Quando tive a ideia de escrever um livro infantil sobre câncer, não queria que fosse só um manual, teria que ser algo mais. Uma fonte inspiradora, e que a criança se identificasse com a história. Dessa forma, ela teria dois caminhos: o conforto e a solidariedade. O enredo do livro “Cabelos vão, cabelos vêm. O que é que a mamãe tem” é baseada na minha vivência. A personagem Clara, de cinco anos, conta como foi sua mudança de rotina, após saber que sua mãe estava com câncer. Fiz questão de não dar nome à personagem “mãe”, no livro, para que cada criança que está passando por esse desafio, colocasse o nome que quisesse nela.
O livro serve de apoio para que as pessoas diagnosticadas com câncer, seja uma mãe, avó ou alguém próximo, possam contar às crianças sobre esse assunto delicado, de forma tranquila e menos traumática.
Hoje, após um ano e meio do lançamento, me sinto com a missão cumprida.
Entreguei muitos livros pessoalmente e vi no rosto das crianças o quanto ele realmente surtiu o efeito proposto por mim.
A grande surpresa foi que não ajudou só as mães diagnosticadas, mas também fez outras crianças que não estavam passando pela problemática do câncer se solidarizarem com o assunto. Muitas doaram até seus cabelos para a causa.
Este livro foi para mim um agente transformador. O ponto de partida para que mudasse de profissão. Descobrindo-me escritora, ressignifiquei minha vida. Hoje ainda sigo em tratamento e continuo escrevendo novas histórias que possam perpetuar e transformar vidas.