doença se espalhou para outros órgãos)

 

Mas, quais são os estágios?
Estágio IA
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IB
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T3, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IIIB
  • T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.

 

Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
Estágio I
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T1, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIB
  • T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.
Qual a diferença entre tumores ressecáveis e irressecáveis?

Tumores ressecáveis são aqueles que podem ser removidos, já os tumores irressecáveis são os que não podem ser retirados por completo, por estarem espalhados para outras regiões. Porém, o médico avalia cada paciente de uma forma, ele pode ter um tumor ressecável mas não poderá fazer a cirurgia por outros fatores, como o tamanho do tumor, a localização e se o paciente tem condições clínicas.

 

Fonte: American Cancer Society

O que é?

Tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os mais raros tumores do trato GI. No passado, pensava-se que eles se iniciavam no músculo ou em células nervosas no trato Gastro intesntinal (GI). Isto porque as células tumorais parecem com células musculares ou nervosas vistas no microscópio.

Sabemos agora que os GISTs se iniciam em células especiais encontradas na parede do trato GI chamadas células intersticiais de Cajal (ICCs) ou em células muito jovens que podem desenvolver-se em ICCs. Os ICCs são parte do sistema nervoso autônomo, a parte que regula os processos corporais. O sistema nervoso autônomo envia sinais para o trato GI dizendo para ele digerir o alimento. ICCs são, às vezes, chamados de “marcapassos” do sistema digestivo, pois mandam sinais aos músculos para contraírem, fazendo com que alimentos e líquidos se movam através do trato GI.

Nem todos os GISTs são cancerosos. Alguns  não crescem em outras áreas ou se espalham para outras partes do corpo.
Mais da metade dos GISTs iniciam-se no estômago. A maior parte dos remanescentes iniciam-se no intestino delgado, mas GISTs podem ser encontrados em qualquer parte do trato GI.

Outros cânceres do trato gastrointestinal

Cânceres podem ocorrer em qualquer lugar do trato GI – desde o esôfago até o ânus. Geralmente estes cânceres se iniciam em células glandulares que revestem a maior parte do trato GI. Os cânceres que se desenvolvem nestas células são chamados adenocarcinomas.

Algumas partes do trato GI, como a parte superior do esôfago e o término do ânus, são revestidas com células lisas chamadas de células escamosas. Estas células são do mesmo tipo das encontradas na superfície da pele. Cânceres iniciados nestas células são chamados de carcinomas de células escamosas.

O trato GI é também composto por células neuroendócrinas. Estas células têm algumas características em comum com células nervosas, mas outras características em comum com células produtoras de hormônio (endócrinas). Cânceres neuroendócrinos podem se desenvolver a partir destas células. Este tipo de câncer é raro no trato GI. Tumores carcinóides são exemplos de cânceres neuroendócrinos encontrados no trato GI.

Outros tipos de câncer que podem ser encontrados no trato GI incluem leiomiossarcoma, angiossarcoma e tumores na bainha de nervos periféricos. Eles surgem das células musculares, células dos vasos sanguíneos e células nervosas no trato GI.

GISTs são diferentes destes outros cânceres do trato GI. Primeiro de tudo, eles se iniciam em células de tipos diferentes. Os GISTs são também bem diferentes em seu prognóstico (perspectiva) e tratamento. Este é o motivo pelo qual médicos necessitam descobrir se um paciente tem GISTs, algum outro tipo de câncer ou uma condição não cancerosa.

É importante também que pacientes entendam que os GISTs não são como outros tipos de câncer do trato GI mais comuns. Aprendendo mais sobre os GISTs, os pacientes podem melhorar o cuidado à sua saúde e fazer decisões consistentes sobre as opções de tratamento.

Fatores de Risco

Um fator de risco é qualquer coisa que afete a chance de uma pessoa de contrair uma doença como o câncer. Cânceres diferentes têm diferentes fatores de risco. Por exemplo, expor a pele à luz solar intensa é um fator de risco para câncer de pele. Fumar é um fator de risco para câncer no pulmão e muitos outros cânceres. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que a pessoa terá a doença. E muitas pessoas que tem a doença podem nunca ter tido nenhum fator de risco conhecido.
Atualmente, existem bem poucos fatores de risco conhecidos para tumores estromais gastrointestinais (GISTs).

 

Síndromes genéticas

A maioria dos GISTs é esporádica (não herdada) e não tem causa clara. Em casos raros, porém, GISTs foram encontrados em vários membros da mesma família. Estes membros de família herdaram uma mutação genética que pode levar aos GISTs.

Síndrome do tumor estromal gastrointestinal familiar

Esta é uma condição herdada rara que leva ao aumento do risco de desenvolvimento de GISTs. Pessoas com esta condição herdada tendem a desenvolver GISTs em idades menores do que o geralmente ocorre. Eles também são mais prováveis a terem GISTs múltiplos. Mais frequentemente, esta síndrome é causada por uma cópia anormal do gene c-kit que é passado de pais para filhos. O gene c-kit é o mesmo gene que é mutado (modificado) na maioria dos GISTs esporádicos. Em pessoas que herdaram o gene anormal, ele está presente em todas as células do corpo, enquanto que pessoas que tem GISTs esporádicos, ele é apenas encontrado nas células cancerosas. Em poucos casos, uma cópia anormal de um gene diferente, o gene PDGFRA, causa esta síndrome genética. Defeitos no gene PDGFRA são encontrados em cerca de 5% dos GISTs esporádicos. Às vezes, pessoas com síndrome de GISTs familiar também tem manchas na pele como aqueles vistos em pacientes com neurofibromatose (discutido abaixo). Antes de testes para c-kit e PDGFRA estarem disponíveis, pensava-se erroneamente que algumas dessas pessoas tinham neurofibromatose.

 

Neurofibromatose de Tipo 1 (ou doença de von Recklinghausen)

É uma doença que é geralmente herdada. É causada por defeitos no gene NF1. Pessoas afetadas por esta síndrome têm muitos tumores benignos que se formam nos nervos (chamados neurofibromas). Estes tumores se formam abaixo da pele e em outras partes do corpo. Eles também tem um tipo de mancha castanha ou marrom na pele (chamadas manchas de caféau lait). Pessoas com esta condição têm um alto risco de GISTs e muitos outros cânceres.

 

Nós sabemos o que causa os tumores estromais gastrointestinais?

Em anos recentes, cientistas tem tido um grande progresso no aprendizado de como certas mudanças no DNA podem fazer com que células normais tornem-se cancerosas. O DNA é a substância química que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. Nós parecemos com nossos pais porque eles são a fonte do nosso DNA. Mas o DNA afeta mais do que a nossa aparência. Alguns genes (partes de nosso DNA) contêm instruções para controlar quando as células crescem ou se dividem.

O tempo todo a célula se prepara para se dividir em 2 novas células, e devem então duplicar seu DNA. Este processo não é perfeito e, algumas vezes ocorrem erros, especialmente se as células estão crescendo rapidamente. Estes erros de cópia resultam em um defeito (ou mutação) no gene.

Certos genes que promovem o crescimento e divisão celular são chamados oncogenes. Outros que diminuem a divisão celular ou causam a morte celular no tempo certo são chamados genes supressores de tumor. Nós sabemos que cânceres podem ser causados por mutações no DNA (defeitos) que ligam os oncogenes ou desligam os genes supressores de tumor.

Algumas pessoas com certos tipos de câncer têm mutações no DNA que herdaram de um genitor, o que aumenta seu risco para doença. Há poucas famílias que tem tumores estromais gastrointestinais (GISTs) causados por mutação passada de pais para filhos. Mas a maioria das mutações do DNA relacionadas aos GISTs não são herdadas. Estas mutações ocorrem sem razão aparente e são chamadas esporádicas.

Não sabemos exatamente o que causa os GISTs, mas sabemos que células de câncer da maioria dos pacientes com GIST têm uma alteração em um oncogene chamado c-kit. O gene c-kit é encontrado em todas as células do corpo. Ele leva à formação de uma proteína chamada KIT. Esta proteína faz com que a célula cresça e se divida. Geralmente o gene c-kit está inativo. Ele apenas é ativado se há necessidade de mais células intersticiais de Cajal (CICs). Na maioria dos GISTs, o gene c-kit está mutado e sempre ativo. Isto deve explicar porque o câncer se forma. As células estão sempre crescendo e se dividindo. Em algumas das famílias que há muitos membros com GISTs, médicos encontraram mutações herdadas no gene c-kit.

Em alguns GISTs, uma mutação de gene diferente faz com que a célula produza muito da proteína chamada PDGFRA. Ela tem o mesmo efeito na célula que a KIT.

Estas proteínas (KIT e PDGFRA) agem como uma enzima chamada tirosina quinase. Elas são importantes no diagnóstico e tratamento de GISTs.

 

Fatores prognósticos

Para GISTs, fatores como tamanho do tumor, seu grau e se ele já mostrou sinais de disseminação no abdome, podem ser úteis em predizer a rapidez com que o câncer crescerá e como será a probabilidade de retorno após o tratamento. Antes de o sistema de estadiamento ter sido desenvolvido, os médicos muitas vezes usavam estes fatores para ajudar a prever o desfecho de pacientes com GIST, bem como para selecionar o melhor tratamento.

O tamanho do tumor pode dar uma indicação do prognóstico (perspectiva). Tumores menores (geralmente aqueles com menos de 2 polegadas de diâmetro) tendem a ser menos propensos a se espalhar e ter resultados melhores que os maiores. A melhor perspectiva é para tumores menores que 1 polegadas.
Um outro fator prognóstico é o grau histológico do tumor – a sua tendência para crescer e se espalhar mais rapidamente, com base em como células se parecem sob o microscópio. Para GISTs, isto é feito descobrindo quantas células há em divisão ou em mitose. O patologista olha para muitas áreas diferentes (ou campos) de uma amostra do tumor sob o microscópio e conta o número real de células em divisão. Ao fazer essas contagens, o médico vem com um número chamado mitoses por campo de alta potência. Este número irá ajudar a prever se o GIST é mais provável de ser um câncer ou um tumor benigno.
Os médicos geralmente usam esses fatores para separar os pacientes em grupos de muito baixo, baixo, intermediário ou alto risco. Esses agrupamentos descrevem o risco de o câncer se espalhar para áreas distantes do corpo.
Se um tumor já se espalhou ou não para outras áreas quando encontrado pela primeira vez é um fator importante para determinar sua perspectiva. Ele pode ter um efeito se certas opções de tratamento, como a cirurgia, estão disponíveis.
Quando estes tumores são cancerosos e se espalham para longe do local inicial (primário), se espalham na maioria das vezes no interior do abdome e, em particular, para o fígado. Menos frequentemente, eles também podem se espalhar para os rins e ossos. A propagação para nódulos linfáticos, cérebro e outros lugares não é comum. Em cerca de metade dos casos, o tumor ainda está localizado onde foi encontrado; uma vez dentre quatro ele se espalha para tecidos nas proximidades e uma vez dentre quatro ele se espalha para locais distantes.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser prevenidos?

Nós ainda não conhecemos nenhuma maneira de prevenir tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Nós sabemos que em alguns casos raros a doença tem sido diagnosticada em membros da mesma família, mas este não é um fator que pode ser controlado.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser encontrados cedo?

Triagem refere-se a testes e exames usados para encontrar uma doença como câncer em pessoas que não tem nenhum sintoma. A American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) tem recomendações para testes de triagem para encontrar vários tipos comuns de câncer o mais cedo possível. Mas testes de triagem não têm sido eficazes para tumores raros como tumores estromais gastrointestinais (GISTs), e testes de rotina para pessoas sem nenhum sintoma não são recomendados.
GISTs tem chance de serem descobertos cedo. Algumas vezes, são observados em um exame para outro problema, como durante uma colonoscopia para verificar câncer de cólon. Raramente, um GIST pode ser diagnosticado com teste de imagem, como exame de tomografia computadorizada (exame TC) ou estudo de bário, que é realizado para outro motivo.
GISTs podem também ser encontrados acidentalmente (inesperadamente) durante uma cirurgia abdominal para outro problema.

Sintomas

A maioria dos tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago ou no intestino delgado. Estes tumores podem não causar nenhum sintoma a menos que eles estejam em um determinado local ou cresçam a um certo tamanho.

Os sintomas mais comuns de GISTs são:
• Dor ou desconforto abdominal (barriga)
• Náusea, vômito
• Sentir-se cheio após uma pequena quantidade de comida
• Perda de apetite
• Perda de peso
• Problemas para engolir (para tumores no esôfago)
• Sangramento dentro do trato gastrointestinal
Se o sangramento é rápido o suficiente, ele fazer evacuações negras e tardias. Sangramentos mais lentos podem não mudar a cor das evacuações, mas pode levar à anemia (contagem baixa de hemácias). Isto pode fazer com que uma pessoa se sinta cansada e fraca. Se o tumor sangrar dentro do estômago, pode causar vômito de sangue ao paciente.

Em alguns casos uma pessoa pode sentir o crescimento (tumor) em seu abdome. Se o câncer se espalha para o fígado, ele pode se tornar maior.

Em alguns casos o tumor pode crescer dentro do intestino e bloqueá-lo. Isto é chamado de obstrução intestinal e causa dor abdominal grave e vômito. Cirurgia de emergência é frequentemente requerida para tratar o bloqueio.

Tumores pequenos podem não causar nenhum sintoma. Eles são encontrados acidentalmente quando o médico está procurando por outro problema. Eles são geralmente benignos.

Se houver uma razão para suspeitar que você possa ter GIST, o médico irá usar um ou mais métodos para descobrir se a doença está realmente presente.

Diagnóstico
Histórico médico e exame físico

Para saber sobre seu histórico médico, o médico irá perguntar sobre sintomas e fatores de risco que você possa ter. Se você tem um ou mais sintomas que sugiram que você tenha GIST, o médico irá perguntar sobre quais destes que possam ser causados por uma massa no esôfago, estômago, intestino ou reto. Um exame físico inteiro pode fornecer evidências de um GIST, como massa no abdome ou outros problemas de saúde.

 

Testes de imagem

Seu médico pode pedir um teste de imagem para ajudar a encontrar a causa de seus sintomas.

 

Raios-x de bário

Para estes estudos (exames), uma solução contendo bário é usada para cobrir o revestimento do esôfago, estômago e intestinos. Isso faz com que anormalidades sejam vistas mais facilmente no revestimento pelo raio-x. Estes exames são úteis, às vezes, no diagnóstico de tumores no GI. Eles são menos eficazes em encontrar tumores no intestino delgado. Você provavelmente terá de iniciar o jejum à noite antes do exame. Se o cólon estiver sendo examinado, você pode precisar de laxativos e/ou enemas para limpar o intestino na noite anterior da manhã do exame.

 

Deglutição de bário

Este exame (também conhecido como séries GI superior) é usado para olhar para o revestimento do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. Pacientes que fazem este exame bebem uma solução de bário antes que as imagens de raio-x sejam realizadas.

 

Através do intestino delgado

Esta é uma continuação da deglutição de bário que é, algumas vezes, usada para olhar para problemas no intestino delgado. Para este exame, raios-x são tirados em intervalos regulares ao longo do curso de poucas horas, assim que o bário passa através dos intestinos.

 

Enteróclise

Este procedimento é uma outra maneira de olhar para o intestino delgado. Neste exame, um tubo fino é passado através da boca ou nariz para o esôfago, e através do estômago até o início do intestino delgado. O bário é enviado através do tubo, junto com uma substância que cria mais ar nos intestinos, causando expansão. Raios-x do intestino são tirados. Este exame pode proporcionar imagens melhores do intestino delgado do que através do intestino delgado, mas é também mais desconfortável.

 

Enema de bário

Este exame (também conhecido como GI inferior sérico) é usado para olhar para a superfície interior do intestino grosso. Para este exame, a solução de bário é dada através do ânus enquanto o paciente está deitado na mesa de raio-x. Quando o cólon está quase repleto pela metade de bário, o paciente se vira, assim o bário se espalha através do cólon. Para um enema de bário regular, raios-x são tirados. Depois que o bário é colocado no cólon, ar deve ser soprado para dentro ajudando a empurrar o bário através da parede do cólon, para melhor recobrir a superfície interior. Depois, raios-x são tirados. Isto é chamado de enema de bário por contraste de ar (também conhecido como enema de bário de duplo contraste).
Raios-x de bário são menos usados nos dias de hoje que antes. Em muitos casos estão sendo substituídos por endoscopia – onde o médico geralmente olha para dentro do cólon ou estômago com uma fibra ótica estreita.

 

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um procedimento de raios-X que produz imagens detalhadas, transversais de seu corpo. Ao contrário de produzir uma imagem, como o raio-x padrão, um exame de TC tira muitas imagens girando ao seu redor. Um computador então combina as imagens de fatias de parte do seu corpo que está sendo estudado.

Antes que qualquer imagem seja tirada, será solicitado a você para engolir um líquido de contraste oral. Ele ajuda a delinear seu trato intestinal para fazer com que os tumores sejam mais fáceis de ver. Você também pode receber um revestimento intravenoso (IV) de modo que um corante possa ser injetado (contraste IV). Isto pode melhorar a delinear as estruturas do seu corpo.

A injeção IV pode causar algum rubor (vermelhidão e sensação de calor). Algumas pessoas são alérgicas e apresentam urticária ou, raramente, reações mais graves como problemas respiratórios e pressão sanguínea baixa. Medicamentos podem ser dados a fim de prevenir e tratar qualquer reação alérgica, dessa maneira, é importante para você fazer com que seu médico saiba, antes do exame, de qualquer reação prévia que você possa ter ao material de contraste usado para os raios-x.

Exames de TC demoram mais que raios-x regulares. Você precisa estar deitado sobre uma mesa, e a parte do seu corpo a ser analisada é colocada dentro do scanner, uma máquina de forma cilíndrica que circunda completamente a mesa. O exame é indolor, mas você pode se sentir desconfortável em manter algumas certas posições por alguns minutos de tempo.

Exames de TC são úteis em pacientes com GISTs para descobrir a localização e o tamanho do tumor, assim como para analisar se ele se espalhou dentro do abdome ou fígado.

Em alguns casos, exames de TC podem ser usados para guiar uma agulha de biópsia precisamente dentro de um câncer suspeito ou de uma lesão metastática. Entretanto, devido ao exame ser de risco quando um GIST está envolvido (sangramento, possível risco aumentado de espalhamento do tumor), estes tipos de biópsias são geralmente feitas se um resultado puder afetar a decisão do tratamento. (Para mais informações, veja informações sobre biópsia abaixo).

 

Ressonância magnética

Ressonância magnética (RM) utiliza ondas de radiofrequência e magnetos fortes ao invés de raios-x. A energia das ondas de radiofrequência é absorvida e depois liberada em um padrão formado pelo tipo de tecido e por certas doenças. Um computador traduz o padrão em imagens muito detalhadas de partes do corpo. Não apenas produz fatias transversais do corpo como um exame de TC, mas também ajuda a produzir fatias que são paralelas com o comprimento de seu corpo. Um material de contraste pode ser injetado assim como exames de TC, mas é menos usado.

Exames de RM são um pouco mais desconfortáveis que exames de TC. Eles demoram mais – geralmente até uma hora. Você tem que deitar dentro de um tubo, o qual é confinado, o que pode perturbar algumas pessoas com medo de locais fechados (claustrofobia). Recentemente, máquinas de RM “abertas” podem ser mais fáceis de tolerar, mas elas são menos frequentes. A máquina também produz alguns zunidos e barulhos de cliques que algumas pessoas podem achar perturbadores. Muitos lugares fornecem plugues de ouvido ou fones de ouvido com música para bloquear o barulho.

Exames de RM são úteis em GISTs para descobrir a extensão do câncer no abdome, mas geralmente exames de TC são suficientes. Eles também são úteis em analisar o retorno do câncer (recorrência) ou propagação (metástase) para órgãos distantes, particularmente no cérebro ou coluna.

 

Tomografia por emissão de pósitron

Tomografia por emissão de pósitron (TEP) tem se tornado um dos exames mais úteis para detectar GISTs. Nos exames de TEP, baixo nível de glicose (açúcar) radioativa é injetada pela veia do paciente. Células de câncer usam açúcar muito mais rápido que células normais, assim o tumor utiliza o material muito mais rapidamente. Uma câmera especial pode ser usada para detectar áreas radioativas no corpo.

Este teste pode ser útil para encontrar áreas de propagação do câncer. Exames de TEP são mais usados para descobrir se uma medicação de tratamento está funcionando. O exame geralmente é obtido no mínimo 4 semanas depois do início do medicamento. Se o medicamento estiver funcionando, o tumor irá parar de usar glicose radioativa. Se o tumor ainda estiver usando a glicose, seu médico pode decidir sobre a mudança do medicamento de tratamento.

Algumas máquinas de imagem combinam exames de TEP com exames de TC para melhor identificar áreas de propagação do tumor.

 

Endoscopia

Estes exames usam um tubo flexível iluminado (endoscópio) com uma câmera de vídeo em sua extremidade. A câmera envia as imagens para uma tela de vídeo para que o médico possa ver claramente quaisquer massas (tumores) na mucosa de órgãos digestivos. Se áreas anormais são encontradas, pequenos pedaços de tecido podem ser retirados através do endoscópio (biópsia). O tecido pode ser analisado sob o microscópio a fim de descobrir se o câncer está presente e que tipo de câncer ele é.

Ao olhar para o trato GI com um endoscópio, o médico pode ver apenas uma protuberância sob a superfície normalmente lisa, caso um GIST esteja presente. Isto porque os tumores GIST estão muitas vezes abaixo do revestimento (mucosa) do trato gastrointestinal. Isso os torna mais difícil de ver com endoscopia que os tumores do trato GI mais comuns. GISTs que estão abaixo da mucosa (submucosa) também são mais difíceis de sofrerem biópsia pelo endoscópio. É por isso que apenas cerca da metade dos GISTs são diagnosticados antes da cirurgia.

Se os pedaços do tumor através do revestimento do trato GI são fáceis de ver, há uma maior chance de que o GIST seja canceroso (maligno).

 

Endoscopia superior (também conhecida como esofâgogastroduodenoscopia ou EGD)

Os pacientes recebem medicamentos para ficarem sonolentos (sedados). Em seguida, um endoscópio é passado através da boca para observar o esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado.

 

Colonoscopia (também conhecida como endoscopia inferior)

Um tipo de endoscópio conhecido como colonoscópio, é introduzido através do ânus até o cólon. Isso permite com que o médico veja completamente os revestimentos do reto e do cólon. Para obter uma boa análise no interior do cólon, este deve estar vazio e limpo antes do exame. Isso significa muitas vezes, utilizar um laxante forte na noite anterior. Às vezes também são necessários enemas na manhã do procedimento para se certificar de que os intestinos estejam vazios. A você será proporcionado um medicamento intravenoso (IV; dentro da veia) para fazer com que você se sinta relaxado e sonolento durante o procedimento. Uma colonoscopia pode ser feita em um ambulatório de hospital, numa clínica ou num consultório médico. Ele geralmente leva de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais tempo se o tumor for visto e/ou uma biópsia for feita.

 

Cápsula endoscópica

Infelizmente, nem a endoscopia superior nem a inferior podem atingir todas as áreas do intestino delgado. A cápsula endoscópica é uma maneira de analisar o intestino delgado. Este procedimento não utiliza realmente um endoscópio. Ao invés disso, o paciente ingere uma cápsula (aproximadamente do tamanho de uma pílula grande de vitamina) que contém uma fonte de luz e uma câmera muito pequena. Como qualquer outra pílula, a cápsula passa pelo estômago e pelo intestino delgado. Como ele se desloca (geralmente ao longo de 8 horas) tira milhares de fotos. Estas imagens são transmitidas eletronicamente a um dispositivo usado ao redor da cintura da pessoa. As fotos podem ser baixadas para um computador onde o médico pode vê-las como um vídeo. A cápsula é eliminada do corpo durante evacuação normal e é descartada. Este exame não requer sedação – o paciente pode continuar suas atividades diárias normais enquanto a cápsula se desloca através do trato gastrointestinal. Este técnica é relativamente nova e a melhor maneira de usá-la ainda está sendo estudada.

 

Enteroscopia de duplo balão

Esta é uma outra maneira de analisar o intestino delgado. O intestino delgado é muito longo (20 pés) com demasiadas curvas para ser bem analisado com endoscopia normal. Este método contorna estes problemas utilizando-se de um endoscópio especial que é composto por 2 tubos, um dentro do outro. Primeiro, o tubo interno, que é um endoscópio, avança cerca de um pé e então um balão em sua extremidade é insuflado para ancorá-lo. Em seguida, o tubo exterior avança para perto da extremidade do tubo interno e é então posicionado no local com um balão. Este procedimento continua se repetindo várias vezes, permitindo que o médico veja o intestino a cada pé de distância. O procedimento é feito após o paciente receber medicamentos que o deixem sonolento. A principal vantagem que este teste leva em relação ao da cápsula endoscópica é que o médico pode fazer uma biópsia caso algo anormal seja visto.

 

Ultrassonografia endoscópica

O ultrassom usa ondas sonoras para tirar fotos de partes do corpo. Para a maioria dos ultrassons, o transdutor (uma sonda que emite ondas sonoras) é colocado sobre a pele. Para uma ultrassonografia endoscópica, a sonda de ultra-som é colocada na extremidade de um endoscópio. Isto permite com que a sonda seja colocada muito próxima (ou em cima do) tumor. Como uma ultra-sonografia regular, a sonda emite ondas sonoras de alta frequência e, em seguida, detecta os ecos de ondas sonoras que soam através dos tecidos da parede do trato digestivo. Um computador então traduz o padrão de ecos em uma imagem da área a ser analisada.

Ultrassom endoscópico pode ser usado para encontrar a localização exata do GIST e determinar seu tamanho. É útil em descobrir o quão profundamente um tumor cresceu na parede do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino ou reto). O teste também pode ajudar a prever se o tumor se espalhou para os linfonodos ou começou a crescer em tecidos próximos. Em alguns casos, pode ser usado para ajudar a guiar uma biópsia (veja abaixo).

 

Biópsia

Mesmo que uma massa seja encontrada pelo raio-x de bário ou tomografia computadorizada, estes exames de imagem não podem dizer se a massa é um GIST ou algum outro tipo de tumor (benigno ou canceroso), ou se é alguma outra condição (como uma infecção). A única maneira de saber ao certo o que é, é através da remoção das células da área anormal e analisá-las sob um microscópio. Este procedimento é chamado de biópsia. Existem várias maneiras de retirar uma amostra de tumor do trato GI.

 

Biópsia endoscópica

Amostras de biópsia podem ser obtidas através do endoscópio. Quando um tumor é encontrado, o médico pode operar uma pinça de biópsia (garras ou pinças) através do tubo para tirar uma pequena amostra do tumor. Mesmo que a amostra for muito pequena, os médicos normalmente poderão fazer um diagnóstico preciso. Em aproximadamente metade dos casos, a biópsia não conterá o câncer, uma vez que este cresce sob o revestimento do intestino ou do estômago. (A pinça de biópsia não pode ir fundo o suficiente).
O sangramento de um GIST após a biópsia é raro, mas pode ser um grave problema. Se isso ocorrer, os médicos podem, algumas vezes, injetar drogas que contraiam os vasos sanguíneos através do endoscópio até que o tumor pare de sangrar.

 

Agulha de biópsia fina

Em alguns casos, uma amostra de biópsia é obtida com uma agulha fina e oca. O médico coloca esta agulha no tumor enquanto está sendo guiado por exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ultrassom endoscópico. Estes tipos de biópsias devem ser feitas com cuidado e geralmente são feitas apenas se irão ajudar na determinação das opções de tratamento, porque os médicos têm a preocupação de que possam causar hemorragias ou, possivelmente, aumentar os riscos de o câncer se espalhar.

 

Biópsia cirúrgica

Se uma amostra não pode ser obtida a partir de uma biópsia endoscópica ou agulha de biópsia, ou se o resultado não afetar as opções de tratamento, um médico pode recomendar a espera até a cirurgia para obter uma amostra do tumor. Isso é feito em uma operação chamada laparotomia, onde o médico cria uma abertura no abdome para alcançar e remover diretamente o tumor.

 

Testar a amostra da biópsia

Uma vez que uma amostra do tumor é obtida, um médico que é especializado em testes laboratoriais (um patologista) a analisa sob um microscópio. Um patologista pode suspeitar que um tumor seja um GIST, mas ele não pode ter certeza disso sem um teste especial chamado imuno-histoquímica.

Neste teste, uma parte da amostra é tratada com anticorpos especiais artificiais que irão ligar apenas a proteína KIT (também conhecida como CD117). Os anticorpos causam alterações de cor se a proteína KIT está presente, que podem ser vistos sob um microscópio. Uma vez que a maioria das células GIST contém essa substância, mas as células da maioria dos outros tipos de câncer não, este teste pode ser útil em determinar se um tumor GI é um GIST ou não. Se as células tumorais não contêm KIT, elas serão analisadas para ver se têm a proteína produzida pelo gene PDGFRA. Ela é encontrada em cerca de 5% dos GISTs.

 

Exames de sangue

O seu médico poderá solicitar alguns exames de sangue, se ele suspeita que você possa ter um GIST. Um hemograma pode dizer se você está anêmico (baixa contagem de hemácias no sangue). Algumas pessoas com GIST podem tornar-se anêmicas devido ao sangramento do tumor.

Outros exames de sangue podem medir sua função hepática. Se os resultados destes testes são anormais, pode significar que o GIST se espalhou para o fígado.

Não há exames de sangue que possam identificar células cancerosas de GIST no sangue. Estes tumores não liberam substâncias conhecidas no sangue que possam ser usadas como marcadoras para medir a resposta de um GIST ao tratamento.

Tratamento

O tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) muitas vezes depende do grau de disseminação do tumor. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor, quando possível, mas terapias direcionadas e outros tratamentos, também podem ajudar em algumas situações.

 

Tumores menores, localizados

A cirurgia remove tumores menores. Em alguns pacientes, este é o único tratamento necessário. Ainda assim, mesmo quando eles são removidos completamente, cerca de metade dos GISTs voltam dentro de 2 anos. A chance de um GIST voltar é maior em tumores maiores e naqueles com células cancerosas que se dividem rapidamente (tem uma alta taxa mitótica). Se o médico achar que o câncer tem um alto risco de voltar a crescer, o tratamento com imatinib (Glivec) pode ser iniciado após a cirurgia. O tratamento com drogas anticâncer após o câncer ter sido completamente removido é conhecido como terapia adjuvante. Tomando imatinib após a cirurgia, reduz a chance de que o câncer volte durante os primeiros 2 anos após a cirurgia, mas não está claro e ele realmente impede completamente o câncer de voltar ou se ele apenas adia a sua volta. Até agora, ainda é muito cedo para dizer se este tratamento ajuda os pacientes a viverem mais. O uso do tratamento adjuvante para GISTs ainda está sendo estudado.

 

Tumores maiores localizados

Tumores maiores podem ser mais difíceis de remover completamente e podem requerer cirurgia mais extensa, o que poderia causar problemas de saúde mais tarde. Devido a isso, uma vez que a biópsia é feita para confirmar que o tumor é um GIST, o tratamento com imatinib normalmente é iniciado. É mantido pelo menos até que o tumor pare de diminuir. Então a cirurgia pode ser feita se o cirurgião considera que o tumor restante pode ser removido com segurança. Imatinib pode ser continuado após cirurgia para diminuir as chances de que o câncer volte. Se a cirurgia ainda não for possível, esta droga é frequentemente continuada enquanto parece ajudar.

 

Tumores que não são removíveis ou que se espalharam para locais distantes.

As opções de tratamento para GISTs que não são operáveis ou que tem metástase e dependem para onde se espalharam e quão extensiva é a propagação.
Para a maioria desses tumores, o imatinib é a opção preferida em primeiro lugar, já que pode diminuí-los. É continuada até que não seja mais eficaz (o tumor comece a crescer); Alguns tumores respondem ao aumento da dose de imatinib. Se o tumor diminui o suficiente, a cirurgia pode ser uma opção. Se o tumor continua a crescer ou os efeitos colaterais de imatinib são graves, a mudança para sunitinib pode ser útil.

Se o câncer se espalhou para apenas 1 ou 2 lugares no abdome (como o fígado), o cirurgião pode remover o tumor principal e tentar remover esses outros tumores também. Se este for o caso, você deve discutir os riscos e benefícios desta abordagem de tratamento com o seu médico e familiares. Normalmente, isso deve ser considerado apenas para tumores que estão crescendo lentamente ou para aqueles que causam complicações locais, tais como hemorragia incontrolável.

Há também novas maneiras de tratar cânceres que se espalharam para o fígado. Estes tratamentos podem incluir a criocirurgia (congelamento do tumor), ablação por radiofrequência (RFA, usando correntes elétricas para aquecer o tumor), a embolização (injeção de material em grandes vasos sanguíneos que alimentam o tumor para bloquear o fluxo de sangue), ou ablação de etanol (álcool concentrado para injeção no tumor). Estes métodos não requerem cirurgia. A sonda de congelamento, sonda de RFA ou agulha, são introduzidas através da pele e guiadas até o tumor pelo exame de TC (tomografia computadorizada) ou imagens de ultrassom. O valor destes tratamentos em pacientes com GIST não é totalmente conhecido, porque não existem estudos suficientes voltados para este tipo raro de câncer.

 

Tumores recorrentes

Quanto um câncer volta após tratamento, ele é chamado de recorrente. Se o câncer voltar (recorrer) em um local próximo ao que se iniciou, é chamado de recorrência local. Se recorrer em outros locais (como os pulmões ou fígado) é chamado de recorrência distante. Opções de tratamento para GISTs que se repetem após o tratamento dependerão da localização e extensão da recorrência.

Para a maioria das recorrências, os médicos provavelmente recomendarão o tratamento com imatinib, já que provavelmente oferece a melhor chance para redução dos tumores. Se a primeira dose de imatinib não funciona, a dose pode ser aumentada. Outra opção é tentar sunitinibe.

Se o câncer volta como um tumor único, bem definido, a remoção ou destruição do tumor pode ser uma opção. Os médicos ainda não estão certos se a remoção dos GISTs que voltam após o tratamento realmente ajudam as pessoas a viverem mais tempo. Alguns estudos descobriram que sim, mas outros estudos discordaram. Você deve discutir com seu médico e familiares sobre os riscos e benefícios deste tratamento.

 

Abaixo alguns tratamentos aplicados:
Cirurgia

O principal tratamento para um tumor de estroma gastrointestinal (GIST) que não se espalhou, é geralmente a cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover completamente todo o câncer.

Se o tumor é muito pequeno, muitas vezes pode ser removido com uma pequena área de tecido normal ao seu redor. Ao contrário de muitos outros cânceres, a remoção de linfonodos próximos geralmente não é necessária. Isto porque o GIST não costuma se espalhar para os linfonodos linfáticos. Para câncer pequeno, uma cirurgia keyhole (laparoscopia) pode ser suficiente.

Se um tumor for grande ou estiver crescendo em outros órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para remover completamente o tumor, o médico pode ter que remover partes de outros órgãos (como seções do intestino). Mesmo se o tumor for grande e se espalhou para outros órgãos, isto pode ajudar com que os pacientes vivam mais tempo. Também pode reduzir as chances de o tumor bloquear (impedir) mais tarde o trato digestivo. O cirurgião também pode remover os GISTs que se espalharam para outras partes do abdome, como o fígado.

Se o tumor não pode ser totalmente removido sem causar grandes problemas, o médico pode tentar tratar o paciente com a droga imatinib (ver a seção “Quimioterapia”) primeiro. O objetivo é reduzir o tumor o suficiente para tornar mais fácil de removê-lo com cirurgia.
Não importa que tipo de cirurgia seja feita, é muito importante que seja feita com cuidado por um cirurgião com experiência em tratar GIST. GISTs são tumores delicados, e muitos médicos têm manifestado suas preocupações sobre sangramento e o possível aumento do risco de propagação do câncer se a cápsula ao redor do tumor for aberta durante a cirurgia.

 

Terapia alvo

Imatinib (Glivec®)

Esta é uma droga útil para muitos pacientes com estágio avançado de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e também pode ajudar os pacientes com tumores de estágios menos avançados. Tem como alvo tanto a proteína KIT quanto a proteína PDGFRA, bloqueando sua capacidade de causar crescimento e divisão às células tumorais.

No geral, cerca de 2 em cada 3 pacientes tratados, tem os tumores diminuídos pelo menos pela metade. Em um pequeno número de pacientes só uma redução leve ou pelo menos, parada do crescimento. Em cerca de 15% dos pacientes, a droga não ajuda e o câncer continua crescendo.

Este tratamento não parece curar GIST avançado, mas pode ajudar as pessoas a viver com ele mais tempo e se sentirem melhor. Muitas vezes, o medicamento para de funcionar dentro de poucos anos e depois o câncer começa novamente. Aumentar a dose de imatinib pode ajudar a parar o crescimento do câncer por algum tempo, mas a dose mais elevada tem mais efeitos colaterais.

Esta droga é tomada como uma pílula diária. Os efeitos colaterais podem incluir ligeira indisposição gástrica, diarréia, dores musculares e erupções cutâneas. O estômago é diminuído se a droga for tomada com alimentos. Imatinib também pode levar à retenção de líquido. Muitas vezes trata-se apenas de um inchaço no rosto (ao redor dos olhos) ou tornozelos. Raramente a droga causa problemas mais graves, como líquido dentro dos pulmões ou cavidade abdominal. Pode afetar a função cardíaca em algumas pessoas.

 

Sunitinib 

Esta droga também pode ser útil no tratamento de GIST e é usada quando imatinib não funciona ou quando o paciente não pode tomar imatinib (devido aos efeitos colaterais). Atinge as proteínas KIT e PDGFRA (assim como várias outras que o imatinib não atinge). Parece ajudar cerca de 1 em cada 3 pacientes que não podem tomar imatinib. Sunitinibe causou a reduções de tumores em alguns poucos pacientes. O medicamente geralmente para o crescimento dos tumores por um tempo. Mais importante, os pacientes recebendo o medicamento podem viver mais tempo.

Sunitinib também é tomado como pílula. Os efeitos colaterais mais comuns de sunitinib são diarréia, irritação na boca e mudanças na coloração da pele. Efeitos colaterais mais graves podem incluir a pressão arterial elevada, aumento do risco de sangramento e inchaço.
Outras drogam que funcionam como imatinib e sunitinibe estão sendo estudadas no tratamento contra GIST.

 

Quimioterapia

A quimioterapia (quimio) é o uso de drogas para tratamento do câncer. Muitas vezes, estas drogas são injetadas na veia (IV) ou administradas via oral. Elas entram na corrente sanguínea e atingem o corpo todo, fazendo com que este tratamento seja potencialmente útil para cânceres que se espalharam além do órgão que se iniciaram. Qualquer droga usada para tratar um câncer pode ser considerada quimioterapia – mesmo as drogas de terapia alvo discutidas anteriormente.

Antes de estas drogas de terapia alvo terem sido descobertas como úteis no tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs), as drogas da quimioterapia tradicional eram utilizadas. Muitas vezes, a quimioterapia foi tida como usada para tratar um tipo de câncer chamado sarcoma. GISTs raramente diminuíram em resposta a estes medicamentos, de modo que este tipo de tratamento raramente é usado, agora que drogas como imatinib (Glivec) estão disponíveis.

 

 

Radioterapia

A radioterapia é o uso de raios-x de alta energia (ou partículas) para matar as células cancerosas. A radiação não é muito eficaz em tumores estromais gastrointestinais (GISTs), por isso é raramente usada. Mas pode ser usada para aliviar sintomas como a dor.
Efeitos colaterais da radioterapia podem incluir alterações na pele semelhantes a queimaduras solares ou leve bronzeado, náuseas, vômitos, diarréia e fadiga. Muitas vezes, estes desaparecem após um curto tempo. A radioterapia também pode tornar os efeitos colaterais da quimioterapia piores. Converse com seu médico sobre os potencias efeitos colaterais e as formas para reduzi-los ou aliviá-los.

 

CUIDADOS PÓS TRATAMENTO

Depois que seu tratamento estiver terminado, é muito importante ir a todas as consultas de acompanhamento. Durantes estas consultas, o seu médico irá perguntar sobre os sintomas, fazer exames físicos e exames de sangue e de imagem como tomografia computadorizada ou raios-x. O acompanhamento é necessário para verificar a recorrência do câncer ou a propagação, bem como os possíveis efeitos colaterais de certos tratamentos. Este é o momento para você fazer à sua equipe de cuidados de saúde todas as perguntas que você precisa de resposta e discutir quaisquer preocupações que você possa ter.

Quase qualquer tratamento de câncer pode ter efeitos colaterais. Alguns podem durar por algumas semanas a vários meses, mas outros podem ser permanentes. Não hesite em contar a sua equipe de tratamento de câncer sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais que o incomodem, para que possam ajudá-lo a gerenciá-los.

Também é importante manter o plano de saúde. Mesmo que ninguém queira pensar que seu câncer pode voltar, é sempre uma possibilidade. Se isso acontecer, a última coisa que quer é se preocupar em pagar pelo tratamento.

 

 Mudanças no estilo de vida durante e após o tratamento

Ter câncer e lidar com o tratamento pode ser demorado e emocionalmente desgastante, mas também pode ser um momento para olhar para sua vida de um modo novo.Talvez você esteja pensando em como melhorar a sua saúde a longo prazo. Algumas pessoas chegam a iniciar este processo durante o tratamento do câncer.

 

Faça escolhas mais saudáveis

Pense na sua vida antes de saber que tinha câncer. Houve coisas que você fez que fizeram você menos saudável? Talvez você tenha bebido muito álcool, ou comeu mais do que o necessário, ou fumou, ou não fez exercícios com muita frequência. Emocionalmente, talvez mantivesse seus sentimentos reprimidos ou talvez você deixou situações estressantes irem muito longe.

Agora não é o momento de se sentir culpado ou culpar a si mesmo. No entanto, você pode começar a fazer mudanças, hoje, que podem ter efeitos positivos para o resto de sua vida. Você não só vai se sentir melhor, como também se sentirá mais saudável. Qual é o melhor momento do que agora para aproveitar a motivação que você tem, como resultado de passar por uma experiência de mudança de vida como ter câncer?

Você pode começar a trabalhar nessas coisas as quais você se sente mais preocupação. Obtenha ajuda daqueles que são mais fortes para você.

 

Dieta e nutrição

Se alimentar corretamente pode ser um desafio para qualquer um, mas pode ficar ainda mais difícil durante e após o tratamento de câncer. Por exemplo, o tratamento muitas vezes pode mudar o sentido do paladar. Náusea pode ser um problema. Você pode perder apetite por um tempo e perder peso mesmo quando não quer. Por outro lado, algumas pessoas ganham peso mesmo sem comer mais. Isto pode ser frustrante também.

Se você está perdendo peso ou tem problemas com o sabor durante o tratamento, faça o melhor que pode com sua alimentação e lembre-se que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Você pode querer perguntar à sua equipe de tratamento do câncer, referência de um dentista, um especialista em nutrição que pode lhe dar idéias de como encontrar ajuda para comer pequenas porções a cada 2 ou 3 horas até se sentir melhor e poder voltar a sua rotina normal.

Uma das melhores coisas que você pode fazer depois do tratamento é colocar hábitos alimentares mais saudáveis no lugar. Você vai se surpreender com os benefícios a longo prazo de algumas mudanças simples, como o aumento da variedade de alimentos saudáveis que você come. Tente comer cinco ou mais porções de frutas e legumes todos os dias. Escolha grãos ao invés de farinha branca e açucares.

Tente limitar as carnes que são ricas em gordura. Cortar carnes processadas como salsichas, mortadelas e bacon. Se livrar deles por completo, se puder. Se você bebe álcool, limitar-se a 1 ou 2 drinques por dia no máximo. E não se esqueça de fazer algum tipo de exercício físico regular. A combinação de uma boa dieta e exercício físico regular irá ajudá-lo a manter um peso saudável e fazer com que se sinta mais enérgico.

 

Descanso, fadiga, trabalho e exercício

A fadiga é um sintoma muito comum em pessoas em tratamento de câncer. Ela geralmente não é um tipo comum de cansaço, mas uma exaustão “de cansaço nos ossos” que não melhora com o repouso. Para alguns, essa fadiga dura um longo tempo após o tratamento, e pode desencorajá-los à atividade física.

No entanto, o exercício pode realmente ajudar você a reduzir a fadiga. Estudos têm demonstrado que os pacientes que seguem um programa de exercícios adaptados às suas necessidades pessoais sentem-se melhor fisicamente e emocionalmente e podem lidar melhor com o câncer.

Se você está doente e precisa estar em repouso durante o tratamento, é normal esperar que sua aptidão, resistência e força muscular declinem. A fisioterapia pode ajudar você a manter a força e amplitude de movimentos em seus músculos, que podem ajudar você a combater a fadiga e a sensação de depressão que às vezes acompanha o cansaço.

Qualquer programa de atividade física deve se adequar a sua situação. Uma pessoa mais velha que nunca se exercitou não será capaz de assumir a mesma quantidade de exercícios como uma pessoa de 20 anos de idade, que joga tênis três vezes por semana. Se você não tiver se exercitado no últimos anos, mas ainda puder contornar a situação, pode pensar sobre realizar pequenas caminhadas.

Converse com a sua equipe de saúde antes de começar e pegue a opinião deles sobre os seus planos de exercício. Então, tente obter um companheiro de exercício para que você não o faça sozinho. Ter família ou amigos envolvidos quando se inicia um novo programa de exercícios pode lhe dar esse impulso extra de apoio para mantê-lo quando o impulso não estiver presente.

Se você está se sentindo muito cansado, porém, terá de equilibrar a atividade física com o repouso. É bom descansar quando você precisar.

É realmente difícil para uma pessoa se permitir a fazer isso quando têm de trabalhar o dia todo ou cuidar de uma família.

Exercícios podem melhorar sua saúde física e emocional
  • Melhoram sua aptidão cardiovascular (coração e circulação)
  • Fortalece seus músculos
  • Reduz a fadiga
  • Diminui a ansiedade e a depressão
  • Geralmente te faz se sentir mais feliz.
  • Ajuda a se sentir melhor com você mesmo.

A longo prazo, sabemos que o exercício desempenha um papel na prevenção de alguns tipos de câncer. A Sociedade Americana de Câncer, em suas orientações sobre atividade física para prevenção do câncer, recomenda que os adultos participem em pelo menos uma atividade física por 30 minutos ou mais em cinco dias ou mais da semana. Crianças e adolescentes são incentivados a experimentar pelo menos 60 minutos diários de atividade física energética em pelo menos 5 dias da semana.

 

E sobre sua saúde emocional?

Uma vez que seu tratamento termina, você pode encontrar-se arrebatado pelas emoções. Isto acontece a muitas pessoas. Você pode ter passado por tanto durante o tratamento que você só conseguia ter foco em passar por ele.

Agora você pode achar que pensa sobre o potencial de sua própria morte ou o efeito do câncer na sua família, amigos e carreira. Você também pode começar a reavaliar o seu relacionamento com seu cônjuge ou parceiro. Problemas inesperados podem também causar preocupação – por exemplo, como você se torna mais saudável e tem poucas consultas médicas, vai ver sua equipe de saúde com menos frequência o que pode ser uma fonte de ansiedade para alguns.

Este é um momento ideal para buscar apoio emocional e social. Você precisa de pessoas para as quais pode recorrer para buscar força e conforto. O apoio pode vir de várias formas: família, amigos, grupos de apoio ao câncer, igreja ou outros grupos espirituais, comunidades de apoio online, ou conselheiros individuais.

Quase todo mundo que passou por câncer pode se beneficiar em ter algum tipo de apoio. O que é melhor para você depende da sua situação e personalidade. Algumas pessoas se sentem seguras em redes de grupos de apoio ou grupos de educação. Outros preferem falar em um ambiente informal, como a igreja. Outros podem se sentir mais à vontade falando cara-a-cara com um amigo de confiança ou conselheiro. Seja qual for sua fonte de força ou conforto, certifique-se de ter um lugar para ir com suas preocupações.

A jornada do câncer pode ser muito solitária. Não necessário ou realista lidar com tudo isso por si mesmo. E seus amigos e familiares podem se sentir de lado se você decidir não incluí-los. Deixá-los entrar – e deixar qualquer pessoa que possa te fazer ajudar.

Você não pode mudar o fato de que tem câncer. O que você pode mudar é o modo de viver o resto de sua vida – fazer escolhas saudáveis e se sentir tão bem quanto possível, física e emocionalmente.

 

 O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?

Como você lida com o câncer e o tratamento do câncer, nós incentivamos você a falar abertamente com seu médico, enfermeiro e equipe de tratamento do câncer. Você deve sentir-se livre para fazer qualquer pergunta que está em sua mente, não importa quão pequena ela pareça ser. Aqui estão algumas questões que você pode querer perguntar. Certifique-se de adicionar suas próprias perguntas sobre o que pensa. Enfermeiros, assistentes sociais e outros membros da equipe de tratamento também podem ser capazes de responder a muitas de suas perguntas.

  • Onde meu tumor está localizado?
  • Qual a probabilidade de este tumor crescer o se espalhar rapidamente?
  • Meu tumor se espalhou além do local primário?
  • Qual é a estágio do meu câncer e o que isso significa no meu caso?
  • Quais as escolhas de tratamento eu tenho?
  • O que você recomenda e por quê?
  • Quais os riscos e efeitos colaterais existem nos tratamentos que você sugere?
  • Como o tratamento poderia afetar minhas atividades diárias?
  • Quais são as chances de meu câncer voltar com esses planos de tratamento? O que faríamos se isso acontecer?
  • O que eu devo saber para estar pronto para o tratamento?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Meu plano de saúde irá cobrir os gastos de todos os tratamentos que são recomendados?

Além dessas perguntas amostradas, não se esqueça de escrever algumas questões próprias. Por exemplo, você pode querer obter mais informações sobre uma segunda opinião ou sobre ensaios clínicos para os quais você pode se classificar.

 

O que acontece após o tratamento de tumores estromais gastrointestinais?

Completar o tratamento pode ser tanto estressante quanto emocionante. Você provavelmente vai se ver aliviado por concluir o tratamento, mas é difícil não se preocupar com a volta do câncer. (Quando o câncer retorna, é chamado de recorrência). Esta é uma preocupação muito comum entre aqueles que tiveram câncer.
Pode levar algum tempo antes de sua confiança em sua própria recuperação se tornar real e seus medos serem um pouco aliviados. Mesmo sem recorrências, as pessoas que tiveram câncer aprendem a viver com a incerteza.

Estadiamento

O sistema de estadiamento utilizado para o Tumor Gastrointestinal/GIST é o TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC).

O que é TNM?

É a abreviatura de tumor, linfonodo e metástase. Este sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer:

  • O próprio tumor ( T + um número de 0 a 4 usa-se para descrever o tumor primário);
  • Os linfonodos regionais ao redor do tumor ( N + 0 a 3 usa-se para descrever se a doença disseminou para os gânglios linfáticos)
  • E se o tumor se espalhou para outras partes do corpo (M usa-se para descrever que a doença se espalhou para outros órgãos)

 

Mas, quais são os estágios?
Estágio IA
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IB
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T3, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IIIB
  • T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.

 

Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
Estágio I
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T1, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIB
  • T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.
Qual a diferença entre tumores ressecáveis e irressecáveis?

Tumores ressecáveis são aqueles que podem ser removidos, já os tumores irressecáveis são os que não podem ser retirados por completo, por estarem espalhados para outras regiões. Porém, o médico avalia cada paciente de uma forma, ele pode ter um tumor ressecável mas não poderá fazer a cirurgia por outros fatores, como o tamanho do tumor, a localização e se o paciente tem condições clínicas.

 

Fonte: American Cancer Society

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