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Category Comportamental

O diagnóstico de câncer é, sem dúvida, um dos gatilhos mais fortes de disparo da ansiedade, pois traz com ele uma série de angústias acerca da finitude da vida, e pensar nisso nos parece desesperador.

Embora existam grandes avanços científicos e atualmente vivenciamos uma revolução tecnológica, o conceito do câncer ainda permanece associado a sofrimento e morte. Assim, os efeitos do medo da morte influenciam em nossa atividade mental, física e emocional, gerando inquietações que aparecem em sintomas de ansiedade.

É importante sabermos que a ansiedade é uma herança biológica que adquirimos de nossos ancestrais, que em face do perigo, desenvolveram mecanismos para se proteger de predadores e de possíveis invasores de seus territórios. Assim, podemos concluir que, se não houvesse tal condição mental, não seríamos capazes de sentir medo e consequentemente a raça humana seria facilmente exterminada.

A ansiedade originalmente teve uma função adaptativa. Todos os nossos medos (independente de, às vezes, possam nos parecer irracionais) de alguma maneira, têm sua base na sobrevivência primitiva. Apesar de hoje não precisarmos mais caçar para nos alimentar, ou fugirmos de ursos ou leões, nosso cérebro segue funcionando com os mesmos registros, na intenção de nos proteger.

Mas a ansiedade “anormal” é muito mais grave do que preocupar-se com coisas rotineiras. Ela nos deixa incapazes de trabalhar de modo eficaz, de ter vida social, de dormir bem. Nossa mente parece sempre estar ocupada em criar cenários de desastre, de constrangimento, de situações embaraçosas, que chegamos até nos questionar: “Será que estou ficando louca?”

E o corpo reage com taquicardia, hipertensão, fadiga, dificuldade respiratória e desconforto gastrointestinal.

No tratamento oncológico, ansiedade e câncer geralmente andam juntos. Desde a espera pelo diagnóstico até o tratamento em si – mesmo sendo uma preocupação válida – é preciso tomar cuidado para que ela não afete sua saúde mental e física. Nesse período, a tensão e ansiedade aumentam e vão sendo eliminadas no próprio organismo, somando aos sintomas físicos que já estão instalados.

“Então, o que devo fazer?”

֎ Procure informar-se sobre a especificidade de sua doença, fazendo pesquisas sobre os tratamentos disponíveis e com tal conhecimento, converse com o seu médico. O atendimento de uma equipe multidisciplinar, além do oncologista (psicólogo, psiquiatra, nutricionista) lhe trará suporte para passar por todo o processo.

֎ Em casa, procure ler histórias de superação de doenças, que geralmente nos trazem esperança. Depoimento de quem viveu algo semelhante e foi capaz de superar, nos causam conforto emocional.

֎ Busque por grupos de auto ajuda ou mesmo nas redes sociais, que geralmente têm pessoas, como você, que precisa falar, ouvir, compartilhar suas vivências, de forma que não se sentirá só.

֎ Pratique atividades tranquilizantes como yoga, mindfulness, leitura, filmes e séries que lhe tragam boas sensações.

O processo do tratamento oncológico perpassa por diversas etapas, e em cada uma delas gera-se sentimentos diversos, sempre associados à angustia, ansiedade e até depressão.

Não deixe de procurar um psicólogo para lhe ajudar a trilhar esse caminho, pois ele lhe proporcionará amparo para enfrentar essa trajetória, preservando sua saúde emocional.

☺ Você sabia?

Existe a Lei dos 60 dias, onde o paciente com câncer tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS, no prazo de no máximo de 60 dias contados a partir do dia em que for assinado o diagnóstico em laudo, conforme a necessidade terapêutica do caso.

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Com o fácil acesso à tecnologia, hoje em dia muita gente já deve ter ouvido esse termo, mas o que de fato isso significa?

De origem inglesa, a palavra burn “queimar” e out “fora”, em tradução para o português “consumir-se de dentro pra fora” ou “combustão” dá nome a uma síndrome relacionada ao esgotamento físico e mental associado ao trabalho.

Sabe aquela sensação de que seu cérebro bugou? Pifou? Deu ruim? Sim, aquele excesso de preocupações constantes relacionadas ao trabalho – o que você já fez, o que ainda precisa fazer, metas a cumprir, prazos – são fatores que desencadeiam em um distúrbio emocional conhecido como Síndrome de Burnout.

Isso ocorre porque o nosso corpo reage de uma forma química a sinais de tensão, e para protegê-lo, há descarga de hormônios, o coração acelera e a pressão sobe. Normalmente, este “sinal de emergência” costuma ser “desligado” quando o perigo acaba. Mas, se o estresse durar muito tempo, dias, meses, o organismo sentirá as consequências, como a debilidade do sistema imunológico, por exemplo.

Esgotamento físico, fadiga, dor de barriga, perda de apetite, dor de cabeça, dores musculares, tontura, coração acelerado, pressão alta, insônia, são sensações que o corpo pode apresentar. Mas são os sintomas emocionais que geralmente nos dão os sinais de que estamos com esta doença: alterações repentinas de humor, apatia, isolamento, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, e sentimento de incompetência e derrota.

Pesquisas revelam que o Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela Síndrome, sendo cerca de 30% dos trabalhadores, só perdendo para o Japão.

Todos nós podemos desenvolver a doença, mas trabalhar em empregos que exigem demais das pessoas, com muita cobrança e pressão, geralmente são fatores de risco. Profissões da área da saúde, policiais, carcereiros, bancários, professores, jornalistas, bombeiros e executivos estão entre os mais acometidos. E sem dúvida, as mulheres são as que mais sofrem com o risco do Burnout, pois além da vida profissional, tendem a acumular dupla jornada, com os afazeres da casa e dos filhos.

Além do mercado competitivo, o alto índice de desemprego e a falta de tempo para se dedicar a si ou para a família, são fatores predominantes entre as mulheres que se queixam de esgotamento profissional.

Estamos vivendo em um contexto de isolamento social onde as relações de trabalho estão se modificando, e que certamente muitas delas permanecerão pós pandemia. Assim, o lema “fazer mais com menos” pode levar a uma precarização do trabalho, com salários menores e jornadas maiores. Com o uso da tecnologia, as pessoas estão “conectadas o tempo todo”, aumentando a mobilidade e diluindo a fronteira da vida profissional e pessoal. Em um mundo de tantas mudanças, novas condições criam tensão e ansiedade, o que pode levar mais pessoas a se tornarem suscetíveis a transtornos mentais nos próximos anos.

Então, o que fazer?

Prevenir é o ideal!

Identifique o seu limite, conforme a sua realidade:

1) reorganize sua rotina de trabalho, focando nas prioridades;

2) imponha o tempo de “desligar” : nem mensagens de whatsapp poderão ser acessadas;

3) crie uma agenda realista com coisas que você poderá praticar que não esteja relacionado com a profissão: ler, meditar, correr, assistir filmes, atividades físicas em geral, ouvir música, etc.;

4) E por fim e não menos importante: atenção aos causadores do estresse, sejam eles o seu chefe, um cliente problemático ou mesmo a falta de planejamento de tarefas.

Mas, se você se identificou, procure ajuda de um profissional da saúde que possa fazer uma avaliação adequada, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com depressão, ansiedade, ou com problemas somente físicos.

Se diagnosticada a Síndrome de Burnout, saiba que você tem direito ao afastamento remunerado pelo INSS, sem prejuízos de perda de emprego (estabilidade de pelo menos 12 meses).

A psicoterapia torna-se fundamental. Normalmente, o psicólogo indicará atividades que aliviam a tensão, e com sessões periódicas, o paciente conseguirá sentir-se mais calmo e viverá com mais qualidade. Em casos mais graves, também necessitará de acompanhamento psiquiátrico com antidepressivos.

CUIDE-SE ! Sua saúde será sempre seu melhor investimento.

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A pandemia tem trazido diversas situações desconhecidas e muitas incertezas, o que tem afetado significativamente nossas vidas, como nas esferas econômica, individual, política, corporativa etc. A casa, a convivência familiar e o trabalho ganharam novos significados e se misturaram no dia-a-dia, o que gerou uma sobrecarga emocional por exigir uma forma diferente de lidar com a rotina num momento de fragilidade. As mudanças geradas pela pandemia têm afetado muitas pessoas, dado que pode ser observado pelo aumento da procura por psicoterapia, nos últimos meses.

Por ora, não há levantamentos científicos consistentes sobre a saúde mental no período de pandemia e os efeitos da quarentena. Foi realizado um estudo da UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em maio de 2020, que apontou uma progressão de quadros de ansiedade e depressão durante a quarentena. De um modo geral, foi observado na experiência clínica, uma tendência de aumentos semelhante a do estudo.

A experiência clínica com pessoas diagnosticadas com mieloma múltiplo também trouxe resultados parecidos, tendo um aumento dos sintomas de ansiedade durante a pandemia. Além das incertezas que se apresentaram para todos, há também, para pessoas com mieloma, incertezas em relação ao tratamento. Alguns pacientes que tiveram o tratamento alterado, como mudança da data de Transplante de Medula Óssea, apesar de compreenderem racionalmente o motivo da alteração, apresentaram medo e fantasia de piora súbita do quadro clínico.

Os pacientes que não tiveram o tratamento alterado, da mesma forma, apresentaram medo e aumento da preocupação em relação ao ambiente hospitalar, por causa do alto risco de infecção do coronavírus. Apresentaram medo do espaço físico e das pessoas que ali estavam, como funcionários e outros pacientes. Além disso, algumas pessoas tiveram somatização, ou seja, sentiram sintomas do coronavírus, mesmo sem estarem com a doença.

Pessoas diagnosticadas com mieloma múltiplo que têm familiares saindo para trabalhar também mostraram aumento da ansiedade, uma vez que os familiares sofrem maior risco de infecção e, consequentemente, aumenta o seu próprio risco de infecção. Nesses casos, foi percebido receio de contato físico com os familiares e, numa parcela, também foi percebido fantasia de morte, pois, por pertencerem ao grupo de risco, temem não se recuperarem, caso sejam infectados. As pessoas diagnosticadas com mieloma múltiplo que continuaram saindo para trabalhar apresentaram, além da ansiedade, pesadelos, comportamentos obsessivos, como higienizar as superfícies e o corpo mais vezes que o necessário, e a mesma fantasia de morte.

Apesar dos diferentes contextos e dos inúmeros desafios vivenciados na quarentena, conforme os aqui apresentados, as queixas principais das pessoas diagnosticadas com mieloma foram a saudade do contato físico com as pessoas queridas e de atividades de lazer, como passeios e viagens.

Outro aspecto de suma importância observado recentemente, foi o efeito positivo do trabalho realizado pelos grupos psicoterapêuticos e grupos de apoio do IMF, pois o compartilhamento das experiências, os laços de identificação e as orientações oferecidas possibilitaram o aumento de recursos e de repertório para enfrentamento das adversidades. Neste momento delicado da nossa história, percebe-se a busca das pessoas pelos grupos como favorável, porque indica cuidado consigo mesmo e isto é fundamental para um enfrentamento saudável e melhoria da qualidade de vida.

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As crianças começam a entender o mundo à sua volta desde muito cedo. É importante ser honesto com eles sobre o ente querido e o câncer

Algumas reações comuns das crianças são:

  • Sentem-se confusas, irritadas, solitárias, culpadas ou oprimidas
  • Agem com medo ou insegurança sobre como devem se comportar perto do ente querido.
  • Agem de forma grudenta ou sentem falta da atenção que estão acostumados a receber.

Relação com amigos :

As crianças precisam saber a verdade sobre seu ente querido. Caso contrário, eles vão pensar o pior. Entenda as ações e sentimentos deles, e também, saiba como você se sente.

Algumas dicas para conversar com crianças:

  • Fale sobre o câncer. Deixe-os saber que não há nada que eles fizeram para causar câncer. E eles não conseguem pegá-lo de outra pessoa.
  • Deixe que eles saibam que seus sentimentos são válidos.
  • Diga a eles que você entende que estão chateados, zangados, tristes ou assustados. Lembre-os de que, aconteça o que acontecer, você sempre os amará.
  • Diga-lhes a verdade com amor e esperança. Diga a eles que seu ente querido está recebendo bons cuidados e que você espera que ele ou ela fique bem, mas não tente prometer a eles um bom resultado se não tiver certeza de um.
  • Ouça-os. Pergunte a eles como se sentem e com o que estão preocupados. Se eles são jovens, peça que eles desenhem uma imagem para mostrar como se sentem.
  • Mantenha-se envolvido. Tente passar o tempo com as crianças da maneira que puder. Leve-os para a loja com você ou faça refeições com eles. Pergunte a eles sobre o dia deles. Deixe anotações ou ligue para eles quando puder.
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O Câncer de Mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano.

A obesidade e a vida sedentária aumentam essa incidência.

Praticar exercícios físicos de forma regular evita o ganho de peso e ativa mecanismos biológicos capazes de regular substâncias químicas como: o estrógeno e a progesterona, controlando o desequilíbrio hormonal que apresenta um fator de risco.

A recomendação mínima, preconizada pela Organização Mundial de Saúde, é de 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos em ritmo mais intenso por semana.

Também são claras as evidências da contribuição do exercício nas diferentes fases do tratamento do câncer de mama; desde o diagnóstico a paciente encontra na boa condição física, um suporte para enfrentar a doença.

O objetivo dessa prática não é o condicionamento físico e sim o controle dos sintomas relacionados à doença e ao tratamento, bem como a disposição e a funcionalidade para realizar as tarefas do dia a dia.

A fadiga é uma das principais queixas dos pacientes em tratamento, especialmente durante a quimio e a radioterapia, e o exercício é uma importante ferramenta para atenuar esse efeito colateral, aumentando os níveis de energia e mantendo a força muscular, possibilitando momentos de lazer e melhor qualidade do sono.

É essencial que se tenha o acompanhamento constante de um profissional capacitado que possa indicar o melhor programa de exercícios, de acordo com a condição de cada paciente e a fase da doença ou do tratamento.

Faça caminhadas, alongue-se diariamente, ande de bicicleta, dance, faça musculação, pratique um esporte.

Cuidar do corpo e ter hábitos saudáveis interfere diretamente na preservação da nossa saúde!

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