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Category Câncer

A origem da palavra síndrome é grega e significa um conjunto de sintomas que ocorrem juntos. O prefixo mielo vem do grego e significa medula, portanto, mielodisplasia refere-se à forma e aparência anormais das células sanguíneas maduras, ou seja, Síndrome Mielodisplásica (SMD) é um grupo de doenças heterogêneas da Medula Óssea, que tem como característica a produção insuficiente de células sanguíneas saudáveis pela medula óssea.

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) é considerada como uma “insuficiência medular” e ocorre normalmente em idosos a maioria tem mais de 65 anos de idade, mas pode aparecer também em jovens.

A compreensão da Síndrome Mielodisplásica (SMD) fica mais fácil se analisarmos antes, alguns aspectos básicos sobre o sangue e a medula óssea.

A medula óssea é quem produz três tipos de células sanguíneas: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

As células sanguíneas imaturas chamadas células-tronco, células progenitoras ou blasto, que normalmente se transformam em plaquetas, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos maduros e totalmente funcionais, são produzidos pela medula óssea saudável.

Podemos relaciona a Síndromes Mielodisplásicas quando:

– As células progenitoras não atingem a maturidade e acumulam-se na medula óssea;

– O tempo de vida das células progenitoras curto (resultando numa quantidade menor do que o normal de células sanguíneas maduras na circulação)

A Citopenia (quando a contagen de células sanguíneas é baixa) é uma característica inerente a Síndrome Mielodisplásica (SMD), sendo que a citopenia é responsável por alguns sintomas dos pacientes como: infecção, anemia, hemorragia espontânea e tendência a apresentar manchas na pele produzida por extravasamento de sangue (equimose).

 

A Célula

A célula: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas

 

Glóbulos  vermelhos

A medula óssea é quem produz glóbulos vermelhos maduros, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. a hemoglobina é uma proteína sangüínea contida nos glóbulos vermelhos saudáveis. a percentagem de glóbulos vermelhos no volume total de sangue é chamado hematócrito. O valor do hematocrito em mulheres saudáveis varia entre 36% e 46%, nos homens saudáveis esse valor fica entre 40 % e 52%. Quando o valor do hematócrito cai abaixo da faixa normal, significa que o número de glóbulos vermelhos maduros e saudáveis não são suficientes para fornecer oxigênio eficazmente à todos os tecidos do corpo. O paciente que apresenta números de glóbulos vermelhos abaixo do normal e níveis baixos de hemoglobinas e de oxigênio tem um quadro de anemia que pode ser relativamente leve (hematócrito entre 30% e 35%), moderada (25% a 30%) ou grave (menos de 25%). O transporte ineficiente de oxigênio por glóbulos vermelhos displásicos (glóbulos maduros, porém deformados) também é considerado anemia.

 

Glóbulos brancos

A medula óssea que produz glóbulos vermelhos, produz também glóbulos brancos, células fundamentais do sistema imunológico do organismo que evitam e combatem as infecções. existem vários tipos de glóbulos brancos entre eles os neutrófilos (conhecidos também como granulócitos), que basicamente combatem as infecções bacterianas e os linfócitos, que combatem as infecções virais.

A maioria dos pacientes com síndrome mielodisplásica (SMD) desenvolve neutropenia, ou seja, baixa contagem de glóbulos brancos, elevando o risco de contrair infecções bacterianas como pneumonia ou infecções do trato urinário.

Alguns pacientes com Síndrome Mielodisplásica (SMD) embora não apresentem neutropenia, sofrem com infecções repetidas. Apesar da contagem de glóbulos brancos ser normal, os glóbulos brancos do paciente não consegue funcionar tão bem como de uma pessoa que não tenha Síndromes mielodisplásica (SMD). Isso pode estar relacionado com a qualidade e não com a quantidade de células. Os pesquisadores estão estudando a possibilidade de um “defeito imunológico” no desenvolvimento de Síndromes mielodisplásicas (SMD).

 

Plaquetas

A medula óssea produz também as plaquetas que são fundamentais para a coagulação sanguínea e a formação de coágulos para interromper as hemorragias. Uma medula óssea saudável produz normalmente entre 150.000 a 450.000 plaquetas por micro litros de sangue.

Muitos pacientes com síndrome mielodisplásica apresentam uma contagem de plaquetas baixa, ou trombocitopenia. Pacientes com trombocitopenia podem apresentar equimoses (mancha na pele) ou hemorragias após pequenos cortes, que podem levar mais tempo que o normal para estancar o sangramento. Um quadro mais raro, é a trombocitopenia grave, que é definida como uma contagem de plaquetas inferior a 20.000, sendo associada a problemas mais graves de hemorragias.

Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.

Algumas evidências sugerem que certas pessoas já nascem com tendência para desenvolver Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Quando não é possível identificar o fator externo, a doença é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) primaria”.

Há caso que a radiação e quimioterapia usadas no tratamento das neoplasias podem desencadear o desenvolvimento de Síndrome Mielodisplásica (SMD).

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) que surge depois da quimioterapia ou radioterapia para o tratamento do câncer é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) secundaria”, em geral, é associada a diversas alterações cromossômicas nas células da medula óssea. Em alguns pacientes, rapidamente esse tipo de Síndrome Mielodisplásica (SMD) se transforma em leucemia mielóide aguda (LMA).

A exposição prolongada a certas substâncias químicas industriais ou presentes no ar, tais como o benzeno pode provocar o aparecimento da Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Hoje o uso do benzeno é altamente regulamentado, não se sabe ao certo que outras substâncias químicas podem predispor os indivíduos á Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Não se conhecem alimentos ou produtos agrícolas que causem Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O álcool em si não causa Síndrome Mielodisplásica (SMD), o consumo diário de bebidas alcoólicas pode reduzir as contagens de globulos vermelhos e de plaquetas, mas não no nível de provocar a Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O risco de um paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que fuma de desenvolver LMA é maior do que o paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que não fuma.

Não existe evidência de que a Síndrome Mielodisplásica (SMD) seja causada por vírus; portanto ela não pode ser transmitida para as pessoas.

Os doentes e seus familiares não devem se preocupar com a possibilidade da Síndrome Mielodisplásica (SMD) ser contagiosa.

Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.

Algumas evidências sugerem que certas pessoas já nascem com tendência para desenvolver Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Quando não é possível identificar o fator externo, a doença é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) primaria”.

Há caso que a radiação e quimioterapia usadas no tratamento das neoplasias podem desencadear o desenvolvimento de Síndrome Mielodisplásica (SMD).

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) que surge depois da quimioterapia ou radioterapia para o tratamento do câncer é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) secundaria”, em geral, é associada a diversas alterações cromossômicas nas células da medula óssea. Em alguns pacientes, rapidamente esse tipo de Síndrome Mielodisplásica (SMD) se transforma em leucemia mielóide aguda (LMA).

A exposição prolongada a certas substâncias químicas industriais ou presentes no ar, tais como o benzeno pode provocar o aparecimento da Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Hoje o uso do benzeno é altamente regulamentado, não se sabe ao certo que outras substâncias químicas podem predispor os indivíduos á Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Não se conhecem alimentos ou produtos agrícolas que causem Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O álcool em si não causa Síndrome Mielodisplásica (SMD), o consumo diário de bebidas alcoólicas pode reduzir as contagens de globulos vermelhos e de plaquetas, mas não no nível de provocar a Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O risco de um paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que fuma de desenvolver LMA é maior do que o paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que não fuma.

Não existe evidência de que a Síndrome Mielodisplásica (SMD) seja causada por vírus; portanto ela não pode ser transmitida para as pessoas.

Os doentes e seus familiares não devem se preocupar com a possibilidade da Síndrome Mielodisplásica (SMD) ser contagiosa.

Exame de Sangue

Para diagnosticar a Síndrome Mielodisplasica (SMD) é necessário fazer um exame de sangue usando uma amostra de sangue colhido do braço, realizando a contagem de células sangüíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e seus subtipos e plaquetas), o teor de ferro no sangue, o tamanho dos globulos brancos e vermelhos, e o nível de eritropoetina do soro. A eritropoetina é uma proteína que estimula a produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea.

Se os glóbulos vermelhos estão deformados (displásicos) no exame de sangue, é possível que o paciente tenha deficiência de vitamina B12 ou de folato. Na Síndromes Mielodisplasica (SMD) ocorre a falta da vitamina B12 que provoca displasia (deformação) dos globulos vermelhos, tornando-os menos eficientes para transportar oxigênio para os tecidos. Para descartar como causa da anemia a hipótese de deficiência da vitamina B12 e folato, os níveis dessas vitaminas no sangue também são medidos.

 

Exame da medula óssea

Exames de sangue que indique anemia no paciente, com ou sem baixa de contagem de glóbulos e ou plaquetas, podem levar o médico a examinar a medula óssea do paciente. O exame pode revelar anomalias nas células da medula ossea do paciente (ex. células displasicas) e também anomalias cromossômicas, como cromossomos ausentes ou a mais. As informações adicionais deste teste podem ajudar a estabelecer o diagnóstico de Síndrome Mielodisplasica (SMD).

Objetivos do Tratamento

As metas no tratamento da Síndrome Mielodisplasica (SMD) incluem a melhora da qualidade de vida e aumento de sobrevivência. Uma das metas importantes do tratamento é o alívio da enorme fadiga e letargia causada pela anemia. A grande probabilidade de ficarem deprimidos após certo tempo, é devido aos sintomas da anemia.

Transfusão de glóbulos vermelhos é usada para tratar anemia; pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD) que são anêmicos e que precisam de muitas transfusões de glóbulos vermelhos acabam se tornando dependentes de transfusão, e isso acarreta um efeito negativo na progressão da doença e sobrevida.

Existem hoje medicamentos novos que reduzem ou eliminam a necessidade de transfusão nos pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD) que têm anemia sintomática. O tratamento com fatores de crescimento e medicamentos, como azacitina (Vidaza®), decitabina (Dacogen®) e lenalidomida (Revlimid®), tem resultado na independência de transfusões para muitos pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD).

 

Opções de Tratamento

Existem várias alternativas de tratamento para os pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD), entretanto, nem todas elas são apropriadas para todos os pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD). O tratamento depende dos síntomas, do estágio e da categoria de risco da doença, da idade do paciente e das doenças preexistentes. No grupo de doenças em que o paciente estão na fase crônica e estável geralmente não são tratados. Os pacientes podem tolerar diminuições leves ou moderadas nas contagens de células sangüineas, drogas podem ser utilizadas para estimular a produção destas células sangüineas. Tais recursos funcionam em alguns, mas não em todos os pacientes, e por essa razão , os pacientes podem ter necessidade de transfusão de plaquetas ou hemácias.

No tratamento da Síndrome Mielodisplasica (SMD), as estratégias de tratamento popdem ser usadas isoladamente ou em combinação, são elas:
– Novas terapias com medicamento para Síndrome Mielodisplasica (SMD) que tenham como alvo um ou mais mecanismos biológicos subjacentes envolvidos no desenvolvimento da Mielodisplasia.

-Fatores do crescimento hematopoiéticos (ex. eritropoetina), para estimular blastos saudáveis na medula óssea a produzir glóbulos brancos , glóbulos vermelhos e plaquetas.

-Tratamento de suporte, que inclui: antibióticos para combater infecções persistentes ou recorrentes; transfusões de glóbulos vermelhos, para admistrar a anemia , e terapêutica quelante de ferro, para administrar a sobrecarga de ferro; e transfusões de plaquetas para trombocitopenia.

Em atualização.

A origem da palavra síndrome é grega e significa um conjunto de sintomas que ocorrem juntos. O prefixo mielo vem do grego e significa medula, portanto, mielodisplasia refere-se à forma e aparência anormais das células sanguíneas maduras, ou seja, Síndrome Mielodisplásica (SMD) é um grupo de doenças heterogêneas da Medula Óssea, que tem como característica a produção insuficiente de células sanguíneas saudáveis pela medula óssea.

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) é considerada como uma “insuficiência medular” e ocorre normalmente em idosos a maioria tem mais de 65 anos de idade, mas pode aparecer também em jovens.

A compreensão da Síndrome Mielodisplásica (SMD) fica mais fácil se analisarmos antes, alguns aspectos básicos sobre o sangue e a medula óssea.

A medula óssea é quem produz três tipos de células sanguíneas: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

As células sanguíneas imaturas chamadas células-tronco, células progenitoras ou blasto, que normalmente se transformam em plaquetas, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos maduros e totalmente funcionais, são produzidos pela medula óssea saudável.

Podemos relaciona a Síndromes Mielodisplásicas quando:

– As células progenitoras não atingem a maturidade e acumulam-se na medula óssea;

– O tempo de vida das células progenitoras curto (resultando numa quantidade menor do que o normal de células sanguíneas maduras na circulação)

A Citopenia (quando a contagen de células sanguíneas é baixa) é uma característica inerente a Síndrome Mielodisplásica (SMD), sendo que a citopenia é responsável por alguns sintomas dos pacientes como: infecção, anemia, hemorragia espontânea e tendência a apresentar manchas na pele produzida por extravasamento de sangue (equimose).

 

A Célula

A célula: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas

 

Glóbulos  vermelhos

A medula óssea é quem produz glóbulos vermelhos maduros, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. a hemoglobina é uma proteína sangüínea contida nos glóbulos vermelhos saudáveis. a percentagem de glóbulos vermelhos no volume total de sangue é chamado hematócrito. O valor do hematocrito em mulheres saudáveis varia entre 36% e 46%, nos homens saudáveis esse valor fica entre 40 % e 52%. Quando o valor do hematócrito cai abaixo da faixa normal, significa que o número de glóbulos vermelhos maduros e saudáveis não são suficientes para fornecer oxigênio eficazmente à todos os tecidos do corpo. O paciente que apresenta números de glóbulos vermelhos abaixo do normal e níveis baixos de hemoglobinas e de oxigênio tem um quadro de anemia que pode ser relativamente leve (hematócrito entre 30% e 35%), moderada (25% a 30%) ou grave (menos de 25%). O transporte ineficiente de oxigênio por glóbulos vermelhos displásicos (glóbulos maduros, porém deformados) também é considerado anemia.

 

Glóbulos brancos

A medula óssea que produz glóbulos vermelhos, produz também glóbulos brancos, células fundamentais do sistema imunológico do organismo que evitam e combatem as infecções. existem vários tipos de glóbulos brancos entre eles os neutrófilos (conhecidos também como granulócitos), que basicamente combatem as infecções bacterianas e os linfócitos, que combatem as infecções virais.

A maioria dos pacientes com síndrome mielodisplásica (SMD) desenvolve neutropenia, ou seja, baixa contagem de glóbulos brancos, elevando o risco de contrair infecções bacterianas como pneumonia ou infecções do trato urinário.

Alguns pacientes com Síndrome Mielodisplásica (SMD) embora não apresentem neutropenia, sofrem com infecções repetidas. Apesar da contagem de glóbulos brancos ser normal, os glóbulos brancos do paciente não consegue funcionar tão bem como de uma pessoa que não tenha Síndromes mielodisplásica (SMD). Isso pode estar relacionado com a qualidade e não com a quantidade de células. Os pesquisadores estão estudando a possibilidade de um “defeito imunológico” no desenvolvimento de Síndromes mielodisplásicas (SMD).

 

Plaquetas

A medula óssea produz também as plaquetas que são fundamentais para a coagulação sanguínea e a formação de coágulos para interromper as hemorragias. Uma medula óssea saudável produz normalmente entre 150.000 a 450.000 plaquetas por micro litros de sangue.

Muitos pacientes com síndrome mielodisplásica apresentam uma contagem de plaquetas baixa, ou trombocitopenia. Pacientes com trombocitopenia podem apresentar equimoses (mancha na pele) ou hemorragias após pequenos cortes, que podem levar mais tempo que o normal para estancar o sangramento. Um quadro mais raro, é a trombocitopenia grave, que é definida como uma contagem de plaquetas inferior a 20.000, sendo associada a problemas mais graves de hemorragias.

Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.

Algumas evidências sugerem que certas pessoas já nascem com tendência para desenvolver Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Quando não é possível identificar o fator externo, a doença é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) primaria”.

Há caso que a radiação e quimioterapia usadas no tratamento das neoplasias podem desencadear o desenvolvimento de Síndrome Mielodisplásica (SMD).

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) que surge depois da quimioterapia ou radioterapia para o tratamento do câncer é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) secundaria”, em geral, é associada a diversas alterações cromossômicas nas células da medula óssea. Em alguns pacientes, rapidamente esse tipo de Síndrome Mielodisplásica (SMD) se transforma em leucemia mielóide aguda (LMA).

A exposição prolongada a certas substâncias químicas industriais ou presentes no ar, tais como o benzeno pode provocar o aparecimento da Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Hoje o uso do benzeno é altamente regulamentado, não se sabe ao certo que outras substâncias químicas podem predispor os indivíduos á Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Não se conhecem alimentos ou produtos agrícolas que causem Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O álcool em si não causa Síndrome Mielodisplásica (SMD), o consumo diário de bebidas alcoólicas pode reduzir as contagens de globulos vermelhos e de plaquetas, mas não no nível de provocar a Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O risco de um paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que fuma de desenvolver LMA é maior do que o paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que não fuma.

Não existe evidência de que a Síndrome Mielodisplásica (SMD) seja causada por vírus; portanto ela não pode ser transmitida para as pessoas.

Os doentes e seus familiares não devem se preocupar com a possibilidade da Síndrome Mielodisplásica (SMD) ser contagiosa.

Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.

Algumas evidências sugerem que certas pessoas já nascem com tendência para desenvolver Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Quando não é possível identificar o fator externo, a doença é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) primaria”.

Há caso que a radiação e quimioterapia usadas no tratamento das neoplasias podem desencadear o desenvolvimento de Síndrome Mielodisplásica (SMD).

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) que surge depois da quimioterapia ou radioterapia para o tratamento do câncer é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) secundaria”, em geral, é associada a diversas alterações cromossômicas nas células da medula óssea. Em alguns pacientes, rapidamente esse tipo de Síndrome Mielodisplásica (SMD) se transforma em leucemia mielóide aguda (LMA).

A exposição prolongada a certas substâncias químicas industriais ou presentes no ar, tais como o benzeno pode provocar o aparecimento da Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Hoje o uso do benzeno é altamente regulamentado, não se sabe ao certo que outras substâncias químicas podem predispor os indivíduos á Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Não se conhecem alimentos ou produtos agrícolas que causem Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O álcool em si não causa Síndrome Mielodisplásica (SMD), o consumo diário de bebidas alcoólicas pode reduzir as contagens de globulos vermelhos e de plaquetas, mas não no nível de provocar a Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O risco de um paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que fuma de desenvolver LMA é maior do que o paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que não fuma.

Não existe evidência de que a Síndrome Mielodisplásica (SMD) seja causada por vírus; portanto ela não pode ser transmitida para as pessoas.

Os doentes e seus familiares não devem se preocupar com a possibilidade da Síndrome Mielodisplásica (SMD) ser contagiosa.

Exame de Sangue

Para diagnosticar a Síndrome Mielodisplasica (SMD) é necessário fazer um exame de sangue usando uma amostra de sangue colhido do braço, realizando a contagem de células sangüíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e seus subtipos e plaquetas), o teor de ferro no sangue, o tamanho dos globulos brancos e vermelhos, e o nível de eritropoetina do soro. A eritropoetina é uma proteína que estimula a produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea.

Se os glóbulos vermelhos estão deformados (displásicos) no exame de sangue, é possível que o paciente tenha deficiência de vitamina B12 ou de folato. Na Síndromes Mielodisplasica (SMD) ocorre a falta da vitamina B12 que provoca displasia (deformação) dos globulos vermelhos, tornando-os menos eficientes para transportar oxigênio para os tecidos. Para descartar como causa da anemia a hipótese de deficiência da vitamina B12 e folato, os níveis dessas vitaminas no sangue também são medidos.

 

Exame da medula óssea

Exames de sangue que indique anemia no paciente, com ou sem baixa de contagem de glóbulos e ou plaquetas, podem levar o médico a examinar a medula óssea do paciente. O exame pode revelar anomalias nas células da medula ossea do paciente (ex. células displasicas) e também anomalias cromossômicas, como cromossomos ausentes ou a mais. As informações adicionais deste teste podem ajudar a estabelecer o diagnóstico de Síndrome Mielodisplasica (SMD).

Objetivos do Tratamento

As metas no tratamento da Síndrome Mielodisplasica (SMD) incluem a melhora da qualidade de vida e aumento de sobrevivência. Uma das metas importantes do tratamento é o alívio da enorme fadiga e letargia causada pela anemia. A grande probabilidade de ficarem deprimidos após certo tempo, é devido aos sintomas da anemia.

Transfusão de glóbulos vermelhos é usada para tratar anemia; pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD) que são anêmicos e que precisam de muitas transfusões de glóbulos vermelhos acabam se tornando dependentes de transfusão, e isso acarreta um efeito negativo na progressão da doença e sobrevida.

Existem hoje medicamentos novos que reduzem ou eliminam a necessidade de transfusão nos pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD) que têm anemia sintomática. O tratamento com fatores de crescimento e medicamentos, como azacitina (Vidaza®), decitabina (Dacogen®) e lenalidomida (Revlimid®), tem resultado na independência de transfusões para muitos pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD).

 

Opções de Tratamento

Existem várias alternativas de tratamento para os pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD), entretanto, nem todas elas são apropriadas para todos os pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD). O tratamento depende dos síntomas, do estágio e da categoria de risco da doença, da idade do paciente e das doenças preexistentes. No grupo de doenças em que o paciente estão na fase crônica e estável geralmente não são tratados. Os pacientes podem tolerar diminuições leves ou moderadas nas contagens de células sangüineas, drogas podem ser utilizadas para estimular a produção destas células sangüineas. Tais recursos funcionam em alguns, mas não em todos os pacientes, e por essa razão , os pacientes podem ter necessidade de transfusão de plaquetas ou hemácias.

No tratamento da Síndrome Mielodisplasica (SMD), as estratégias de tratamento popdem ser usadas isoladamente ou em combinação, são elas:
– Novas terapias com medicamento para Síndrome Mielodisplasica (SMD) que tenham como alvo um ou mais mecanismos biológicos subjacentes envolvidos no desenvolvimento da Mielodisplasia.

-Fatores do crescimento hematopoiéticos (ex. eritropoetina), para estimular blastos saudáveis na medula óssea a produzir glóbulos brancos , glóbulos vermelhos e plaquetas.

-Tratamento de suporte, que inclui: antibióticos para combater infecções persistentes ou recorrentes; transfusões de glóbulos vermelhos, para admistrar a anemia , e terapêutica quelante de ferro, para administrar a sobrecarga de ferro; e transfusões de plaquetas para trombocitopenia.

Em atualização.

O que é?

A origem da palavra síndrome é grega e significa um conjunto de sintomas que ocorrem juntos. O prefixo mielo vem do grego e significa medula, portanto, mielodisplasia refere-se à forma e aparência anormais das células sanguíneas maduras, ou seja, Síndrome Mielodisplásica (SMD) é um grupo de doenças heterogêneas da Medula Óssea, que tem como característica a produção insuficiente de células sanguíneas saudáveis pela medula óssea.

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) é considerada como uma “insuficiência medular” e ocorre normalmente em idosos a maioria tem mais de 65 anos de idade, mas pode aparecer também em jovens.

A compreensão da Síndrome Mielodisplásica (SMD) fica mais fácil se analisarmos antes, alguns aspectos básicos sobre o sangue e a medula óssea.

A medula óssea é quem produz três tipos de células sanguíneas: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

As células sanguíneas imaturas chamadas células-tronco, células progenitoras ou blasto, que normalmente se transformam em plaquetas, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos maduros e totalmente funcionais, são produzidos pela medula óssea saudável.

Podemos relaciona a Síndromes Mielodisplásicas quando:

– As células progenitoras não atingem a maturidade e acumulam-se na medula óssea;

– O tempo de vida das células progenitoras curto (resultando numa quantidade menor do que o normal de células sanguíneas maduras na circulação)

A Citopenia (quando a contagen de células sanguíneas é baixa) é uma característica inerente a Síndrome Mielodisplásica (SMD), sendo que a citopenia é responsável por alguns sintomas dos pacientes como: infecção, anemia, hemorragia espontânea e tendência a apresentar manchas na pele produzida por extravasamento de sangue (equimose).

 

A Célula

A célula: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas

 

Glóbulos  vermelhos

A medula óssea é quem produz glóbulos vermelhos maduros, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. a hemoglobina é uma proteína sangüínea contida nos glóbulos vermelhos saudáveis. a percentagem de glóbulos vermelhos no volume total de sangue é chamado hematócrito. O valor do hematocrito em mulheres saudáveis varia entre 36% e 46%, nos homens saudáveis esse valor fica entre 40 % e 52%. Quando o valor do hematócrito cai abaixo da faixa normal, significa que o número de glóbulos vermelhos maduros e saudáveis não são suficientes para fornecer oxigênio eficazmente à todos os tecidos do corpo. O paciente que apresenta números de glóbulos vermelhos abaixo do normal e níveis baixos de hemoglobinas e de oxigênio tem um quadro de anemia que pode ser relativamente leve (hematócrito entre 30% e 35%), moderada (25% a 30%) ou grave (menos de 25%). O transporte ineficiente de oxigênio por glóbulos vermelhos displásicos (glóbulos maduros, porém deformados) também é considerado anemia.

 

Glóbulos brancos

A medula óssea que produz glóbulos vermelhos, produz também glóbulos brancos, células fundamentais do sistema imunológico do organismo que evitam e combatem as infecções. existem vários tipos de glóbulos brancos entre eles os neutrófilos (conhecidos também como granulócitos), que basicamente combatem as infecções bacterianas e os linfócitos, que combatem as infecções virais.

A maioria dos pacientes com síndrome mielodisplásica (SMD) desenvolve neutropenia, ou seja, baixa contagem de glóbulos brancos, elevando o risco de contrair infecções bacterianas como pneumonia ou infecções do trato urinário.

Alguns pacientes com Síndrome Mielodisplásica (SMD) embora não apresentem neutropenia, sofrem com infecções repetidas. Apesar da contagem de glóbulos brancos ser normal, os glóbulos brancos do paciente não consegue funcionar tão bem como de uma pessoa que não tenha Síndromes mielodisplásica (SMD). Isso pode estar relacionado com a qualidade e não com a quantidade de células. Os pesquisadores estão estudando a possibilidade de um “defeito imunológico” no desenvolvimento de Síndromes mielodisplásicas (SMD).

 

Plaquetas

A medula óssea produz também as plaquetas que são fundamentais para a coagulação sanguínea e a formação de coágulos para interromper as hemorragias. Uma medula óssea saudável produz normalmente entre 150.000 a 450.000 plaquetas por micro litros de sangue.

Muitos pacientes com síndrome mielodisplásica apresentam uma contagem de plaquetas baixa, ou trombocitopenia. Pacientes com trombocitopenia podem apresentar equimoses (mancha na pele) ou hemorragias após pequenos cortes, que podem levar mais tempo que o normal para estancar o sangramento. Um quadro mais raro, é a trombocitopenia grave, que é definida como uma contagem de plaquetas inferior a 20.000, sendo associada a problemas mais graves de hemorragias.

Fatores de Risco

Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.

Algumas evidências sugerem que certas pessoas já nascem com tendência para desenvolver Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Quando não é possível identificar o fator externo, a doença é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) primaria”.

Há caso que a radiação e quimioterapia usadas no tratamento das neoplasias podem desencadear o desenvolvimento de Síndrome Mielodisplásica (SMD).

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) que surge depois da quimioterapia ou radioterapia para o tratamento do câncer é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) secundaria”, em geral, é associada a diversas alterações cromossômicas nas células da medula óssea. Em alguns pacientes, rapidamente esse tipo de Síndrome Mielodisplásica (SMD) se transforma em leucemia mielóide aguda (LMA).

A exposição prolongada a certas substâncias químicas industriais ou presentes no ar, tais como o benzeno pode provocar o aparecimento da Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Hoje o uso do benzeno é altamente regulamentado, não se sabe ao certo que outras substâncias químicas podem predispor os indivíduos á Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Não se conhecem alimentos ou produtos agrícolas que causem Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O álcool em si não causa Síndrome Mielodisplásica (SMD), o consumo diário de bebidas alcoólicas pode reduzir as contagens de globulos vermelhos e de plaquetas, mas não no nível de provocar a Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O risco de um paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que fuma de desenvolver LMA é maior do que o paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que não fuma.

Não existe evidência de que a Síndrome Mielodisplásica (SMD) seja causada por vírus; portanto ela não pode ser transmitida para as pessoas.

Os doentes e seus familiares não devem se preocupar com a possibilidade da Síndrome Mielodisplásica (SMD) ser contagiosa.

Sintomas

Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.

Algumas evidências sugerem que certas pessoas já nascem com tendência para desenvolver Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Quando não é possível identificar o fator externo, a doença é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) primaria”.

Há caso que a radiação e quimioterapia usadas no tratamento das neoplasias podem desencadear o desenvolvimento de Síndrome Mielodisplásica (SMD).

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) que surge depois da quimioterapia ou radioterapia para o tratamento do câncer é chamada de “Síndrome Mielodisplásica (SMD) secundaria”, em geral, é associada a diversas alterações cromossômicas nas células da medula óssea. Em alguns pacientes, rapidamente esse tipo de Síndrome Mielodisplásica (SMD) se transforma em leucemia mielóide aguda (LMA).

A exposição prolongada a certas substâncias químicas industriais ou presentes no ar, tais como o benzeno pode provocar o aparecimento da Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Hoje o uso do benzeno é altamente regulamentado, não se sabe ao certo que outras substâncias químicas podem predispor os indivíduos á Síndrome Mielodisplásica (SMD).

Não se conhecem alimentos ou produtos agrícolas que causem Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O álcool em si não causa Síndrome Mielodisplásica (SMD), o consumo diário de bebidas alcoólicas pode reduzir as contagens de globulos vermelhos e de plaquetas, mas não no nível de provocar a Síndrome Mielodisplásica (SMD).

O risco de um paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que fuma de desenvolver LMA é maior do que o paciente com Síndrome Mielodisplásica (SMD) que não fuma.

Não existe evidência de que a Síndrome Mielodisplásica (SMD) seja causada por vírus; portanto ela não pode ser transmitida para as pessoas.

Os doentes e seus familiares não devem se preocupar com a possibilidade da Síndrome Mielodisplásica (SMD) ser contagiosa.

Diagnóstico
Exame de Sangue

Para diagnosticar a Síndrome Mielodisplasica (SMD) é necessário fazer um exame de sangue usando uma amostra de sangue colhido do braço, realizando a contagem de células sangüíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e seus subtipos e plaquetas), o teor de ferro no sangue, o tamanho dos globulos brancos e vermelhos, e o nível de eritropoetina do soro. A eritropoetina é uma proteína que estimula a produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea.

Se os glóbulos vermelhos estão deformados (displásicos) no exame de sangue, é possível que o paciente tenha deficiência de vitamina B12 ou de folato. Na Síndromes Mielodisplasica (SMD) ocorre a falta da vitamina B12 que provoca displasia (deformação) dos globulos vermelhos, tornando-os menos eficientes para transportar oxigênio para os tecidos. Para descartar como causa da anemia a hipótese de deficiência da vitamina B12 e folato, os níveis dessas vitaminas no sangue também são medidos.

 

Exame da medula óssea

Exames de sangue que indique anemia no paciente, com ou sem baixa de contagem de glóbulos e ou plaquetas, podem levar o médico a examinar a medula óssea do paciente. O exame pode revelar anomalias nas células da medula ossea do paciente (ex. células displasicas) e também anomalias cromossômicas, como cromossomos ausentes ou a mais. As informações adicionais deste teste podem ajudar a estabelecer o diagnóstico de Síndrome Mielodisplasica (SMD).

Tratamento
Objetivos do Tratamento

As metas no tratamento da Síndrome Mielodisplasica (SMD) incluem a melhora da qualidade de vida e aumento de sobrevivência. Uma das metas importantes do tratamento é o alívio da enorme fadiga e letargia causada pela anemia. A grande probabilidade de ficarem deprimidos após certo tempo, é devido aos sintomas da anemia.

Transfusão de glóbulos vermelhos é usada para tratar anemia; pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD) que são anêmicos e que precisam de muitas transfusões de glóbulos vermelhos acabam se tornando dependentes de transfusão, e isso acarreta um efeito negativo na progressão da doença e sobrevida.

Existem hoje medicamentos novos que reduzem ou eliminam a necessidade de transfusão nos pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD) que têm anemia sintomática. O tratamento com fatores de crescimento e medicamentos, como azacitina (Vidaza®), decitabina (Dacogen®) e lenalidomida (Revlimid®), tem resultado na independência de transfusões para muitos pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD).

 

Opções de Tratamento

Existem várias alternativas de tratamento para os pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD), entretanto, nem todas elas são apropriadas para todos os pacientes com Síndrome Mielodisplasica (SMD). O tratamento depende dos síntomas, do estágio e da categoria de risco da doença, da idade do paciente e das doenças preexistentes. No grupo de doenças em que o paciente estão na fase crônica e estável geralmente não são tratados. Os pacientes podem tolerar diminuições leves ou moderadas nas contagens de células sangüineas, drogas podem ser utilizadas para estimular a produção destas células sangüineas. Tais recursos funcionam em alguns, mas não em todos os pacientes, e por essa razão , os pacientes podem ter necessidade de transfusão de plaquetas ou hemácias.

No tratamento da Síndrome Mielodisplasica (SMD), as estratégias de tratamento popdem ser usadas isoladamente ou em combinação, são elas:
– Novas terapias com medicamento para Síndrome Mielodisplasica (SMD) que tenham como alvo um ou mais mecanismos biológicos subjacentes envolvidos no desenvolvimento da Mielodisplasia.

-Fatores do crescimento hematopoiéticos (ex. eritropoetina), para estimular blastos saudáveis na medula óssea a produzir glóbulos brancos , glóbulos vermelhos e plaquetas.

-Tratamento de suporte, que inclui: antibióticos para combater infecções persistentes ou recorrentes; transfusões de glóbulos vermelhos, para admistrar a anemia , e terapêutica quelante de ferro, para administrar a sobrecarga de ferro; e transfusões de plaquetas para trombocitopenia.

Estadiamento

Em atualização.

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Tumores neuroendócrinos (TNEs) é o termo genérico para um grupo de cânceres incomuns, muitas vezes de crescimento lento, que se desenvolvem a partir de células do sistema endócrino difuso. Eles são encontrados mais comumente no pulmão ou sistema gastrointestinal, mas também podem ter origem em outras partes do corpo, como o pâncreas, ovário e testículos, entre outros.

 

O que são Células Neuroendócrinas?

O sistema endócrino difuso é composto de células neuroendócrinas encontradas nos tratos respiratório e digestivo. O trato respiratório inclui os brônquios e os pulmões. O trato digestivo começa na boca e termina no reto. As células neuroendócrinas também estão localizadas em glândulas endócrinas, tais como, as glândulas supra-renais, pâncreas, tireóide e pituitária. Essas células também são encontradas nos ovários e testículos.

Cânceres TNE se desenvolvem quando essas células especializadas sofrem alterações levando-as a se dividirem descontroladamente e se transformarem em uma massa de tecido anormal (tumor).

 

Como se formam?

Como os TNEs são formados ainda não é totalmente compreendido. Tal como acontece com todas as formas de câncer, os TNEs surgem quando as células se multiplicam rapidamente no corpo. Células normais em nosso corpo se dividem de forma controlada, mas no câncer os sinais de controle não funcionam. Isso provoca a formação de células anormais, que se dividem rapidamente, resultando no crescimento do tumor. A maioria dos TNEs ocorrem sem qualquer ligação hereditária, mas há casos em que TNEs estão presentes como parte de uma síndrome de câncer endócrino familiar, como MEN1, MEN 2, neurofibromatose tipo 1 ou Von Hippel Lindau.

 

Quais são os diferentes tipos de Tumores Neuroendócrinos?

Existem diferentes tipos de TNEs e todos possuem uma maneira ligeiramente diferente de se apresentarem, tanto em termos de sintomas quanto em como eles parecem quando observados no microscópio.

Exemplos de TNEs:

• Carcinóides – pulmonar, tímico, gástrico, duodenal, pancreático, de intestino delgado, de apêndice, de cólon, retal, ovariano e tumores carcinóides de origem desconhecida (primário desconhecido).
• Funcionamento e Não-Funcionamento de Tumores Pancreáticos.
• Múltiplas Neoplasias Endócrinas.
• Gastrinomas.
• Insulinomas.
• Glucagonomas.
• Feocromocitomas.
• Vipomas.
• Somatostatinomas.
• Carcinóide de Células Caliciformes.

Os locais mais comuns para TNEs ocorrerem são no pulmão e sistema digestivo, mas também podem surgir em outras partes do corpo, tais como o pâncreas. O lugar onde o TNE aparece pela primeira vez é chamado de local primário. No entanto, o TNE pode se espalhar e ser encontrado em outras partes do corpo, por exemplo, no fígado e nos gânglios linfáticos, e se isso ocorrer, seu médico pode se referir ao TNE como um tumor secundário ou metástase.

Os TNEs são classificados de acordo com a área na qual são encontrados.

Classificação dos TNEs:

• Tumores do intestino anterior: encontrados nos pulmões, estômago, pâncreas, vesícula biliar e duodeno;
• Tumores do intestino médio: encontrados no jejuno, íleo, apêndice e cólon direito;
• Tumores do intestino posterior: encontrados no cólon esquerdo e reto.

 

Por que existem diferentes nomes para Tumores Neuroendócrinos?

Este grupo de cânceres foi identificado pela primeira vez como uma doença específica em meados de 1800, e o termo carcinóide foi dado a eles em 1907 para descrever um tumor que cresceu muito mais lentamente do que os cânceres normais. No entanto, na década de 50, tornou-se bastante claro que esses tumores de crescimento lento poderiam ser malignos e se espalharem de uma parte do corpo para outro, como outras formas de câncer.
Atualmente, a descrição de tumor carcinóide está sendo lentamente substituída na literatura médica pelo termo TNE ou tumores gastroenteropancreáticos (gastro – estômago, entero – intestinos e pâncreas – pâncreas) ou GEPs para abreviação. No entanto, alguns médicos ainda usam o termo tumor carcinóide ou apenas carcinóide quando se referem aos TNEs que se desenvolvem no estômago, duodeno, intestino delgado, apêndice, cólon ou reto.
A terminologia pode ser conflitante. Por exemplo, um carcinóide pode ser descrito como um TNE ou um GEP-TNE; um insulinoma também pode ser descrito como um TNE pancreático, um TNEP, um TEP ou um TNE.

Ainda não se sabe exatamente como os tumores neuroendócrinos são formados. Por isso, não há claros fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de tumor.Estudos mostram que os tumores neuroendócrinos são mais prevalentes em mulheres.

Como os cânceres TNE afetam o corpo?

Os cânceres TNE podem ter vários efeitos diferentes no corpo. Alguns TNEs produzem quantidades elevadas anormais de hormônios e alguns têm uma síndrome relacionada, como a síndrome carcinóide, que significa que os hormônios que são secretados provocam sintomas visíveis como rubor, diarreia, cólicas, chiado parecido com asma, problemas cardíacos e alterações na pele.

Os tumores que surgem no pâncreas podem ser classificados em funcionamento e não-funcionamento. Os tumores em funcionamento irão produzir várias síndromes clínicas que estão relacionadas ao local onde são originados. Por exemplo, um insulinoma vai secretar insulina em excesso e gastrinomas são tumores secretores de gastrina. Os tumores em não-funcionamento, que representam cerca de 30-40% dos tumores pancreáticos, secretam determinados hormônios e peptídeos como outros TNEs, mas a liberação destas substâncias químicas não causa uma síndrome identificável ou conjunto de sintomas. Isto pode tornar o diagnóstico difícil e explica por que tantos casos são coletados acidentalmente.

Os cânceres TNE também podem se espalhar (metastizar) para outras partes do corpo. Os locais mais comuns para esses cânceres secundários são o fígado, ossos e linfonodos.

 

Sintomas dos TNEs

Os sintomas dos cânceres TNE podem variar, dependendo do local e das propriedades biológicas. Frequentemente, os sintomas são semelhantes aos outros, condições mais comuns. Sintomas precoces podem incluir cansaço vago ou queixas digestivas, ou pode não haver sintomas.

Alguns sintomas típicos incluem:

Carcinóide Intestinal

• Obstrução intestinal
• Rubor
• Diarreia
• Dor abdominal
• Chiado

Carcinóide Brônquico

• Chiado
• Tosse
• Escarro sanguinolento

TNE Pancreático

• Dor epigástrica
• Doença de úlcera crônica
• Glicemia baixa intermitente
• Erupção cutânea
• Diabetes
• Diarreia

 

Por que os cânceres TNE se comportam de modos diferentes em pessoas diferentes?

TNEs diferentes afetam as pessoas de maneiras diferentes em termos de como o tumor cresce, os sintomas produzidos, se espalham ou não e como eles se espalham. No entanto, todos os TNEs compartilham algumas características semelhantes.

A histologia (como os tumores parecem ao microscópio) é muito importante para classificar o câncer em um tipo e, portanto, permitir que a equipe médica seja capaz de planejar o tratamento adequado. Embora os TNEs compartilhem características semelhantes, o diagnóstico e a forma como o câncer pode se comportar pode ser diferente.

O aspecto mais importante do tratamento do paciente com TNE é ser adaptado para atender o indivíduo, e ser fornecido por um especialista na área de TNEs. A qualidade de vida é fundamental para o paciente, assim como o trabalho em equipe é essencial para fornecer um plano sólido de tratamento e acompanhamento.

Há muita pesquisa sendo realizada por profissionais de saúde especializados e o progresso tem sido feito em termos de compreensão destes tumores. É importante assegurar que as pessoas com TNEs são vistas por especialistas a fim de acessar todo o conhecimento disponível.

Um paciente com câncer TNE deve idealmente ser encaminhado a um centro onde há uma equipe multidisciplinar que trabalha em conjunto para garantir os melhores resultados para cada paciente. Esta equipe normalmente incluí gastroenterologistas, cirurgiões, oncologistas, endocrinologistas, radiologistas, especialistas em medicina nuclear, histopatologistas e especialistas em enfermagem clínica.

Os cânceres TNE podem ser curados?

Quando encontrado em um estágio inicial, os cânceres TNE muitas vezes podem ser curados com cirurgia. Tal como acontece com todos os cânceres, se a cura cirúrgica é possível, esta deve ser a primeira linha de tratamento. Os pacientes ainda devem ser acompanhados por pelo menos dez anos para garantir que não haja recorrência do câncer. Infelizmente, muitos pacientes são diagnosticados tarde demais, quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo. Mesmo quando os tumores já se espalharam, a doença e seus sintomas muitas vezes podem ser controlados por muitos anos.

 

Diagnóstico e diagnóstico incorreto

Cânceres TNE são difíceis de diagnosticar. Após o início dos sintomas, que muitas vezes são inespecíficos e vagos, um diagnóstico pode levar uma média de 5-7 anos. Se cânceres TNE são detectados no início de seu desenvolvimento, muitas vezes podem ser curados com cirurgia. Atualmente, no entanto, a maioria dos cânceres TNE são diagnosticados em uma fase posterior, quando já se espalhou para outras partes do corpo. Nestes casos, eles raramente podem ser curados, embora os sintomas possam, muitas vezes, ser controlados com sucesso durante vários anos.

 

Por que os cânceres TNE muitas vezes são diagnosticados incorretamente?

Dependendo de onde eles estão no corpo, os cânceres TNE pode dar origem a uma grande variedade de sintomas. Estes sintomas podem ser leves ou não específicos, e são muitas vezes semelhantes aos de outros cânceres, as condições mais comuns. Por exemplo, muitos dos sintomas associados com tumores carcinóides são semelhantes aos da Síndrome do Intestino Irritável (SII), doença de Crohn, úlcera péptica, gastrite, outros distúrbios digestivos, asma ou pneumonia.

Muitos médicos não estão familiarizados com cânceres TNE e, portanto, são menos propensos a suspeitarem de um câncer de TNE em suas investigações iniciais.

 

Por que a detecção de cânceres TNE é difícil?

Os cânceres TNE são difíceis de detectar por várias razões:
• Tamanho – geralmente são pequenos; alguns cânceres TNE podem ser menores que um centímetro
• Local – cânceres TNE podem ocorrer em quase qualquer lugar do corpo
• Sintomas – estes podem variar muito e alguns pacientes não apresentam nenhum sintoma
• Teste – há diferentes tipos de cânceres TNE e uma série de testes especializados são necessários. Uma biópsia é uma ferramenta definitiva para o diagnóstico de um câncer TNE.

 

Testes usados para ajudar no diagnóstico.

Existem vários testes e exames diferentes que podem ser usados para detectar um câncer TNE. Alguns destes testes procuram mudanças hormonais desencadeadas pelas células cancerosas, enquanto outros buscam o próprio tumor.

 

– Biópsia

Envolve a coleta de um pedaço do tecido tumoral suspeito para analisá-lo no laboratório por um especialista chamado de histopatologista.

O especialista pode analisar a amostra da biópsia e dar ao tumor um índice proliferativo, ou seja, uma medida do número de células do tumor que estão se dividindo (proliferação). Um índice de proliferação de menos de 2% significa que o tumor está crescendo muito lentamente, enquanto um valor acima de 10% sugere um crescimento mais rápido. O teste para determinar o índice de proliferação é chamado Ki-67ou MIB1.

Conseguir observar o tumor pelo microscópio pode ser a única maneira de determinar exatamente qual é o tipo de câncer TNE.

 

– Exames de Sangue

O paciente pode ser solicitado a realizar um exame de sangue hormonal do intestino em jejum, e sangue também será coletado para vários outros testes. Os médicos irão procurar determinados marcadores TNE, particularmente cromogranina A e B, polipeptídeos pancreáticos, insulina e gastrina, glucagon, neurotensina, VIP (peptídeo intestinal vasoativo) e para a evidência de um aumento de certos peptídeos e hormônios no sangue, bem como verificar o quão bem os rins e o fígado estão funcionando. Se os resultados desses testes sugerirem a presença de um TNE, exames de imagem adicionais devem ser realizados.

 

– Outros exames bioquímicos

Um resumo de outros exames bioquímicos está relacionado abaixo:
• Hemograma completo
• Exames de função renal (ureia e eletrólitos)
• Exames de função hepática
• Exames de função da tireoide
• Varredura de hormônios hipofisários, por exemplo, hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), prolactina, hormônios do crescimento e cortisol
• Cálcio sérico, níveis de hormônio da paratireóide (em todos os pacientes com TNE pancreático, como teste de triagem simples para síndrome MEN-1).

 

– Exames de Urina

5-HIAA (ácido hidroxiindolacético) é uma substância que é, naturalmente, excretada pelo organismo. Normalmente, apenas pequenas quantidades estão presentes na urina. Níveis elevados em uma amostra de urina podem indicar um TNE, embora sejam necessários outros exames para confirmar o diagnóstico. Este exame também pode ser negativo, mesmo que uma pessoa tenha um câncer TNE, portanto outros exames também são importantes.

Será solicitado que o paciente evite certos alimentos, antes e durante o exame de 24 horas, incluindo chocolate, azeitonas, banana, abacaxi e seu suco, todos os produtos de tomate, ameixas, berinjela, abacate, kiwi, castanhas, especialmente nozes, chá, café e álcool. Também será solicitado que evitem certos medicamentos dois dias antes do exame, incluindo medicamentos para tosse, gripes e resfriados; medicamentos para hipertensão; relaxantes musculares; Valium e Flexeril; e inibidores da MAO, incluindo ervas naturais compradas em lojas de alimentos saudáveis que produzem o mesmo efeito. Isso é porque eles contêm substâncias que podem aumentar artificialmente os níveis de serotonina e dar um resultado falso ao exame.

 

– Endoscopia

Neste exame, uma câmera flexível, chamada endoscópio, é usada para examinar o trato digestivo. O tubo pode ser inserido da garganta (endoscopia digestiva) ou através do reto (colonoscopia). Em ambos os casos, o paciente será sedado. Se tecidos com aparência anormal forem encontrados durante este procedimento, uma amostra pode ser coletada e examinada sob um microscópio. Uma biópsia de tecido como esta pode ser o único teste definitivo para um câncer TNE.

 

Ultrassonografia endoscópica

Neste exame, um ultrassom é usado primeiramente para localizar áreas suspeitas, antes de realizar a endoscopia.

 

– Cápsula Endoscópica

Este é um procedimento não-invasivo no qual uma pequena cápsula contendo uma câmera de vídeo é engolida pelo paciente. À medida que passa através do trato gastrointestinal registra a mucosa do intestino delgado. Estas imagens são transmitidas por um sinal de radiofrequência para um gravador de dados anexado à cintura do paciente. Depois de aproximadamente oito horas a cápsula é excretada e os dados gravados são baixados para um computador onde podem ser visualizados, editados e gravados.

 

– Exames de imagem

Há também uma série de exames de imagem que o paciente é solicitado a fazer. O médico irá solicitar o teste específico que ele/ela exige e isso pode mudar dependendo do estágio da doença e do motivo da varredura.

Existem diferentes razões para exames de imagem diferentes que podem ser usadas, que são:

1. Triagem
2. Detecção do tumor primário em um paciente suspeito de TNE
3. Avaliação da extensão da doença
4. Avaliação da resposta ao tratamento
5. Acompanhamento após um diagnóstico inicial e/ou tratamento.

– OctreoScan® – Esta varredura utiliza uma técnica de imagem corporal. Células recebem mensagens hormonais através de receptores na superfície das células. Por razões que não são compreendidas, muitas células de tumores neuroendócrinos possuem especialmente, receptores de alta afinidade, por exemplo, TNEs-GEP, muitas vezes têm receptores de alta afinidade à somatostatina, um hormônio muito comum. O OctreoScan® utiliza uma forma sintética de somatostatina, que é quimicamente ligado a uma substância radioativa. Este é então injetado através de uma veia do braço e, em seguida, observado 24 horas depois usando um exame de imagem rádio-sensível. Esses exames podem diagnosticar e localizar cerca de 80-90% de TNEs-GEP, embora outros exames de imagem, tais como PET scan ainda pode ser exigido.

– TC – uma TC (Tomografia Computadorizada) é um tipo especial de máquina de raio-X. A tomografia computadorizada usa radiação ionizante para fornecer uma imagem tridimensional do interior do corpo. Pode ser usada para determinar a posição e o tamanho dos tumores, e exames regulares são úteis para descobrir mais sobre a taxa de crescimento do tumor e como o tumor está respondendo ao tratamento. Antes do exame, o paciente pode receber uma injeção ou beber um líquido de contraste que aparece no exame.

– IRM – uma Imagem por Ressonância Magnética (RMI) pode ser utilizada para localizar um tumor. O magnetismo é usado em vez de raios-X para produzir imagens dos tecidos moles que podem distinguir entre o tecido normal e o patológico. Se um tumor for identificado desta forma, outros testes podem ser necessários para confirmar qual é o tipo do tumor.

– PET Scan – Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) é uma técnica de imagem da medicina nuclear que produz uma imagem tridimensional de processos funcionais no organismo. Quando FDG-18 é injetado no corpo, ele se transporta para lugares onde a glicose é utilizada para energia. Ele mostra cânceres porque eles usam a glicose de uma forma diferente do tecido normal. E vai apresentar alterações nos tecidos que utilizam a glicose como sua principal fonte de energia – por exemplo, o cérebro. Geralmente é usado em conjunto com um exame TC para criar uma imagem do tamanho, localização e condição dos tumores.

PET Scanners são muito caros e um número limitado de hospitais possuem um. Isto significa que um paciente pode ter que viajar até outro hospital para realizar o exame. Nem todos que tem câncer precisam realizar um PET scan, outros tipos de testes e exames podem ser mais adequados.

– Cintilografia com MIBG – Cintilografia com MIBG é um exame de imagem da medicina nuclear que envolve uma injeção de um material radioativo líquido chamado de (3-Iodo-(131I)benzil)guanidina – MIBG. O material radioativo é injetado em uma veia na parte frontal do seu braço ao nível do cotovelo, ou na parte traseira de sua mão.

Uma câmara gama especial (um tipo de scanner) encontra ou confirma a presença de tumores. Estes tumores envolvem tipos específicos de tecidos nervosos e mais comumente incluem feocromocitomas (um câncer raro da glândula supra-renal que está localizado na superfície dos rins) e neuroblastomas (cânceres que afetam o tecido nervoso). Tumores neuroblastomas normalmente começam na glândula supra-renal, mas também podem ser encontrados em outras partes do corpo.

– Cintilografia Óssea – Uma cintilografia óssea procura mudanças ou alterações nos ossos. Normalmente é feita no departamento de física médica, medicina nuclear ou raios-X do hospital.

A cintilografia óssea pode examinar uma determinada articulação ou osso. No diagnóstico de câncer é mais usual fazer a varredura do corpo inteiro.

 

– Ecocardiograma

Tumores carcinóides liberam substâncias químicas chamadas serotonina e taquicininas na corrente sanguínea, que podem ir até o coração e afetar as válvulas cardíacas. Se você foi diagnosticado com um tumor carcinóide no intestino médio, seu médico pode fazer um exame de sangue chamado de pro BNP NT. Se o resultado deste exame for elevado, então ele/ela lhe enviará para realizar um ecocardiograma para examinar o seu coração. Este exame é um ultrassom do seu coração e é normalmente realizado por um técnico cardíaco.
Uma pequena quantidade de água estéril será injetada em uma veia e isso é retratado conforme ela passa em torno do coração. Dependendo dos resultados você pode precisar de mais duas investigações:
• Ecocardiograma transesofágico;
• Cateterização cardíaca.

 

Observação: Não há um grupo padrão de exames – cada paciente pode precisar ser submetido a uma combinação diferente de testes. Se você tiver qualquer dúvida sobre estes testes, converse com sua equipe médica.

O tratamento de um câncer TNE depende do tamanho e localização do tumor, se o câncer se espalhou, e a saúde geral do paciente. É um grupo complexo de cânceres para controlar e, idealmente, uma equipe multidisciplinar de especialistas irá trabalhar com o paciente para determinar o melhor plano de tratamento. Nem todos os tratamentos aqui descritos são adequados para todos os pacientes, e planos de tratamento devem ser sempre adaptados ao indivíduo.

Uma equipe multidisciplinar sempre terá vários objetivos em mente para formular um plano de tratamento.

 

Objetivos do Tratamento

• O principal objetivo do tratamento para TNE é retirar o tumor por cirurgia. Dependendo do local do tumor primário ou se o tumor se espalhou isto pode não ser possível.
• Para aliviar os sintomas.
• Para controlar o crescimento do tumor.
• Para manter uma boa qualidade de vida para o paciente.

Aqui estão alguns dos tratamentos usados para reduzir ou estabilizar o tamanho do tumor e aliviar os sintomas. Observe que a disponibilidade dos tratamentos varia de país para país e de região para região. Para saber mais sobre quais tratamentos estão disponíveis para você, por favor, fale com sua equipe de saúde, ou a sua associação de pacientes local.

 

– Cirurgia

Cirurgia é o único tratamento que pode curar um câncer TNE. Entretanto, o atraso típico no diagnóstico, dá a oportunidade do tumor se espalhar (metastizar), torna a maioria dos cânceres TNE inelegíveis para cirurgia curativa (não-ressecável).

Se o tumor está contido em uma área (localizada), ou se houve apenas disseminação limitada, a cirurgia é geralmente a primeira escolha de tratamento. Se for possível remover o tumor completamente, e não houve metástase, o tratamento adicional pode não ser necessário.

Se o tumor se espalhou (metastizou), a cirurgia ainda pode ser possível para remover a parte do tumor que está produzindo hormônios em excesso. Isso é muitas vezes referido como ressecção parcial do tumor.

Se um TNE está bloqueando um órgão, como o intestino, a cirurgia pode ser útil para aliviar o bloqueio (obstrução). Se o tumor se espalhou para o fígado, a cirurgia pode ser usada para remover as partes do fígado que contém o tumor. Muito ocasionalmente, um transplante de fígado pode ser considerado. A cirurgia pode ser usada em todo um plano de tratamento do paciente, por muitas razões, incluindo a combinação com outras terapias.

 

– Análogos da Somatostatina

Diariamente, a cada duas semanas ou mensalmente, injeções de análogos da somatostatina estão disponíveis para controlar alguns dos sintomas desagradáveis causados por tumores carcinóides. Análogos da somatostatina (por exemplo, lanreotida, octreotida), são versões sintéticas da somatostatina, um hormônio produzido naturalmente no cérebro e no trato digestivo, que inibe a liberação de vários hormônios e outros substâncias químicas de nossos órgãos internos.

A formulação de octreotida pode ser administrada por infusão, auto-injeção diariamente, ou em uma injeção mensal que é uma fórmula de liberação lenta. A fórmula de lanreotida pode ser administrada a cada quinze dias e em uma fórmula de liberação lenta mensal. As injeções mensais são na sua maioria administradas por profissionais de saúde, mas é possível auto-injetar a injeção de lanreotida mensalmente.

Injeção destes análogos pode parar a produção excessiva de hormônios que causam sintomas como rubor, chiado e diarreia. Sob supervisão clínica, estes tratamentos também podem ser usados em pacientes com TNE sem síndrome clínica. Octreotida de longa ação também pode controlar o crescimento tumoral.

 

– Embolização

Se o tumor se espalhou para o fígado, pode ser oferecido ao paciente a embolização da artéria hepática (EAH). Neste procedimento, um cateter é colocado na virilha, e depois inserido até a artéria hepática que fornece sangue para os tumores no fígado. Partículas minúsculas chamadas embosferas (ou microesferas) são injetadas através do cateter dentro da artéria. Estas partículas incham e bloqueiam o fornecimento de sangue ao tumor, que podem fazer o tumor encolher ou até mesmo se extinguir.

Este tratamento também pode ser combinado com tratamentos sistêmicos em alguns pacientes com metástases hepáticas e metástases fora do fígado. É um procedimento que seria feito por um especialista chamado radiologista intervencionista. O paciente precisa ser sedado para o tratamento.

Às vezes, este processo de embolização é combinado com a quimioterapia (chamado HARE (Quimioembolização da artéria hepática) ou TACE (Quimioembolização Transcateter Arterial) ou radioterapia (RMT ou SIRT).

 

– Quimioterapia

A quimioterapia pode ser uma opção para pacientes que têm tumores neuroendócrinos pancreáticos, carcinóides brônquicos, e também para alguns pacientes cujos tumores carcinóides estão crescendo um pouco mais rápido do que normalmente poderia fazer.
A histologia do tumor vai ajudar a determinar se a quimioterapia será adequada ou não. Se um paciente foi submetido a quimioterapia, a equipe de oncologia, que são especialistas nesta área, cuidará dele ou dela.

Há uma série de ensaios clínicos em andamento que estão buscando as diferentes combinações de agentes quimioterápicos que são mais apropriados para diferentes tipos de cânceres TNE.

 

– Terapia com Radionuclídeos

Também chamada de terapia com radionuclídeos para receptor de peptídeo (PRRT) ou radioterapia com emissão de hormônio. Este tratamento envolve uma estratégia similar a que foi aplicada em um exame de octreotida, mas a dose de radiação é alta o suficiente para impedir um crescimento maior do tumor ou mesmo destruí-lo. Substâncias radioativas são quimicamente combinadas com hormônios que são conhecidos por se acumular em um TNE. Essa combinação é injetada no paciente: os hormônios entrarão no tumor, e a radiação anexada destruirá as células tumorais.

Há um número de diferentes agentes radioativos disponíveis.

Interferon
Interferon é uma substância natural produzida pelo sistema imunológico. Algumas vezes, é referido como terapia biológica ou imunoterapia e é usado para tratar alguns pacientes com TNEs. Em alguns pacientes é dado por si só, mas muitas vezes é dado como uma terapia de combinação com um análogo da somatostatina.

 

– Outros tratamentos

• Ablação por Radiofrequência (RFA) é usada quando um paciente tem relativamente poucos tumores secundários (metástases). Uma agulha é inserida no centro do tumor e uma corrente é aplicada para gerar calor, que destrói as células tumorais.
• Crioablação é semelhante à RFA; uma substância é inserida no tumor, que o destrói pelo congelamento das células.
• Injeção percutânea de álcool envolve a injeção de álcool puro em células cancerígenas no fígado. Ele funciona através da desidratação das células tumorais.
• Radioterapia externa.

Observação: Os pacientes podem ser encaminhados não só para diferentes hospitais no seu país ou região, mas às vezes também para centros especializados em outros países, a fim de ter acesso a uma gestão otimizada e tratamento de sua doença.

 

Pesquisa Clínica

Pesquisa é um processo passo a passo que envolve a coleta e análise de informações. Pesquisa sobre cânceres TNE é vital para melhorar a nossa compreensão da doença e como ela pode ser tratada. Os objetivos de pesquisa incluem:
• Entendimento sobre o que provoca os TNEs
• Entendimento de como os TNEs se formam
• Formulação de exames e exames de imagem diagnósticos mais eficazes
• Descoberta de novas opções de tratamento, e assegurar que tratamentos atuais estão sendo implementados para fornecer o melhor benefício terapêutico

Os TNEs são uma forma menos comum de câncer, e há pequenas equipes de profissionais médicos dedicados ao redor do mundo que tratam pacientes todos os dias. É importante que esses especialistas sejam alocados aos recursos para realizar pesquisas dentro de suas unidades, de modo que o nosso entendimento da doença e como tratá-la continuem a crescer.

Muitas pesquisas são realizadas por especialistas em TNE em suas clínicas. Em estudos clínicos, os pacientes concordam em tentar novas terapias (sob supervisão cuidadosa), a fim de ajudar os médicos a identificar os melhores tratamentos com menos efeitos colaterais. Se os pacientes querem participar de um ensaio clínico, eles devem discutir este assunto com o seu especialista, que saberá se eles são elegíveis.

Todos os estudos são executados com rigorosos critérios de inclusão e exclusão para a segurança dos pacientes. Pode ser frustrante para os pacientes descobrirem que são inelegíveis, mas nenhum profissional médico é capaz de influenciar as decisões com base nesses critérios.

Ninguém deve incluir um paciente em um estudo clínico sem o seu conhecimento. Um médico, enfermeiro ou pesquisador pedirá permissão, e eles não podem inserir um paciente no estudo, a menos que o paciente tenha dado seu consentimento.

Para ajudar os pacientes a decidir se querem participar, os pesquisadores devem dizer-lhes tudo sobre o estudo:
• O que ele está tentando descobrir;
• Como eles serão tratados;
• O que eles terão que fazer.

Mesmo após o consentimento ter sido dado, um paciente pode deixar o estudo sem dar uma razão a qualquer momento. Se um paciente está recebendo um novo tratamento como parte de um estudo e depois o deixa, ele ou ela pode não ser capaz de continuar o novo tratamento. Nesta situação, os pacientes teriam o tratamento padrão adequado para seu tipo de câncer.

 

Novidades no Tratamento

Para o tratamento Tumor Neuroendócrino avançado de pâncreas temos as opções:

 

– Análogos da somatostatina:

Os análogos da somatostina como octreotida  são versões sintéticas de somatostatina, um hormônio produzido naturalmente no cérebro e no trato digestivo que inibe a liberação de vários hormônios e outros produtos químicos de nossos órgãos internos.

A formulação octreotida pode ser administrada por infusão, por auto injecções diárias, ou por injecção mensal que é uma fórmula de libertação lenta.

A injeção destes análogos pode parar o excesso de produção de hormônios que causam sintomas como rubor, sibilos e diarréia. Sob supervisão clínica, estes tratamentos podem também ser usados em pacientes NET sem síndrome clínica. Longa ação octreotida pode também controlar o crescimento do tumor.

– Everolimus:

O Afinitor® é um medicamento que contém a substância ativa everolimus.  Everolimus reduz o fornecimento de sangue ao tumor e retarda o crescimento e disseminação das células cancerosas. Afinitor® é utilizado para o tratamento de tumores neuroendócrinos avançados que se originam a partir do pâncreas.

– Malato de sunitinibe:

Sutent® pode retardar ou parar alguns tipos de câncer. Funciona através do bloqueio de dois processos básicos que causam o crescimento dos tumores e fazem com que eles se espalhem. Esses processos são chamados de proliferação (células de divisão) e angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos). Sutent é utilizado para tratar tumores de pâncreas neuroendócrinos avançados ou metastáticos onde a cirurgia não é possível.

Não existe um sistema de estadiamento padrão para um tumor neuroendócrino. O estadiamento do tumor neuroendócrino pancreático são os mesmos que os estádios para o câncer de pâncreas.

Tumores neuroendócrinos (TNEs) é o termo genérico para um grupo de cânceres incomuns, muitas vezes de crescimento lento, que se desenvolvem a partir de células do sistema endócrino difuso. Eles são encontrados mais comumente no pulmão ou sistema gastrointestinal, mas também podem ter origem em outras partes do corpo, como o pâncreas, ovário e testículos, entre outros.

 

O que são Células Neuroendócrinas?

O sistema endócrino difuso é composto de células neuroendócrinas encontradas nos tratos respiratório e digestivo. O trato respiratório inclui os brônquios e os pulmões. O trato digestivo começa na boca e termina no reto. As células neuroendócrinas também estão localizadas em glândulas endócrinas, tais como, as glândulas supra-renais, pâncreas, tireóide e pituitária. Essas células também são encontradas nos ovários e testículos.

Cânceres TNE se desenvolvem quando essas células especializadas sofrem alterações levando-as a se dividirem descontroladamente e se transformarem em uma massa de tecido anormal (tumor).

 

Como se formam?

Como os TNEs são formados ainda não é totalmente compreendido. Tal como acontece com todas as formas de câncer, os TNEs surgem quando as células se multiplicam rapidamente no corpo. Células normais em nosso corpo se dividem de forma controlada, mas no câncer os sinais de controle não funcionam. Isso provoca a formação de células anormais, que se dividem rapidamente, resultando no crescimento do tumor. A maioria dos TNEs ocorrem sem qualquer ligação hereditária, mas há casos em que TNEs estão presentes como parte de uma síndrome de câncer endócrino familiar, como MEN1, MEN 2, neurofibromatose tipo 1 ou Von Hippel Lindau.

 

Quais são os diferentes tipos de Tumores Neuroendócrinos?

Existem diferentes tipos de TNEs e todos possuem uma maneira ligeiramente diferente de se apresentarem, tanto em termos de sintomas quanto em como eles parecem quando observados no microscópio.

Exemplos de TNEs:

• Carcinóides – pulmonar, tímico, gástrico, duodenal, pancreático, de intestino delgado, de apêndice, de cólon, retal, ovariano e tumores carcinóides de origem desconhecida (primário desconhecido).
• Funcionamento e Não-Funcionamento de Tumores Pancreáticos.
• Múltiplas Neoplasias Endócrinas.
• Gastrinomas.
• Insulinomas.
• Glucagonomas.
• Feocromocitomas.
• Vipomas.
• Somatostatinomas.
• Carcinóide de Células Caliciformes.

Os locais mais comuns para TNEs ocorrerem são no pulmão e sistema digestivo, mas também podem surgir em outras partes do corpo, tais como o pâncreas. O lugar onde o TNE aparece pela primeira vez é chamado de local primário. No entanto, o TNE pode se espalhar e ser encontrado em outras partes do corpo, por exemplo, no fígado e nos gânglios linfáticos, e se isso ocorrer, seu médico pode se referir ao TNE como um tumor secundário ou metástase.

Os TNEs são classificados de acordo com a área na qual são encontrados.

Classificação dos TNEs:

• Tumores do intestino anterior: encontrados nos pulmões, estômago, pâncreas, vesícula biliar e duodeno;
• Tumores do intestino médio: encontrados no jejuno, íleo, apêndice e cólon direito;
• Tumores do intestino posterior: encontrados no cólon esquerdo e reto.

 

Por que existem diferentes nomes para Tumores Neuroendócrinos?

Este grupo de cânceres foi identificado pela primeira vez como uma doença específica em meados de 1800, e o termo carcinóide foi dado a eles em 1907 para descrever um tumor que cresceu muito mais lentamente do que os cânceres normais. No entanto, na década de 50, tornou-se bastante claro que esses tumores de crescimento lento poderiam ser malignos e se espalharem de uma parte do corpo para outro, como outras formas de câncer.
Atualmente, a descrição de tumor carcinóide está sendo lentamente substituída na literatura médica pelo termo TNE ou tumores gastroenteropancreáticos (gastro – estômago, entero – intestinos e pâncreas – pâncreas) ou GEPs para abreviação. No entanto, alguns médicos ainda usam o termo tumor carcinóide ou apenas carcinóide quando se referem aos TNEs que se desenvolvem no estômago, duodeno, intestino delgado, apêndice, cólon ou reto.
A terminologia pode ser conflitante. Por exemplo, um carcinóide pode ser descrito como um TNE ou um GEP-TNE; um insulinoma também pode ser descrito como um TNE pancreático, um TNEP, um TEP ou um TNE.

Ainda não se sabe exatamente como os tumores neuroendócrinos são formados. Por isso, não há claros fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de tumor.Estudos mostram que os tumores neuroendócrinos são mais prevalentes em mulheres.

Como os cânceres TNE afetam o corpo?

Os cânceres TNE podem ter vários efeitos diferentes no corpo. Alguns TNEs produzem quantidades elevadas anormais de hormônios e alguns têm uma síndrome relacionada, como a síndrome carcinóide, que significa que os hormônios que são secretados provocam sintomas visíveis como rubor, diarreia, cólicas, chiado parecido com asma, problemas cardíacos e alterações na pele.

Os tumores que surgem no pâncreas podem ser classificados em funcionamento e não-funcionamento. Os tumores em funcionamento irão produzir várias síndromes clínicas que estão relacionadas ao local onde são originados. Por exemplo, um insulinoma vai secretar insulina em excesso e gastrinomas são tumores secretores de gastrina. Os tumores em não-funcionamento, que representam cerca de 30-40% dos tumores pancreáticos, secretam determinados hormônios e peptídeos como outros TNEs, mas a liberação destas substâncias químicas não causa uma síndrome identificável ou conjunto de sintomas. Isto pode tornar o diagnóstico difícil e explica por que tantos casos são coletados acidentalmente.

Os cânceres TNE também podem se espalhar (metastizar) para outras partes do corpo. Os locais mais comuns para esses cânceres secundários são o fígado, ossos e linfonodos.

 

Sintomas dos TNEs

Os sintomas dos cânceres TNE podem variar, dependendo do local e das propriedades biológicas. Frequentemente, os sintomas são semelhantes aos outros, condições mais comuns. Sintomas precoces podem incluir cansaço vago ou queixas digestivas, ou pode não haver sintomas.

Alguns sintomas típicos incluem:

Carcinóide Intestinal

• Obstrução intestinal
• Rubor
• Diarreia
• Dor abdominal
• Chiado

Carcinóide Brônquico

• Chiado
• Tosse
• Escarro sanguinolento

TNE Pancreático

• Dor epigástrica
• Doença de úlcera crônica
• Glicemia baixa intermitente
• Erupção cutânea
• Diabetes
• Diarreia

 

Por que os cânceres TNE se comportam de modos diferentes em pessoas diferentes?

TNEs diferentes afetam as pessoas de maneiras diferentes em termos de como o tumor cresce, os sintomas produzidos, se espalham ou não e como eles se espalham. No entanto, todos os TNEs compartilham algumas características semelhantes.

A histologia (como os tumores parecem ao microscópio) é muito importante para classificar o câncer em um tipo e, portanto, permitir que a equipe médica seja capaz de planejar o tratamento adequado. Embora os TNEs compartilhem características semelhantes, o diagnóstico e a forma como o câncer pode se comportar pode ser diferente.

O aspecto mais importante do tratamento do paciente com TNE é ser adaptado para atender o indivíduo, e ser fornecido por um especialista na área de TNEs. A qualidade de vida é fundamental para o paciente, assim como o trabalho em equipe é essencial para fornecer um plano sólido de tratamento e acompanhamento.

Há muita pesquisa sendo realizada por profissionais de saúde especializados e o progresso tem sido feito em termos de compreensão destes tumores. É importante assegurar que as pessoas com TNEs são vistas por especialistas a fim de acessar todo o conhecimento disponível.

Um paciente com câncer TNE deve idealmente ser encaminhado a um centro onde há uma equipe multidisciplinar que trabalha em conjunto para garantir os melhores resultados para cada paciente. Esta equipe normalmente incluí gastroenterologistas, cirurgiões, oncologistas, endocrinologistas, radiologistas, especialistas em medicina nuclear, histopatologistas e especialistas em enfermagem clínica.

Os cânceres TNE podem ser curados?

Quando encontrado em um estágio inicial, os cânceres TNE muitas vezes podem ser curados com cirurgia. Tal como acontece com todos os cânceres, se a cura cirúrgica é possível, esta deve ser a primeira linha de tratamento. Os pacientes ainda devem ser acompanhados por pelo menos dez anos para garantir que não haja recorrência do câncer. Infelizmente, muitos pacientes são diagnosticados tarde demais, quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo. Mesmo quando os tumores já se espalharam, a doença e seus sintomas muitas vezes podem ser controlados por muitos anos.

 

Diagnóstico e diagnóstico incorreto

Cânceres TNE são difíceis de diagnosticar. Após o início dos sintomas, que muitas vezes são inespecíficos e vagos, um diagnóstico pode levar uma média de 5-7 anos. Se cânceres TNE são detectados no início de seu desenvolvimento, muitas vezes podem ser curados com cirurgia. Atualmente, no entanto, a maioria dos cânceres TNE são diagnosticados em uma fase posterior, quando já se espalhou para outras partes do corpo. Nestes casos, eles raramente podem ser curados, embora os sintomas possam, muitas vezes, ser controlados com sucesso durante vários anos.

 

Por que os cânceres TNE muitas vezes são diagnosticados incorretamente?

Dependendo de onde eles estão no corpo, os cânceres TNE pode dar origem a uma grande variedade de sintomas. Estes sintomas podem ser leves ou não específicos, e são muitas vezes semelhantes aos de outros cânceres, as condições mais comuns. Por exemplo, muitos dos sintomas associados com tumores carcinóides são semelhantes aos da Síndrome do Intestino Irritável (SII), doença de Crohn, úlcera péptica, gastrite, outros distúrbios digestivos, asma ou pneumonia.

Muitos médicos não estão familiarizados com cânceres TNE e, portanto, são menos propensos a suspeitarem de um câncer de TNE em suas investigações iniciais.

 

Por que a detecção de cânceres TNE é difícil?

Os cânceres TNE são difíceis de detectar por várias razões:
• Tamanho – geralmente são pequenos; alguns cânceres TNE podem ser menores que um centímetro
• Local – cânceres TNE podem ocorrer em quase qualquer lugar do corpo
• Sintomas – estes podem variar muito e alguns pacientes não apresentam nenhum sintoma
• Teste – há diferentes tipos de cânceres TNE e uma série de testes especializados são necessários. Uma biópsia é uma ferramenta definitiva para o diagnóstico de um câncer TNE.

 

Testes usados para ajudar no diagnóstico.

Existem vários testes e exames diferentes que podem ser usados para detectar um câncer TNE. Alguns destes testes procuram mudanças hormonais desencadeadas pelas células cancerosas, enquanto outros buscam o próprio tumor.

 

– Biópsia

Envolve a coleta de um pedaço do tecido tumoral suspeito para analisá-lo no laboratório por um especialista chamado de histopatologista.

O especialista pode analisar a amostra da biópsia e dar ao tumor um índice proliferativo, ou seja, uma medida do número de células do tumor que estão se dividindo (proliferação). Um índice de proliferação de menos de 2% significa que o tumor está crescendo muito lentamente, enquanto um valor acima de 10% sugere um crescimento mais rápido. O teste para determinar o índice de proliferação é chamado Ki-67ou MIB1.

Conseguir observar o tumor pelo microscópio pode ser a única maneira de determinar exatamente qual é o tipo de câncer TNE.

 

– Exames de Sangue

O paciente pode ser solicitado a realizar um exame de sangue hormonal do intestino em jejum, e sangue também será coletado para vários outros testes. Os médicos irão procurar determinados marcadores TNE, particularmente cromogranina A e B, polipeptídeos pancreáticos, insulina e gastrina, glucagon, neurotensina, VIP (peptídeo intestinal vasoativo) e para a evidência de um aumento de certos peptídeos e hormônios no sangue, bem como verificar o quão bem os rins e o fígado estão funcionando. Se os resultados desses testes sugerirem a presença de um TNE, exames de imagem adicionais devem ser realizados.

 

– Outros exames bioquímicos

Um resumo de outros exames bioquímicos está relacionado abaixo:
• Hemograma completo
• Exames de função renal (ureia e eletrólitos)
• Exames de função hepática
• Exames de função da tireoide
• Varredura de hormônios hipofisários, por exemplo, hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), prolactina, hormônios do crescimento e cortisol
• Cálcio sérico, níveis de hormônio da paratireóide (em todos os pacientes com TNE pancreático, como teste de triagem simples para síndrome MEN-1).

 

– Exames de Urina

5-HIAA (ácido hidroxiindolacético) é uma substância que é, naturalmente, excretada pelo organismo. Normalmente, apenas pequenas quantidades estão presentes na urina. Níveis elevados em uma amostra de urina podem indicar um TNE, embora sejam necessários outros exames para confirmar o diagnóstico. Este exame também pode ser negativo, mesmo que uma pessoa tenha um câncer TNE, portanto outros exames também são importantes.

Será solicitado que o paciente evite certos alimentos, antes e durante o exame de 24 horas, incluindo chocolate, azeitonas, banana, abacaxi e seu suco, todos os produtos de tomate, ameixas, berinjela, abacate, kiwi, castanhas, especialmente nozes, chá, café e álcool. Também será solicitado que evitem certos medicamentos dois dias antes do exame, incluindo medicamentos para tosse, gripes e resfriados; medicamentos para hipertensão; relaxantes musculares; Valium e Flexeril; e inibidores da MAO, incluindo ervas naturais compradas em lojas de alimentos saudáveis que produzem o mesmo efeito. Isso é porque eles contêm substâncias que podem aumentar artificialmente os níveis de serotonina e dar um resultado falso ao exame.

 

– Endoscopia

Neste exame, uma câmera flexível, chamada endoscópio, é usada para examinar o trato digestivo. O tubo pode ser inserido da garganta (endoscopia digestiva) ou através do reto (colonoscopia). Em ambos os casos, o paciente será sedado. Se tecidos com aparência anormal forem encontrados durante este procedimento, uma amostra pode ser coletada e examinada sob um microscópio. Uma biópsia de tecido como esta pode ser o único teste definitivo para um câncer TNE.

 

Ultrassonografia endoscópica

Neste exame, um ultrassom é usado primeiramente para localizar áreas suspeitas, antes de realizar a endoscopia.

 

– Cápsula Endoscópica

Este é um procedimento não-invasivo no qual uma pequena cápsula contendo uma câmera de vídeo é engolida pelo paciente. À medida que passa através do trato gastrointestinal registra a mucosa do intestino delgado. Estas imagens são transmitidas por um sinal de radiofrequência para um gravador de dados anexado à cintura do paciente. Depois de aproximadamente oito horas a cápsula é excretada e os dados gravados são baixados para um computador onde podem ser visualizados, editados e gravados.

 

– Exames de imagem

Há também uma série de exames de imagem que o paciente é solicitado a fazer. O médico irá solicitar o teste específico que ele/ela exige e isso pode mudar dependendo do estágio da doença e do motivo da varredura.

Existem diferentes razões para exames de imagem diferentes que podem ser usadas, que são:

1. Triagem
2. Detecção do tumor primário em um paciente suspeito de TNE
3. Avaliação da extensão da doença
4. Avaliação da resposta ao tratamento
5. Acompanhamento após um diagnóstico inicial e/ou tratamento.

– OctreoScan® – Esta varredura utiliza uma técnica de imagem corporal. Células recebem mensagens hormonais através de receptores na superfície das células. Por razões que não são compreendidas, muitas células de tumores neuroendócrinos possuem especialmente, receptores de alta afinidade, por exemplo, TNEs-GEP, muitas vezes têm receptores de alta afinidade à somatostatina, um hormônio muito comum. O OctreoScan® utiliza uma forma sintética de somatostatina, que é quimicamente ligado a uma substância radioativa. Este é então injetado através de uma veia do braço e, em seguida, observado 24 horas depois usando um exame de imagem rádio-sensível. Esses exames podem diagnosticar e localizar cerca de 80-90% de TNEs-GEP, embora outros exames de imagem, tais como PET scan ainda pode ser exigido.

– TC – uma TC (Tomografia Computadorizada) é um tipo especial de máquina de raio-X. A tomografia computadorizada usa radiação ionizante para fornecer uma imagem tridimensional do interior do corpo. Pode ser usada para determinar a posição e o tamanho dos tumores, e exames regulares são úteis para descobrir mais sobre a taxa de crescimento do tumor e como o tumor está respondendo ao tratamento. Antes do exame, o paciente pode receber uma injeção ou beber um líquido de contraste que aparece no exame.

– IRM – uma Imagem por Ressonância Magnética (RMI) pode ser utilizada para localizar um tumor. O magnetismo é usado em vez de raios-X para produzir imagens dos tecidos moles que podem distinguir entre o tecido normal e o patológico. Se um tumor for identificado desta forma, outros testes podem ser necessários para confirmar qual é o tipo do tumor.

– PET Scan – Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) é uma técnica de imagem da medicina nuclear que produz uma imagem tridimensional de processos funcionais no organismo. Quando FDG-18 é injetado no corpo, ele se transporta para lugares onde a glicose é utilizada para energia. Ele mostra cânceres porque eles usam a glicose de uma forma diferente do tecido normal. E vai apresentar alterações nos tecidos que utilizam a glicose como sua principal fonte de energia – por exemplo, o cérebro. Geralmente é usado em conjunto com um exame TC para criar uma imagem do tamanho, localização e condição dos tumores.

PET Scanners são muito caros e um número limitado de hospitais possuem um. Isto significa que um paciente pode ter que viajar até outro hospital para realizar o exame. Nem todos que tem câncer precisam realizar um PET scan, outros tipos de testes e exames podem ser mais adequados.

– Cintilografia com MIBG – Cintilografia com MIBG é um exame de imagem da medicina nuclear que envolve uma injeção de um material radioativo líquido chamado de (3-Iodo-(131I)benzil)guanidina – MIBG. O material radioativo é injetado em uma veia na parte frontal do seu braço ao nível do cotovelo, ou na parte traseira de sua mão.

Uma câmara gama especial (um tipo de scanner) encontra ou confirma a presença de tumores. Estes tumores envolvem tipos específicos de tecidos nervosos e mais comumente incluem feocromocitomas (um câncer raro da glândula supra-renal que está localizado na superfície dos rins) e neuroblastomas (cânceres que afetam o tecido nervoso). Tumores neuroblastomas normalmente começam na glândula supra-renal, mas também podem ser encontrados em outras partes do corpo.

– Cintilografia Óssea – Uma cintilografia óssea procura mudanças ou alterações nos ossos. Normalmente é feita no departamento de física médica, medicina nuclear ou raios-X do hospital.

A cintilografia óssea pode examinar uma determinada articulação ou osso. No diagnóstico de câncer é mais usual fazer a varredura do corpo inteiro.

 

– Ecocardiograma

Tumores carcinóides liberam substâncias químicas chamadas serotonina e taquicininas na corrente sanguínea, que podem ir até o coração e afetar as válvulas cardíacas. Se você foi diagnosticado com um tumor carcinóide no intestino médio, seu médico pode fazer um exame de sangue chamado de pro BNP NT. Se o resultado deste exame for elevado, então ele/ela lhe enviará para realizar um ecocardiograma para examinar o seu coração. Este exame é um ultrassom do seu coração e é normalmente realizado por um técnico cardíaco.
Uma pequena quantidade de água estéril será injetada em uma veia e isso é retratado conforme ela passa em torno do coração. Dependendo dos resultados você pode precisar de mais duas investigações:
• Ecocardiograma transesofágico;
• Cateterização cardíaca.

 

Observação: Não há um grupo padrão de exames – cada paciente pode precisar ser submetido a uma combinação diferente de testes. Se você tiver qualquer dúvida sobre estes testes, converse com sua equipe médica.

O tratamento de um câncer TNE depende do tamanho e localização do tumor, se o câncer se espalhou, e a saúde geral do paciente. É um grupo complexo de cânceres para controlar e, idealmente, uma equipe multidisciplinar de especialistas irá trabalhar com o paciente para determinar o melhor plano de tratamento. Nem todos os tratamentos aqui descritos são adequados para todos os pacientes, e planos de tratamento devem ser sempre adaptados ao indivíduo.

Uma equipe multidisciplinar sempre terá vários objetivos em mente para formular um plano de tratamento.

 

Objetivos do Tratamento

• O principal objetivo do tratamento para TNE é retirar o tumor por cirurgia. Dependendo do local do tumor primário ou se o tumor se espalhou isto pode não ser possível.
• Para aliviar os sintomas.
• Para controlar o crescimento do tumor.
• Para manter uma boa qualidade de vida para o paciente.

Aqui estão alguns dos tratamentos usados para reduzir ou estabilizar o tamanho do tumor e aliviar os sintomas. Observe que a disponibilidade dos tratamentos varia de país para país e de região para região. Para saber mais sobre quais tratamentos estão disponíveis para você, por favor, fale com sua equipe de saúde, ou a sua associação de pacientes local.

 

– Cirurgia

Cirurgia é o único tratamento que pode curar um câncer TNE. Entretanto, o atraso típico no diagnóstico, dá a oportunidade do tumor se espalhar (metastizar), torna a maioria dos cânceres TNE inelegíveis para cirurgia curativa (não-ressecável).

Se o tumor está contido em uma área (localizada), ou se houve apenas disseminação limitada, a cirurgia é geralmente a primeira escolha de tratamento. Se for possível remover o tumor completamente, e não houve metástase, o tratamento adicional pode não ser necessário.

Se o tumor se espalhou (metastizou), a cirurgia ainda pode ser possível para remover a parte do tumor que está produzindo hormônios em excesso. Isso é muitas vezes referido como ressecção parcial do tumor.

Se um TNE está bloqueando um órgão, como o intestino, a cirurgia pode ser útil para aliviar o bloqueio (obstrução). Se o tumor se espalhou para o fígado, a cirurgia pode ser usada para remover as partes do fígado que contém o tumor. Muito ocasionalmente, um transplante de fígado pode ser considerado. A cirurgia pode ser usada em todo um plano de tratamento do paciente, por muitas razões, incluindo a combinação com outras terapias.

 

– Análogos da Somatostatina

Diariamente, a cada duas semanas ou mensalmente, injeções de análogos da somatostatina estão disponíveis para controlar alguns dos sintomas desagradáveis causados por tumores carcinóides. Análogos da somatostatina (por exemplo, lanreotida, octreotida), são versões sintéticas da somatostatina, um hormônio produzido naturalmente no cérebro e no trato digestivo, que inibe a liberação de vários hormônios e outros substâncias químicas de nossos órgãos internos.

A formulação de octreotida pode ser administrada por infusão, auto-injeção diariamente, ou em uma injeção mensal que é uma fórmula de liberação lenta. A fórmula de lanreotida pode ser administrada a cada quinze dias e em uma fórmula de liberação lenta mensal. As injeções mensais são na sua maioria administradas por profissionais de saúde, mas é possível auto-injetar a injeção de lanreotida mensalmente.

Injeção destes análogos pode parar a produção excessiva de hormônios que causam sintomas como rubor, chiado e diarreia. Sob supervisão clínica, estes tratamentos também podem ser usados em pacientes com TNE sem síndrome clínica. Octreotida de longa ação também pode controlar o crescimento tumoral.

 

– Embolização

Se o tumor se espalhou para o fígado, pode ser oferecido ao paciente a embolização da artéria hepática (EAH). Neste procedimento, um cateter é colocado na virilha, e depois inserido até a artéria hepática que fornece sangue para os tumores no fígado. Partículas minúsculas chamadas embosferas (ou microesferas) são injetadas através do cateter dentro da artéria. Estas partículas incham e bloqueiam o fornecimento de sangue ao tumor, que podem fazer o tumor encolher ou até mesmo se extinguir.

Este tratamento também pode ser combinado com tratamentos sistêmicos em alguns pacientes com metástases hepáticas e metástases fora do fígado. É um procedimento que seria feito por um especialista chamado radiologista intervencionista. O paciente precisa ser sedado para o tratamento.

Às vezes, este processo de embolização é combinado com a quimioterapia (chamado HARE (Quimioembolização da artéria hepática) ou TACE (Quimioembolização Transcateter Arterial) ou radioterapia (RMT ou SIRT).

 

– Quimioterapia

A quimioterapia pode ser uma opção para pacientes que têm tumores neuroendócrinos pancreáticos, carcinóides brônquicos, e também para alguns pacientes cujos tumores carcinóides estão crescendo um pouco mais rápido do que normalmente poderia fazer.
A histologia do tumor vai ajudar a determinar se a quimioterapia será adequada ou não. Se um paciente foi submetido a quimioterapia, a equipe de oncologia, que são especialistas nesta área, cuidará dele ou dela.

Há uma série de ensaios clínicos em andamento que estão buscando as diferentes combinações de agentes quimioterápicos que são mais apropriados para diferentes tipos de cânceres TNE.

 

– Terapia com Radionuclídeos

Também chamada de terapia com radionuclídeos para receptor de peptídeo (PRRT) ou radioterapia com emissão de hormônio. Este tratamento envolve uma estratégia similar a que foi aplicada em um exame de octreotida, mas a dose de radiação é alta o suficiente para impedir um crescimento maior do tumor ou mesmo destruí-lo. Substâncias radioativas são quimicamente combinadas com hormônios que são conhecidos por se acumular em um TNE. Essa combinação é injetada no paciente: os hormônios entrarão no tumor, e a radiação anexada destruirá as células tumorais.

Há um número de diferentes agentes radioativos disponíveis.

Interferon
Interferon é uma substância natural produzida pelo sistema imunológico. Algumas vezes, é referido como terapia biológica ou imunoterapia e é usado para tratar alguns pacientes com TNEs. Em alguns pacientes é dado por si só, mas muitas vezes é dado como uma terapia de combinação com um análogo da somatostatina.

 

– Outros tratamentos

• Ablação por Radiofrequência (RFA) é usada quando um paciente tem relativamente poucos tumores secundários (metástases). Uma agulha é inserida no centro do tumor e uma corrente é aplicada para gerar calor, que destrói as células tumorais.
• Crioablação é semelhante à RFA; uma substância é inserida no tumor, que o destrói pelo congelamento das células.
• Injeção percutânea de álcool envolve a injeção de álcool puro em células cancerígenas no fígado. Ele funciona através da desidratação das células tumorais.
• Radioterapia externa.

Observação: Os pacientes podem ser encaminhados não só para diferentes hospitais no seu país ou região, mas às vezes também para centros especializados em outros países, a fim de ter acesso a uma gestão otimizada e tratamento de sua doença.

 

Pesquisa Clínica

Pesquisa é um processo passo a passo que envolve a coleta e análise de informações. Pesquisa sobre cânceres TNE é vital para melhorar a nossa compreensão da doença e como ela pode ser tratada. Os objetivos de pesquisa incluem:
• Entendimento sobre o que provoca os TNEs
• Entendimento de como os TNEs se formam
• Formulação de exames e exames de imagem diagnósticos mais eficazes
• Descoberta de novas opções de tratamento, e assegurar que tratamentos atuais estão sendo implementados para fornecer o melhor benefício terapêutico

Os TNEs são uma forma menos comum de câncer, e há pequenas equipes de profissionais médicos dedicados ao redor do mundo que tratam pacientes todos os dias. É importante que esses especialistas sejam alocados aos recursos para realizar pesquisas dentro de suas unidades, de modo que o nosso entendimento da doença e como tratá-la continuem a crescer.

Muitas pesquisas são realizadas por especialistas em TNE em suas clínicas. Em estudos clínicos, os pacientes concordam em tentar novas terapias (sob supervisão cuidadosa), a fim de ajudar os médicos a identificar os melhores tratamentos com menos efeitos colaterais. Se os pacientes querem participar de um ensaio clínico, eles devem discutir este assunto com o seu especialista, que saberá se eles são elegíveis.

Todos os estudos são executados com rigorosos critérios de inclusão e exclusão para a segurança dos pacientes. Pode ser frustrante para os pacientes descobrirem que são inelegíveis, mas nenhum profissional médico é capaz de influenciar as decisões com base nesses critérios.

Ninguém deve incluir um paciente em um estudo clínico sem o seu conhecimento. Um médico, enfermeiro ou pesquisador pedirá permissão, e eles não podem inserir um paciente no estudo, a menos que o paciente tenha dado seu consentimento.

Para ajudar os pacientes a decidir se querem participar, os pesquisadores devem dizer-lhes tudo sobre o estudo:
• O que ele está tentando descobrir;
• Como eles serão tratados;
• O que eles terão que fazer.

Mesmo após o consentimento ter sido dado, um paciente pode deixar o estudo sem dar uma razão a qualquer momento. Se um paciente está recebendo um novo tratamento como parte de um estudo e depois o deixa, ele ou ela pode não ser capaz de continuar o novo tratamento. Nesta situação, os pacientes teriam o tratamento padrão adequado para seu tipo de câncer.

 

Novidades no Tratamento

Para o tratamento Tumor Neuroendócrino avançado de pâncreas temos as opções:

 

– Análogos da somatostatina:

Os análogos da somatostina como octreotida  são versões sintéticas de somatostatina, um hormônio produzido naturalmente no cérebro e no trato digestivo que inibe a liberação de vários hormônios e outros produtos químicos de nossos órgãos internos.

A formulação octreotida pode ser administrada por infusão, por auto injecções diárias, ou por injecção mensal que é uma fórmula de libertação lenta.

A injeção destes análogos pode parar o excesso de produção de hormônios que causam sintomas como rubor, sibilos e diarréia. Sob supervisão clínica, estes tratamentos podem também ser usados em pacientes NET sem síndrome clínica. Longa ação octreotida pode também controlar o crescimento do tumor.

– Everolimus:

O Afinitor® é um medicamento que contém a substância ativa everolimus.  Everolimus reduz o fornecimento de sangue ao tumor e retarda o crescimento e disseminação das células cancerosas. Afinitor® é utilizado para o tratamento de tumores neuroendócrinos avançados que se originam a partir do pâncreas.

– Malato de sunitinibe:

Sutent® pode retardar ou parar alguns tipos de câncer. Funciona através do bloqueio de dois processos básicos que causam o crescimento dos tumores e fazem com que eles se espalhem. Esses processos são chamados de proliferação (células de divisão) e angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos). Sutent é utilizado para tratar tumores de pâncreas neuroendócrinos avançados ou metastáticos onde a cirurgia não é possível.

Não existe um sistema de estadiamento padrão para um tumor neuroendócrino. O estadiamento do tumor neuroendócrino pancreático são os mesmos que os estádios para o câncer de pâncreas.

O que é?

Tumores neuroendócrinos (TNEs) é o termo genérico para um grupo de cânceres incomuns, muitas vezes de crescimento lento, que se desenvolvem a partir de células do sistema endócrino difuso. Eles são encontrados mais comumente no pulmão ou sistema gastrointestinal, mas também podem ter origem em outras partes do corpo, como o pâncreas, ovário e testículos, entre outros.

 

O que são Células Neuroendócrinas?

O sistema endócrino difuso é composto de células neuroendócrinas encontradas nos tratos respiratório e digestivo. O trato respiratório inclui os brônquios e os pulmões. O trato digestivo começa na boca e termina no reto. As células neuroendócrinas também estão localizadas em glândulas endócrinas, tais como, as glândulas supra-renais, pâncreas, tireóide e pituitária. Essas células também são encontradas nos ovários e testículos.

Cânceres TNE se desenvolvem quando essas células especializadas sofrem alterações levando-as a se dividirem descontroladamente e se transformarem em uma massa de tecido anormal (tumor).

 

Como se formam?

Como os TNEs são formados ainda não é totalmente compreendido. Tal como acontece com todas as formas de câncer, os TNEs surgem quando as células se multiplicam rapidamente no corpo. Células normais em nosso corpo se dividem de forma controlada, mas no câncer os sinais de controle não funcionam. Isso provoca a formação de células anormais, que se dividem rapidamente, resultando no crescimento do tumor. A maioria dos TNEs ocorrem sem qualquer ligação hereditária, mas há casos em que TNEs estão presentes como parte de uma síndrome de câncer endócrino familiar, como MEN1, MEN 2, neurofibromatose tipo 1 ou Von Hippel Lindau.

 

Quais são os diferentes tipos de Tumores Neuroendócrinos?

Existem diferentes tipos de TNEs e todos possuem uma maneira ligeiramente diferente de se apresentarem, tanto em termos de sintomas quanto em como eles parecem quando observados no microscópio.

Exemplos de TNEs:

• Carcinóides – pulmonar, tímico, gástrico, duodenal, pancreático, de intestino delgado, de apêndice, de cólon, retal, ovariano e tumores carcinóides de origem desconhecida (primário desconhecido).
• Funcionamento e Não-Funcionamento de Tumores Pancreáticos.
• Múltiplas Neoplasias Endócrinas.
• Gastrinomas.
• Insulinomas.
• Glucagonomas.
• Feocromocitomas.
• Vipomas.
• Somatostatinomas.
• Carcinóide de Células Caliciformes.

Os locais mais comuns para TNEs ocorrerem são no pulmão e sistema digestivo, mas também podem surgir em outras partes do corpo, tais como o pâncreas. O lugar onde o TNE aparece pela primeira vez é chamado de local primário. No entanto, o TNE pode se espalhar e ser encontrado em outras partes do corpo, por exemplo, no fígado e nos gânglios linfáticos, e se isso ocorrer, seu médico pode se referir ao TNE como um tumor secundário ou metástase.

Os TNEs são classificados de acordo com a área na qual são encontrados.

Classificação dos TNEs:

• Tumores do intestino anterior: encontrados nos pulmões, estômago, pâncreas, vesícula biliar e duodeno;
• Tumores do intestino médio: encontrados no jejuno, íleo, apêndice e cólon direito;
• Tumores do intestino posterior: encontrados no cólon esquerdo e reto.

 

Por que existem diferentes nomes para Tumores Neuroendócrinos?

Este grupo de cânceres foi identificado pela primeira vez como uma doença específica em meados de 1800, e o termo carcinóide foi dado a eles em 1907 para descrever um tumor que cresceu muito mais lentamente do que os cânceres normais. No entanto, na década de 50, tornou-se bastante claro que esses tumores de crescimento lento poderiam ser malignos e se espalharem de uma parte do corpo para outro, como outras formas de câncer.
Atualmente, a descrição de tumor carcinóide está sendo lentamente substituída na literatura médica pelo termo TNE ou tumores gastroenteropancreáticos (gastro – estômago, entero – intestinos e pâncreas – pâncreas) ou GEPs para abreviação. No entanto, alguns médicos ainda usam o termo tumor carcinóide ou apenas carcinóide quando se referem aos TNEs que se desenvolvem no estômago, duodeno, intestino delgado, apêndice, cólon ou reto.
A terminologia pode ser conflitante. Por exemplo, um carcinóide pode ser descrito como um TNE ou um GEP-TNE; um insulinoma também pode ser descrito como um TNE pancreático, um TNEP, um TEP ou um TNE.

Fatores de Risco

Ainda não se sabe exatamente como os tumores neuroendócrinos são formados. Por isso, não há claros fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de tumor.Estudos mostram que os tumores neuroendócrinos são mais prevalentes em mulheres.

Sintomas
Como os cânceres TNE afetam o corpo?

Os cânceres TNE podem ter vários efeitos diferentes no corpo. Alguns TNEs produzem quantidades elevadas anormais de hormônios e alguns têm uma síndrome relacionada, como a síndrome carcinóide, que significa que os hormônios que são secretados provocam sintomas visíveis como rubor, diarreia, cólicas, chiado parecido com asma, problemas cardíacos e alterações na pele.

Os tumores que surgem no pâncreas podem ser classificados em funcionamento e não-funcionamento. Os tumores em funcionamento irão produzir várias síndromes clínicas que estão relacionadas ao local onde são originados. Por exemplo, um insulinoma vai secretar insulina em excesso e gastrinomas são tumores secretores de gastrina. Os tumores em não-funcionamento, que representam cerca de 30-40% dos tumores pancreáticos, secretam determinados hormônios e peptídeos como outros TNEs, mas a liberação destas substâncias químicas não causa uma síndrome identificável ou conjunto de sintomas. Isto pode tornar o diagnóstico difícil e explica por que tantos casos são coletados acidentalmente.

Os cânceres TNE também podem se espalhar (metastizar) para outras partes do corpo. Os locais mais comuns para esses cânceres secundários são o fígado, ossos e linfonodos.

 

Sintomas dos TNEs

Os sintomas dos cânceres TNE podem variar, dependendo do local e das propriedades biológicas. Frequentemente, os sintomas são semelhantes aos outros, condições mais comuns. Sintomas precoces podem incluir cansaço vago ou queixas digestivas, ou pode não haver sintomas.

Alguns sintomas típicos incluem:

Carcinóide Intestinal

• Obstrução intestinal
• Rubor
• Diarreia
• Dor abdominal
• Chiado

Carcinóide Brônquico

• Chiado
• Tosse
• Escarro sanguinolento

TNE Pancreático

• Dor epigástrica
• Doença de úlcera crônica
• Glicemia baixa intermitente
• Erupção cutânea
• Diabetes
• Diarreia

 

Por que os cânceres TNE se comportam de modos diferentes em pessoas diferentes?

TNEs diferentes afetam as pessoas de maneiras diferentes em termos de como o tumor cresce, os sintomas produzidos, se espalham ou não e como eles se espalham. No entanto, todos os TNEs compartilham algumas características semelhantes.

A histologia (como os tumores parecem ao microscópio) é muito importante para classificar o câncer em um tipo e, portanto, permitir que a equipe médica seja capaz de planejar o tratamento adequado. Embora os TNEs compartilhem características semelhantes, o diagnóstico e a forma como o câncer pode se comportar pode ser diferente.

O aspecto mais importante do tratamento do paciente com TNE é ser adaptado para atender o indivíduo, e ser fornecido por um especialista na área de TNEs. A qualidade de vida é fundamental para o paciente, assim como o trabalho em equipe é essencial para fornecer um plano sólido de tratamento e acompanhamento.

Há muita pesquisa sendo realizada por profissionais de saúde especializados e o progresso tem sido feito em termos de compreensão destes tumores. É importante assegurar que as pessoas com TNEs são vistas por especialistas a fim de acessar todo o conhecimento disponível.

Um paciente com câncer TNE deve idealmente ser encaminhado a um centro onde há uma equipe multidisciplinar que trabalha em conjunto para garantir os melhores resultados para cada paciente. Esta equipe normalmente incluí gastroenterologistas, cirurgiões, oncologistas, endocrinologistas, radiologistas, especialistas em medicina nuclear, histopatologistas e especialistas em enfermagem clínica.

Diagnóstico
Os cânceres TNE podem ser curados?

Quando encontrado em um estágio inicial, os cânceres TNE muitas vezes podem ser curados com cirurgia. Tal como acontece com todos os cânceres, se a cura cirúrgica é possível, esta deve ser a primeira linha de tratamento. Os pacientes ainda devem ser acompanhados por pelo menos dez anos para garantir que não haja recorrência do câncer. Infelizmente, muitos pacientes são diagnosticados tarde demais, quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo. Mesmo quando os tumores já se espalharam, a doença e seus sintomas muitas vezes podem ser controlados por muitos anos.

 

Diagnóstico e diagnóstico incorreto

Cânceres TNE são difíceis de diagnosticar. Após o início dos sintomas, que muitas vezes são inespecíficos e vagos, um diagnóstico pode levar uma média de 5-7 anos. Se cânceres TNE são detectados no início de seu desenvolvimento, muitas vezes podem ser curados com cirurgia. Atualmente, no entanto, a maioria dos cânceres TNE são diagnosticados em uma fase posterior, quando já se espalhou para outras partes do corpo. Nestes casos, eles raramente podem ser curados, embora os sintomas possam, muitas vezes, ser controlados com sucesso durante vários anos.

 

Por que os cânceres TNE muitas vezes são diagnosticados incorretamente?

Dependendo de onde eles estão no corpo, os cânceres TNE pode dar origem a uma grande variedade de sintomas. Estes sintomas podem ser leves ou não específicos, e são muitas vezes semelhantes aos de outros cânceres, as condições mais comuns. Por exemplo, muitos dos sintomas associados com tumores carcinóides são semelhantes aos da Síndrome do Intestino Irritável (SII), doença de Crohn, úlcera péptica, gastrite, outros distúrbios digestivos, asma ou pneumonia.

Muitos médicos não estão familiarizados com cânceres TNE e, portanto, são menos propensos a suspeitarem de um câncer de TNE em suas investigações iniciais.

 

Por que a detecção de cânceres TNE é difícil?

Os cânceres TNE são difíceis de detectar por várias razões:
• Tamanho – geralmente são pequenos; alguns cânceres TNE podem ser menores que um centímetro
• Local – cânceres TNE podem ocorrer em quase qualquer lugar do corpo
• Sintomas – estes podem variar muito e alguns pacientes não apresentam nenhum sintoma
• Teste – há diferentes tipos de cânceres TNE e uma série de testes especializados são necessários. Uma biópsia é uma ferramenta definitiva para o diagnóstico de um câncer TNE.

 

Testes usados para ajudar no diagnóstico.

Existem vários testes e exames diferentes que podem ser usados para detectar um câncer TNE. Alguns destes testes procuram mudanças hormonais desencadeadas pelas células cancerosas, enquanto outros buscam o próprio tumor.

 

– Biópsia

Envolve a coleta de um pedaço do tecido tumoral suspeito para analisá-lo no laboratório por um especialista chamado de histopatologista.

O especialista pode analisar a amostra da biópsia e dar ao tumor um índice proliferativo, ou seja, uma medida do número de células do tumor que estão se dividindo (proliferação). Um índice de proliferação de menos de 2% significa que o tumor está crescendo muito lentamente, enquanto um valor acima de 10% sugere um crescimento mais rápido. O teste para determinar o índice de proliferação é chamado Ki-67ou MIB1.

Conseguir observar o tumor pelo microscópio pode ser a única maneira de determinar exatamente qual é o tipo de câncer TNE.

 

– Exames de Sangue

O paciente pode ser solicitado a realizar um exame de sangue hormonal do intestino em jejum, e sangue também será coletado para vários outros testes. Os médicos irão procurar determinados marcadores TNE, particularmente cromogranina A e B, polipeptídeos pancreáticos, insulina e gastrina, glucagon, neurotensina, VIP (peptídeo intestinal vasoativo) e para a evidência de um aumento de certos peptídeos e hormônios no sangue, bem como verificar o quão bem os rins e o fígado estão funcionando. Se os resultados desses testes sugerirem a presença de um TNE, exames de imagem adicionais devem ser realizados.

 

– Outros exames bioquímicos

Um resumo de outros exames bioquímicos está relacionado abaixo:
• Hemograma completo
• Exames de função renal (ureia e eletrólitos)
• Exames de função hepática
• Exames de função da tireoide
• Varredura de hormônios hipofisários, por exemplo, hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), prolactina, hormônios do crescimento e cortisol
• Cálcio sérico, níveis de hormônio da paratireóide (em todos os pacientes com TNE pancreático, como teste de triagem simples para síndrome MEN-1).

 

– Exames de Urina

5-HIAA (ácido hidroxiindolacético) é uma substância que é, naturalmente, excretada pelo organismo. Normalmente, apenas pequenas quantidades estão presentes na urina. Níveis elevados em uma amostra de urina podem indicar um TNE, embora sejam necessários outros exames para confirmar o diagnóstico. Este exame também pode ser negativo, mesmo que uma pessoa tenha um câncer TNE, portanto outros exames também são importantes.

Será solicitado que o paciente evite certos alimentos, antes e durante o exame de 24 horas, incluindo chocolate, azeitonas, banana, abacaxi e seu suco, todos os produtos de tomate, ameixas, berinjela, abacate, kiwi, castanhas, especialmente nozes, chá, café e álcool. Também será solicitado que evitem certos medicamentos dois dias antes do exame, incluindo medicamentos para tosse, gripes e resfriados; medicamentos para hipertensão; relaxantes musculares; Valium e Flexeril; e inibidores da MAO, incluindo ervas naturais compradas em lojas de alimentos saudáveis que produzem o mesmo efeito. Isso é porque eles contêm substâncias que podem aumentar artificialmente os níveis de serotonina e dar um resultado falso ao exame.

 

– Endoscopia

Neste exame, uma câmera flexível, chamada endoscópio, é usada para examinar o trato digestivo. O tubo pode ser inserido da garganta (endoscopia digestiva) ou através do reto (colonoscopia). Em ambos os casos, o paciente será sedado. Se tecidos com aparência anormal forem encontrados durante este procedimento, uma amostra pode ser coletada e examinada sob um microscópio. Uma biópsia de tecido como esta pode ser o único teste definitivo para um câncer TNE.

 

Ultrassonografia endoscópica

Neste exame, um ultrassom é usado primeiramente para localizar áreas suspeitas, antes de realizar a endoscopia.

 

– Cápsula Endoscópica

Este é um procedimento não-invasivo no qual uma pequena cápsula contendo uma câmera de vídeo é engolida pelo paciente. À medida que passa através do trato gastrointestinal registra a mucosa do intestino delgado. Estas imagens são transmitidas por um sinal de radiofrequência para um gravador de dados anexado à cintura do paciente. Depois de aproximadamente oito horas a cápsula é excretada e os dados gravados são baixados para um computador onde podem ser visualizados, editados e gravados.

 

– Exames de imagem

Há também uma série de exames de imagem que o paciente é solicitado a fazer. O médico irá solicitar o teste específico que ele/ela exige e isso pode mudar dependendo do estágio da doença e do motivo da varredura.

Existem diferentes razões para exames de imagem diferentes que podem ser usadas, que são:

1. Triagem
2. Detecção do tumor primário em um paciente suspeito de TNE
3. Avaliação da extensão da doença
4. Avaliação da resposta ao tratamento
5. Acompanhamento após um diagnóstico inicial e/ou tratamento.

– OctreoScan® – Esta varredura utiliza uma técnica de imagem corporal. Células recebem mensagens hormonais através de receptores na superfície das células. Por razões que não são compreendidas, muitas células de tumores neuroendócrinos possuem especialmente, receptores de alta afinidade, por exemplo, TNEs-GEP, muitas vezes têm receptores de alta afinidade à somatostatina, um hormônio muito comum. O OctreoScan® utiliza uma forma sintética de somatostatina, que é quimicamente ligado a uma substância radioativa. Este é então injetado através de uma veia do braço e, em seguida, observado 24 horas depois usando um exame de imagem rádio-sensível. Esses exames podem diagnosticar e localizar cerca de 80-90% de TNEs-GEP, embora outros exames de imagem, tais como PET scan ainda pode ser exigido.

– TC – uma TC (Tomografia Computadorizada) é um tipo especial de máquina de raio-X. A tomografia computadorizada usa radiação ionizante para fornecer uma imagem tridimensional do interior do corpo. Pode ser usada para determinar a posição e o tamanho dos tumores, e exames regulares são úteis para descobrir mais sobre a taxa de crescimento do tumor e como o tumor está respondendo ao tratamento. Antes do exame, o paciente pode receber uma injeção ou beber um líquido de contraste que aparece no exame.

– IRM – uma Imagem por Ressonância Magnética (RMI) pode ser utilizada para localizar um tumor. O magnetismo é usado em vez de raios-X para produzir imagens dos tecidos moles que podem distinguir entre o tecido normal e o patológico. Se um tumor for identificado desta forma, outros testes podem ser necessários para confirmar qual é o tipo do tumor.

– PET Scan – Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) é uma técnica de imagem da medicina nuclear que produz uma imagem tridimensional de processos funcionais no organismo. Quando FDG-18 é injetado no corpo, ele se transporta para lugares onde a glicose é utilizada para energia. Ele mostra cânceres porque eles usam a glicose de uma forma diferente do tecido normal. E vai apresentar alterações nos tecidos que utilizam a glicose como sua principal fonte de energia – por exemplo, o cérebro. Geralmente é usado em conjunto com um exame TC para criar uma imagem do tamanho, localização e condição dos tumores.

PET Scanners são muito caros e um número limitado de hospitais possuem um. Isto significa que um paciente pode ter que viajar até outro hospital para realizar o exame. Nem todos que tem câncer precisam realizar um PET scan, outros tipos de testes e exames podem ser mais adequados.

– Cintilografia com MIBG – Cintilografia com MIBG é um exame de imagem da medicina nuclear que envolve uma injeção de um material radioativo líquido chamado de (3-Iodo-(131I)benzil)guanidina – MIBG. O material radioativo é injetado em uma veia na parte frontal do seu braço ao nível do cotovelo, ou na parte traseira de sua mão.

Uma câmara gama especial (um tipo de scanner) encontra ou confirma a presença de tumores. Estes tumores envolvem tipos específicos de tecidos nervosos e mais comumente incluem feocromocitomas (um câncer raro da glândula supra-renal que está localizado na superfície dos rins) e neuroblastomas (cânceres que afetam o tecido nervoso). Tumores neuroblastomas normalmente começam na glândula supra-renal, mas também podem ser encontrados em outras partes do corpo.

– Cintilografia Óssea – Uma cintilografia óssea procura mudanças ou alterações nos ossos. Normalmente é feita no departamento de física médica, medicina nuclear ou raios-X do hospital.

A cintilografia óssea pode examinar uma determinada articulação ou osso. No diagnóstico de câncer é mais usual fazer a varredura do corpo inteiro.

 

– Ecocardiograma

Tumores carcinóides liberam substâncias químicas chamadas serotonina e taquicininas na corrente sanguínea, que podem ir até o coração e afetar as válvulas cardíacas. Se você foi diagnosticado com um tumor carcinóide no intestino médio, seu médico pode fazer um exame de sangue chamado de pro BNP NT. Se o resultado deste exame for elevado, então ele/ela lhe enviará para realizar um ecocardiograma para examinar o seu coração. Este exame é um ultrassom do seu coração e é normalmente realizado por um técnico cardíaco.
Uma pequena quantidade de água estéril será injetada em uma veia e isso é retratado conforme ela passa em torno do coração. Dependendo dos resultados você pode precisar de mais duas investigações:
• Ecocardiograma transesofágico;
• Cateterização cardíaca.

 

Observação: Não há um grupo padrão de exames – cada paciente pode precisar ser submetido a uma combinação diferente de testes. Se você tiver qualquer dúvida sobre estes testes, converse com sua equipe médica.

Tratamento

O tratamento de um câncer TNE depende do tamanho e localização do tumor, se o câncer se espalhou, e a saúde geral do paciente. É um grupo complexo de cânceres para controlar e, idealmente, uma equipe multidisciplinar de especialistas irá trabalhar com o paciente para determinar o melhor plano de tratamento. Nem todos os tratamentos aqui descritos são adequados para todos os pacientes, e planos de tratamento devem ser sempre adaptados ao indivíduo.

Uma equipe multidisciplinar sempre terá vários objetivos em mente para formular um plano de tratamento.

 

Objetivos do Tratamento

• O principal objetivo do tratamento para TNE é retirar o tumor por cirurgia. Dependendo do local do tumor primário ou se o tumor se espalhou isto pode não ser possível.
• Para aliviar os sintomas.
• Para controlar o crescimento do tumor.
• Para manter uma boa qualidade de vida para o paciente.

Aqui estão alguns dos tratamentos usados para reduzir ou estabilizar o tamanho do tumor e aliviar os sintomas. Observe que a disponibilidade dos tratamentos varia de país para país e de região para região. Para saber mais sobre quais tratamentos estão disponíveis para você, por favor, fale com sua equipe de saúde, ou a sua associação de pacientes local.

 

– Cirurgia

Cirurgia é o único tratamento que pode curar um câncer TNE. Entretanto, o atraso típico no diagnóstico, dá a oportunidade do tumor se espalhar (metastizar), torna a maioria dos cânceres TNE inelegíveis para cirurgia curativa (não-ressecável).

Se o tumor está contido em uma área (localizada), ou se houve apenas disseminação limitada, a cirurgia é geralmente a primeira escolha de tratamento. Se for possível remover o tumor completamente, e não houve metástase, o tratamento adicional pode não ser necessário.

Se o tumor se espalhou (metastizou), a cirurgia ainda pode ser possível para remover a parte do tumor que está produzindo hormônios em excesso. Isso é muitas vezes referido como ressecção parcial do tumor.

Se um TNE está bloqueando um órgão, como o intestino, a cirurgia pode ser útil para aliviar o bloqueio (obstrução). Se o tumor se espalhou para o fígado, a cirurgia pode ser usada para remover as partes do fígado que contém o tumor. Muito ocasionalmente, um transplante de fígado pode ser considerado. A cirurgia pode ser usada em todo um plano de tratamento do paciente, por muitas razões, incluindo a combinação com outras terapias.

 

– Análogos da Somatostatina

Diariamente, a cada duas semanas ou mensalmente, injeções de análogos da somatostatina estão disponíveis para controlar alguns dos sintomas desagradáveis causados por tumores carcinóides. Análogos da somatostatina (por exemplo, lanreotida, octreotida), são versões sintéticas da somatostatina, um hormônio produzido naturalmente no cérebro e no trato digestivo, que inibe a liberação de vários hormônios e outros substâncias químicas de nossos órgãos internos.

A formulação de octreotida pode ser administrada por infusão, auto-injeção diariamente, ou em uma injeção mensal que é uma fórmula de liberação lenta. A fórmula de lanreotida pode ser administrada a cada quinze dias e em uma fórmula de liberação lenta mensal. As injeções mensais são na sua maioria administradas por profissionais de saúde, mas é possível auto-injetar a injeção de lanreotida mensalmente.

Injeção destes análogos pode parar a produção excessiva de hormônios que causam sintomas como rubor, chiado e diarreia. Sob supervisão clínica, estes tratamentos também podem ser usados em pacientes com TNE sem síndrome clínica. Octreotida de longa ação também pode controlar o crescimento tumoral.

 

– Embolização

Se o tumor se espalhou para o fígado, pode ser oferecido ao paciente a embolização da artéria hepática (EAH). Neste procedimento, um cateter é colocado na virilha, e depois inserido até a artéria hepática que fornece sangue para os tumores no fígado. Partículas minúsculas chamadas embosferas (ou microesferas) são injetadas através do cateter dentro da artéria. Estas partículas incham e bloqueiam o fornecimento de sangue ao tumor, que podem fazer o tumor encolher ou até mesmo se extinguir.

Este tratamento também pode ser combinado com tratamentos sistêmicos em alguns pacientes com metástases hepáticas e metástases fora do fígado. É um procedimento que seria feito por um especialista chamado radiologista intervencionista. O paciente precisa ser sedado para o tratamento.

Às vezes, este processo de embolização é combinado com a quimioterapia (chamado HARE (Quimioembolização da artéria hepática) ou TACE (Quimioembolização Transcateter Arterial) ou radioterapia (RMT ou SIRT).

 

– Quimioterapia

A quimioterapia pode ser uma opção para pacientes que têm tumores neuroendócrinos pancreáticos, carcinóides brônquicos, e também para alguns pacientes cujos tumores carcinóides estão crescendo um pouco mais rápido do que normalmente poderia fazer.
A histologia do tumor vai ajudar a determinar se a quimioterapia será adequada ou não. Se um paciente foi submetido a quimioterapia, a equipe de oncologia, que são especialistas nesta área, cuidará dele ou dela.

Há uma série de ensaios clínicos em andamento que estão buscando as diferentes combinações de agentes quimioterápicos que são mais apropriados para diferentes tipos de cânceres TNE.

 

– Terapia com Radionuclídeos

Também chamada de terapia com radionuclídeos para receptor de peptídeo (PRRT) ou radioterapia com emissão de hormônio. Este tratamento envolve uma estratégia similar a que foi aplicada em um exame de octreotida, mas a dose de radiação é alta o suficiente para impedir um crescimento maior do tumor ou mesmo destruí-lo. Substâncias radioativas são quimicamente combinadas com hormônios que são conhecidos por se acumular em um TNE. Essa combinação é injetada no paciente: os hormônios entrarão no tumor, e a radiação anexada destruirá as células tumorais.

Há um número de diferentes agentes radioativos disponíveis.

Interferon
Interferon é uma substância natural produzida pelo sistema imunológico. Algumas vezes, é referido como terapia biológica ou imunoterapia e é usado para tratar alguns pacientes com TNEs. Em alguns pacientes é dado por si só, mas muitas vezes é dado como uma terapia de combinação com um análogo da somatostatina.

 

– Outros tratamentos

• Ablação por Radiofrequência (RFA) é usada quando um paciente tem relativamente poucos tumores secundários (metástases). Uma agulha é inserida no centro do tumor e uma corrente é aplicada para gerar calor, que destrói as células tumorais.
• Crioablação é semelhante à RFA; uma substância é inserida no tumor, que o destrói pelo congelamento das células.
• Injeção percutânea de álcool envolve a injeção de álcool puro em células cancerígenas no fígado. Ele funciona através da desidratação das células tumorais.
• Radioterapia externa.

Observação: Os pacientes podem ser encaminhados não só para diferentes hospitais no seu país ou região, mas às vezes também para centros especializados em outros países, a fim de ter acesso a uma gestão otimizada e tratamento de sua doença.

 

Pesquisa Clínica

Pesquisa é um processo passo a passo que envolve a coleta e análise de informações. Pesquisa sobre cânceres TNE é vital para melhorar a nossa compreensão da doença e como ela pode ser tratada. Os objetivos de pesquisa incluem:
• Entendimento sobre o que provoca os TNEs
• Entendimento de como os TNEs se formam
• Formulação de exames e exames de imagem diagnósticos mais eficazes
• Descoberta de novas opções de tratamento, e assegurar que tratamentos atuais estão sendo implementados para fornecer o melhor benefício terapêutico

Os TNEs são uma forma menos comum de câncer, e há pequenas equipes de profissionais médicos dedicados ao redor do mundo que tratam pacientes todos os dias. É importante que esses especialistas sejam alocados aos recursos para realizar pesquisas dentro de suas unidades, de modo que o nosso entendimento da doença e como tratá-la continuem a crescer.

Muitas pesquisas são realizadas por especialistas em TNE em suas clínicas. Em estudos clínicos, os pacientes concordam em tentar novas terapias (sob supervisão cuidadosa), a fim de ajudar os médicos a identificar os melhores tratamentos com menos efeitos colaterais. Se os pacientes querem participar de um ensaio clínico, eles devem discutir este assunto com o seu especialista, que saberá se eles são elegíveis.

Todos os estudos são executados com rigorosos critérios de inclusão e exclusão para a segurança dos pacientes. Pode ser frustrante para os pacientes descobrirem que são inelegíveis, mas nenhum profissional médico é capaz de influenciar as decisões com base nesses critérios.

Ninguém deve incluir um paciente em um estudo clínico sem o seu conhecimento. Um médico, enfermeiro ou pesquisador pedirá permissão, e eles não podem inserir um paciente no estudo, a menos que o paciente tenha dado seu consentimento.

Para ajudar os pacientes a decidir se querem participar, os pesquisadores devem dizer-lhes tudo sobre o estudo:
• O que ele está tentando descobrir;
• Como eles serão tratados;
• O que eles terão que fazer.

Mesmo após o consentimento ter sido dado, um paciente pode deixar o estudo sem dar uma razão a qualquer momento. Se um paciente está recebendo um novo tratamento como parte de um estudo e depois o deixa, ele ou ela pode não ser capaz de continuar o novo tratamento. Nesta situação, os pacientes teriam o tratamento padrão adequado para seu tipo de câncer.

 

Novidades no Tratamento

Para o tratamento Tumor Neuroendócrino avançado de pâncreas temos as opções:

 

– Análogos da somatostatina:

Os análogos da somatostina como octreotida  são versões sintéticas de somatostatina, um hormônio produzido naturalmente no cérebro e no trato digestivo que inibe a liberação de vários hormônios e outros produtos químicos de nossos órgãos internos.

A formulação octreotida pode ser administrada por infusão, por auto injecções diárias, ou por injecção mensal que é uma fórmula de libertação lenta.

A injeção destes análogos pode parar o excesso de produção de hormônios que causam sintomas como rubor, sibilos e diarréia. Sob supervisão clínica, estes tratamentos podem também ser usados em pacientes NET sem síndrome clínica. Longa ação octreotida pode também controlar o crescimento do tumor.

– Everolimus:

O Afinitor® é um medicamento que contém a substância ativa everolimus.  Everolimus reduz o fornecimento de sangue ao tumor e retarda o crescimento e disseminação das células cancerosas. Afinitor® é utilizado para o tratamento de tumores neuroendócrinos avançados que se originam a partir do pâncreas.

– Malato de sunitinibe:

Sutent® pode retardar ou parar alguns tipos de câncer. Funciona através do bloqueio de dois processos básicos que causam o crescimento dos tumores e fazem com que eles se espalhem. Esses processos são chamados de proliferação (células de divisão) e angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos). Sutent é utilizado para tratar tumores de pâncreas neuroendócrinos avançados ou metastáticos onde a cirurgia não é possível.

Estadiamento

Não existe um sistema de estadiamento padrão para um tumor neuroendócrino. O estadiamento do tumor neuroendócrino pancreático são os mesmos que os estádios para o câncer de pâncreas.

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Tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os mais raros tumores do trato GI. No passado, pensava-se que eles se iniciavam no músculo ou em células nervosas no trato Gastro intesntinal (GI). Isto porque as células tumorais parecem com células musculares ou nervosas vistas no microscópio.

Sabemos agora que os GISTs se iniciam em células especiais encontradas na parede do trato GI chamadas células intersticiais de Cajal (ICCs) ou em células muito jovens que podem desenvolver-se em ICCs. Os ICCs são parte do sistema nervoso autônomo, a parte que regula os processos corporais. O sistema nervoso autônomo envia sinais para o trato GI dizendo para ele digerir o alimento. ICCs são, às vezes, chamados de “marcapassos” do sistema digestivo, pois mandam sinais aos músculos para contraírem, fazendo com que alimentos e líquidos se movam através do trato GI.

Nem todos os GISTs são cancerosos. Alguns  não crescem em outras áreas ou se espalham para outras partes do corpo.
Mais da metade dos GISTs iniciam-se no estômago. A maior parte dos remanescentes iniciam-se no intestino delgado, mas GISTs podem ser encontrados em qualquer parte do trato GI.

Outros cânceres do trato gastrointestinal

Cânceres podem ocorrer em qualquer lugar do trato GI – desde o esôfago até o ânus. Geralmente estes cânceres se iniciam em células glandulares que revestem a maior parte do trato GI. Os cânceres que se desenvolvem nestas células são chamados adenocarcinomas.

Algumas partes do trato GI, como a parte superior do esôfago e o término do ânus, são revestidas com células lisas chamadas de células escamosas. Estas células são do mesmo tipo das encontradas na superfície da pele. Cânceres iniciados nestas células são chamados de carcinomas de células escamosas.

O trato GI é também composto por células neuroendócrinas. Estas células têm algumas características em comum com células nervosas, mas outras características em comum com células produtoras de hormônio (endócrinas). Cânceres neuroendócrinos podem se desenvolver a partir destas células. Este tipo de câncer é raro no trato GI. Tumores carcinóides são exemplos de cânceres neuroendócrinos encontrados no trato GI.

Outros tipos de câncer que podem ser encontrados no trato GI incluem leiomiossarcoma, angiossarcoma e tumores na bainha de nervos periféricos. Eles surgem das células musculares, células dos vasos sanguíneos e células nervosas no trato GI.

GISTs são diferentes destes outros cânceres do trato GI. Primeiro de tudo, eles se iniciam em células de tipos diferentes. Os GISTs são também bem diferentes em seu prognóstico (perspectiva) e tratamento. Este é o motivo pelo qual médicos necessitam descobrir se um paciente tem GISTs, algum outro tipo de câncer ou uma condição não cancerosa.

É importante também que pacientes entendam que os GISTs não são como outros tipos de câncer do trato GI mais comuns. Aprendendo mais sobre os GISTs, os pacientes podem melhorar o cuidado à sua saúde e fazer decisões consistentes sobre as opções de tratamento.

Um fator de risco é qualquer coisa que afete a chance de uma pessoa de contrair uma doença como o câncer. Cânceres diferentes têm diferentes fatores de risco. Por exemplo, expor a pele à luz solar intensa é um fator de risco para câncer de pele. Fumar é um fator de risco para câncer no pulmão e muitos outros cânceres. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que a pessoa terá a doença. E muitas pessoas que tem a doença podem nunca ter tido nenhum fator de risco conhecido.
Atualmente, existem bem poucos fatores de risco conhecidos para tumores estromais gastrointestinais (GISTs).

 

Síndromes genéticas

A maioria dos GISTs é esporádica (não herdada) e não tem causa clara. Em casos raros, porém, GISTs foram encontrados em vários membros da mesma família. Estes membros de família herdaram uma mutação genética que pode levar aos GISTs.

Síndrome do tumor estromal gastrointestinal familiar

Esta é uma condição herdada rara que leva ao aumento do risco de desenvolvimento de GISTs. Pessoas com esta condição herdada tendem a desenvolver GISTs em idades menores do que o geralmente ocorre. Eles também são mais prováveis a terem GISTs múltiplos. Mais frequentemente, esta síndrome é causada por uma cópia anormal do gene c-kit que é passado de pais para filhos. O gene c-kit é o mesmo gene que é mutado (modificado) na maioria dos GISTs esporádicos. Em pessoas que herdaram o gene anormal, ele está presente em todas as células do corpo, enquanto que pessoas que tem GISTs esporádicos, ele é apenas encontrado nas células cancerosas. Em poucos casos, uma cópia anormal de um gene diferente, o gene PDGFRA, causa esta síndrome genética. Defeitos no gene PDGFRA são encontrados em cerca de 5% dos GISTs esporádicos. Às vezes, pessoas com síndrome de GISTs familiar também tem manchas na pele como aqueles vistos em pacientes com neurofibromatose (discutido abaixo). Antes de testes para c-kit e PDGFRA estarem disponíveis, pensava-se erroneamente que algumas dessas pessoas tinham neurofibromatose.

 

Neurofibromatose de Tipo 1 (ou doença de von Recklinghausen)

É uma doença que é geralmente herdada. É causada por defeitos no gene NF1. Pessoas afetadas por esta síndrome têm muitos tumores benignos que se formam nos nervos (chamados neurofibromas). Estes tumores se formam abaixo da pele e em outras partes do corpo. Eles também tem um tipo de mancha castanha ou marrom na pele (chamadas manchas de caféau lait). Pessoas com esta condição têm um alto risco de GISTs e muitos outros cânceres.

 

Nós sabemos o que causa os tumores estromais gastrointestinais?

Em anos recentes, cientistas tem tido um grande progresso no aprendizado de como certas mudanças no DNA podem fazer com que células normais tornem-se cancerosas. O DNA é a substância química que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. Nós parecemos com nossos pais porque eles são a fonte do nosso DNA. Mas o DNA afeta mais do que a nossa aparência. Alguns genes (partes de nosso DNA) contêm instruções para controlar quando as células crescem ou se dividem.

O tempo todo a célula se prepara para se dividir em 2 novas células, e devem então duplicar seu DNA. Este processo não é perfeito e, algumas vezes ocorrem erros, especialmente se as células estão crescendo rapidamente. Estes erros de cópia resultam em um defeito (ou mutação) no gene.

Certos genes que promovem o crescimento e divisão celular são chamados oncogenes. Outros que diminuem a divisão celular ou causam a morte celular no tempo certo são chamados genes supressores de tumor. Nós sabemos que cânceres podem ser causados por mutações no DNA (defeitos) que ligam os oncogenes ou desligam os genes supressores de tumor.

Algumas pessoas com certos tipos de câncer têm mutações no DNA que herdaram de um genitor, o que aumenta seu risco para doença. Há poucas famílias que tem tumores estromais gastrointestinais (GISTs) causados por mutação passada de pais para filhos. Mas a maioria das mutações do DNA relacionadas aos GISTs não são herdadas. Estas mutações ocorrem sem razão aparente e são chamadas esporádicas.

Não sabemos exatamente o que causa os GISTs, mas sabemos que células de câncer da maioria dos pacientes com GIST têm uma alteração em um oncogene chamado c-kit. O gene c-kit é encontrado em todas as células do corpo. Ele leva à formação de uma proteína chamada KIT. Esta proteína faz com que a célula cresça e se divida. Geralmente o gene c-kit está inativo. Ele apenas é ativado se há necessidade de mais células intersticiais de Cajal (CICs). Na maioria dos GISTs, o gene c-kit está mutado e sempre ativo. Isto deve explicar porque o câncer se forma. As células estão sempre crescendo e se dividindo. Em algumas das famílias que há muitos membros com GISTs, médicos encontraram mutações herdadas no gene c-kit.

Em alguns GISTs, uma mutação de gene diferente faz com que a célula produza muito da proteína chamada PDGFRA. Ela tem o mesmo efeito na célula que a KIT.

Estas proteínas (KIT e PDGFRA) agem como uma enzima chamada tirosina quinase. Elas são importantes no diagnóstico e tratamento de GISTs.

 

Fatores prognósticos

Para GISTs, fatores como tamanho do tumor, seu grau e se ele já mostrou sinais de disseminação no abdome, podem ser úteis em predizer a rapidez com que o câncer crescerá e como será a probabilidade de retorno após o tratamento. Antes de o sistema de estadiamento ter sido desenvolvido, os médicos muitas vezes usavam estes fatores para ajudar a prever o desfecho de pacientes com GIST, bem como para selecionar o melhor tratamento.

O tamanho do tumor pode dar uma indicação do prognóstico (perspectiva). Tumores menores (geralmente aqueles com menos de 2 polegadas de diâmetro) tendem a ser menos propensos a se espalhar e ter resultados melhores que os maiores. A melhor perspectiva é para tumores menores que 1 polegadas.
Um outro fator prognóstico é o grau histológico do tumor – a sua tendência para crescer e se espalhar mais rapidamente, com base em como células se parecem sob o microscópio. Para GISTs, isto é feito descobrindo quantas células há em divisão ou em mitose. O patologista olha para muitas áreas diferentes (ou campos) de uma amostra do tumor sob o microscópio e conta o número real de células em divisão. Ao fazer essas contagens, o médico vem com um número chamado mitoses por campo de alta potência. Este número irá ajudar a prever se o GIST é mais provável de ser um câncer ou um tumor benigno.
Os médicos geralmente usam esses fatores para separar os pacientes em grupos de muito baixo, baixo, intermediário ou alto risco. Esses agrupamentos descrevem o risco de o câncer se espalhar para áreas distantes do corpo.
Se um tumor já se espalhou ou não para outras áreas quando encontrado pela primeira vez é um fator importante para determinar sua perspectiva. Ele pode ter um efeito se certas opções de tratamento, como a cirurgia, estão disponíveis.
Quando estes tumores são cancerosos e se espalham para longe do local inicial (primário), se espalham na maioria das vezes no interior do abdome e, em particular, para o fígado. Menos frequentemente, eles também podem se espalhar para os rins e ossos. A propagação para nódulos linfáticos, cérebro e outros lugares não é comum. Em cerca de metade dos casos, o tumor ainda está localizado onde foi encontrado; uma vez dentre quatro ele se espalha para tecidos nas proximidades e uma vez dentre quatro ele se espalha para locais distantes.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser prevenidos?

Nós ainda não conhecemos nenhuma maneira de prevenir tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Nós sabemos que em alguns casos raros a doença tem sido diagnosticada em membros da mesma família, mas este não é um fator que pode ser controlado.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser encontrados cedo?

Triagem refere-se a testes e exames usados para encontrar uma doença como câncer em pessoas que não tem nenhum sintoma. A American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) tem recomendações para testes de triagem para encontrar vários tipos comuns de câncer o mais cedo possível. Mas testes de triagem não têm sido eficazes para tumores raros como tumores estromais gastrointestinais (GISTs), e testes de rotina para pessoas sem nenhum sintoma não são recomendados.
GISTs tem chance de serem descobertos cedo. Algumas vezes, são observados em um exame para outro problema, como durante uma colonoscopia para verificar câncer de cólon. Raramente, um GIST pode ser diagnosticado com teste de imagem, como exame de tomografia computadorizada (exame TC) ou estudo de bário, que é realizado para outro motivo.
GISTs podem também ser encontrados acidentalmente (inesperadamente) durante uma cirurgia abdominal para outro problema.

A maioria dos tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago ou no intestino delgado. Estes tumores podem não causar nenhum sintoma a menos que eles estejam em um determinado local ou cresçam a um certo tamanho.

Os sintomas mais comuns de GISTs são:
• Dor ou desconforto abdominal (barriga)
• Náusea, vômito
• Sentir-se cheio após uma pequena quantidade de comida
• Perda de apetite
• Perda de peso
• Problemas para engolir (para tumores no esôfago)
• Sangramento dentro do trato gastrointestinal
Se o sangramento é rápido o suficiente, ele fazer evacuações negras e tardias. Sangramentos mais lentos podem não mudar a cor das evacuações, mas pode levar à anemia (contagem baixa de hemácias). Isto pode fazer com que uma pessoa se sinta cansada e fraca. Se o tumor sangrar dentro do estômago, pode causar vômito de sangue ao paciente.

Em alguns casos uma pessoa pode sentir o crescimento (tumor) em seu abdome. Se o câncer se espalha para o fígado, ele pode se tornar maior.

Em alguns casos o tumor pode crescer dentro do intestino e bloqueá-lo. Isto é chamado de obstrução intestinal e causa dor abdominal grave e vômito. Cirurgia de emergência é frequentemente requerida para tratar o bloqueio.

Tumores pequenos podem não causar nenhum sintoma. Eles são encontrados acidentalmente quando o médico está procurando por outro problema. Eles são geralmente benignos.

Se houver uma razão para suspeitar que você possa ter GIST, o médico irá usar um ou mais métodos para descobrir se a doença está realmente presente.

Histórico médico e exame físico

Para saber sobre seu histórico médico, o médico irá perguntar sobre sintomas e fatores de risco que você possa ter. Se você tem um ou mais sintomas que sugiram que você tenha GIST, o médico irá perguntar sobre quais destes que possam ser causados por uma massa no esôfago, estômago, intestino ou reto. Um exame físico inteiro pode fornecer evidências de um GIST, como massa no abdome ou outros problemas de saúde.

 

Testes de imagem

Seu médico pode pedir um teste de imagem para ajudar a encontrar a causa de seus sintomas.

 

Raios-x de bário

Para estes estudos (exames), uma solução contendo bário é usada para cobrir o revestimento do esôfago, estômago e intestinos. Isso faz com que anormalidades sejam vistas mais facilmente no revestimento pelo raio-x. Estes exames são úteis, às vezes, no diagnóstico de tumores no GI. Eles são menos eficazes em encontrar tumores no intestino delgado. Você provavelmente terá de iniciar o jejum à noite antes do exame. Se o cólon estiver sendo examinado, você pode precisar de laxativos e/ou enemas para limpar o intestino na noite anterior da manhã do exame.

 

Deglutição de bário

Este exame (também conhecido como séries GI superior) é usado para olhar para o revestimento do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. Pacientes que fazem este exame bebem uma solução de bário antes que as imagens de raio-x sejam realizadas.

 

Através do intestino delgado

Esta é uma continuação da deglutição de bário que é, algumas vezes, usada para olhar para problemas no intestino delgado. Para este exame, raios-x são tirados em intervalos regulares ao longo do curso de poucas horas, assim que o bário passa através dos intestinos.

 

Enteróclise

Este procedimento é uma outra maneira de olhar para o intestino delgado. Neste exame, um tubo fino é passado através da boca ou nariz para o esôfago, e através do estômago até o início do intestino delgado. O bário é enviado através do tubo, junto com uma substância que cria mais ar nos intestinos, causando expansão. Raios-x do intestino são tirados. Este exame pode proporcionar imagens melhores do intestino delgado do que através do intestino delgado, mas é também mais desconfortável.

 

Enema de bário

Este exame (também conhecido como GI inferior sérico) é usado para olhar para a superfície interior do intestino grosso. Para este exame, a solução de bário é dada através do ânus enquanto o paciente está deitado na mesa de raio-x. Quando o cólon está quase repleto pela metade de bário, o paciente se vira, assim o bário se espalha através do cólon. Para um enema de bário regular, raios-x são tirados. Depois que o bário é colocado no cólon, ar deve ser soprado para dentro ajudando a empurrar o bário através da parede do cólon, para melhor recobrir a superfície interior. Depois, raios-x são tirados. Isto é chamado de enema de bário por contraste de ar (também conhecido como enema de bário de duplo contraste).
Raios-x de bário são menos usados nos dias de hoje que antes. Em muitos casos estão sendo substituídos por endoscopia – onde o médico geralmente olha para dentro do cólon ou estômago com uma fibra ótica estreita.

 

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um procedimento de raios-X que produz imagens detalhadas, transversais de seu corpo. Ao contrário de produzir uma imagem, como o raio-x padrão, um exame de TC tira muitas imagens girando ao seu redor. Um computador então combina as imagens de fatias de parte do seu corpo que está sendo estudado.

Antes que qualquer imagem seja tirada, será solicitado a você para engolir um líquido de contraste oral. Ele ajuda a delinear seu trato intestinal para fazer com que os tumores sejam mais fáceis de ver. Você também pode receber um revestimento intravenoso (IV) de modo que um corante possa ser injetado (contraste IV). Isto pode melhorar a delinear as estruturas do seu corpo.

A injeção IV pode causar algum rubor (vermelhidão e sensação de calor). Algumas pessoas são alérgicas e apresentam urticária ou, raramente, reações mais graves como problemas respiratórios e pressão sanguínea baixa. Medicamentos podem ser dados a fim de prevenir e tratar qualquer reação alérgica, dessa maneira, é importante para você fazer com que seu médico saiba, antes do exame, de qualquer reação prévia que você possa ter ao material de contraste usado para os raios-x.

Exames de TC demoram mais que raios-x regulares. Você precisa estar deitado sobre uma mesa, e a parte do seu corpo a ser analisada é colocada dentro do scanner, uma máquina de forma cilíndrica que circunda completamente a mesa. O exame é indolor, mas você pode se sentir desconfortável em manter algumas certas posições por alguns minutos de tempo.

Exames de TC são úteis em pacientes com GISTs para descobrir a localização e o tamanho do tumor, assim como para analisar se ele se espalhou dentro do abdome ou fígado.

Em alguns casos, exames de TC podem ser usados para guiar uma agulha de biópsia precisamente dentro de um câncer suspeito ou de uma lesão metastática. Entretanto, devido ao exame ser de risco quando um GIST está envolvido (sangramento, possível risco aumentado de espalhamento do tumor), estes tipos de biópsias são geralmente feitas se um resultado puder afetar a decisão do tratamento. (Para mais informações, veja informações sobre biópsia abaixo).

 

Ressonância magnética

Ressonância magnética (RM) utiliza ondas de radiofrequência e magnetos fortes ao invés de raios-x. A energia das ondas de radiofrequência é absorvida e depois liberada em um padrão formado pelo tipo de tecido e por certas doenças. Um computador traduz o padrão em imagens muito detalhadas de partes do corpo. Não apenas produz fatias transversais do corpo como um exame de TC, mas também ajuda a produzir fatias que são paralelas com o comprimento de seu corpo. Um material de contraste pode ser injetado assim como exames de TC, mas é menos usado.

Exames de RM são um pouco mais desconfortáveis que exames de TC. Eles demoram mais – geralmente até uma hora. Você tem que deitar dentro de um tubo, o qual é confinado, o que pode perturbar algumas pessoas com medo de locais fechados (claustrofobia). Recentemente, máquinas de RM “abertas” podem ser mais fáceis de tolerar, mas elas são menos frequentes. A máquina também produz alguns zunidos e barulhos de cliques que algumas pessoas podem achar perturbadores. Muitos lugares fornecem plugues de ouvido ou fones de ouvido com música para bloquear o barulho.

Exames de RM são úteis em GISTs para descobrir a extensão do câncer no abdome, mas geralmente exames de TC são suficientes. Eles também são úteis em analisar o retorno do câncer (recorrência) ou propagação (metástase) para órgãos distantes, particularmente no cérebro ou coluna.

 

Tomografia por emissão de pósitron

Tomografia por emissão de pósitron (TEP) tem se tornado um dos exames mais úteis para detectar GISTs. Nos exames de TEP, baixo nível de glicose (açúcar) radioativa é injetada pela veia do paciente. Células de câncer usam açúcar muito mais rápido que células normais, assim o tumor utiliza o material muito mais rapidamente. Uma câmera especial pode ser usada para detectar áreas radioativas no corpo.

Este teste pode ser útil para encontrar áreas de propagação do câncer. Exames de TEP são mais usados para descobrir se uma medicação de tratamento está funcionando. O exame geralmente é obtido no mínimo 4 semanas depois do início do medicamento. Se o medicamento estiver funcionando, o tumor irá parar de usar glicose radioativa. Se o tumor ainda estiver usando a glicose, seu médico pode decidir sobre a mudança do medicamento de tratamento.

Algumas máquinas de imagem combinam exames de TEP com exames de TC para melhor identificar áreas de propagação do tumor.

 

Endoscopia

Estes exames usam um tubo flexível iluminado (endoscópio) com uma câmera de vídeo em sua extremidade. A câmera envia as imagens para uma tela de vídeo para que o médico possa ver claramente quaisquer massas (tumores) na mucosa de órgãos digestivos. Se áreas anormais são encontradas, pequenos pedaços de tecido podem ser retirados através do endoscópio (biópsia). O tecido pode ser analisado sob o microscópio a fim de descobrir se o câncer está presente e que tipo de câncer ele é.

Ao olhar para o trato GI com um endoscópio, o médico pode ver apenas uma protuberância sob a superfície normalmente lisa, caso um GIST esteja presente. Isto porque os tumores GIST estão muitas vezes abaixo do revestimento (mucosa) do trato gastrointestinal. Isso os torna mais difícil de ver com endoscopia que os tumores do trato GI mais comuns. GISTs que estão abaixo da mucosa (submucosa) também são mais difíceis de sofrerem biópsia pelo endoscópio. É por isso que apenas cerca da metade dos GISTs são diagnosticados antes da cirurgia.

Se os pedaços do tumor através do revestimento do trato GI são fáceis de ver, há uma maior chance de que o GIST seja canceroso (maligno).

 

Endoscopia superior (também conhecida como esofâgogastroduodenoscopia ou EGD)

Os pacientes recebem medicamentos para ficarem sonolentos (sedados). Em seguida, um endoscópio é passado através da boca para observar o esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado.

 

Colonoscopia (também conhecida como endoscopia inferior)

Um tipo de endoscópio conhecido como colonoscópio, é introduzido através do ânus até o cólon. Isso permite com que o médico veja completamente os revestimentos do reto e do cólon. Para obter uma boa análise no interior do cólon, este deve estar vazio e limpo antes do exame. Isso significa muitas vezes, utilizar um laxante forte na noite anterior. Às vezes também são necessários enemas na manhã do procedimento para se certificar de que os intestinos estejam vazios. A você será proporcionado um medicamento intravenoso (IV; dentro da veia) para fazer com que você se sinta relaxado e sonolento durante o procedimento. Uma colonoscopia pode ser feita em um ambulatório de hospital, numa clínica ou num consultório médico. Ele geralmente leva de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais tempo se o tumor for visto e/ou uma biópsia for feita.

 

Cápsula endoscópica

Infelizmente, nem a endoscopia superior nem a inferior podem atingir todas as áreas do intestino delgado. A cápsula endoscópica é uma maneira de analisar o intestino delgado. Este procedimento não utiliza realmente um endoscópio. Ao invés disso, o paciente ingere uma cápsula (aproximadamente do tamanho de uma pílula grande de vitamina) que contém uma fonte de luz e uma câmera muito pequena. Como qualquer outra pílula, a cápsula passa pelo estômago e pelo intestino delgado. Como ele se desloca (geralmente ao longo de 8 horas) tira milhares de fotos. Estas imagens são transmitidas eletronicamente a um dispositivo usado ao redor da cintura da pessoa. As fotos podem ser baixadas para um computador onde o médico pode vê-las como um vídeo. A cápsula é eliminada do corpo durante evacuação normal e é descartada. Este exame não requer sedação – o paciente pode continuar suas atividades diárias normais enquanto a cápsula se desloca através do trato gastrointestinal. Este técnica é relativamente nova e a melhor maneira de usá-la ainda está sendo estudada.

 

Enteroscopia de duplo balão

Esta é uma outra maneira de analisar o intestino delgado. O intestino delgado é muito longo (20 pés) com demasiadas curvas para ser bem analisado com endoscopia normal. Este método contorna estes problemas utilizando-se de um endoscópio especial que é composto por 2 tubos, um dentro do outro. Primeiro, o tubo interno, que é um endoscópio, avança cerca de um pé e então um balão em sua extremidade é insuflado para ancorá-lo. Em seguida, o tubo exterior avança para perto da extremidade do tubo interno e é então posicionado no local com um balão. Este procedimento continua se repetindo várias vezes, permitindo que o médico veja o intestino a cada pé de distância. O procedimento é feito após o paciente receber medicamentos que o deixem sonolento. A principal vantagem que este teste leva em relação ao da cápsula endoscópica é que o médico pode fazer uma biópsia caso algo anormal seja visto.

 

Ultrassonografia endoscópica

O ultrassom usa ondas sonoras para tirar fotos de partes do corpo. Para a maioria dos ultrassons, o transdutor (uma sonda que emite ondas sonoras) é colocado sobre a pele. Para uma ultrassonografia endoscópica, a sonda de ultra-som é colocada na extremidade de um endoscópio. Isto permite com que a sonda seja colocada muito próxima (ou em cima do) tumor. Como uma ultra-sonografia regular, a sonda emite ondas sonoras de alta frequência e, em seguida, detecta os ecos de ondas sonoras que soam através dos tecidos da parede do trato digestivo. Um computador então traduz o padrão de ecos em uma imagem da área a ser analisada.

Ultrassom endoscópico pode ser usado para encontrar a localização exata do GIST e determinar seu tamanho. É útil em descobrir o quão profundamente um tumor cresceu na parede do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino ou reto). O teste também pode ajudar a prever se o tumor se espalhou para os linfonodos ou começou a crescer em tecidos próximos. Em alguns casos, pode ser usado para ajudar a guiar uma biópsia (veja abaixo).

 

Biópsia

Mesmo que uma massa seja encontrada pelo raio-x de bário ou tomografia computadorizada, estes exames de imagem não podem dizer se a massa é um GIST ou algum outro tipo de tumor (benigno ou canceroso), ou se é alguma outra condição (como uma infecção). A única maneira de saber ao certo o que é, é através da remoção das células da área anormal e analisá-las sob um microscópio. Este procedimento é chamado de biópsia. Existem várias maneiras de retirar uma amostra de tumor do trato GI.

 

Biópsia endoscópica

Amostras de biópsia podem ser obtidas através do endoscópio. Quando um tumor é encontrado, o médico pode operar uma pinça de biópsia (garras ou pinças) através do tubo para tirar uma pequena amostra do tumor. Mesmo que a amostra for muito pequena, os médicos normalmente poderão fazer um diagnóstico preciso. Em aproximadamente metade dos casos, a biópsia não conterá o câncer, uma vez que este cresce sob o revestimento do intestino ou do estômago. (A pinça de biópsia não pode ir fundo o suficiente).
O sangramento de um GIST após a biópsia é raro, mas pode ser um grave problema. Se isso ocorrer, os médicos podem, algumas vezes, injetar drogas que contraiam os vasos sanguíneos através do endoscópio até que o tumor pare de sangrar.

 

Agulha de biópsia fina

Em alguns casos, uma amostra de biópsia é obtida com uma agulha fina e oca. O médico coloca esta agulha no tumor enquanto está sendo guiado por exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ultrassom endoscópico. Estes tipos de biópsias devem ser feitas com cuidado e geralmente são feitas apenas se irão ajudar na determinação das opções de tratamento, porque os médicos têm a preocupação de que possam causar hemorragias ou, possivelmente, aumentar os riscos de o câncer se espalhar.

 

Biópsia cirúrgica

Se uma amostra não pode ser obtida a partir de uma biópsia endoscópica ou agulha de biópsia, ou se o resultado não afetar as opções de tratamento, um médico pode recomendar a espera até a cirurgia para obter uma amostra do tumor. Isso é feito em uma operação chamada laparotomia, onde o médico cria uma abertura no abdome para alcançar e remover diretamente o tumor.

 

Testar a amostra da biópsia

Uma vez que uma amostra do tumor é obtida, um médico que é especializado em testes laboratoriais (um patologista) a analisa sob um microscópio. Um patologista pode suspeitar que um tumor seja um GIST, mas ele não pode ter certeza disso sem um teste especial chamado imuno-histoquímica.

Neste teste, uma parte da amostra é tratada com anticorpos especiais artificiais que irão ligar apenas a proteína KIT (também conhecida como CD117). Os anticorpos causam alterações de cor se a proteína KIT está presente, que podem ser vistos sob um microscópio. Uma vez que a maioria das células GIST contém essa substância, mas as células da maioria dos outros tipos de câncer não, este teste pode ser útil em determinar se um tumor GI é um GIST ou não. Se as células tumorais não contêm KIT, elas serão analisadas para ver se têm a proteína produzida pelo gene PDGFRA. Ela é encontrada em cerca de 5% dos GISTs.

 

Exames de sangue

O seu médico poderá solicitar alguns exames de sangue, se ele suspeita que você possa ter um GIST. Um hemograma pode dizer se você está anêmico (baixa contagem de hemácias no sangue). Algumas pessoas com GIST podem tornar-se anêmicas devido ao sangramento do tumor.

Outros exames de sangue podem medir sua função hepática. Se os resultados destes testes são anormais, pode significar que o GIST se espalhou para o fígado.

Não há exames de sangue que possam identificar células cancerosas de GIST no sangue. Estes tumores não liberam substâncias conhecidas no sangue que possam ser usadas como marcadoras para medir a resposta de um GIST ao tratamento.

O tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) muitas vezes depende do grau de disseminação do tumor. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor, quando possível, mas terapias direcionadas e outros tratamentos, também podem ajudar em algumas situações.

 

Tumores menores, localizados

A cirurgia remove tumores menores. Em alguns pacientes, este é o único tratamento necessário. Ainda assim, mesmo quando eles são removidos completamente, cerca de metade dos GISTs voltam dentro de 2 anos. A chance de um GIST voltar é maior em tumores maiores e naqueles com células cancerosas que se dividem rapidamente (tem uma alta taxa mitótica). Se o médico achar que o câncer tem um alto risco de voltar a crescer, o tratamento com imatinib (Glivec) pode ser iniciado após a cirurgia. O tratamento com drogas anticâncer após o câncer ter sido completamente removido é conhecido como terapia adjuvante. Tomando imatinib após a cirurgia, reduz a chance de que o câncer volte durante os primeiros 2 anos após a cirurgia, mas não está claro e ele realmente impede completamente o câncer de voltar ou se ele apenas adia a sua volta. Até agora, ainda é muito cedo para dizer se este tratamento ajuda os pacientes a viverem mais. O uso do tratamento adjuvante para GISTs ainda está sendo estudado.

 

Tumores maiores localizados

Tumores maiores podem ser mais difíceis de remover completamente e podem requerer cirurgia mais extensa, o que poderia causar problemas de saúde mais tarde. Devido a isso, uma vez que a biópsia é feita para confirmar que o tumor é um GIST, o tratamento com imatinib normalmente é iniciado. É mantido pelo menos até que o tumor pare de diminuir. Então a cirurgia pode ser feita se o cirurgião considera que o tumor restante pode ser removido com segurança. Imatinib pode ser continuado após cirurgia para diminuir as chances de que o câncer volte. Se a cirurgia ainda não for possível, esta droga é frequentemente continuada enquanto parece ajudar.

 

Tumores que não são removíveis ou que se espalharam para locais distantes.

As opções de tratamento para GISTs que não são operáveis ou que tem metástase e dependem para onde se espalharam e quão extensiva é a propagação.
Para a maioria desses tumores, o imatinib é a opção preferida em primeiro lugar, já que pode diminuí-los. É continuada até que não seja mais eficaz (o tumor comece a crescer); Alguns tumores respondem ao aumento da dose de imatinib. Se o tumor diminui o suficiente, a cirurgia pode ser uma opção. Se o tumor continua a crescer ou os efeitos colaterais de imatinib são graves, a mudança para sunitinib pode ser útil.

Se o câncer se espalhou para apenas 1 ou 2 lugares no abdome (como o fígado), o cirurgião pode remover o tumor principal e tentar remover esses outros tumores também. Se este for o caso, você deve discutir os riscos e benefícios desta abordagem de tratamento com o seu médico e familiares. Normalmente, isso deve ser considerado apenas para tumores que estão crescendo lentamente ou para aqueles que causam complicações locais, tais como hemorragia incontrolável.

Há também novas maneiras de tratar cânceres que se espalharam para o fígado. Estes tratamentos podem incluir a criocirurgia (congelamento do tumor), ablação por radiofrequência (RFA, usando correntes elétricas para aquecer o tumor), a embolização (injeção de material em grandes vasos sanguíneos que alimentam o tumor para bloquear o fluxo de sangue), ou ablação de etanol (álcool concentrado para injeção no tumor). Estes métodos não requerem cirurgia. A sonda de congelamento, sonda de RFA ou agulha, são introduzidas através da pele e guiadas até o tumor pelo exame de TC (tomografia computadorizada) ou imagens de ultrassom. O valor destes tratamentos em pacientes com GIST não é totalmente conhecido, porque não existem estudos suficientes voltados para este tipo raro de câncer.

 

Tumores recorrentes

Quanto um câncer volta após tratamento, ele é chamado de recorrente. Se o câncer voltar (recorrer) em um local próximo ao que se iniciou, é chamado de recorrência local. Se recorrer em outros locais (como os pulmões ou fígado) é chamado de recorrência distante. Opções de tratamento para GISTs que se repetem após o tratamento dependerão da localização e extensão da recorrência.

Para a maioria das recorrências, os médicos provavelmente recomendarão o tratamento com imatinib, já que provavelmente oferece a melhor chance para redução dos tumores. Se a primeira dose de imatinib não funciona, a dose pode ser aumentada. Outra opção é tentar sunitinibe.

Se o câncer volta como um tumor único, bem definido, a remoção ou destruição do tumor pode ser uma opção. Os médicos ainda não estão certos se a remoção dos GISTs que voltam após o tratamento realmente ajudam as pessoas a viverem mais tempo. Alguns estudos descobriram que sim, mas outros estudos discordaram. Você deve discutir com seu médico e familiares sobre os riscos e benefícios deste tratamento.

 

Abaixo alguns tratamentos aplicados:
Cirurgia

O principal tratamento para um tumor de estroma gastrointestinal (GIST) que não se espalhou, é geralmente a cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover completamente todo o câncer.

Se o tumor é muito pequeno, muitas vezes pode ser removido com uma pequena área de tecido normal ao seu redor. Ao contrário de muitos outros cânceres, a remoção de linfonodos próximos geralmente não é necessária. Isto porque o GIST não costuma se espalhar para os linfonodos linfáticos. Para câncer pequeno, uma cirurgia keyhole (laparoscopia) pode ser suficiente.

Se um tumor for grande ou estiver crescendo em outros órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para remover completamente o tumor, o médico pode ter que remover partes de outros órgãos (como seções do intestino). Mesmo se o tumor for grande e se espalhou para outros órgãos, isto pode ajudar com que os pacientes vivam mais tempo. Também pode reduzir as chances de o tumor bloquear (impedir) mais tarde o trato digestivo. O cirurgião também pode remover os GISTs que se espalharam para outras partes do abdome, como o fígado.

Se o tumor não pode ser totalmente removido sem causar grandes problemas, o médico pode tentar tratar o paciente com a droga imatinib (ver a seção “Quimioterapia”) primeiro. O objetivo é reduzir o tumor o suficiente para tornar mais fácil de removê-lo com cirurgia.
Não importa que tipo de cirurgia seja feita, é muito importante que seja feita com cuidado por um cirurgião com experiência em tratar GIST. GISTs são tumores delicados, e muitos médicos têm manifestado suas preocupações sobre sangramento e o possível aumento do risco de propagação do câncer se a cápsula ao redor do tumor for aberta durante a cirurgia.

 

Terapia alvo

Imatinib (Glivec®)

Esta é uma droga útil para muitos pacientes com estágio avançado de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e também pode ajudar os pacientes com tumores de estágios menos avançados. Tem como alvo tanto a proteína KIT quanto a proteína PDGFRA, bloqueando sua capacidade de causar crescimento e divisão às células tumorais.

No geral, cerca de 2 em cada 3 pacientes tratados, tem os tumores diminuídos pelo menos pela metade. Em um pequeno número de pacientes só uma redução leve ou pelo menos, parada do crescimento. Em cerca de 15% dos pacientes, a droga não ajuda e o câncer continua crescendo.

Este tratamento não parece curar GIST avançado, mas pode ajudar as pessoas a viver com ele mais tempo e se sentirem melhor. Muitas vezes, o medicamento para de funcionar dentro de poucos anos e depois o câncer começa novamente. Aumentar a dose de imatinib pode ajudar a parar o crescimento do câncer por algum tempo, mas a dose mais elevada tem mais efeitos colaterais.

Esta droga é tomada como uma pílula diária. Os efeitos colaterais podem incluir ligeira indisposição gástrica, diarréia, dores musculares e erupções cutâneas. O estômago é diminuído se a droga for tomada com alimentos. Imatinib também pode levar à retenção de líquido. Muitas vezes trata-se apenas de um inchaço no rosto (ao redor dos olhos) ou tornozelos. Raramente a droga causa problemas mais graves, como líquido dentro dos pulmões ou cavidade abdominal. Pode afetar a função cardíaca em algumas pessoas.

 

Sunitinib 

Esta droga também pode ser útil no tratamento de GIST e é usada quando imatinib não funciona ou quando o paciente não pode tomar imatinib (devido aos efeitos colaterais). Atinge as proteínas KIT e PDGFRA (assim como várias outras que o imatinib não atinge). Parece ajudar cerca de 1 em cada 3 pacientes que não podem tomar imatinib. Sunitinibe causou a reduções de tumores em alguns poucos pacientes. O medicamente geralmente para o crescimento dos tumores por um tempo. Mais importante, os pacientes recebendo o medicamento podem viver mais tempo.

Sunitinib também é tomado como pílula. Os efeitos colaterais mais comuns de sunitinib são diarréia, irritação na boca e mudanças na coloração da pele. Efeitos colaterais mais graves podem incluir a pressão arterial elevada, aumento do risco de sangramento e inchaço.
Outras drogam que funcionam como imatinib e sunitinibe estão sendo estudadas no tratamento contra GIST.

 

Quimioterapia

A quimioterapia (quimio) é o uso de drogas para tratamento do câncer. Muitas vezes, estas drogas são injetadas na veia (IV) ou administradas via oral. Elas entram na corrente sanguínea e atingem o corpo todo, fazendo com que este tratamento seja potencialmente útil para cânceres que se espalharam além do órgão que se iniciaram. Qualquer droga usada para tratar um câncer pode ser considerada quimioterapia – mesmo as drogas de terapia alvo discutidas anteriormente.

Antes de estas drogas de terapia alvo terem sido descobertas como úteis no tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs), as drogas da quimioterapia tradicional eram utilizadas. Muitas vezes, a quimioterapia foi tida como usada para tratar um tipo de câncer chamado sarcoma. GISTs raramente diminuíram em resposta a estes medicamentos, de modo que este tipo de tratamento raramente é usado, agora que drogas como imatinib (Glivec) estão disponíveis.

 

 

Radioterapia

A radioterapia é o uso de raios-x de alta energia (ou partículas) para matar as células cancerosas. A radiação não é muito eficaz em tumores estromais gastrointestinais (GISTs), por isso é raramente usada. Mas pode ser usada para aliviar sintomas como a dor.
Efeitos colaterais da radioterapia podem incluir alterações na pele semelhantes a queimaduras solares ou leve bronzeado, náuseas, vômitos, diarréia e fadiga. Muitas vezes, estes desaparecem após um curto tempo. A radioterapia também pode tornar os efeitos colaterais da quimioterapia piores. Converse com seu médico sobre os potencias efeitos colaterais e as formas para reduzi-los ou aliviá-los.

 

CUIDADOS PÓS TRATAMENTO

Depois que seu tratamento estiver terminado, é muito importante ir a todas as consultas de acompanhamento. Durantes estas consultas, o seu médico irá perguntar sobre os sintomas, fazer exames físicos e exames de sangue e de imagem como tomografia computadorizada ou raios-x. O acompanhamento é necessário para verificar a recorrência do câncer ou a propagação, bem como os possíveis efeitos colaterais de certos tratamentos. Este é o momento para você fazer à sua equipe de cuidados de saúde todas as perguntas que você precisa de resposta e discutir quaisquer preocupações que você possa ter.

Quase qualquer tratamento de câncer pode ter efeitos colaterais. Alguns podem durar por algumas semanas a vários meses, mas outros podem ser permanentes. Não hesite em contar a sua equipe de tratamento de câncer sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais que o incomodem, para que possam ajudá-lo a gerenciá-los.

Também é importante manter o plano de saúde. Mesmo que ninguém queira pensar que seu câncer pode voltar, é sempre uma possibilidade. Se isso acontecer, a última coisa que quer é se preocupar em pagar pelo tratamento.

 

 Mudanças no estilo de vida durante e após o tratamento

Ter câncer e lidar com o tratamento pode ser demorado e emocionalmente desgastante, mas também pode ser um momento para olhar para sua vida de um modo novo.Talvez você esteja pensando em como melhorar a sua saúde a longo prazo. Algumas pessoas chegam a iniciar este processo durante o tratamento do câncer.

 

Faça escolhas mais saudáveis

Pense na sua vida antes de saber que tinha câncer. Houve coisas que você fez que fizeram você menos saudável? Talvez você tenha bebido muito álcool, ou comeu mais do que o necessário, ou fumou, ou não fez exercícios com muita frequência. Emocionalmente, talvez mantivesse seus sentimentos reprimidos ou talvez você deixou situações estressantes irem muito longe.

Agora não é o momento de se sentir culpado ou culpar a si mesmo. No entanto, você pode começar a fazer mudanças, hoje, que podem ter efeitos positivos para o resto de sua vida. Você não só vai se sentir melhor, como também se sentirá mais saudável. Qual é o melhor momento do que agora para aproveitar a motivação que você tem, como resultado de passar por uma experiência de mudança de vida como ter câncer?

Você pode começar a trabalhar nessas coisas as quais você se sente mais preocupação. Obtenha ajuda daqueles que são mais fortes para você.

 

Dieta e nutrição

Se alimentar corretamente pode ser um desafio para qualquer um, mas pode ficar ainda mais difícil durante e após o tratamento de câncer. Por exemplo, o tratamento muitas vezes pode mudar o sentido do paladar. Náusea pode ser um problema. Você pode perder apetite por um tempo e perder peso mesmo quando não quer. Por outro lado, algumas pessoas ganham peso mesmo sem comer mais. Isto pode ser frustrante também.

Se você está perdendo peso ou tem problemas com o sabor durante o tratamento, faça o melhor que pode com sua alimentação e lembre-se que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Você pode querer perguntar à sua equipe de tratamento do câncer, referência de um dentista, um especialista em nutrição que pode lhe dar idéias de como encontrar ajuda para comer pequenas porções a cada 2 ou 3 horas até se sentir melhor e poder voltar a sua rotina normal.

Uma das melhores coisas que você pode fazer depois do tratamento é colocar hábitos alimentares mais saudáveis no lugar. Você vai se surpreender com os benefícios a longo prazo de algumas mudanças simples, como o aumento da variedade de alimentos saudáveis que você come. Tente comer cinco ou mais porções de frutas e legumes todos os dias. Escolha grãos ao invés de farinha branca e açucares.

Tente limitar as carnes que são ricas em gordura. Cortar carnes processadas como salsichas, mortadelas e bacon. Se livrar deles por completo, se puder. Se você bebe álcool, limitar-se a 1 ou 2 drinques por dia no máximo. E não se esqueça de fazer algum tipo de exercício físico regular. A combinação de uma boa dieta e exercício físico regular irá ajudá-lo a manter um peso saudável e fazer com que se sinta mais enérgico.

 

Descanso, fadiga, trabalho e exercício

A fadiga é um sintoma muito comum em pessoas em tratamento de câncer. Ela geralmente não é um tipo comum de cansaço, mas uma exaustão “de cansaço nos ossos” que não melhora com o repouso. Para alguns, essa fadiga dura um longo tempo após o tratamento, e pode desencorajá-los à atividade física.

No entanto, o exercício pode realmente ajudar você a reduzir a fadiga. Estudos têm demonstrado que os pacientes que seguem um programa de exercícios adaptados às suas necessidades pessoais sentem-se melhor fisicamente e emocionalmente e podem lidar melhor com o câncer.

Se você está doente e precisa estar em repouso durante o tratamento, é normal esperar que sua aptidão, resistência e força muscular declinem. A fisioterapia pode ajudar você a manter a força e amplitude de movimentos em seus músculos, que podem ajudar você a combater a fadiga e a sensação de depressão que às vezes acompanha o cansaço.

Qualquer programa de atividade física deve se adequar a sua situação. Uma pessoa mais velha que nunca se exercitou não será capaz de assumir a mesma quantidade de exercícios como uma pessoa de 20 anos de idade, que joga tênis três vezes por semana. Se você não tiver se exercitado no últimos anos, mas ainda puder contornar a situação, pode pensar sobre realizar pequenas caminhadas.

Converse com a sua equipe de saúde antes de começar e pegue a opinião deles sobre os seus planos de exercício. Então, tente obter um companheiro de exercício para que você não o faça sozinho. Ter família ou amigos envolvidos quando se inicia um novo programa de exercícios pode lhe dar esse impulso extra de apoio para mantê-lo quando o impulso não estiver presente.

Se você está se sentindo muito cansado, porém, terá de equilibrar a atividade física com o repouso. É bom descansar quando você precisar.

É realmente difícil para uma pessoa se permitir a fazer isso quando têm de trabalhar o dia todo ou cuidar de uma família.

Exercícios podem melhorar sua saúde física e emocional
  • Melhoram sua aptidão cardiovascular (coração e circulação)
  • Fortalece seus músculos
  • Reduz a fadiga
  • Diminui a ansiedade e a depressão
  • Geralmente te faz se sentir mais feliz.
  • Ajuda a se sentir melhor com você mesmo.

A longo prazo, sabemos que o exercício desempenha um papel na prevenção de alguns tipos de câncer. A Sociedade Americana de Câncer, em suas orientações sobre atividade física para prevenção do câncer, recomenda que os adultos participem em pelo menos uma atividade física por 30 minutos ou mais em cinco dias ou mais da semana. Crianças e adolescentes são incentivados a experimentar pelo menos 60 minutos diários de atividade física energética em pelo menos 5 dias da semana.

 

E sobre sua saúde emocional?

Uma vez que seu tratamento termina, você pode encontrar-se arrebatado pelas emoções. Isto acontece a muitas pessoas. Você pode ter passado por tanto durante o tratamento que você só conseguia ter foco em passar por ele.

Agora você pode achar que pensa sobre o potencial de sua própria morte ou o efeito do câncer na sua família, amigos e carreira. Você também pode começar a reavaliar o seu relacionamento com seu cônjuge ou parceiro. Problemas inesperados podem também causar preocupação – por exemplo, como você se torna mais saudável e tem poucas consultas médicas, vai ver sua equipe de saúde com menos frequência o que pode ser uma fonte de ansiedade para alguns.

Este é um momento ideal para buscar apoio emocional e social. Você precisa de pessoas para as quais pode recorrer para buscar força e conforto. O apoio pode vir de várias formas: família, amigos, grupos de apoio ao câncer, igreja ou outros grupos espirituais, comunidades de apoio online, ou conselheiros individuais.

Quase todo mundo que passou por câncer pode se beneficiar em ter algum tipo de apoio. O que é melhor para você depende da sua situação e personalidade. Algumas pessoas se sentem seguras em redes de grupos de apoio ou grupos de educação. Outros preferem falar em um ambiente informal, como a igreja. Outros podem se sentir mais à vontade falando cara-a-cara com um amigo de confiança ou conselheiro. Seja qual for sua fonte de força ou conforto, certifique-se de ter um lugar para ir com suas preocupações.

A jornada do câncer pode ser muito solitária. Não necessário ou realista lidar com tudo isso por si mesmo. E seus amigos e familiares podem se sentir de lado se você decidir não incluí-los. Deixá-los entrar – e deixar qualquer pessoa que possa te fazer ajudar.

Você não pode mudar o fato de que tem câncer. O que você pode mudar é o modo de viver o resto de sua vida – fazer escolhas saudáveis e se sentir tão bem quanto possível, física e emocionalmente.

 

 O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?

Como você lida com o câncer e o tratamento do câncer, nós incentivamos você a falar abertamente com seu médico, enfermeiro e equipe de tratamento do câncer. Você deve sentir-se livre para fazer qualquer pergunta que está em sua mente, não importa quão pequena ela pareça ser. Aqui estão algumas questões que você pode querer perguntar. Certifique-se de adicionar suas próprias perguntas sobre o que pensa. Enfermeiros, assistentes sociais e outros membros da equipe de tratamento também podem ser capazes de responder a muitas de suas perguntas.

  • Onde meu tumor está localizado?
  • Qual a probabilidade de este tumor crescer o se espalhar rapidamente?
  • Meu tumor se espalhou além do local primário?
  • Qual é a estágio do meu câncer e o que isso significa no meu caso?
  • Quais as escolhas de tratamento eu tenho?
  • O que você recomenda e por quê?
  • Quais os riscos e efeitos colaterais existem nos tratamentos que você sugere?
  • Como o tratamento poderia afetar minhas atividades diárias?
  • Quais são as chances de meu câncer voltar com esses planos de tratamento? O que faríamos se isso acontecer?
  • O que eu devo saber para estar pronto para o tratamento?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Meu plano de saúde irá cobrir os gastos de todos os tratamentos que são recomendados?

Além dessas perguntas amostradas, não se esqueça de escrever algumas questões próprias. Por exemplo, você pode querer obter mais informações sobre uma segunda opinião ou sobre ensaios clínicos para os quais você pode se classificar.

 

O que acontece após o tratamento de tumores estromais gastrointestinais?

Completar o tratamento pode ser tanto estressante quanto emocionante. Você provavelmente vai se ver aliviado por concluir o tratamento, mas é difícil não se preocupar com a volta do câncer. (Quando o câncer retorna, é chamado de recorrência). Esta é uma preocupação muito comum entre aqueles que tiveram câncer.
Pode levar algum tempo antes de sua confiança em sua própria recuperação se tornar real e seus medos serem um pouco aliviados. Mesmo sem recorrências, as pessoas que tiveram câncer aprendem a viver com a incerteza.

O sistema de estadiamento utilizado para o Tumor Gastrointestinal/GIST é o TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC).

O que é TNM?

É a abreviatura de tumor, linfonodo e metástase. Este sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer:

  • O próprio tumor ( T + um número de 0 a 4 usa-se para descrever o tumor primário);
  • Os linfonodos regionais ao redor do tumor ( N + 0 a 3 usa-se para descrever se a doença disseminou para os gânglios linfáticos)
  • E se o tumor se espalhou para outras partes do corpo (M usa-se para descrever que a doença se espalhou para outros órgãos)

 

Mas, quais são os estágios?
Estágio IA
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IB
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T3, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IIIB
  • T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.

 

Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
Estágio I
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T1, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIB
  • T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.
Qual a diferença entre tumores ressecáveis e irressecáveis?

Tumores ressecáveis são aqueles que podem ser removidos, já os tumores irressecáveis são os que não podem ser retirados por completo, por estarem espalhados para outras regiões. Porém, o médico avalia cada paciente de uma forma, ele pode ter um tumor ressecável mas não poderá fazer a cirurgia por outros fatores, como o tamanho do tumor, a localização e se o paciente tem condições clínicas.

 

Fonte: American Cancer Society

Tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os mais raros tumores do trato GI. No passado, pensava-se que eles se iniciavam no músculo ou em células nervosas no trato Gastro intesntinal (GI). Isto porque as células tumorais parecem com células musculares ou nervosas vistas no microscópio.

Sabemos agora que os GISTs se iniciam em células especiais encontradas na parede do trato GI chamadas células intersticiais de Cajal (ICCs) ou em células muito jovens que podem desenvolver-se em ICCs. Os ICCs são parte do sistema nervoso autônomo, a parte que regula os processos corporais. O sistema nervoso autônomo envia sinais para o trato GI dizendo para ele digerir o alimento. ICCs são, às vezes, chamados de “marcapassos” do sistema digestivo, pois mandam sinais aos músculos para contraírem, fazendo com que alimentos e líquidos se movam através do trato GI.

Nem todos os GISTs são cancerosos. Alguns  não crescem em outras áreas ou se espalham para outras partes do corpo.
Mais da metade dos GISTs iniciam-se no estômago. A maior parte dos remanescentes iniciam-se no intestino delgado, mas GISTs podem ser encontrados em qualquer parte do trato GI.

Outros cânceres do trato gastrointestinal

Cânceres podem ocorrer em qualquer lugar do trato GI – desde o esôfago até o ânus. Geralmente estes cânceres se iniciam em células glandulares que revestem a maior parte do trato GI. Os cânceres que se desenvolvem nestas células são chamados adenocarcinomas.

Algumas partes do trato GI, como a parte superior do esôfago e o término do ânus, são revestidas com células lisas chamadas de células escamosas. Estas células são do mesmo tipo das encontradas na superfície da pele. Cânceres iniciados nestas células são chamados de carcinomas de células escamosas.

O trato GI é também composto por células neuroendócrinas. Estas células têm algumas características em comum com células nervosas, mas outras características em comum com células produtoras de hormônio (endócrinas). Cânceres neuroendócrinos podem se desenvolver a partir destas células. Este tipo de câncer é raro no trato GI. Tumores carcinóides são exemplos de cânceres neuroendócrinos encontrados no trato GI.

Outros tipos de câncer que podem ser encontrados no trato GI incluem leiomiossarcoma, angiossarcoma e tumores na bainha de nervos periféricos. Eles surgem das células musculares, células dos vasos sanguíneos e células nervosas no trato GI.

GISTs são diferentes destes outros cânceres do trato GI. Primeiro de tudo, eles se iniciam em células de tipos diferentes. Os GISTs são também bem diferentes em seu prognóstico (perspectiva) e tratamento. Este é o motivo pelo qual médicos necessitam descobrir se um paciente tem GISTs, algum outro tipo de câncer ou uma condição não cancerosa.

É importante também que pacientes entendam que os GISTs não são como outros tipos de câncer do trato GI mais comuns. Aprendendo mais sobre os GISTs, os pacientes podem melhorar o cuidado à sua saúde e fazer decisões consistentes sobre as opções de tratamento.

Um fator de risco é qualquer coisa que afete a chance de uma pessoa de contrair uma doença como o câncer. Cânceres diferentes têm diferentes fatores de risco. Por exemplo, expor a pele à luz solar intensa é um fator de risco para câncer de pele. Fumar é um fator de risco para câncer no pulmão e muitos outros cânceres. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que a pessoa terá a doença. E muitas pessoas que tem a doença podem nunca ter tido nenhum fator de risco conhecido.
Atualmente, existem bem poucos fatores de risco conhecidos para tumores estromais gastrointestinais (GISTs).

 

Síndromes genéticas

A maioria dos GISTs é esporádica (não herdada) e não tem causa clara. Em casos raros, porém, GISTs foram encontrados em vários membros da mesma família. Estes membros de família herdaram uma mutação genética que pode levar aos GISTs.

Síndrome do tumor estromal gastrointestinal familiar

Esta é uma condição herdada rara que leva ao aumento do risco de desenvolvimento de GISTs. Pessoas com esta condição herdada tendem a desenvolver GISTs em idades menores do que o geralmente ocorre. Eles também são mais prováveis a terem GISTs múltiplos. Mais frequentemente, esta síndrome é causada por uma cópia anormal do gene c-kit que é passado de pais para filhos. O gene c-kit é o mesmo gene que é mutado (modificado) na maioria dos GISTs esporádicos. Em pessoas que herdaram o gene anormal, ele está presente em todas as células do corpo, enquanto que pessoas que tem GISTs esporádicos, ele é apenas encontrado nas células cancerosas. Em poucos casos, uma cópia anormal de um gene diferente, o gene PDGFRA, causa esta síndrome genética. Defeitos no gene PDGFRA são encontrados em cerca de 5% dos GISTs esporádicos. Às vezes, pessoas com síndrome de GISTs familiar também tem manchas na pele como aqueles vistos em pacientes com neurofibromatose (discutido abaixo). Antes de testes para c-kit e PDGFRA estarem disponíveis, pensava-se erroneamente que algumas dessas pessoas tinham neurofibromatose.

 

Neurofibromatose de Tipo 1 (ou doença de von Recklinghausen)

É uma doença que é geralmente herdada. É causada por defeitos no gene NF1. Pessoas afetadas por esta síndrome têm muitos tumores benignos que se formam nos nervos (chamados neurofibromas). Estes tumores se formam abaixo da pele e em outras partes do corpo. Eles também tem um tipo de mancha castanha ou marrom na pele (chamadas manchas de caféau lait). Pessoas com esta condição têm um alto risco de GISTs e muitos outros cânceres.

 

Nós sabemos o que causa os tumores estromais gastrointestinais?

Em anos recentes, cientistas tem tido um grande progresso no aprendizado de como certas mudanças no DNA podem fazer com que células normais tornem-se cancerosas. O DNA é a substância química que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. Nós parecemos com nossos pais porque eles são a fonte do nosso DNA. Mas o DNA afeta mais do que a nossa aparência. Alguns genes (partes de nosso DNA) contêm instruções para controlar quando as células crescem ou se dividem.

O tempo todo a célula se prepara para se dividir em 2 novas células, e devem então duplicar seu DNA. Este processo não é perfeito e, algumas vezes ocorrem erros, especialmente se as células estão crescendo rapidamente. Estes erros de cópia resultam em um defeito (ou mutação) no gene.

Certos genes que promovem o crescimento e divisão celular são chamados oncogenes. Outros que diminuem a divisão celular ou causam a morte celular no tempo certo são chamados genes supressores de tumor. Nós sabemos que cânceres podem ser causados por mutações no DNA (defeitos) que ligam os oncogenes ou desligam os genes supressores de tumor.

Algumas pessoas com certos tipos de câncer têm mutações no DNA que herdaram de um genitor, o que aumenta seu risco para doença. Há poucas famílias que tem tumores estromais gastrointestinais (GISTs) causados por mutação passada de pais para filhos. Mas a maioria das mutações do DNA relacionadas aos GISTs não são herdadas. Estas mutações ocorrem sem razão aparente e são chamadas esporádicas.

Não sabemos exatamente o que causa os GISTs, mas sabemos que células de câncer da maioria dos pacientes com GIST têm uma alteração em um oncogene chamado c-kit. O gene c-kit é encontrado em todas as células do corpo. Ele leva à formação de uma proteína chamada KIT. Esta proteína faz com que a célula cresça e se divida. Geralmente o gene c-kit está inativo. Ele apenas é ativado se há necessidade de mais células intersticiais de Cajal (CICs). Na maioria dos GISTs, o gene c-kit está mutado e sempre ativo. Isto deve explicar porque o câncer se forma. As células estão sempre crescendo e se dividindo. Em algumas das famílias que há muitos membros com GISTs, médicos encontraram mutações herdadas no gene c-kit.

Em alguns GISTs, uma mutação de gene diferente faz com que a célula produza muito da proteína chamada PDGFRA. Ela tem o mesmo efeito na célula que a KIT.

Estas proteínas (KIT e PDGFRA) agem como uma enzima chamada tirosina quinase. Elas são importantes no diagnóstico e tratamento de GISTs.

 

Fatores prognósticos

Para GISTs, fatores como tamanho do tumor, seu grau e se ele já mostrou sinais de disseminação no abdome, podem ser úteis em predizer a rapidez com que o câncer crescerá e como será a probabilidade de retorno após o tratamento. Antes de o sistema de estadiamento ter sido desenvolvido, os médicos muitas vezes usavam estes fatores para ajudar a prever o desfecho de pacientes com GIST, bem como para selecionar o melhor tratamento.

O tamanho do tumor pode dar uma indicação do prognóstico (perspectiva). Tumores menores (geralmente aqueles com menos de 2 polegadas de diâmetro) tendem a ser menos propensos a se espalhar e ter resultados melhores que os maiores. A melhor perspectiva é para tumores menores que 1 polegadas.
Um outro fator prognóstico é o grau histológico do tumor – a sua tendência para crescer e se espalhar mais rapidamente, com base em como células se parecem sob o microscópio. Para GISTs, isto é feito descobrindo quantas células há em divisão ou em mitose. O patologista olha para muitas áreas diferentes (ou campos) de uma amostra do tumor sob o microscópio e conta o número real de células em divisão. Ao fazer essas contagens, o médico vem com um número chamado mitoses por campo de alta potência. Este número irá ajudar a prever se o GIST é mais provável de ser um câncer ou um tumor benigno.
Os médicos geralmente usam esses fatores para separar os pacientes em grupos de muito baixo, baixo, intermediário ou alto risco. Esses agrupamentos descrevem o risco de o câncer se espalhar para áreas distantes do corpo.
Se um tumor já se espalhou ou não para outras áreas quando encontrado pela primeira vez é um fator importante para determinar sua perspectiva. Ele pode ter um efeito se certas opções de tratamento, como a cirurgia, estão disponíveis.
Quando estes tumores são cancerosos e se espalham para longe do local inicial (primário), se espalham na maioria das vezes no interior do abdome e, em particular, para o fígado. Menos frequentemente, eles também podem se espalhar para os rins e ossos. A propagação para nódulos linfáticos, cérebro e outros lugares não é comum. Em cerca de metade dos casos, o tumor ainda está localizado onde foi encontrado; uma vez dentre quatro ele se espalha para tecidos nas proximidades e uma vez dentre quatro ele se espalha para locais distantes.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser prevenidos?

Nós ainda não conhecemos nenhuma maneira de prevenir tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Nós sabemos que em alguns casos raros a doença tem sido diagnosticada em membros da mesma família, mas este não é um fator que pode ser controlado.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser encontrados cedo?

Triagem refere-se a testes e exames usados para encontrar uma doença como câncer em pessoas que não tem nenhum sintoma. A American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) tem recomendações para testes de triagem para encontrar vários tipos comuns de câncer o mais cedo possível. Mas testes de triagem não têm sido eficazes para tumores raros como tumores estromais gastrointestinais (GISTs), e testes de rotina para pessoas sem nenhum sintoma não são recomendados.
GISTs tem chance de serem descobertos cedo. Algumas vezes, são observados em um exame para outro problema, como durante uma colonoscopia para verificar câncer de cólon. Raramente, um GIST pode ser diagnosticado com teste de imagem, como exame de tomografia computadorizada (exame TC) ou estudo de bário, que é realizado para outro motivo.
GISTs podem também ser encontrados acidentalmente (inesperadamente) durante uma cirurgia abdominal para outro problema.

A maioria dos tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago ou no intestino delgado. Estes tumores podem não causar nenhum sintoma a menos que eles estejam em um determinado local ou cresçam a um certo tamanho.

Os sintomas mais comuns de GISTs são:
• Dor ou desconforto abdominal (barriga)
• Náusea, vômito
• Sentir-se cheio após uma pequena quantidade de comida
• Perda de apetite
• Perda de peso
• Problemas para engolir (para tumores no esôfago)
• Sangramento dentro do trato gastrointestinal
Se o sangramento é rápido o suficiente, ele fazer evacuações negras e tardias. Sangramentos mais lentos podem não mudar a cor das evacuações, mas pode levar à anemia (contagem baixa de hemácias). Isto pode fazer com que uma pessoa se sinta cansada e fraca. Se o tumor sangrar dentro do estômago, pode causar vômito de sangue ao paciente.

Em alguns casos uma pessoa pode sentir o crescimento (tumor) em seu abdome. Se o câncer se espalha para o fígado, ele pode se tornar maior.

Em alguns casos o tumor pode crescer dentro do intestino e bloqueá-lo. Isto é chamado de obstrução intestinal e causa dor abdominal grave e vômito. Cirurgia de emergência é frequentemente requerida para tratar o bloqueio.

Tumores pequenos podem não causar nenhum sintoma. Eles são encontrados acidentalmente quando o médico está procurando por outro problema. Eles são geralmente benignos.

Se houver uma razão para suspeitar que você possa ter GIST, o médico irá usar um ou mais métodos para descobrir se a doença está realmente presente.

Histórico médico e exame físico

Para saber sobre seu histórico médico, o médico irá perguntar sobre sintomas e fatores de risco que você possa ter. Se você tem um ou mais sintomas que sugiram que você tenha GIST, o médico irá perguntar sobre quais destes que possam ser causados por uma massa no esôfago, estômago, intestino ou reto. Um exame físico inteiro pode fornecer evidências de um GIST, como massa no abdome ou outros problemas de saúde.

 

Testes de imagem

Seu médico pode pedir um teste de imagem para ajudar a encontrar a causa de seus sintomas.

 

Raios-x de bário

Para estes estudos (exames), uma solução contendo bário é usada para cobrir o revestimento do esôfago, estômago e intestinos. Isso faz com que anormalidades sejam vistas mais facilmente no revestimento pelo raio-x. Estes exames são úteis, às vezes, no diagnóstico de tumores no GI. Eles são menos eficazes em encontrar tumores no intestino delgado. Você provavelmente terá de iniciar o jejum à noite antes do exame. Se o cólon estiver sendo examinado, você pode precisar de laxativos e/ou enemas para limpar o intestino na noite anterior da manhã do exame.

 

Deglutição de bário

Este exame (também conhecido como séries GI superior) é usado para olhar para o revestimento do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. Pacientes que fazem este exame bebem uma solução de bário antes que as imagens de raio-x sejam realizadas.

 

Através do intestino delgado

Esta é uma continuação da deglutição de bário que é, algumas vezes, usada para olhar para problemas no intestino delgado. Para este exame, raios-x são tirados em intervalos regulares ao longo do curso de poucas horas, assim que o bário passa através dos intestinos.

 

Enteróclise

Este procedimento é uma outra maneira de olhar para o intestino delgado. Neste exame, um tubo fino é passado através da boca ou nariz para o esôfago, e através do estômago até o início do intestino delgado. O bário é enviado através do tubo, junto com uma substância que cria mais ar nos intestinos, causando expansão. Raios-x do intestino são tirados. Este exame pode proporcionar imagens melhores do intestino delgado do que através do intestino delgado, mas é também mais desconfortável.

 

Enema de bário

Este exame (também conhecido como GI inferior sérico) é usado para olhar para a superfície interior do intestino grosso. Para este exame, a solução de bário é dada através do ânus enquanto o paciente está deitado na mesa de raio-x. Quando o cólon está quase repleto pela metade de bário, o paciente se vira, assim o bário se espalha através do cólon. Para um enema de bário regular, raios-x são tirados. Depois que o bário é colocado no cólon, ar deve ser soprado para dentro ajudando a empurrar o bário através da parede do cólon, para melhor recobrir a superfície interior. Depois, raios-x são tirados. Isto é chamado de enema de bário por contraste de ar (também conhecido como enema de bário de duplo contraste).
Raios-x de bário são menos usados nos dias de hoje que antes. Em muitos casos estão sendo substituídos por endoscopia – onde o médico geralmente olha para dentro do cólon ou estômago com uma fibra ótica estreita.

 

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um procedimento de raios-X que produz imagens detalhadas, transversais de seu corpo. Ao contrário de produzir uma imagem, como o raio-x padrão, um exame de TC tira muitas imagens girando ao seu redor. Um computador então combina as imagens de fatias de parte do seu corpo que está sendo estudado.

Antes que qualquer imagem seja tirada, será solicitado a você para engolir um líquido de contraste oral. Ele ajuda a delinear seu trato intestinal para fazer com que os tumores sejam mais fáceis de ver. Você também pode receber um revestimento intravenoso (IV) de modo que um corante possa ser injetado (contraste IV). Isto pode melhorar a delinear as estruturas do seu corpo.

A injeção IV pode causar algum rubor (vermelhidão e sensação de calor). Algumas pessoas são alérgicas e apresentam urticária ou, raramente, reações mais graves como problemas respiratórios e pressão sanguínea baixa. Medicamentos podem ser dados a fim de prevenir e tratar qualquer reação alérgica, dessa maneira, é importante para você fazer com que seu médico saiba, antes do exame, de qualquer reação prévia que você possa ter ao material de contraste usado para os raios-x.

Exames de TC demoram mais que raios-x regulares. Você precisa estar deitado sobre uma mesa, e a parte do seu corpo a ser analisada é colocada dentro do scanner, uma máquina de forma cilíndrica que circunda completamente a mesa. O exame é indolor, mas você pode se sentir desconfortável em manter algumas certas posições por alguns minutos de tempo.

Exames de TC são úteis em pacientes com GISTs para descobrir a localização e o tamanho do tumor, assim como para analisar se ele se espalhou dentro do abdome ou fígado.

Em alguns casos, exames de TC podem ser usados para guiar uma agulha de biópsia precisamente dentro de um câncer suspeito ou de uma lesão metastática. Entretanto, devido ao exame ser de risco quando um GIST está envolvido (sangramento, possível risco aumentado de espalhamento do tumor), estes tipos de biópsias são geralmente feitas se um resultado puder afetar a decisão do tratamento. (Para mais informações, veja informações sobre biópsia abaixo).

 

Ressonância magnética

Ressonância magnética (RM) utiliza ondas de radiofrequência e magnetos fortes ao invés de raios-x. A energia das ondas de radiofrequência é absorvida e depois liberada em um padrão formado pelo tipo de tecido e por certas doenças. Um computador traduz o padrão em imagens muito detalhadas de partes do corpo. Não apenas produz fatias transversais do corpo como um exame de TC, mas também ajuda a produzir fatias que são paralelas com o comprimento de seu corpo. Um material de contraste pode ser injetado assim como exames de TC, mas é menos usado.

Exames de RM são um pouco mais desconfortáveis que exames de TC. Eles demoram mais – geralmente até uma hora. Você tem que deitar dentro de um tubo, o qual é confinado, o que pode perturbar algumas pessoas com medo de locais fechados (claustrofobia). Recentemente, máquinas de RM “abertas” podem ser mais fáceis de tolerar, mas elas são menos frequentes. A máquina também produz alguns zunidos e barulhos de cliques que algumas pessoas podem achar perturbadores. Muitos lugares fornecem plugues de ouvido ou fones de ouvido com música para bloquear o barulho.

Exames de RM são úteis em GISTs para descobrir a extensão do câncer no abdome, mas geralmente exames de TC são suficientes. Eles também são úteis em analisar o retorno do câncer (recorrência) ou propagação (metástase) para órgãos distantes, particularmente no cérebro ou coluna.

 

Tomografia por emissão de pósitron

Tomografia por emissão de pósitron (TEP) tem se tornado um dos exames mais úteis para detectar GISTs. Nos exames de TEP, baixo nível de glicose (açúcar) radioativa é injetada pela veia do paciente. Células de câncer usam açúcar muito mais rápido que células normais, assim o tumor utiliza o material muito mais rapidamente. Uma câmera especial pode ser usada para detectar áreas radioativas no corpo.

Este teste pode ser útil para encontrar áreas de propagação do câncer. Exames de TEP são mais usados para descobrir se uma medicação de tratamento está funcionando. O exame geralmente é obtido no mínimo 4 semanas depois do início do medicamento. Se o medicamento estiver funcionando, o tumor irá parar de usar glicose radioativa. Se o tumor ainda estiver usando a glicose, seu médico pode decidir sobre a mudança do medicamento de tratamento.

Algumas máquinas de imagem combinam exames de TEP com exames de TC para melhor identificar áreas de propagação do tumor.

 

Endoscopia

Estes exames usam um tubo flexível iluminado (endoscópio) com uma câmera de vídeo em sua extremidade. A câmera envia as imagens para uma tela de vídeo para que o médico possa ver claramente quaisquer massas (tumores) na mucosa de órgãos digestivos. Se áreas anormais são encontradas, pequenos pedaços de tecido podem ser retirados através do endoscópio (biópsia). O tecido pode ser analisado sob o microscópio a fim de descobrir se o câncer está presente e que tipo de câncer ele é.

Ao olhar para o trato GI com um endoscópio, o médico pode ver apenas uma protuberância sob a superfície normalmente lisa, caso um GIST esteja presente. Isto porque os tumores GIST estão muitas vezes abaixo do revestimento (mucosa) do trato gastrointestinal. Isso os torna mais difícil de ver com endoscopia que os tumores do trato GI mais comuns. GISTs que estão abaixo da mucosa (submucosa) também são mais difíceis de sofrerem biópsia pelo endoscópio. É por isso que apenas cerca da metade dos GISTs são diagnosticados antes da cirurgia.

Se os pedaços do tumor através do revestimento do trato GI são fáceis de ver, há uma maior chance de que o GIST seja canceroso (maligno).

 

Endoscopia superior (também conhecida como esofâgogastroduodenoscopia ou EGD)

Os pacientes recebem medicamentos para ficarem sonolentos (sedados). Em seguida, um endoscópio é passado através da boca para observar o esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado.

 

Colonoscopia (também conhecida como endoscopia inferior)

Um tipo de endoscópio conhecido como colonoscópio, é introduzido através do ânus até o cólon. Isso permite com que o médico veja completamente os revestimentos do reto e do cólon. Para obter uma boa análise no interior do cólon, este deve estar vazio e limpo antes do exame. Isso significa muitas vezes, utilizar um laxante forte na noite anterior. Às vezes também são necessários enemas na manhã do procedimento para se certificar de que os intestinos estejam vazios. A você será proporcionado um medicamento intravenoso (IV; dentro da veia) para fazer com que você se sinta relaxado e sonolento durante o procedimento. Uma colonoscopia pode ser feita em um ambulatório de hospital, numa clínica ou num consultório médico. Ele geralmente leva de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais tempo se o tumor for visto e/ou uma biópsia for feita.

 

Cápsula endoscópica

Infelizmente, nem a endoscopia superior nem a inferior podem atingir todas as áreas do intestino delgado. A cápsula endoscópica é uma maneira de analisar o intestino delgado. Este procedimento não utiliza realmente um endoscópio. Ao invés disso, o paciente ingere uma cápsula (aproximadamente do tamanho de uma pílula grande de vitamina) que contém uma fonte de luz e uma câmera muito pequena. Como qualquer outra pílula, a cápsula passa pelo estômago e pelo intestino delgado. Como ele se desloca (geralmente ao longo de 8 horas) tira milhares de fotos. Estas imagens são transmitidas eletronicamente a um dispositivo usado ao redor da cintura da pessoa. As fotos podem ser baixadas para um computador onde o médico pode vê-las como um vídeo. A cápsula é eliminada do corpo durante evacuação normal e é descartada. Este exame não requer sedação – o paciente pode continuar suas atividades diárias normais enquanto a cápsula se desloca através do trato gastrointestinal. Este técnica é relativamente nova e a melhor maneira de usá-la ainda está sendo estudada.

 

Enteroscopia de duplo balão

Esta é uma outra maneira de analisar o intestino delgado. O intestino delgado é muito longo (20 pés) com demasiadas curvas para ser bem analisado com endoscopia normal. Este método contorna estes problemas utilizando-se de um endoscópio especial que é composto por 2 tubos, um dentro do outro. Primeiro, o tubo interno, que é um endoscópio, avança cerca de um pé e então um balão em sua extremidade é insuflado para ancorá-lo. Em seguida, o tubo exterior avança para perto da extremidade do tubo interno e é então posicionado no local com um balão. Este procedimento continua se repetindo várias vezes, permitindo que o médico veja o intestino a cada pé de distância. O procedimento é feito após o paciente receber medicamentos que o deixem sonolento. A principal vantagem que este teste leva em relação ao da cápsula endoscópica é que o médico pode fazer uma biópsia caso algo anormal seja visto.

 

Ultrassonografia endoscópica

O ultrassom usa ondas sonoras para tirar fotos de partes do corpo. Para a maioria dos ultrassons, o transdutor (uma sonda que emite ondas sonoras) é colocado sobre a pele. Para uma ultrassonografia endoscópica, a sonda de ultra-som é colocada na extremidade de um endoscópio. Isto permite com que a sonda seja colocada muito próxima (ou em cima do) tumor. Como uma ultra-sonografia regular, a sonda emite ondas sonoras de alta frequência e, em seguida, detecta os ecos de ondas sonoras que soam através dos tecidos da parede do trato digestivo. Um computador então traduz o padrão de ecos em uma imagem da área a ser analisada.

Ultrassom endoscópico pode ser usado para encontrar a localização exata do GIST e determinar seu tamanho. É útil em descobrir o quão profundamente um tumor cresceu na parede do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino ou reto). O teste também pode ajudar a prever se o tumor se espalhou para os linfonodos ou começou a crescer em tecidos próximos. Em alguns casos, pode ser usado para ajudar a guiar uma biópsia (veja abaixo).

 

Biópsia

Mesmo que uma massa seja encontrada pelo raio-x de bário ou tomografia computadorizada, estes exames de imagem não podem dizer se a massa é um GIST ou algum outro tipo de tumor (benigno ou canceroso), ou se é alguma outra condição (como uma infecção). A única maneira de saber ao certo o que é, é através da remoção das células da área anormal e analisá-las sob um microscópio. Este procedimento é chamado de biópsia. Existem várias maneiras de retirar uma amostra de tumor do trato GI.

 

Biópsia endoscópica

Amostras de biópsia podem ser obtidas através do endoscópio. Quando um tumor é encontrado, o médico pode operar uma pinça de biópsia (garras ou pinças) através do tubo para tirar uma pequena amostra do tumor. Mesmo que a amostra for muito pequena, os médicos normalmente poderão fazer um diagnóstico preciso. Em aproximadamente metade dos casos, a biópsia não conterá o câncer, uma vez que este cresce sob o revestimento do intestino ou do estômago. (A pinça de biópsia não pode ir fundo o suficiente).
O sangramento de um GIST após a biópsia é raro, mas pode ser um grave problema. Se isso ocorrer, os médicos podem, algumas vezes, injetar drogas que contraiam os vasos sanguíneos através do endoscópio até que o tumor pare de sangrar.

 

Agulha de biópsia fina

Em alguns casos, uma amostra de biópsia é obtida com uma agulha fina e oca. O médico coloca esta agulha no tumor enquanto está sendo guiado por exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ultrassom endoscópico. Estes tipos de biópsias devem ser feitas com cuidado e geralmente são feitas apenas se irão ajudar na determinação das opções de tratamento, porque os médicos têm a preocupação de que possam causar hemorragias ou, possivelmente, aumentar os riscos de o câncer se espalhar.

 

Biópsia cirúrgica

Se uma amostra não pode ser obtida a partir de uma biópsia endoscópica ou agulha de biópsia, ou se o resultado não afetar as opções de tratamento, um médico pode recomendar a espera até a cirurgia para obter uma amostra do tumor. Isso é feito em uma operação chamada laparotomia, onde o médico cria uma abertura no abdome para alcançar e remover diretamente o tumor.

 

Testar a amostra da biópsia

Uma vez que uma amostra do tumor é obtida, um médico que é especializado em testes laboratoriais (um patologista) a analisa sob um microscópio. Um patologista pode suspeitar que um tumor seja um GIST, mas ele não pode ter certeza disso sem um teste especial chamado imuno-histoquímica.

Neste teste, uma parte da amostra é tratada com anticorpos especiais artificiais que irão ligar apenas a proteína KIT (também conhecida como CD117). Os anticorpos causam alterações de cor se a proteína KIT está presente, que podem ser vistos sob um microscópio. Uma vez que a maioria das células GIST contém essa substância, mas as células da maioria dos outros tipos de câncer não, este teste pode ser útil em determinar se um tumor GI é um GIST ou não. Se as células tumorais não contêm KIT, elas serão analisadas para ver se têm a proteína produzida pelo gene PDGFRA. Ela é encontrada em cerca de 5% dos GISTs.

 

Exames de sangue

O seu médico poderá solicitar alguns exames de sangue, se ele suspeita que você possa ter um GIST. Um hemograma pode dizer se você está anêmico (baixa contagem de hemácias no sangue). Algumas pessoas com GIST podem tornar-se anêmicas devido ao sangramento do tumor.

Outros exames de sangue podem medir sua função hepática. Se os resultados destes testes são anormais, pode significar que o GIST se espalhou para o fígado.

Não há exames de sangue que possam identificar células cancerosas de GIST no sangue. Estes tumores não liberam substâncias conhecidas no sangue que possam ser usadas como marcadoras para medir a resposta de um GIST ao tratamento.

O tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) muitas vezes depende do grau de disseminação do tumor. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor, quando possível, mas terapias direcionadas e outros tratamentos, também podem ajudar em algumas situações.

 

Tumores menores, localizados

A cirurgia remove tumores menores. Em alguns pacientes, este é o único tratamento necessário. Ainda assim, mesmo quando eles são removidos completamente, cerca de metade dos GISTs voltam dentro de 2 anos. A chance de um GIST voltar é maior em tumores maiores e naqueles com células cancerosas que se dividem rapidamente (tem uma alta taxa mitótica). Se o médico achar que o câncer tem um alto risco de voltar a crescer, o tratamento com imatinib (Glivec) pode ser iniciado após a cirurgia. O tratamento com drogas anticâncer após o câncer ter sido completamente removido é conhecido como terapia adjuvante. Tomando imatinib após a cirurgia, reduz a chance de que o câncer volte durante os primeiros 2 anos após a cirurgia, mas não está claro e ele realmente impede completamente o câncer de voltar ou se ele apenas adia a sua volta. Até agora, ainda é muito cedo para dizer se este tratamento ajuda os pacientes a viverem mais. O uso do tratamento adjuvante para GISTs ainda está sendo estudado.

 

Tumores maiores localizados

Tumores maiores podem ser mais difíceis de remover completamente e podem requerer cirurgia mais extensa, o que poderia causar problemas de saúde mais tarde. Devido a isso, uma vez que a biópsia é feita para confirmar que o tumor é um GIST, o tratamento com imatinib normalmente é iniciado. É mantido pelo menos até que o tumor pare de diminuir. Então a cirurgia pode ser feita se o cirurgião considera que o tumor restante pode ser removido com segurança. Imatinib pode ser continuado após cirurgia para diminuir as chances de que o câncer volte. Se a cirurgia ainda não for possível, esta droga é frequentemente continuada enquanto parece ajudar.

 

Tumores que não são removíveis ou que se espalharam para locais distantes.

As opções de tratamento para GISTs que não são operáveis ou que tem metástase e dependem para onde se espalharam e quão extensiva é a propagação.
Para a maioria desses tumores, o imatinib é a opção preferida em primeiro lugar, já que pode diminuí-los. É continuada até que não seja mais eficaz (o tumor comece a crescer); Alguns tumores respondem ao aumento da dose de imatinib. Se o tumor diminui o suficiente, a cirurgia pode ser uma opção. Se o tumor continua a crescer ou os efeitos colaterais de imatinib são graves, a mudança para sunitinib pode ser útil.

Se o câncer se espalhou para apenas 1 ou 2 lugares no abdome (como o fígado), o cirurgião pode remover o tumor principal e tentar remover esses outros tumores também. Se este for o caso, você deve discutir os riscos e benefícios desta abordagem de tratamento com o seu médico e familiares. Normalmente, isso deve ser considerado apenas para tumores que estão crescendo lentamente ou para aqueles que causam complicações locais, tais como hemorragia incontrolável.

Há também novas maneiras de tratar cânceres que se espalharam para o fígado. Estes tratamentos podem incluir a criocirurgia (congelamento do tumor), ablação por radiofrequência (RFA, usando correntes elétricas para aquecer o tumor), a embolização (injeção de material em grandes vasos sanguíneos que alimentam o tumor para bloquear o fluxo de sangue), ou ablação de etanol (álcool concentrado para injeção no tumor). Estes métodos não requerem cirurgia. A sonda de congelamento, sonda de RFA ou agulha, são introduzidas através da pele e guiadas até o tumor pelo exame de TC (tomografia computadorizada) ou imagens de ultrassom. O valor destes tratamentos em pacientes com GIST não é totalmente conhecido, porque não existem estudos suficientes voltados para este tipo raro de câncer.

 

Tumores recorrentes

Quanto um câncer volta após tratamento, ele é chamado de recorrente. Se o câncer voltar (recorrer) em um local próximo ao que se iniciou, é chamado de recorrência local. Se recorrer em outros locais (como os pulmões ou fígado) é chamado de recorrência distante. Opções de tratamento para GISTs que se repetem após o tratamento dependerão da localização e extensão da recorrência.

Para a maioria das recorrências, os médicos provavelmente recomendarão o tratamento com imatinib, já que provavelmente oferece a melhor chance para redução dos tumores. Se a primeira dose de imatinib não funciona, a dose pode ser aumentada. Outra opção é tentar sunitinibe.

Se o câncer volta como um tumor único, bem definido, a remoção ou destruição do tumor pode ser uma opção. Os médicos ainda não estão certos se a remoção dos GISTs que voltam após o tratamento realmente ajudam as pessoas a viverem mais tempo. Alguns estudos descobriram que sim, mas outros estudos discordaram. Você deve discutir com seu médico e familiares sobre os riscos e benefícios deste tratamento.

 

Abaixo alguns tratamentos aplicados:
Cirurgia

O principal tratamento para um tumor de estroma gastrointestinal (GIST) que não se espalhou, é geralmente a cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover completamente todo o câncer.

Se o tumor é muito pequeno, muitas vezes pode ser removido com uma pequena área de tecido normal ao seu redor. Ao contrário de muitos outros cânceres, a remoção de linfonodos próximos geralmente não é necessária. Isto porque o GIST não costuma se espalhar para os linfonodos linfáticos. Para câncer pequeno, uma cirurgia keyhole (laparoscopia) pode ser suficiente.

Se um tumor for grande ou estiver crescendo em outros órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para remover completamente o tumor, o médico pode ter que remover partes de outros órgãos (como seções do intestino). Mesmo se o tumor for grande e se espalhou para outros órgãos, isto pode ajudar com que os pacientes vivam mais tempo. Também pode reduzir as chances de o tumor bloquear (impedir) mais tarde o trato digestivo. O cirurgião também pode remover os GISTs que se espalharam para outras partes do abdome, como o fígado.

Se o tumor não pode ser totalmente removido sem causar grandes problemas, o médico pode tentar tratar o paciente com a droga imatinib (ver a seção “Quimioterapia”) primeiro. O objetivo é reduzir o tumor o suficiente para tornar mais fácil de removê-lo com cirurgia.
Não importa que tipo de cirurgia seja feita, é muito importante que seja feita com cuidado por um cirurgião com experiência em tratar GIST. GISTs são tumores delicados, e muitos médicos têm manifestado suas preocupações sobre sangramento e o possível aumento do risco de propagação do câncer se a cápsula ao redor do tumor for aberta durante a cirurgia.

 

Terapia alvo

Imatinib (Glivec®)

Esta é uma droga útil para muitos pacientes com estágio avançado de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e também pode ajudar os pacientes com tumores de estágios menos avançados. Tem como alvo tanto a proteína KIT quanto a proteína PDGFRA, bloqueando sua capacidade de causar crescimento e divisão às células tumorais.

No geral, cerca de 2 em cada 3 pacientes tratados, tem os tumores diminuídos pelo menos pela metade. Em um pequeno número de pacientes só uma redução leve ou pelo menos, parada do crescimento. Em cerca de 15% dos pacientes, a droga não ajuda e o câncer continua crescendo.

Este tratamento não parece curar GIST avançado, mas pode ajudar as pessoas a viver com ele mais tempo e se sentirem melhor. Muitas vezes, o medicamento para de funcionar dentro de poucos anos e depois o câncer começa novamente. Aumentar a dose de imatinib pode ajudar a parar o crescimento do câncer por algum tempo, mas a dose mais elevada tem mais efeitos colaterais.

Esta droga é tomada como uma pílula diária. Os efeitos colaterais podem incluir ligeira indisposição gástrica, diarréia, dores musculares e erupções cutâneas. O estômago é diminuído se a droga for tomada com alimentos. Imatinib também pode levar à retenção de líquido. Muitas vezes trata-se apenas de um inchaço no rosto (ao redor dos olhos) ou tornozelos. Raramente a droga causa problemas mais graves, como líquido dentro dos pulmões ou cavidade abdominal. Pode afetar a função cardíaca em algumas pessoas.

 

Sunitinib 

Esta droga também pode ser útil no tratamento de GIST e é usada quando imatinib não funciona ou quando o paciente não pode tomar imatinib (devido aos efeitos colaterais). Atinge as proteínas KIT e PDGFRA (assim como várias outras que o imatinib não atinge). Parece ajudar cerca de 1 em cada 3 pacientes que não podem tomar imatinib. Sunitinibe causou a reduções de tumores em alguns poucos pacientes. O medicamente geralmente para o crescimento dos tumores por um tempo. Mais importante, os pacientes recebendo o medicamento podem viver mais tempo.

Sunitinib também é tomado como pílula. Os efeitos colaterais mais comuns de sunitinib são diarréia, irritação na boca e mudanças na coloração da pele. Efeitos colaterais mais graves podem incluir a pressão arterial elevada, aumento do risco de sangramento e inchaço.
Outras drogam que funcionam como imatinib e sunitinibe estão sendo estudadas no tratamento contra GIST.

 

Quimioterapia

A quimioterapia (quimio) é o uso de drogas para tratamento do câncer. Muitas vezes, estas drogas são injetadas na veia (IV) ou administradas via oral. Elas entram na corrente sanguínea e atingem o corpo todo, fazendo com que este tratamento seja potencialmente útil para cânceres que se espalharam além do órgão que se iniciaram. Qualquer droga usada para tratar um câncer pode ser considerada quimioterapia – mesmo as drogas de terapia alvo discutidas anteriormente.

Antes de estas drogas de terapia alvo terem sido descobertas como úteis no tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs), as drogas da quimioterapia tradicional eram utilizadas. Muitas vezes, a quimioterapia foi tida como usada para tratar um tipo de câncer chamado sarcoma. GISTs raramente diminuíram em resposta a estes medicamentos, de modo que este tipo de tratamento raramente é usado, agora que drogas como imatinib (Glivec) estão disponíveis.

 

 

Radioterapia

A radioterapia é o uso de raios-x de alta energia (ou partículas) para matar as células cancerosas. A radiação não é muito eficaz em tumores estromais gastrointestinais (GISTs), por isso é raramente usada. Mas pode ser usada para aliviar sintomas como a dor.
Efeitos colaterais da radioterapia podem incluir alterações na pele semelhantes a queimaduras solares ou leve bronzeado, náuseas, vômitos, diarréia e fadiga. Muitas vezes, estes desaparecem após um curto tempo. A radioterapia também pode tornar os efeitos colaterais da quimioterapia piores. Converse com seu médico sobre os potencias efeitos colaterais e as formas para reduzi-los ou aliviá-los.

 

CUIDADOS PÓS TRATAMENTO

Depois que seu tratamento estiver terminado, é muito importante ir a todas as consultas de acompanhamento. Durantes estas consultas, o seu médico irá perguntar sobre os sintomas, fazer exames físicos e exames de sangue e de imagem como tomografia computadorizada ou raios-x. O acompanhamento é necessário para verificar a recorrência do câncer ou a propagação, bem como os possíveis efeitos colaterais de certos tratamentos. Este é o momento para você fazer à sua equipe de cuidados de saúde todas as perguntas que você precisa de resposta e discutir quaisquer preocupações que você possa ter.

Quase qualquer tratamento de câncer pode ter efeitos colaterais. Alguns podem durar por algumas semanas a vários meses, mas outros podem ser permanentes. Não hesite em contar a sua equipe de tratamento de câncer sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais que o incomodem, para que possam ajudá-lo a gerenciá-los.

Também é importante manter o plano de saúde. Mesmo que ninguém queira pensar que seu câncer pode voltar, é sempre uma possibilidade. Se isso acontecer, a última coisa que quer é se preocupar em pagar pelo tratamento.

 

 Mudanças no estilo de vida durante e após o tratamento

Ter câncer e lidar com o tratamento pode ser demorado e emocionalmente desgastante, mas também pode ser um momento para olhar para sua vida de um modo novo.Talvez você esteja pensando em como melhorar a sua saúde a longo prazo. Algumas pessoas chegam a iniciar este processo durante o tratamento do câncer.

 

Faça escolhas mais saudáveis

Pense na sua vida antes de saber que tinha câncer. Houve coisas que você fez que fizeram você menos saudável? Talvez você tenha bebido muito álcool, ou comeu mais do que o necessário, ou fumou, ou não fez exercícios com muita frequência. Emocionalmente, talvez mantivesse seus sentimentos reprimidos ou talvez você deixou situações estressantes irem muito longe.

Agora não é o momento de se sentir culpado ou culpar a si mesmo. No entanto, você pode começar a fazer mudanças, hoje, que podem ter efeitos positivos para o resto de sua vida. Você não só vai se sentir melhor, como também se sentirá mais saudável. Qual é o melhor momento do que agora para aproveitar a motivação que você tem, como resultado de passar por uma experiência de mudança de vida como ter câncer?

Você pode começar a trabalhar nessas coisas as quais você se sente mais preocupação. Obtenha ajuda daqueles que são mais fortes para você.

 

Dieta e nutrição

Se alimentar corretamente pode ser um desafio para qualquer um, mas pode ficar ainda mais difícil durante e após o tratamento de câncer. Por exemplo, o tratamento muitas vezes pode mudar o sentido do paladar. Náusea pode ser um problema. Você pode perder apetite por um tempo e perder peso mesmo quando não quer. Por outro lado, algumas pessoas ganham peso mesmo sem comer mais. Isto pode ser frustrante também.

Se você está perdendo peso ou tem problemas com o sabor durante o tratamento, faça o melhor que pode com sua alimentação e lembre-se que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Você pode querer perguntar à sua equipe de tratamento do câncer, referência de um dentista, um especialista em nutrição que pode lhe dar idéias de como encontrar ajuda para comer pequenas porções a cada 2 ou 3 horas até se sentir melhor e poder voltar a sua rotina normal.

Uma das melhores coisas que você pode fazer depois do tratamento é colocar hábitos alimentares mais saudáveis no lugar. Você vai se surpreender com os benefícios a longo prazo de algumas mudanças simples, como o aumento da variedade de alimentos saudáveis que você come. Tente comer cinco ou mais porções de frutas e legumes todos os dias. Escolha grãos ao invés de farinha branca e açucares.

Tente limitar as carnes que são ricas em gordura. Cortar carnes processadas como salsichas, mortadelas e bacon. Se livrar deles por completo, se puder. Se você bebe álcool, limitar-se a 1 ou 2 drinques por dia no máximo. E não se esqueça de fazer algum tipo de exercício físico regular. A combinação de uma boa dieta e exercício físico regular irá ajudá-lo a manter um peso saudável e fazer com que se sinta mais enérgico.

 

Descanso, fadiga, trabalho e exercício

A fadiga é um sintoma muito comum em pessoas em tratamento de câncer. Ela geralmente não é um tipo comum de cansaço, mas uma exaustão “de cansaço nos ossos” que não melhora com o repouso. Para alguns, essa fadiga dura um longo tempo após o tratamento, e pode desencorajá-los à atividade física.

No entanto, o exercício pode realmente ajudar você a reduzir a fadiga. Estudos têm demonstrado que os pacientes que seguem um programa de exercícios adaptados às suas necessidades pessoais sentem-se melhor fisicamente e emocionalmente e podem lidar melhor com o câncer.

Se você está doente e precisa estar em repouso durante o tratamento, é normal esperar que sua aptidão, resistência e força muscular declinem. A fisioterapia pode ajudar você a manter a força e amplitude de movimentos em seus músculos, que podem ajudar você a combater a fadiga e a sensação de depressão que às vezes acompanha o cansaço.

Qualquer programa de atividade física deve se adequar a sua situação. Uma pessoa mais velha que nunca se exercitou não será capaz de assumir a mesma quantidade de exercícios como uma pessoa de 20 anos de idade, que joga tênis três vezes por semana. Se você não tiver se exercitado no últimos anos, mas ainda puder contornar a situação, pode pensar sobre realizar pequenas caminhadas.

Converse com a sua equipe de saúde antes de começar e pegue a opinião deles sobre os seus planos de exercício. Então, tente obter um companheiro de exercício para que você não o faça sozinho. Ter família ou amigos envolvidos quando se inicia um novo programa de exercícios pode lhe dar esse impulso extra de apoio para mantê-lo quando o impulso não estiver presente.

Se você está se sentindo muito cansado, porém, terá de equilibrar a atividade física com o repouso. É bom descansar quando você precisar.

É realmente difícil para uma pessoa se permitir a fazer isso quando têm de trabalhar o dia todo ou cuidar de uma família.

Exercícios podem melhorar sua saúde física e emocional
  • Melhoram sua aptidão cardiovascular (coração e circulação)
  • Fortalece seus músculos
  • Reduz a fadiga
  • Diminui a ansiedade e a depressão
  • Geralmente te faz se sentir mais feliz.
  • Ajuda a se sentir melhor com você mesmo.

A longo prazo, sabemos que o exercício desempenha um papel na prevenção de alguns tipos de câncer. A Sociedade Americana de Câncer, em suas orientações sobre atividade física para prevenção do câncer, recomenda que os adultos participem em pelo menos uma atividade física por 30 minutos ou mais em cinco dias ou mais da semana. Crianças e adolescentes são incentivados a experimentar pelo menos 60 minutos diários de atividade física energética em pelo menos 5 dias da semana.

 

E sobre sua saúde emocional?

Uma vez que seu tratamento termina, você pode encontrar-se arrebatado pelas emoções. Isto acontece a muitas pessoas. Você pode ter passado por tanto durante o tratamento que você só conseguia ter foco em passar por ele.

Agora você pode achar que pensa sobre o potencial de sua própria morte ou o efeito do câncer na sua família, amigos e carreira. Você também pode começar a reavaliar o seu relacionamento com seu cônjuge ou parceiro. Problemas inesperados podem também causar preocupação – por exemplo, como você se torna mais saudável e tem poucas consultas médicas, vai ver sua equipe de saúde com menos frequência o que pode ser uma fonte de ansiedade para alguns.

Este é um momento ideal para buscar apoio emocional e social. Você precisa de pessoas para as quais pode recorrer para buscar força e conforto. O apoio pode vir de várias formas: família, amigos, grupos de apoio ao câncer, igreja ou outros grupos espirituais, comunidades de apoio online, ou conselheiros individuais.

Quase todo mundo que passou por câncer pode se beneficiar em ter algum tipo de apoio. O que é melhor para você depende da sua situação e personalidade. Algumas pessoas se sentem seguras em redes de grupos de apoio ou grupos de educação. Outros preferem falar em um ambiente informal, como a igreja. Outros podem se sentir mais à vontade falando cara-a-cara com um amigo de confiança ou conselheiro. Seja qual for sua fonte de força ou conforto, certifique-se de ter um lugar para ir com suas preocupações.

A jornada do câncer pode ser muito solitária. Não necessário ou realista lidar com tudo isso por si mesmo. E seus amigos e familiares podem se sentir de lado se você decidir não incluí-los. Deixá-los entrar – e deixar qualquer pessoa que possa te fazer ajudar.

Você não pode mudar o fato de que tem câncer. O que você pode mudar é o modo de viver o resto de sua vida – fazer escolhas saudáveis e se sentir tão bem quanto possível, física e emocionalmente.

 

 O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?

Como você lida com o câncer e o tratamento do câncer, nós incentivamos você a falar abertamente com seu médico, enfermeiro e equipe de tratamento do câncer. Você deve sentir-se livre para fazer qualquer pergunta que está em sua mente, não importa quão pequena ela pareça ser. Aqui estão algumas questões que você pode querer perguntar. Certifique-se de adicionar suas próprias perguntas sobre o que pensa. Enfermeiros, assistentes sociais e outros membros da equipe de tratamento também podem ser capazes de responder a muitas de suas perguntas.

  • Onde meu tumor está localizado?
  • Qual a probabilidade de este tumor crescer o se espalhar rapidamente?
  • Meu tumor se espalhou além do local primário?
  • Qual é a estágio do meu câncer e o que isso significa no meu caso?
  • Quais as escolhas de tratamento eu tenho?
  • O que você recomenda e por quê?
  • Quais os riscos e efeitos colaterais existem nos tratamentos que você sugere?
  • Como o tratamento poderia afetar minhas atividades diárias?
  • Quais são as chances de meu câncer voltar com esses planos de tratamento? O que faríamos se isso acontecer?
  • O que eu devo saber para estar pronto para o tratamento?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Meu plano de saúde irá cobrir os gastos de todos os tratamentos que são recomendados?

Além dessas perguntas amostradas, não se esqueça de escrever algumas questões próprias. Por exemplo, você pode querer obter mais informações sobre uma segunda opinião ou sobre ensaios clínicos para os quais você pode se classificar.

 

O que acontece após o tratamento de tumores estromais gastrointestinais?

Completar o tratamento pode ser tanto estressante quanto emocionante. Você provavelmente vai se ver aliviado por concluir o tratamento, mas é difícil não se preocupar com a volta do câncer. (Quando o câncer retorna, é chamado de recorrência). Esta é uma preocupação muito comum entre aqueles que tiveram câncer.
Pode levar algum tempo antes de sua confiança em sua própria recuperação se tornar real e seus medos serem um pouco aliviados. Mesmo sem recorrências, as pessoas que tiveram câncer aprendem a viver com a incerteza.

O sistema de estadiamento utilizado para o Tumor Gastrointestinal/GIST é o TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC).

O que é TNM?

É a abreviatura de tumor, linfonodo e metástase. Este sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer:

  • O próprio tumor ( T + um número de 0 a 4 usa-se para descrever o tumor primário);
  • Os linfonodos regionais ao redor do tumor ( N + 0 a 3 usa-se para descrever se a doença disseminou para os gânglios linfáticos)
  • E se o tumor se espalhou para outras partes do corpo (M usa-se para descrever que a doença se espalhou para outros órgãos)

 

Mas, quais são os estágios?
Estágio IA
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IB
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T3, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IIIB
  • T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.

 

Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
Estágio I
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T1, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIB
  • T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.
Qual a diferença entre tumores ressecáveis e irressecáveis?

Tumores ressecáveis são aqueles que podem ser removidos, já os tumores irressecáveis são os que não podem ser retirados por completo, por estarem espalhados para outras regiões. Porém, o médico avalia cada paciente de uma forma, ele pode ter um tumor ressecável mas não poderá fazer a cirurgia por outros fatores, como o tamanho do tumor, a localização e se o paciente tem condições clínicas.

 

Fonte: American Cancer Society

O que é?

Tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os mais raros tumores do trato GI. No passado, pensava-se que eles se iniciavam no músculo ou em células nervosas no trato Gastro intesntinal (GI). Isto porque as células tumorais parecem com células musculares ou nervosas vistas no microscópio.

Sabemos agora que os GISTs se iniciam em células especiais encontradas na parede do trato GI chamadas células intersticiais de Cajal (ICCs) ou em células muito jovens que podem desenvolver-se em ICCs. Os ICCs são parte do sistema nervoso autônomo, a parte que regula os processos corporais. O sistema nervoso autônomo envia sinais para o trato GI dizendo para ele digerir o alimento. ICCs são, às vezes, chamados de “marcapassos” do sistema digestivo, pois mandam sinais aos músculos para contraírem, fazendo com que alimentos e líquidos se movam através do trato GI.

Nem todos os GISTs são cancerosos. Alguns  não crescem em outras áreas ou se espalham para outras partes do corpo.
Mais da metade dos GISTs iniciam-se no estômago. A maior parte dos remanescentes iniciam-se no intestino delgado, mas GISTs podem ser encontrados em qualquer parte do trato GI.

Outros cânceres do trato gastrointestinal

Cânceres podem ocorrer em qualquer lugar do trato GI – desde o esôfago até o ânus. Geralmente estes cânceres se iniciam em células glandulares que revestem a maior parte do trato GI. Os cânceres que se desenvolvem nestas células são chamados adenocarcinomas.

Algumas partes do trato GI, como a parte superior do esôfago e o término do ânus, são revestidas com células lisas chamadas de células escamosas. Estas células são do mesmo tipo das encontradas na superfície da pele. Cânceres iniciados nestas células são chamados de carcinomas de células escamosas.

O trato GI é também composto por células neuroendócrinas. Estas células têm algumas características em comum com células nervosas, mas outras características em comum com células produtoras de hormônio (endócrinas). Cânceres neuroendócrinos podem se desenvolver a partir destas células. Este tipo de câncer é raro no trato GI. Tumores carcinóides são exemplos de cânceres neuroendócrinos encontrados no trato GI.

Outros tipos de câncer que podem ser encontrados no trato GI incluem leiomiossarcoma, angiossarcoma e tumores na bainha de nervos periféricos. Eles surgem das células musculares, células dos vasos sanguíneos e células nervosas no trato GI.

GISTs são diferentes destes outros cânceres do trato GI. Primeiro de tudo, eles se iniciam em células de tipos diferentes. Os GISTs são também bem diferentes em seu prognóstico (perspectiva) e tratamento. Este é o motivo pelo qual médicos necessitam descobrir se um paciente tem GISTs, algum outro tipo de câncer ou uma condição não cancerosa.

É importante também que pacientes entendam que os GISTs não são como outros tipos de câncer do trato GI mais comuns. Aprendendo mais sobre os GISTs, os pacientes podem melhorar o cuidado à sua saúde e fazer decisões consistentes sobre as opções de tratamento.

Fatores de Risco

Um fator de risco é qualquer coisa que afete a chance de uma pessoa de contrair uma doença como o câncer. Cânceres diferentes têm diferentes fatores de risco. Por exemplo, expor a pele à luz solar intensa é um fator de risco para câncer de pele. Fumar é um fator de risco para câncer no pulmão e muitos outros cânceres. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que a pessoa terá a doença. E muitas pessoas que tem a doença podem nunca ter tido nenhum fator de risco conhecido.
Atualmente, existem bem poucos fatores de risco conhecidos para tumores estromais gastrointestinais (GISTs).

 

Síndromes genéticas

A maioria dos GISTs é esporádica (não herdada) e não tem causa clara. Em casos raros, porém, GISTs foram encontrados em vários membros da mesma família. Estes membros de família herdaram uma mutação genética que pode levar aos GISTs.

Síndrome do tumor estromal gastrointestinal familiar

Esta é uma condição herdada rara que leva ao aumento do risco de desenvolvimento de GISTs. Pessoas com esta condição herdada tendem a desenvolver GISTs em idades menores do que o geralmente ocorre. Eles também são mais prováveis a terem GISTs múltiplos. Mais frequentemente, esta síndrome é causada por uma cópia anormal do gene c-kit que é passado de pais para filhos. O gene c-kit é o mesmo gene que é mutado (modificado) na maioria dos GISTs esporádicos. Em pessoas que herdaram o gene anormal, ele está presente em todas as células do corpo, enquanto que pessoas que tem GISTs esporádicos, ele é apenas encontrado nas células cancerosas. Em poucos casos, uma cópia anormal de um gene diferente, o gene PDGFRA, causa esta síndrome genética. Defeitos no gene PDGFRA são encontrados em cerca de 5% dos GISTs esporádicos. Às vezes, pessoas com síndrome de GISTs familiar também tem manchas na pele como aqueles vistos em pacientes com neurofibromatose (discutido abaixo). Antes de testes para c-kit e PDGFRA estarem disponíveis, pensava-se erroneamente que algumas dessas pessoas tinham neurofibromatose.

 

Neurofibromatose de Tipo 1 (ou doença de von Recklinghausen)

É uma doença que é geralmente herdada. É causada por defeitos no gene NF1. Pessoas afetadas por esta síndrome têm muitos tumores benignos que se formam nos nervos (chamados neurofibromas). Estes tumores se formam abaixo da pele e em outras partes do corpo. Eles também tem um tipo de mancha castanha ou marrom na pele (chamadas manchas de caféau lait). Pessoas com esta condição têm um alto risco de GISTs e muitos outros cânceres.

 

Nós sabemos o que causa os tumores estromais gastrointestinais?

Em anos recentes, cientistas tem tido um grande progresso no aprendizado de como certas mudanças no DNA podem fazer com que células normais tornem-se cancerosas. O DNA é a substância química que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. Nós parecemos com nossos pais porque eles são a fonte do nosso DNA. Mas o DNA afeta mais do que a nossa aparência. Alguns genes (partes de nosso DNA) contêm instruções para controlar quando as células crescem ou se dividem.

O tempo todo a célula se prepara para se dividir em 2 novas células, e devem então duplicar seu DNA. Este processo não é perfeito e, algumas vezes ocorrem erros, especialmente se as células estão crescendo rapidamente. Estes erros de cópia resultam em um defeito (ou mutação) no gene.

Certos genes que promovem o crescimento e divisão celular são chamados oncogenes. Outros que diminuem a divisão celular ou causam a morte celular no tempo certo são chamados genes supressores de tumor. Nós sabemos que cânceres podem ser causados por mutações no DNA (defeitos) que ligam os oncogenes ou desligam os genes supressores de tumor.

Algumas pessoas com certos tipos de câncer têm mutações no DNA que herdaram de um genitor, o que aumenta seu risco para doença. Há poucas famílias que tem tumores estromais gastrointestinais (GISTs) causados por mutação passada de pais para filhos. Mas a maioria das mutações do DNA relacionadas aos GISTs não são herdadas. Estas mutações ocorrem sem razão aparente e são chamadas esporádicas.

Não sabemos exatamente o que causa os GISTs, mas sabemos que células de câncer da maioria dos pacientes com GIST têm uma alteração em um oncogene chamado c-kit. O gene c-kit é encontrado em todas as células do corpo. Ele leva à formação de uma proteína chamada KIT. Esta proteína faz com que a célula cresça e se divida. Geralmente o gene c-kit está inativo. Ele apenas é ativado se há necessidade de mais células intersticiais de Cajal (CICs). Na maioria dos GISTs, o gene c-kit está mutado e sempre ativo. Isto deve explicar porque o câncer se forma. As células estão sempre crescendo e se dividindo. Em algumas das famílias que há muitos membros com GISTs, médicos encontraram mutações herdadas no gene c-kit.

Em alguns GISTs, uma mutação de gene diferente faz com que a célula produza muito da proteína chamada PDGFRA. Ela tem o mesmo efeito na célula que a KIT.

Estas proteínas (KIT e PDGFRA) agem como uma enzima chamada tirosina quinase. Elas são importantes no diagnóstico e tratamento de GISTs.

 

Fatores prognósticos

Para GISTs, fatores como tamanho do tumor, seu grau e se ele já mostrou sinais de disseminação no abdome, podem ser úteis em predizer a rapidez com que o câncer crescerá e como será a probabilidade de retorno após o tratamento. Antes de o sistema de estadiamento ter sido desenvolvido, os médicos muitas vezes usavam estes fatores para ajudar a prever o desfecho de pacientes com GIST, bem como para selecionar o melhor tratamento.

O tamanho do tumor pode dar uma indicação do prognóstico (perspectiva). Tumores menores (geralmente aqueles com menos de 2 polegadas de diâmetro) tendem a ser menos propensos a se espalhar e ter resultados melhores que os maiores. A melhor perspectiva é para tumores menores que 1 polegadas.
Um outro fator prognóstico é o grau histológico do tumor – a sua tendência para crescer e se espalhar mais rapidamente, com base em como células se parecem sob o microscópio. Para GISTs, isto é feito descobrindo quantas células há em divisão ou em mitose. O patologista olha para muitas áreas diferentes (ou campos) de uma amostra do tumor sob o microscópio e conta o número real de células em divisão. Ao fazer essas contagens, o médico vem com um número chamado mitoses por campo de alta potência. Este número irá ajudar a prever se o GIST é mais provável de ser um câncer ou um tumor benigno.
Os médicos geralmente usam esses fatores para separar os pacientes em grupos de muito baixo, baixo, intermediário ou alto risco. Esses agrupamentos descrevem o risco de o câncer se espalhar para áreas distantes do corpo.
Se um tumor já se espalhou ou não para outras áreas quando encontrado pela primeira vez é um fator importante para determinar sua perspectiva. Ele pode ter um efeito se certas opções de tratamento, como a cirurgia, estão disponíveis.
Quando estes tumores são cancerosos e se espalham para longe do local inicial (primário), se espalham na maioria das vezes no interior do abdome e, em particular, para o fígado. Menos frequentemente, eles também podem se espalhar para os rins e ossos. A propagação para nódulos linfáticos, cérebro e outros lugares não é comum. Em cerca de metade dos casos, o tumor ainda está localizado onde foi encontrado; uma vez dentre quatro ele se espalha para tecidos nas proximidades e uma vez dentre quatro ele se espalha para locais distantes.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser prevenidos?

Nós ainda não conhecemos nenhuma maneira de prevenir tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Nós sabemos que em alguns casos raros a doença tem sido diagnosticada em membros da mesma família, mas este não é um fator que pode ser controlado.

 

Tumores estromais gastrointestinais podem ser encontrados cedo?

Triagem refere-se a testes e exames usados para encontrar uma doença como câncer em pessoas que não tem nenhum sintoma. A American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) tem recomendações para testes de triagem para encontrar vários tipos comuns de câncer o mais cedo possível. Mas testes de triagem não têm sido eficazes para tumores raros como tumores estromais gastrointestinais (GISTs), e testes de rotina para pessoas sem nenhum sintoma não são recomendados.
GISTs tem chance de serem descobertos cedo. Algumas vezes, são observados em um exame para outro problema, como durante uma colonoscopia para verificar câncer de cólon. Raramente, um GIST pode ser diagnosticado com teste de imagem, como exame de tomografia computadorizada (exame TC) ou estudo de bário, que é realizado para outro motivo.
GISTs podem também ser encontrados acidentalmente (inesperadamente) durante uma cirurgia abdominal para outro problema.

Sintomas

A maioria dos tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago ou no intestino delgado. Estes tumores podem não causar nenhum sintoma a menos que eles estejam em um determinado local ou cresçam a um certo tamanho.

Os sintomas mais comuns de GISTs são:
• Dor ou desconforto abdominal (barriga)
• Náusea, vômito
• Sentir-se cheio após uma pequena quantidade de comida
• Perda de apetite
• Perda de peso
• Problemas para engolir (para tumores no esôfago)
• Sangramento dentro do trato gastrointestinal
Se o sangramento é rápido o suficiente, ele fazer evacuações negras e tardias. Sangramentos mais lentos podem não mudar a cor das evacuações, mas pode levar à anemia (contagem baixa de hemácias). Isto pode fazer com que uma pessoa se sinta cansada e fraca. Se o tumor sangrar dentro do estômago, pode causar vômito de sangue ao paciente.

Em alguns casos uma pessoa pode sentir o crescimento (tumor) em seu abdome. Se o câncer se espalha para o fígado, ele pode se tornar maior.

Em alguns casos o tumor pode crescer dentro do intestino e bloqueá-lo. Isto é chamado de obstrução intestinal e causa dor abdominal grave e vômito. Cirurgia de emergência é frequentemente requerida para tratar o bloqueio.

Tumores pequenos podem não causar nenhum sintoma. Eles são encontrados acidentalmente quando o médico está procurando por outro problema. Eles são geralmente benignos.

Se houver uma razão para suspeitar que você possa ter GIST, o médico irá usar um ou mais métodos para descobrir se a doença está realmente presente.

Diagnóstico
Histórico médico e exame físico

Para saber sobre seu histórico médico, o médico irá perguntar sobre sintomas e fatores de risco que você possa ter. Se você tem um ou mais sintomas que sugiram que você tenha GIST, o médico irá perguntar sobre quais destes que possam ser causados por uma massa no esôfago, estômago, intestino ou reto. Um exame físico inteiro pode fornecer evidências de um GIST, como massa no abdome ou outros problemas de saúde.

 

Testes de imagem

Seu médico pode pedir um teste de imagem para ajudar a encontrar a causa de seus sintomas.

 

Raios-x de bário

Para estes estudos (exames), uma solução contendo bário é usada para cobrir o revestimento do esôfago, estômago e intestinos. Isso faz com que anormalidades sejam vistas mais facilmente no revestimento pelo raio-x. Estes exames são úteis, às vezes, no diagnóstico de tumores no GI. Eles são menos eficazes em encontrar tumores no intestino delgado. Você provavelmente terá de iniciar o jejum à noite antes do exame. Se o cólon estiver sendo examinado, você pode precisar de laxativos e/ou enemas para limpar o intestino na noite anterior da manhã do exame.

 

Deglutição de bário

Este exame (também conhecido como séries GI superior) é usado para olhar para o revestimento do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. Pacientes que fazem este exame bebem uma solução de bário antes que as imagens de raio-x sejam realizadas.

 

Através do intestino delgado

Esta é uma continuação da deglutição de bário que é, algumas vezes, usada para olhar para problemas no intestino delgado. Para este exame, raios-x são tirados em intervalos regulares ao longo do curso de poucas horas, assim que o bário passa através dos intestinos.

 

Enteróclise

Este procedimento é uma outra maneira de olhar para o intestino delgado. Neste exame, um tubo fino é passado através da boca ou nariz para o esôfago, e através do estômago até o início do intestino delgado. O bário é enviado através do tubo, junto com uma substância que cria mais ar nos intestinos, causando expansão. Raios-x do intestino são tirados. Este exame pode proporcionar imagens melhores do intestino delgado do que através do intestino delgado, mas é também mais desconfortável.

 

Enema de bário

Este exame (também conhecido como GI inferior sérico) é usado para olhar para a superfície interior do intestino grosso. Para este exame, a solução de bário é dada através do ânus enquanto o paciente está deitado na mesa de raio-x. Quando o cólon está quase repleto pela metade de bário, o paciente se vira, assim o bário se espalha através do cólon. Para um enema de bário regular, raios-x são tirados. Depois que o bário é colocado no cólon, ar deve ser soprado para dentro ajudando a empurrar o bário através da parede do cólon, para melhor recobrir a superfície interior. Depois, raios-x são tirados. Isto é chamado de enema de bário por contraste de ar (também conhecido como enema de bário de duplo contraste).
Raios-x de bário são menos usados nos dias de hoje que antes. Em muitos casos estão sendo substituídos por endoscopia – onde o médico geralmente olha para dentro do cólon ou estômago com uma fibra ótica estreita.

 

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um procedimento de raios-X que produz imagens detalhadas, transversais de seu corpo. Ao contrário de produzir uma imagem, como o raio-x padrão, um exame de TC tira muitas imagens girando ao seu redor. Um computador então combina as imagens de fatias de parte do seu corpo que está sendo estudado.

Antes que qualquer imagem seja tirada, será solicitado a você para engolir um líquido de contraste oral. Ele ajuda a delinear seu trato intestinal para fazer com que os tumores sejam mais fáceis de ver. Você também pode receber um revestimento intravenoso (IV) de modo que um corante possa ser injetado (contraste IV). Isto pode melhorar a delinear as estruturas do seu corpo.

A injeção IV pode causar algum rubor (vermelhidão e sensação de calor). Algumas pessoas são alérgicas e apresentam urticária ou, raramente, reações mais graves como problemas respiratórios e pressão sanguínea baixa. Medicamentos podem ser dados a fim de prevenir e tratar qualquer reação alérgica, dessa maneira, é importante para você fazer com que seu médico saiba, antes do exame, de qualquer reação prévia que você possa ter ao material de contraste usado para os raios-x.

Exames de TC demoram mais que raios-x regulares. Você precisa estar deitado sobre uma mesa, e a parte do seu corpo a ser analisada é colocada dentro do scanner, uma máquina de forma cilíndrica que circunda completamente a mesa. O exame é indolor, mas você pode se sentir desconfortável em manter algumas certas posições por alguns minutos de tempo.

Exames de TC são úteis em pacientes com GISTs para descobrir a localização e o tamanho do tumor, assim como para analisar se ele se espalhou dentro do abdome ou fígado.

Em alguns casos, exames de TC podem ser usados para guiar uma agulha de biópsia precisamente dentro de um câncer suspeito ou de uma lesão metastática. Entretanto, devido ao exame ser de risco quando um GIST está envolvido (sangramento, possível risco aumentado de espalhamento do tumor), estes tipos de biópsias são geralmente feitas se um resultado puder afetar a decisão do tratamento. (Para mais informações, veja informações sobre biópsia abaixo).

 

Ressonância magnética

Ressonância magnética (RM) utiliza ondas de radiofrequência e magnetos fortes ao invés de raios-x. A energia das ondas de radiofrequência é absorvida e depois liberada em um padrão formado pelo tipo de tecido e por certas doenças. Um computador traduz o padrão em imagens muito detalhadas de partes do corpo. Não apenas produz fatias transversais do corpo como um exame de TC, mas também ajuda a produzir fatias que são paralelas com o comprimento de seu corpo. Um material de contraste pode ser injetado assim como exames de TC, mas é menos usado.

Exames de RM são um pouco mais desconfortáveis que exames de TC. Eles demoram mais – geralmente até uma hora. Você tem que deitar dentro de um tubo, o qual é confinado, o que pode perturbar algumas pessoas com medo de locais fechados (claustrofobia). Recentemente, máquinas de RM “abertas” podem ser mais fáceis de tolerar, mas elas são menos frequentes. A máquina também produz alguns zunidos e barulhos de cliques que algumas pessoas podem achar perturbadores. Muitos lugares fornecem plugues de ouvido ou fones de ouvido com música para bloquear o barulho.

Exames de RM são úteis em GISTs para descobrir a extensão do câncer no abdome, mas geralmente exames de TC são suficientes. Eles também são úteis em analisar o retorno do câncer (recorrência) ou propagação (metástase) para órgãos distantes, particularmente no cérebro ou coluna.

 

Tomografia por emissão de pósitron

Tomografia por emissão de pósitron (TEP) tem se tornado um dos exames mais úteis para detectar GISTs. Nos exames de TEP, baixo nível de glicose (açúcar) radioativa é injetada pela veia do paciente. Células de câncer usam açúcar muito mais rápido que células normais, assim o tumor utiliza o material muito mais rapidamente. Uma câmera especial pode ser usada para detectar áreas radioativas no corpo.

Este teste pode ser útil para encontrar áreas de propagação do câncer. Exames de TEP são mais usados para descobrir se uma medicação de tratamento está funcionando. O exame geralmente é obtido no mínimo 4 semanas depois do início do medicamento. Se o medicamento estiver funcionando, o tumor irá parar de usar glicose radioativa. Se o tumor ainda estiver usando a glicose, seu médico pode decidir sobre a mudança do medicamento de tratamento.

Algumas máquinas de imagem combinam exames de TEP com exames de TC para melhor identificar áreas de propagação do tumor.

 

Endoscopia

Estes exames usam um tubo flexível iluminado (endoscópio) com uma câmera de vídeo em sua extremidade. A câmera envia as imagens para uma tela de vídeo para que o médico possa ver claramente quaisquer massas (tumores) na mucosa de órgãos digestivos. Se áreas anormais são encontradas, pequenos pedaços de tecido podem ser retirados através do endoscópio (biópsia). O tecido pode ser analisado sob o microscópio a fim de descobrir se o câncer está presente e que tipo de câncer ele é.

Ao olhar para o trato GI com um endoscópio, o médico pode ver apenas uma protuberância sob a superfície normalmente lisa, caso um GIST esteja presente. Isto porque os tumores GIST estão muitas vezes abaixo do revestimento (mucosa) do trato gastrointestinal. Isso os torna mais difícil de ver com endoscopia que os tumores do trato GI mais comuns. GISTs que estão abaixo da mucosa (submucosa) também são mais difíceis de sofrerem biópsia pelo endoscópio. É por isso que apenas cerca da metade dos GISTs são diagnosticados antes da cirurgia.

Se os pedaços do tumor através do revestimento do trato GI são fáceis de ver, há uma maior chance de que o GIST seja canceroso (maligno).

 

Endoscopia superior (também conhecida como esofâgogastroduodenoscopia ou EGD)

Os pacientes recebem medicamentos para ficarem sonolentos (sedados). Em seguida, um endoscópio é passado através da boca para observar o esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado.

 

Colonoscopia (também conhecida como endoscopia inferior)

Um tipo de endoscópio conhecido como colonoscópio, é introduzido através do ânus até o cólon. Isso permite com que o médico veja completamente os revestimentos do reto e do cólon. Para obter uma boa análise no interior do cólon, este deve estar vazio e limpo antes do exame. Isso significa muitas vezes, utilizar um laxante forte na noite anterior. Às vezes também são necessários enemas na manhã do procedimento para se certificar de que os intestinos estejam vazios. A você será proporcionado um medicamento intravenoso (IV; dentro da veia) para fazer com que você se sinta relaxado e sonolento durante o procedimento. Uma colonoscopia pode ser feita em um ambulatório de hospital, numa clínica ou num consultório médico. Ele geralmente leva de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais tempo se o tumor for visto e/ou uma biópsia for feita.

 

Cápsula endoscópica

Infelizmente, nem a endoscopia superior nem a inferior podem atingir todas as áreas do intestino delgado. A cápsula endoscópica é uma maneira de analisar o intestino delgado. Este procedimento não utiliza realmente um endoscópio. Ao invés disso, o paciente ingere uma cápsula (aproximadamente do tamanho de uma pílula grande de vitamina) que contém uma fonte de luz e uma câmera muito pequena. Como qualquer outra pílula, a cápsula passa pelo estômago e pelo intestino delgado. Como ele se desloca (geralmente ao longo de 8 horas) tira milhares de fotos. Estas imagens são transmitidas eletronicamente a um dispositivo usado ao redor da cintura da pessoa. As fotos podem ser baixadas para um computador onde o médico pode vê-las como um vídeo. A cápsula é eliminada do corpo durante evacuação normal e é descartada. Este exame não requer sedação – o paciente pode continuar suas atividades diárias normais enquanto a cápsula se desloca através do trato gastrointestinal. Este técnica é relativamente nova e a melhor maneira de usá-la ainda está sendo estudada.

 

Enteroscopia de duplo balão

Esta é uma outra maneira de analisar o intestino delgado. O intestino delgado é muito longo (20 pés) com demasiadas curvas para ser bem analisado com endoscopia normal. Este método contorna estes problemas utilizando-se de um endoscópio especial que é composto por 2 tubos, um dentro do outro. Primeiro, o tubo interno, que é um endoscópio, avança cerca de um pé e então um balão em sua extremidade é insuflado para ancorá-lo. Em seguida, o tubo exterior avança para perto da extremidade do tubo interno e é então posicionado no local com um balão. Este procedimento continua se repetindo várias vezes, permitindo que o médico veja o intestino a cada pé de distância. O procedimento é feito após o paciente receber medicamentos que o deixem sonolento. A principal vantagem que este teste leva em relação ao da cápsula endoscópica é que o médico pode fazer uma biópsia caso algo anormal seja visto.

 

Ultrassonografia endoscópica

O ultrassom usa ondas sonoras para tirar fotos de partes do corpo. Para a maioria dos ultrassons, o transdutor (uma sonda que emite ondas sonoras) é colocado sobre a pele. Para uma ultrassonografia endoscópica, a sonda de ultra-som é colocada na extremidade de um endoscópio. Isto permite com que a sonda seja colocada muito próxima (ou em cima do) tumor. Como uma ultra-sonografia regular, a sonda emite ondas sonoras de alta frequência e, em seguida, detecta os ecos de ondas sonoras que soam através dos tecidos da parede do trato digestivo. Um computador então traduz o padrão de ecos em uma imagem da área a ser analisada.

Ultrassom endoscópico pode ser usado para encontrar a localização exata do GIST e determinar seu tamanho. É útil em descobrir o quão profundamente um tumor cresceu na parede do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino ou reto). O teste também pode ajudar a prever se o tumor se espalhou para os linfonodos ou começou a crescer em tecidos próximos. Em alguns casos, pode ser usado para ajudar a guiar uma biópsia (veja abaixo).

 

Biópsia

Mesmo que uma massa seja encontrada pelo raio-x de bário ou tomografia computadorizada, estes exames de imagem não podem dizer se a massa é um GIST ou algum outro tipo de tumor (benigno ou canceroso), ou se é alguma outra condição (como uma infecção). A única maneira de saber ao certo o que é, é através da remoção das células da área anormal e analisá-las sob um microscópio. Este procedimento é chamado de biópsia. Existem várias maneiras de retirar uma amostra de tumor do trato GI.

 

Biópsia endoscópica

Amostras de biópsia podem ser obtidas através do endoscópio. Quando um tumor é encontrado, o médico pode operar uma pinça de biópsia (garras ou pinças) através do tubo para tirar uma pequena amostra do tumor. Mesmo que a amostra for muito pequena, os médicos normalmente poderão fazer um diagnóstico preciso. Em aproximadamente metade dos casos, a biópsia não conterá o câncer, uma vez que este cresce sob o revestimento do intestino ou do estômago. (A pinça de biópsia não pode ir fundo o suficiente).
O sangramento de um GIST após a biópsia é raro, mas pode ser um grave problema. Se isso ocorrer, os médicos podem, algumas vezes, injetar drogas que contraiam os vasos sanguíneos através do endoscópio até que o tumor pare de sangrar.

 

Agulha de biópsia fina

Em alguns casos, uma amostra de biópsia é obtida com uma agulha fina e oca. O médico coloca esta agulha no tumor enquanto está sendo guiado por exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ultrassom endoscópico. Estes tipos de biópsias devem ser feitas com cuidado e geralmente são feitas apenas se irão ajudar na determinação das opções de tratamento, porque os médicos têm a preocupação de que possam causar hemorragias ou, possivelmente, aumentar os riscos de o câncer se espalhar.

 

Biópsia cirúrgica

Se uma amostra não pode ser obtida a partir de uma biópsia endoscópica ou agulha de biópsia, ou se o resultado não afetar as opções de tratamento, um médico pode recomendar a espera até a cirurgia para obter uma amostra do tumor. Isso é feito em uma operação chamada laparotomia, onde o médico cria uma abertura no abdome para alcançar e remover diretamente o tumor.

 

Testar a amostra da biópsia

Uma vez que uma amostra do tumor é obtida, um médico que é especializado em testes laboratoriais (um patologista) a analisa sob um microscópio. Um patologista pode suspeitar que um tumor seja um GIST, mas ele não pode ter certeza disso sem um teste especial chamado imuno-histoquímica.

Neste teste, uma parte da amostra é tratada com anticorpos especiais artificiais que irão ligar apenas a proteína KIT (também conhecida como CD117). Os anticorpos causam alterações de cor se a proteína KIT está presente, que podem ser vistos sob um microscópio. Uma vez que a maioria das células GIST contém essa substância, mas as células da maioria dos outros tipos de câncer não, este teste pode ser útil em determinar se um tumor GI é um GIST ou não. Se as células tumorais não contêm KIT, elas serão analisadas para ver se têm a proteína produzida pelo gene PDGFRA. Ela é encontrada em cerca de 5% dos GISTs.

 

Exames de sangue

O seu médico poderá solicitar alguns exames de sangue, se ele suspeita que você possa ter um GIST. Um hemograma pode dizer se você está anêmico (baixa contagem de hemácias no sangue). Algumas pessoas com GIST podem tornar-se anêmicas devido ao sangramento do tumor.

Outros exames de sangue podem medir sua função hepática. Se os resultados destes testes são anormais, pode significar que o GIST se espalhou para o fígado.

Não há exames de sangue que possam identificar células cancerosas de GIST no sangue. Estes tumores não liberam substâncias conhecidas no sangue que possam ser usadas como marcadoras para medir a resposta de um GIST ao tratamento.

Tratamento

O tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) muitas vezes depende do grau de disseminação do tumor. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor, quando possível, mas terapias direcionadas e outros tratamentos, também podem ajudar em algumas situações.

 

Tumores menores, localizados

A cirurgia remove tumores menores. Em alguns pacientes, este é o único tratamento necessário. Ainda assim, mesmo quando eles são removidos completamente, cerca de metade dos GISTs voltam dentro de 2 anos. A chance de um GIST voltar é maior em tumores maiores e naqueles com células cancerosas que se dividem rapidamente (tem uma alta taxa mitótica). Se o médico achar que o câncer tem um alto risco de voltar a crescer, o tratamento com imatinib (Glivec) pode ser iniciado após a cirurgia. O tratamento com drogas anticâncer após o câncer ter sido completamente removido é conhecido como terapia adjuvante. Tomando imatinib após a cirurgia, reduz a chance de que o câncer volte durante os primeiros 2 anos após a cirurgia, mas não está claro e ele realmente impede completamente o câncer de voltar ou se ele apenas adia a sua volta. Até agora, ainda é muito cedo para dizer se este tratamento ajuda os pacientes a viverem mais. O uso do tratamento adjuvante para GISTs ainda está sendo estudado.

 

Tumores maiores localizados

Tumores maiores podem ser mais difíceis de remover completamente e podem requerer cirurgia mais extensa, o que poderia causar problemas de saúde mais tarde. Devido a isso, uma vez que a biópsia é feita para confirmar que o tumor é um GIST, o tratamento com imatinib normalmente é iniciado. É mantido pelo menos até que o tumor pare de diminuir. Então a cirurgia pode ser feita se o cirurgião considera que o tumor restante pode ser removido com segurança. Imatinib pode ser continuado após cirurgia para diminuir as chances de que o câncer volte. Se a cirurgia ainda não for possível, esta droga é frequentemente continuada enquanto parece ajudar.

 

Tumores que não são removíveis ou que se espalharam para locais distantes.

As opções de tratamento para GISTs que não são operáveis ou que tem metástase e dependem para onde se espalharam e quão extensiva é a propagação.
Para a maioria desses tumores, o imatinib é a opção preferida em primeiro lugar, já que pode diminuí-los. É continuada até que não seja mais eficaz (o tumor comece a crescer); Alguns tumores respondem ao aumento da dose de imatinib. Se o tumor diminui o suficiente, a cirurgia pode ser uma opção. Se o tumor continua a crescer ou os efeitos colaterais de imatinib são graves, a mudança para sunitinib pode ser útil.

Se o câncer se espalhou para apenas 1 ou 2 lugares no abdome (como o fígado), o cirurgião pode remover o tumor principal e tentar remover esses outros tumores também. Se este for o caso, você deve discutir os riscos e benefícios desta abordagem de tratamento com o seu médico e familiares. Normalmente, isso deve ser considerado apenas para tumores que estão crescendo lentamente ou para aqueles que causam complicações locais, tais como hemorragia incontrolável.

Há também novas maneiras de tratar cânceres que se espalharam para o fígado. Estes tratamentos podem incluir a criocirurgia (congelamento do tumor), ablação por radiofrequência (RFA, usando correntes elétricas para aquecer o tumor), a embolização (injeção de material em grandes vasos sanguíneos que alimentam o tumor para bloquear o fluxo de sangue), ou ablação de etanol (álcool concentrado para injeção no tumor). Estes métodos não requerem cirurgia. A sonda de congelamento, sonda de RFA ou agulha, são introduzidas através da pele e guiadas até o tumor pelo exame de TC (tomografia computadorizada) ou imagens de ultrassom. O valor destes tratamentos em pacientes com GIST não é totalmente conhecido, porque não existem estudos suficientes voltados para este tipo raro de câncer.

 

Tumores recorrentes

Quanto um câncer volta após tratamento, ele é chamado de recorrente. Se o câncer voltar (recorrer) em um local próximo ao que se iniciou, é chamado de recorrência local. Se recorrer em outros locais (como os pulmões ou fígado) é chamado de recorrência distante. Opções de tratamento para GISTs que se repetem após o tratamento dependerão da localização e extensão da recorrência.

Para a maioria das recorrências, os médicos provavelmente recomendarão o tratamento com imatinib, já que provavelmente oferece a melhor chance para redução dos tumores. Se a primeira dose de imatinib não funciona, a dose pode ser aumentada. Outra opção é tentar sunitinibe.

Se o câncer volta como um tumor único, bem definido, a remoção ou destruição do tumor pode ser uma opção. Os médicos ainda não estão certos se a remoção dos GISTs que voltam após o tratamento realmente ajudam as pessoas a viverem mais tempo. Alguns estudos descobriram que sim, mas outros estudos discordaram. Você deve discutir com seu médico e familiares sobre os riscos e benefícios deste tratamento.

 

Abaixo alguns tratamentos aplicados:
Cirurgia

O principal tratamento para um tumor de estroma gastrointestinal (GIST) que não se espalhou, é geralmente a cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover completamente todo o câncer.

Se o tumor é muito pequeno, muitas vezes pode ser removido com uma pequena área de tecido normal ao seu redor. Ao contrário de muitos outros cânceres, a remoção de linfonodos próximos geralmente não é necessária. Isto porque o GIST não costuma se espalhar para os linfonodos linfáticos. Para câncer pequeno, uma cirurgia keyhole (laparoscopia) pode ser suficiente.

Se um tumor for grande ou estiver crescendo em outros órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para remover completamente o tumor, o médico pode ter que remover partes de outros órgãos (como seções do intestino). Mesmo se o tumor for grande e se espalhou para outros órgãos, isto pode ajudar com que os pacientes vivam mais tempo. Também pode reduzir as chances de o tumor bloquear (impedir) mais tarde o trato digestivo. O cirurgião também pode remover os GISTs que se espalharam para outras partes do abdome, como o fígado.

Se o tumor não pode ser totalmente removido sem causar grandes problemas, o médico pode tentar tratar o paciente com a droga imatinib (ver a seção “Quimioterapia”) primeiro. O objetivo é reduzir o tumor o suficiente para tornar mais fácil de removê-lo com cirurgia.
Não importa que tipo de cirurgia seja feita, é muito importante que seja feita com cuidado por um cirurgião com experiência em tratar GIST. GISTs são tumores delicados, e muitos médicos têm manifestado suas preocupações sobre sangramento e o possível aumento do risco de propagação do câncer se a cápsula ao redor do tumor for aberta durante a cirurgia.

 

Terapia alvo

Imatinib (Glivec®)

Esta é uma droga útil para muitos pacientes com estágio avançado de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e também pode ajudar os pacientes com tumores de estágios menos avançados. Tem como alvo tanto a proteína KIT quanto a proteína PDGFRA, bloqueando sua capacidade de causar crescimento e divisão às células tumorais.

No geral, cerca de 2 em cada 3 pacientes tratados, tem os tumores diminuídos pelo menos pela metade. Em um pequeno número de pacientes só uma redução leve ou pelo menos, parada do crescimento. Em cerca de 15% dos pacientes, a droga não ajuda e o câncer continua crescendo.

Este tratamento não parece curar GIST avançado, mas pode ajudar as pessoas a viver com ele mais tempo e se sentirem melhor. Muitas vezes, o medicamento para de funcionar dentro de poucos anos e depois o câncer começa novamente. Aumentar a dose de imatinib pode ajudar a parar o crescimento do câncer por algum tempo, mas a dose mais elevada tem mais efeitos colaterais.

Esta droga é tomada como uma pílula diária. Os efeitos colaterais podem incluir ligeira indisposição gástrica, diarréia, dores musculares e erupções cutâneas. O estômago é diminuído se a droga for tomada com alimentos. Imatinib também pode levar à retenção de líquido. Muitas vezes trata-se apenas de um inchaço no rosto (ao redor dos olhos) ou tornozelos. Raramente a droga causa problemas mais graves, como líquido dentro dos pulmões ou cavidade abdominal. Pode afetar a função cardíaca em algumas pessoas.

 

Sunitinib 

Esta droga também pode ser útil no tratamento de GIST e é usada quando imatinib não funciona ou quando o paciente não pode tomar imatinib (devido aos efeitos colaterais). Atinge as proteínas KIT e PDGFRA (assim como várias outras que o imatinib não atinge). Parece ajudar cerca de 1 em cada 3 pacientes que não podem tomar imatinib. Sunitinibe causou a reduções de tumores em alguns poucos pacientes. O medicamente geralmente para o crescimento dos tumores por um tempo. Mais importante, os pacientes recebendo o medicamento podem viver mais tempo.

Sunitinib também é tomado como pílula. Os efeitos colaterais mais comuns de sunitinib são diarréia, irritação na boca e mudanças na coloração da pele. Efeitos colaterais mais graves podem incluir a pressão arterial elevada, aumento do risco de sangramento e inchaço.
Outras drogam que funcionam como imatinib e sunitinibe estão sendo estudadas no tratamento contra GIST.

 

Quimioterapia

A quimioterapia (quimio) é o uso de drogas para tratamento do câncer. Muitas vezes, estas drogas são injetadas na veia (IV) ou administradas via oral. Elas entram na corrente sanguínea e atingem o corpo todo, fazendo com que este tratamento seja potencialmente útil para cânceres que se espalharam além do órgão que se iniciaram. Qualquer droga usada para tratar um câncer pode ser considerada quimioterapia – mesmo as drogas de terapia alvo discutidas anteriormente.

Antes de estas drogas de terapia alvo terem sido descobertas como úteis no tratamento de tumores estromais gastrointestinais (GISTs), as drogas da quimioterapia tradicional eram utilizadas. Muitas vezes, a quimioterapia foi tida como usada para tratar um tipo de câncer chamado sarcoma. GISTs raramente diminuíram em resposta a estes medicamentos, de modo que este tipo de tratamento raramente é usado, agora que drogas como imatinib (Glivec) estão disponíveis.

 

 

Radioterapia

A radioterapia é o uso de raios-x de alta energia (ou partículas) para matar as células cancerosas. A radiação não é muito eficaz em tumores estromais gastrointestinais (GISTs), por isso é raramente usada. Mas pode ser usada para aliviar sintomas como a dor.
Efeitos colaterais da radioterapia podem incluir alterações na pele semelhantes a queimaduras solares ou leve bronzeado, náuseas, vômitos, diarréia e fadiga. Muitas vezes, estes desaparecem após um curto tempo. A radioterapia também pode tornar os efeitos colaterais da quimioterapia piores. Converse com seu médico sobre os potencias efeitos colaterais e as formas para reduzi-los ou aliviá-los.

 

CUIDADOS PÓS TRATAMENTO

Depois que seu tratamento estiver terminado, é muito importante ir a todas as consultas de acompanhamento. Durantes estas consultas, o seu médico irá perguntar sobre os sintomas, fazer exames físicos e exames de sangue e de imagem como tomografia computadorizada ou raios-x. O acompanhamento é necessário para verificar a recorrência do câncer ou a propagação, bem como os possíveis efeitos colaterais de certos tratamentos. Este é o momento para você fazer à sua equipe de cuidados de saúde todas as perguntas que você precisa de resposta e discutir quaisquer preocupações que você possa ter.

Quase qualquer tratamento de câncer pode ter efeitos colaterais. Alguns podem durar por algumas semanas a vários meses, mas outros podem ser permanentes. Não hesite em contar a sua equipe de tratamento de câncer sobre quaisquer sintomas ou efeitos colaterais que o incomodem, para que possam ajudá-lo a gerenciá-los.

Também é importante manter o plano de saúde. Mesmo que ninguém queira pensar que seu câncer pode voltar, é sempre uma possibilidade. Se isso acontecer, a última coisa que quer é se preocupar em pagar pelo tratamento.

 

 Mudanças no estilo de vida durante e após o tratamento

Ter câncer e lidar com o tratamento pode ser demorado e emocionalmente desgastante, mas também pode ser um momento para olhar para sua vida de um modo novo.Talvez você esteja pensando em como melhorar a sua saúde a longo prazo. Algumas pessoas chegam a iniciar este processo durante o tratamento do câncer.

 

Faça escolhas mais saudáveis

Pense na sua vida antes de saber que tinha câncer. Houve coisas que você fez que fizeram você menos saudável? Talvez você tenha bebido muito álcool, ou comeu mais do que o necessário, ou fumou, ou não fez exercícios com muita frequência. Emocionalmente, talvez mantivesse seus sentimentos reprimidos ou talvez você deixou situações estressantes irem muito longe.

Agora não é o momento de se sentir culpado ou culpar a si mesmo. No entanto, você pode começar a fazer mudanças, hoje, que podem ter efeitos positivos para o resto de sua vida. Você não só vai se sentir melhor, como também se sentirá mais saudável. Qual é o melhor momento do que agora para aproveitar a motivação que você tem, como resultado de passar por uma experiência de mudança de vida como ter câncer?

Você pode começar a trabalhar nessas coisas as quais você se sente mais preocupação. Obtenha ajuda daqueles que são mais fortes para você.

 

Dieta e nutrição

Se alimentar corretamente pode ser um desafio para qualquer um, mas pode ficar ainda mais difícil durante e após o tratamento de câncer. Por exemplo, o tratamento muitas vezes pode mudar o sentido do paladar. Náusea pode ser um problema. Você pode perder apetite por um tempo e perder peso mesmo quando não quer. Por outro lado, algumas pessoas ganham peso mesmo sem comer mais. Isto pode ser frustrante também.

Se você está perdendo peso ou tem problemas com o sabor durante o tratamento, faça o melhor que pode com sua alimentação e lembre-se que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Você pode querer perguntar à sua equipe de tratamento do câncer, referência de um dentista, um especialista em nutrição que pode lhe dar idéias de como encontrar ajuda para comer pequenas porções a cada 2 ou 3 horas até se sentir melhor e poder voltar a sua rotina normal.

Uma das melhores coisas que você pode fazer depois do tratamento é colocar hábitos alimentares mais saudáveis no lugar. Você vai se surpreender com os benefícios a longo prazo de algumas mudanças simples, como o aumento da variedade de alimentos saudáveis que você come. Tente comer cinco ou mais porções de frutas e legumes todos os dias. Escolha grãos ao invés de farinha branca e açucares.

Tente limitar as carnes que são ricas em gordura. Cortar carnes processadas como salsichas, mortadelas e bacon. Se livrar deles por completo, se puder. Se você bebe álcool, limitar-se a 1 ou 2 drinques por dia no máximo. E não se esqueça de fazer algum tipo de exercício físico regular. A combinação de uma boa dieta e exercício físico regular irá ajudá-lo a manter um peso saudável e fazer com que se sinta mais enérgico.

 

Descanso, fadiga, trabalho e exercício

A fadiga é um sintoma muito comum em pessoas em tratamento de câncer. Ela geralmente não é um tipo comum de cansaço, mas uma exaustão “de cansaço nos ossos” que não melhora com o repouso. Para alguns, essa fadiga dura um longo tempo após o tratamento, e pode desencorajá-los à atividade física.

No entanto, o exercício pode realmente ajudar você a reduzir a fadiga. Estudos têm demonstrado que os pacientes que seguem um programa de exercícios adaptados às suas necessidades pessoais sentem-se melhor fisicamente e emocionalmente e podem lidar melhor com o câncer.

Se você está doente e precisa estar em repouso durante o tratamento, é normal esperar que sua aptidão, resistência e força muscular declinem. A fisioterapia pode ajudar você a manter a força e amplitude de movimentos em seus músculos, que podem ajudar você a combater a fadiga e a sensação de depressão que às vezes acompanha o cansaço.

Qualquer programa de atividade física deve se adequar a sua situação. Uma pessoa mais velha que nunca se exercitou não será capaz de assumir a mesma quantidade de exercícios como uma pessoa de 20 anos de idade, que joga tênis três vezes por semana. Se você não tiver se exercitado no últimos anos, mas ainda puder contornar a situação, pode pensar sobre realizar pequenas caminhadas.

Converse com a sua equipe de saúde antes de começar e pegue a opinião deles sobre os seus planos de exercício. Então, tente obter um companheiro de exercício para que você não o faça sozinho. Ter família ou amigos envolvidos quando se inicia um novo programa de exercícios pode lhe dar esse impulso extra de apoio para mantê-lo quando o impulso não estiver presente.

Se você está se sentindo muito cansado, porém, terá de equilibrar a atividade física com o repouso. É bom descansar quando você precisar.

É realmente difícil para uma pessoa se permitir a fazer isso quando têm de trabalhar o dia todo ou cuidar de uma família.

Exercícios podem melhorar sua saúde física e emocional
  • Melhoram sua aptidão cardiovascular (coração e circulação)
  • Fortalece seus músculos
  • Reduz a fadiga
  • Diminui a ansiedade e a depressão
  • Geralmente te faz se sentir mais feliz.
  • Ajuda a se sentir melhor com você mesmo.

A longo prazo, sabemos que o exercício desempenha um papel na prevenção de alguns tipos de câncer. A Sociedade Americana de Câncer, em suas orientações sobre atividade física para prevenção do câncer, recomenda que os adultos participem em pelo menos uma atividade física por 30 minutos ou mais em cinco dias ou mais da semana. Crianças e adolescentes são incentivados a experimentar pelo menos 60 minutos diários de atividade física energética em pelo menos 5 dias da semana.

 

E sobre sua saúde emocional?

Uma vez que seu tratamento termina, você pode encontrar-se arrebatado pelas emoções. Isto acontece a muitas pessoas. Você pode ter passado por tanto durante o tratamento que você só conseguia ter foco em passar por ele.

Agora você pode achar que pensa sobre o potencial de sua própria morte ou o efeito do câncer na sua família, amigos e carreira. Você também pode começar a reavaliar o seu relacionamento com seu cônjuge ou parceiro. Problemas inesperados podem também causar preocupação – por exemplo, como você se torna mais saudável e tem poucas consultas médicas, vai ver sua equipe de saúde com menos frequência o que pode ser uma fonte de ansiedade para alguns.

Este é um momento ideal para buscar apoio emocional e social. Você precisa de pessoas para as quais pode recorrer para buscar força e conforto. O apoio pode vir de várias formas: família, amigos, grupos de apoio ao câncer, igreja ou outros grupos espirituais, comunidades de apoio online, ou conselheiros individuais.

Quase todo mundo que passou por câncer pode se beneficiar em ter algum tipo de apoio. O que é melhor para você depende da sua situação e personalidade. Algumas pessoas se sentem seguras em redes de grupos de apoio ou grupos de educação. Outros preferem falar em um ambiente informal, como a igreja. Outros podem se sentir mais à vontade falando cara-a-cara com um amigo de confiança ou conselheiro. Seja qual for sua fonte de força ou conforto, certifique-se de ter um lugar para ir com suas preocupações.

A jornada do câncer pode ser muito solitária. Não necessário ou realista lidar com tudo isso por si mesmo. E seus amigos e familiares podem se sentir de lado se você decidir não incluí-los. Deixá-los entrar – e deixar qualquer pessoa que possa te fazer ajudar.

Você não pode mudar o fato de que tem câncer. O que você pode mudar é o modo de viver o resto de sua vida – fazer escolhas saudáveis e se sentir tão bem quanto possível, física e emocionalmente.

 

 O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?

Como você lida com o câncer e o tratamento do câncer, nós incentivamos você a falar abertamente com seu médico, enfermeiro e equipe de tratamento do câncer. Você deve sentir-se livre para fazer qualquer pergunta que está em sua mente, não importa quão pequena ela pareça ser. Aqui estão algumas questões que você pode querer perguntar. Certifique-se de adicionar suas próprias perguntas sobre o que pensa. Enfermeiros, assistentes sociais e outros membros da equipe de tratamento também podem ser capazes de responder a muitas de suas perguntas.

  • Onde meu tumor está localizado?
  • Qual a probabilidade de este tumor crescer o se espalhar rapidamente?
  • Meu tumor se espalhou além do local primário?
  • Qual é a estágio do meu câncer e o que isso significa no meu caso?
  • Quais as escolhas de tratamento eu tenho?
  • O que você recomenda e por quê?
  • Quais os riscos e efeitos colaterais existem nos tratamentos que você sugere?
  • Como o tratamento poderia afetar minhas atividades diárias?
  • Quais são as chances de meu câncer voltar com esses planos de tratamento? O que faríamos se isso acontecer?
  • O que eu devo saber para estar pronto para o tratamento?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Meu plano de saúde irá cobrir os gastos de todos os tratamentos que são recomendados?

Além dessas perguntas amostradas, não se esqueça de escrever algumas questões próprias. Por exemplo, você pode querer obter mais informações sobre uma segunda opinião ou sobre ensaios clínicos para os quais você pode se classificar.

 

O que acontece após o tratamento de tumores estromais gastrointestinais?

Completar o tratamento pode ser tanto estressante quanto emocionante. Você provavelmente vai se ver aliviado por concluir o tratamento, mas é difícil não se preocupar com a volta do câncer. (Quando o câncer retorna, é chamado de recorrência). Esta é uma preocupação muito comum entre aqueles que tiveram câncer.
Pode levar algum tempo antes de sua confiança em sua própria recuperação se tornar real e seus medos serem um pouco aliviados. Mesmo sem recorrências, as pessoas que tiveram câncer aprendem a viver com a incerteza.

Estadiamento

O sistema de estadiamento utilizado para o Tumor Gastrointestinal/GIST é o TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC).

O que é TNM?

É a abreviatura de tumor, linfonodo e metástase. Este sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer:

  • O próprio tumor ( T + um número de 0 a 4 usa-se para descrever o tumor primário);
  • Os linfonodos regionais ao redor do tumor ( N + 0 a 3 usa-se para descrever se a doença disseminou para os gânglios linfáticos)
  • E se o tumor se espalhou para outras partes do corpo (M usa-se para descrever que a doença se espalhou para outros órgãos)

 

Mas, quais são os estágios?
Estágio IA
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IB
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T3, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IIIB
  • T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.

 

Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
Estágio I
  • T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio II
  • T3, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIA
  • T1, N0, M0, índice mitótico elevado;
  • T4, N0, M0, índice mitótico baixo.

 

Estágio IIIB
  • T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.

 

Estágio IV
  • Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico;
  • Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer índice mitótico.
Qual a diferença entre tumores ressecáveis e irressecáveis?

Tumores ressecáveis são aqueles que podem ser removidos, já os tumores irressecáveis são os que não podem ser retirados por completo, por estarem espalhados para outras regiões. Porém, o médico avalia cada paciente de uma forma, ele pode ter um tumor ressecável mas não poderá fazer a cirurgia por outros fatores, como o tamanho do tumor, a localização e se o paciente tem condições clínicas.

 

Fonte: American Cancer Society

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Câncer:
O que é?

O câncer está cada vez mais comum e presente em nossas vidas, em um futuro próximo, todos irão conhecer alguém diagnosticado com câncer, seja familiar ou amigo. Atualmente, 14 milhões de pessoas desenvolvem câncer todos os anos. A Organização Mundial da Saúde – OMS calcula que o número estimado de novos casos de câncer chegará a 15 milhões em 2020 e 24 milhões em 2035, em todo o mundo. Sendo que a maior concentração de novos casos será nos países emergentes.

Há 100 anos, as doenças infecciosas eram as que mais matavam no mundo. Depois passaram a ser as doenças cardiovasculares, e hoje, infelizmente, é o câncer, muito por conta do diagnóstico tardio.

Atualmente, existem mais de 100 tipos de câncer. Muitos podemos prevenir sabendo quais são os fatores de risco modificáveis (estilo de vida, alimentação, tabagismo), mas existe uma parcela que são os fatores não não modificáveis, ou seja, gênero, herança genética, origem étnica e etc..). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais, como o cigarro e o  excesso de exposição ao sol.

De onde surgiu a palavra CÂNCER?

A palavra câncer significa caranguejo e surgiu do latim – tem esse nome, pois as células doentes atacam e se infiltram nas células sadias como se fossem os tentáculos de um caranguejo.

Como o CÂNCER se forma?

Todos os tipos de câncer começam devido a um crescimento anormal e descontrolado das células normais do corpo.

O que são CÉLULAS NORMAIS?

O corpo de cada pessoa é composto por milhares de células vivas –  elas crescem, se dividem e morrem de uma forma ordenada e controlada. Quando isso não ocorre, as células acabam se multiplicando e crescendo sem controle algum.

Existem dois tipos de tumor: maligno e benigno. O tumor benigno é uma massa localizada de células que se multiplicam e se assemelham ao tecido original – esse tipo de câncer dificilmente traz risco de vida ao paciente e não invadem outros órgãos. Já o tumor maligno vira câncer: as células se tornam cancerosas devido a um dano no DNA. O DNA é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas de todas as células.

Então, o que é METÁSTASE?

É chamado de metástase quando o câncer se espalha para outras partes do corpo.

Quais são os diferentes tipos de câncer?

Carcinoma –  começa na pele ou nos tecidos que cobrem os órgãos internos.

  • Sarcoma – começa no osso, cartilagem, gordura, músculo, vasos sanguíneos ou outro tecido conjuntivo ou de suporte.
  • Leucemia – começa no tecido produtor de sangue, como a medula óssea, e provoca um número de células anormais do sangue produzidas e entrando no sangue.
  • Linfoma e Mieloma – começam nas células do sistema imunológico.
  • Cânceres do Sistema Nervoso Central – começam nos tecidos do cérebro e da medula espinhal.
Você já pensou no que pode fazer para prevenir o CÂNCER?

Sim, você pode ajudar na prevenção do câncer com hábitos simples do dia a dia! Pare para pensar uns minutinhos em como é o seu estilo de vida. Você cuida da sua mente e do seu corpo? Uma alimentação balanceada, regada de verduras, legumes e frutas, com exercícios físicos ajudam, e muito, a prevenir não só o câncer, como qualquer doença.

Mas, atenção: não esqueça de cuidar da sua mente! Não deixe os problemas do dia a dia e o estresse prejudicarem a sua saúde. Tente separar o que realmente é uma problema e o que são imprevistos do dia, que facilmente você consegue resolver.

Você já conheceu o SEU ESPAÇO?  Lá você encontra nossas colunas, como o Sabores de Otimismo, que traz receitas saudáveis e deliciosas de pacientes, cuidadores e familiares. E artigos de nutricionistas, psicólogas e médicos da área. Navegue em nosso site e alimente-se de informações precisas!

Fonte

Fórum Folha de São Paulo 2017: A Jornada do Paciente com Câncer
Instituto Nacional do Câncer – INCA

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