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Category Páginas da Vida

Para muitas mulheres, o primeiro e grande medo a surgir após um diagnóstico de câncer pode ser em relação à queda dos cabelos. Durante as primeiras consultas, a pergunta de maior frequência feita aos médicos é: “Doutor, eu vou ficar careca?”, a verdade é que há muito mais escondido por trás do fato de perder os cabelos, também existe o medo dos mais diversos sofrimentos, o medo da dor e da morte, além da real insegurança em achar que serão abandonadas ou rejeitadas pelas pessoas. É em meio a esta realidade que a autora compartilha sua história pessoal diante do desconhecido contexto do câncer, trazendo uma mensagem de encorajamento e, ainda, dividindo suas preciosas dicas de autocuidado e amor próprio. Então, por que não se redescobrir careca e bonita? Para inspirar sua trajetória, de forma prática e fácil, este livro apresenta dicas fundamentais para driblar os principais efeitos colaterais do tratamento contra o câncer. Em um modelo de passo a passo, você poderá fazer consultas rápidas e diárias para solucionar a palidez, olheiras, manchas, ressecamento da pele, enfraquecimento das unhas, queda dos cabelos, dos cílios e das sobrancelhas… Enfim! Abra-o e descubra uma nova versão de si mesma!

Sinopse do Livro:
Além da experiência e história pessoal da autora, este livro apresenta dicas, em modelo de passo a passo, para driblar os principais efeitos colaterais do tratamento contra o câncer – resgatando a feminilidade, o autocuidado e o amor próprio nas pacientes.

Sobre a autora:
Sonia Niara descobriu um câncer avançado aos 21 anos e tornou-se influenciadora digital na luta contra a doença. É autora do blog e do canal no YouTube ‘Sonia Niara’; palestrante motivacional e parceira do Instituto Espaço de Vida.

Contatos
contato@sonianiara.com
Instagram @sonianiara

Site para compra:
Amazon.com.br – pesquise por Careca Bonita

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Meu nome é Marina, sou uma paciente oncológica de 35 anos e autora do livro “Não se acostume com a vida: reflexões que o câncer e outras situações complexas podem despertar em nós”. Diagnosticada com câncer de mama aos 31 anos, em 2016 eu passava pelo tratamento e já carregava pelo corpo cicatrizes enormes. O tumor e os cabelos tinham ido embora havia pouco tempo, mastectomia total da mama direita seguida de reconstrução, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. O combo completo. No corpo as marcas, na cabeça uma ideia: de repente escrever poderia me ajudar a lidar melhor com a situação, organizar meus pensamentos, e projetar como e por onde prosseguir após passada essa fase, afinal eu definitivamente nunca mais seria a mesma.

Então eu comecei. De início trechos isolados, pensamentos vagos, algumas informações para embasar, alguns conteúdos para provocar. E aquilo foi tomando corpo e eu todo dia me deparava de novo regando aquela semente, até que a vi germinando.

De algo que eu fazia exclusivamente pelo meu bem, passei a pensar se poderia se tornar algo a compartilhar, que pudesse beneficiar a mais alguém. Porque ecoavam algumas vozes de pessoas que relatavam que minha postura as surpreendia, ou mesmo as inspirava, a forma como eu respondia ao que vinha vivendo. Então eu passei a tentar entender o que me mobilizava, e que as comovia, e a pensar se isso tinha potencial para ser compartilhado . E assim aconteceu, ano passado publiquei de forma independente meu primeiro livro.

Mais do que um livro sobre a doença ou sobre minha história, acredito que seja um livro sobre como lidamos com situações delicadas da melhor forma possível. Pois todos passamos por elas muitas vezes ao longo da vida, e isso não só se refere a problemas de saúde. E que bom se conseguirmos enfrentá-las com clareza e coragem, aceitação e resiliência, paciência e esperança, e com leveza acima de tudo. Tudo passa, tudo se transforma, até a dor e o sofrimento.

É um livro que aborda a questão da superação, mas não é um livro de auto-ajuda. Nele não tem receita pronta, apenas indico aspectos que me auxiliaram a pensar e a agir de forma positiva durante essa fase complexa que vivi, o que me favoreceu. Na tentativa de compreender isso eu organizei tópicos que, espero, possam esclarecer a mais pessoas, sejam elas pacientes ou não.

Histórias podem mudar histórias, especialmente se as partilhas forem honestas, verdadeiras, sensíveis. Todos precisamos nos curar, e isso só se dá quando conectados, com os outros, com o mundo, consigo. Eu aprendi que não devemos nos acostumar com a vida porque tudo pode mudar a todo instante. E isso é bom.

Adquira o livro pelo site www.marinaarruda.com.br, o lucro das vendas é destinado ao Hospital de Amor. Mais informações pelo @naoseacostume ou @marinasilveiraarruda

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Descobri o câncer de rim no início do mês de abril de 2019, na semana do meu aniversário de casamento. Na ocasião, fui fazer um ultrassom endovaginal, de rotina mesmo, a ginecologista havia solicitado este ultrassom desde fevereiro, mas por várias questões só fui fazer em abril, afinal era somente rotina, nada de tão importante pra mim. A médica ultrassonografia, por acaso, digo, fiada por Deus, verificou todo meu abdômen e constatou um nódulo no meu rim direito. Chegando em casa, mostrei ao meu esposo que bem sincero já me falou que poderia ser um câncer, foi um dos dias mais tristes que vivi até hoje.

Tenho duas filhas, a Sara de 5 anos e a Ester de 6, e meu primeiro pensamento foi: estou com câncer, vou morrer e deixar minhas filhas desamparadas.

A partir daí comecei a saga indo em vários médicos, (nefrologista, urologista, oncologista etc…) e inúmeros exames que confirmaram o câncer.

As minhas filhas e o meu esposo foram a minha força, afinal, morrer não era uma opção. Passei pela nefrectomia parcial do rim direito no dia 22 de maio, tinha um medo gigantesco, pois nunca havia passado por qualquer cirurgia, nem mesmo cesariana. No meio disso tudo vi minha mãe e irmãs se afastarem de mim…

Deus foi muito bom e tudo deu certo, melhor que o esperado, segundo a equipe médica.

Até aquele momento de descoberta eu não sabia da existência do câncer de rim. A palavra “câncer” por si só é muito forte, vi várias pessoas chorando depois da minha descoberta. Hoje digo que o câncer não é o fim de tudo, foi essa doença que me despertou pra vida… Pra viver o melhor que temos hoje. O apoio de amigos e de pessoas que passaram pela luta contra o câncer m ajudou muito. Agora já faço o acompanhamento contra a doença.

Hoje digo que o câncer tem cura sim… Deus, família e amigos foram a minha base pra vencer.

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Qual o primeiro pensamento que passa na cabeça de alguém que recebe o diagnóstico de câncer?

O de Mery Helen, técnica de manutenção em uma plataforma de petróleo, foi: “Vou morrer”. No ano de 2010, aos 32 anos, ela recebeu a notícia de um câncer na laringe. Com muita força e dedicação ela passou a encarar a doença e iniciou seu tratamento. Mery Helen foi submetida a uma laringectomia total, que é a retirada da laringe. Ela perdeu a fala.

Mesmo após todo processo, ela não desistiu. Em 2015, chegou a grande alegria de sua vida: seu filho. O pequeno é a alegria dos seus dias.

Mas, tudo mudou em 2018. Ela foi realizar exames de rotina para saber se o câncer estava em remissão, mas foi surpreendida com o aparecimento de um nódulo no pulmão direito. Resultado: Carcinoma de células escamosas, câncer de pulmão. Aquela ideia de “vou morrer” foi pior, disse Mery Helen.

Um segundo diagnóstico de câncer é devastador, ainda mais quando se trata de um câncer tão agressivo como é o de pulmão. Pela segunda vez, ela não desistiu: “posso ficar me lamentando, sofrendo e pensando que vou morrer, ou continuar vivendo da melhor forma possível e tratar da doença. Entregar nas mãos de Deus, afinal, só ele sabe o dia de amanhã”, declarou a paciente.

Hoje, Mery Helen continua em tratamento, ela faz Imunoterapia e está afastada do trabalho. A previsão de retorno é em 2020. Ela conta como é seu dia a dia: “Cuido da casa e do meu filho, faço exercícios físicos, faço tratamento a cada 21 dias, nada demais” O seu tratamento acaba em novembro e ela diz o que seu filho significa em sua vida: “estar com meu filho é maravilhoso, foi e é o meu maior foco para me curar. É quem me deu a maior força para passar pela pior fase do tratamento. Costumamos sair, viajamos assim que acabei a quimioterapia e a radioterapia, foi maravilhoso passar aquela semana com ele. Agora seguimos nos divertindo. Ele gosta muito de cinema e brincar com seus bonecos de super-heróis. É uma criança muito alegre. Passar momentos com a família e amigos é minha maior diversão”.

Essa é uma história contata pela campanha “Todo Pulmão Tem Sua História”, que é iniciativa do Instituto Espaço de Vida e a farmacêutica Roche. Câncer é uma palavra, não uma sentença. Como diz Mery Helen: “a nossa mente é poderosa, a vida é curta e viver cada dia como se fosse o último, doente ou não, faz toda a diferença.”

Lembre-se que o diagnóstico da doença em estágio inicial é fundamental para que o tratamento funcione, assim como no caso de Mery Helen.

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O que você faria se fosse diagnosticada com câncer de mama aos 35 anos? E até onde iria para salvar sua vida? Para Jakeane não existe limites. E foi pensando assim que sua história de tristeza e angústia se transformou em inspiração e esperança

Nem todo mundo que entra em uma batalha sai vencedor, não é mesmo? Porém, muitas vezes, apenas o ato de lutar pelo que se acredita, superando os seus limites e medo, já é uma vitória, e das grandes. Enfrentar um câncer de peito aberto, com um sorriso e amor no coração não é fácil para ninguém, imagine receber o diagnóstico de câncer de mama durante a gestação?

Assim foi com a maranhense Jakeane. Aos 35 anos, grávida do seu segundo filho, ela foi diagnosticada com Carcinoma Ductal Infiltrante, grau 2 (tipo de câncer de mama que representa 80% à 90% dos carcinomas da mama).

Estudante de administração, esposa, irmã, amiga e filha dedicada, ela viu sua vida e sonhos desabarem em questão de segundos.

“Tudo começou em 25 de setembro de 2017, em casa, pós-banho, fazendo meu autoexame. Ao me tocar percebi que ali tinha algo errado, bem na parte debaixo da mama esquerda, aonde era possível sentir somente deitada, ao fazer movimentos ao redor da mama senti uma bolinha. Na hora jamais passou pela minha cabeça que pudesse ser algo sério. No dia seguinte fui em busca de um médico.”

E foi no meio dessa confusão de sentimentos, que Jakeane descobriu que estava grávida do segundo filho. Finalmente seu sonho estava sendo concretizado, e a família estaria completa.

A única coisa que eu esperava era uma gravidez, a qual estava tentando desde início do ano. Três dias antes do atraso menstrual resolvi fazer um teste de gravidez e lá estava um super-mega-positivo. Claro que gritei para o mundo “Estou grávida” e imediatamente a felicidade tomou conta de mim, contei para meu filho e para a família toda.”

Logo em seguida, radiante com a notícia da chegada de mais um bebê, e certa de que não tinha nada, ela procurou um Mastologista.

“Procurei um Mastologista em Teresina, levei a ultrassom e no mesmo dia fiz a mamografia e na sequência a biópsia que sairia o resultado uma semana depois… Nessa semana de aguardo meu corpo foi mudando e quer saber, eu não acreditava que aquela mulher que todos adoravam, que falavam que era a pessoa que mais transmitia alegria por onde passava, que tinha a melhor relação do mundo com todas as pessoas que convivia, pudesse ter um câncer.”

Os exames ficaram prontos mais rápido do que todos imaginavam. Em 3 dias Jakeane estava em um consultório, com seu marido e os resultados em mãos.

“Recebi a biópsia e nem abri, peguei e já entrei direto para sala do médico e supercontente, com meu esposo ao meu lado. A primeira coisa que disse ao médico foi que estava grávida. Ele abriu aquela biópsia lá tinha (CARCINOMA DUCTAL INFILTRANTE, GRAU II) me olhou e eu posso nesse momento ouvir aquelas palavras dele: – agora temos um caso sério, você tem uma câncer de evolução rápida, onde esperar 9 meses para tratar é muito tempo, você entrará em metástase, como não sou obstetra você procure um, interrompa essa gravidez, volte aqui que eu vou tirar sua mama, fazer quimioterapia e radio -, sim, ele usou exatamente essas palavras.”

Foram os minutos mais tensos e apavorantes que ela já tinha vivido. Um misto de medo, raiva, angústia e indignação por tudo que ouviu do médico.

“Aqueles 70 km foram os mais longos da minha vida. Chorei muito me questionando: por que, Deus? Eu só pedi um filho, por que isso está acontecendo comigo? Quando acordei no dia seguinte a única coisa que pensei foi: Deus não está sendo injusto comigo, Ele me deu essa criança e vou em frente, mas tirar meu filho não tiro… Eu estava disposta a arcar com as consequências.”

 Com muito amor e apoio da família, onde encontrou forças para lutar pelo seu sonho e ao mesmo tempo enfrentar o câncer de mama, decidiu marcar uma consulta com outro médico. Ela sabia que a batalha só estava começando……

“No dia 16 de outubro fui hospitalizada com princípio de aborto, e o médico (Obstetra) foi muito teórico, ao contrário daquele mastologista que foi prático e indelicado ao extremo. Ele me disse tive um princípio de aborto e disse que poderiam acontecer duas coisas: ou teria um aborto espontâneo ou iria seguir com gestação de risco. Orientou a procurar ajuda profissional. Ele não me convenceu a fazer o aborto, porém me explicou com muita clareza todo o processo que viria pela frente.”

Mas, como não temos controle de muitas coisas que acontecem em nossas vidas, a maranhense e sua família tiveram que superar mais um obstáculo: a perda do bebê.

“No dia 20 de outubro fui até a maternidade da minha cidade acompanhada de uma enfermeira que amparou minha causa e pediu que eu desse uma chance para ela me levar e conversar com a assistência social sobre meu caso. Conversando com várias pessoas, tive um forte sangramento. Ali mesmo fui hospitalizada para fazer a curetagem, pois tive um aborto espontâneo. Eu estava triste sim, muito, não pelo câncer, pensava a doença eu trato, mas meu filho não queria perdê-lo. Porém, passei a entender que Deus me deu aquele filho só para me mostrar o que estava de ruim dentro de mim, então foi a forma que Ele encontrou de me avisar rapidamente, pois o hormônio gestacional fez com que o nódulo evoluísse rapidamente.”

A jovem não teve tempo para digerir a perda. Precisou enxugar as lágrimas, trancar essa dor em seu coração e lutar pela vida; pelo seu marido, pelo seu filho e principalmente por ela mesma.

“No final de outubro fui para o Sul decidida a buscar outra avaliação. Foi nesse dia que minha vida começou realmente a mudar. Fui a primeira consulta no Hospital Ceonc, em Cascavel-PR, onde fui atendida por um anjo chamado Dr. Fabio Henrique Araujo. Ele escutou todos os detalhes e disse: tirar sua mama? não! Você é jovem, linda, vamos trabalhar a preservação dessa mama, iniciaremos agora seu tratamento. Hoje você fará sua primeira quimioterapia vermelha, sei que ela é tão forte quanto você, após fazer 4 ciclos iremos avaliar se houve redução desse nódulo, acontecendo dessa forma não será necessário retirar a mama, e sim, a retirada do quadrante… e esse cabelo enorme daqui a quinze dias cairá todo, mas não se preocupe, cabelo nasce e quando nascer será mais lindo.”

“Sobre o cabelo, era o que mais amava em mim, aqueles longos cachos que viviam soltos… Ali eu estava acompanhada do meu esposo e de minha cunhada e os olhos deles mostravam mais medo do que os meus.  A minha cunhada falou que não precisava fazer hoje, se quiser ir para casa pensar, depois voltamos… Olhei para eles e diante de tudo que eu já havia visto naquele grande Centro Oncológico em poucas horas que eu estava ali, falei:

“Sabe quando você acha que está no fundo do poço? Agora eu tenho a certeza que eu não estou dentro, e sim na beirada de fora, e cabe a mim, pular dentro dele ou me afastar e dali, eu decidi que queria viver: pelo meu filho, pela minha família e por todas aquelas pessoas que acreditavam em mim”.

E foi assim que Jakeane decidiu “não pular para dentro do poço”, seguiu o protocolo e iniciou 4 sessões de quimioterapia vermelha, e duas sessões de quimioterapia branca.

O nódulo reduziu, mas ainda havia a cirurgia. Sabe aquela insegurança do começo do diagnóstico? Desapareceu. A maranhense seguiu firme e marcou a cirurgia para fevereiro de 2018. Resultado? Um sucesso!

A mama foi preservada e retirada somente quadrantectomia. E foi assim o tratamento: mais sessões de quimioterapia e 30 sessões de radioterapia.

Pensou que essa foi a parte mais difícil do tratamento? Encarar as sessões de quimioterapia, radioterapia e ir ao hospital foi tranquilo, difícil mesmo é ficar longe de sua rotina, sua casa, trabalho e marido.

A parte mais difícil no tratamento que tive que enfrentar foi optar por ficar lá no Sul, pois minha residência e trabalho eram no Maranhão. Meu esposo ficou 10 dias comigo e voltou para nossa cidade para dar entrada na licença para me acompanhar, pois o mesmo é funcionário publico. Imediatamente me afastei pela previdência social, tivemos que ficar durante 2 meses separados e meu filho desde o primeiro momento ficou comigo, sempre me acompanhou em tudo, era conhecido até no hospital, ele é uma criança muito inteligente e apesar de pequeno entendeu que a mãe tinha uma doença mais que iria ficar bem, ele falava: minha mãe não é doente ela trata um câncer de mama.”

Foi então que começaram os efeitos colaterais do tratamento, e a queda de cabelo foi o ponto para que ela se olhasse no espelho e entendesse que era só uma fase difícil.

 “Mandei raspar a cabeça, e ao me olhar no espelho entendi que aquilo era só uma fase difícil, que uma hora iria passar, no fundo só tinha medo que meu marido me rejeitasse porque ele não estava ali vendo o processo com seus próprios olhos. Mas, apesar da insegurança resolvi me encarar e encarei as redes sociais, encarei o mundo que havia ali na minha frente e jamais deixei que as pessoas sentissem pena de mim, ou que ao menos me tratassem assim, com pena, fiz todos ao meu redor entenderem que eu estava viva e bem. Segui careca, alegre, feliz. Me divertia, ia a restaurantes, até festas. Abusava de lenços e as vezes sai até sem nada na cabeça, me maquiava e me arrumava e as pessoas entediam que a beleza estava dentro de mim e não naquele cabelo comprido que eu tinha.”

“Quando eu e meu marido reencontramos, minhas inseguranças acabaram. Ele sempre me tratou normalmente, alugamos uma casa para nós no Sul onde ficaríamos até o final do tratamento. Tive um apoio muito grande da minha família e dos meus amigos e dos novos amigos que fiz e da nova família que construí, conheci e acompanhei diversos casos, vários tipos de canceres, pessoas com depressão onde pude ajudar, pessoas que infelizmente eu perdi ali, pude entender o intimo de cada um que tive a oportunidade de conviver e de alguma forma está ali me  fazia feliz pois eu tinha a oportunidade de levar um pouco de alegria para algumas pessoas que estavam lá.”

 Mas, depois de todos os obstáculos veio a notícia que Jakeane aguardava há tempos: estava curada:

Só quem passa pela situação para ter noção da emoção que é ouvir essa frase. Eu me vi dirigindo 230 km da cidade que eu me tratava para a cidade qual eu estava residindo: eu gritava, eu chorava, eu agradecia a Deus. Esses foram os 230 km percorrido mais felizes da minha vida.”

  “Fui liberada para voltar para casa e seguindo o novo protocolo que já fazia desde abril/18 que era a quimioterapia oral com uso de Tamoxifeno por 5 anos. Retornei para minha cidade, nossas vidas voltaram ao normal, assumi minha função no trabalho, comecei o acompanhamento pós-tratamento em Teresina-PI com outros maravilhosos médicos e desde julho/18 comecei a fazer atividade física e acompanhamento nutricional.”

  E como tudo nessa vida tem o momento certo, e mesmo ela e sua família acreditando que não seria mais possível, a esperança voltou a habitar seu coração.

“A própria medicina não me proporcionava esse sonho por fazer uso de Tamoxifeno e ter me proporcionado quase uma menopausa precoce por já estar tomando a medicação há 1 ano e 2 meses e não mais ciclo menstrual e por um milagre de Deus em junho deste ano descobri que estava grávida. Atualmente estou com 7 meses de gestação, a qual está evoluindo perfeitamente bem ao contrário do que a medicina aponta”.

O câncer fez com que Jakeane, que antes era uma bomba relógio, a ponto de explodir, com tantas tarefas, como ser mãe, mulher, profissional, a melhor esposa. Ela sempre se cobrou muito, e não aceitava fazer menos que o melhor.

“Sofria muito. A vezes deixava desejar em algumas coisas, o dia para mim era necessário ter 48h e não 24h. Sentia que não dava conta de tudo. O câncer foi meu freio, me mostrou que tudo tem seu tempo, que nem tudo acontece como a gente planeja, que os nossos planos as vezes são diferentes dos planos de Deus, que o dia é para ser vivido cada um na sua vez e que a fé é o que temos de mais importante para carregar dentro de nós.”

“Hoje o que tenho a dizer para quem passa, já passou, e está passando ou acompanha alguém que enfrenta essa luta, fique atenta ao seu corpo, ele por si só fala, mas a gente não dá atenção. O câncer é silencioso e quando é descoberto na fase inicial tem uma grande chance de cura. Procure o médico, seja curioso, achar que está bem, nem sempre quer dizer que lá dentro está tudo bem.”

“A vida me ensinou que quando a gente não tem tempo para cuidar da saúde, uma hora terá para cuidar da doença. O câncer está aí, é a doença do século, não escolhe cara e nem cor. E se você receber um diagnostico olhe para frente e veja que você ainda tem muito para viver, que as tempestades passam. Tenha fé. Acredite em você, se encare, se olhe no espelho e entenda que os médicos estão ali para te curar, mas que você precisa contribuir para isso. Fácil não é e nunca será, mas acredite que você é capaz.”

“Acredite em você, cabelo nasce, cresce, o meu hoje é muito mais bonito, muito diferente do que era, durante anos tive cabelo comprido e hoje me acho um charme de cabelo curto, me sinto mais jovem, mais bonita e mais mulher… Acredite na sua cura, pois a fé move montanhas”.

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Minha história começou em dezembro de 2009, por conta de uma pinta nas costas, no lado esquerdo que apareceu do nada. Fui a um cirurgião plástico que logo diagnosticou como melanoma e no dia seguinte já marcou a biópsia, que veio com resultado positivo. Operei em jan de 2010. Fiz controle por quase 5 anos com exames de clínicos e de imagens, que sempre deram resultados negativos. Em novembro de 2014, num exame de rotina, mostrou um linfonodo na axila esquerda. Daí meu mundo começou a ruir, fiz uma cirurgia para retirar este linfonodo e alguns outros. As biópsias deram positivas. Então procurei o Dr Buzaid para me socorrer e no início de fevereiro fiz uma extração radical dos linfonodos e o esvaziamento da axila esquerda. Comecei a quimio e posteriormente passei para outro imunoterápico. Mas o pet scan continuava a brilhar, então em out/ 2015, fui incluída no estudo clínico de um novo imunoterápico o Nivolumab.

Estudo clínico para mim era uma coisa nova. Recebi ampla informação do que se trata este estudo e, que neste caso, o medicamento já estava aprovado com êxito na Europa e Estados Unidos. E o objetivo era para a obtenção da aprovação no Brasil, pelos órgãos competentes.

Esta semana completei 105 aplicações,  realizadas a cada 14 dias, sem interrupção.  E se Deus quiser ainda continuarei nele até a minha remissão completa.

Este medicamento ao contrário da quimio tem poucos efeitos colaterais. No começo do tratamento sentia uma queimação e coceira, nada que uma bolsa de gelo não resolvesse.

Às vezes sinto fadiga e mais recentemente frio nas extremidades do corpo. Não tenho sentido náuseas, depressão e vontade de não sair da cama, como me acontecia na quimio.

Como parte do tratamento, quando surgiram novos pontos da doença , prescreveram radioterapia, pois ela potencializa o imunoterápico.

Até agora fiz 4 ciclos de 3 sessões cada. Com resultados extraordinários. Os tumores focados  sumiram.

Sempre me senti segura durante todo o estudo clínico. Em nenhum momento senti que corri algum risco. Ao contrário, só tive benefícios.

Minha experiência tem mostrado que câncer deixou de ser uma sentença de morte. Câncer tem  tratamento e com qualidade de vida.

Me tornei mais forte e generosa, quero compartilhar com todos, os benefícios que recebi deste estudo clínico.

Essencial é ter fé, paciência, esperança e um médico que te dê confiança, como Dr Buzaid tem me dito:  “sempre terei uma carta na manga para o seu tratamento”.

Atualmente estou me sentindo muito bem. A doença e o tratamento  não me limitam o meu dia a dia. Inclusive continuo viajando nos meus fins-de-semana, inclusive ao exterior para visitar meus netos

A mente é tudo e sendo positiva o mundo fica mais fácil, alegre e feliz.

Clio Matzenbacher de Moura 
Professora aposentada -66 anos

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Ouvir que seu filho tem Leucemia é algo que não é fácil, aos 3 anos ele foi diagnosticado com Leucemia LAB. Fez todo o Tratamento sem maiores intervenções; quimios de segunda à sexta, internações constantes, dias inteiros em hospitais, entrou em manutenção e ficou quase 2 anos desde a última quimioterapia.

Aí infelizmente a Leucemia voltou no saco escrotal. As quimios voltaram e além disso foi necessário radioterapia. Hoje ele tem 09 anos e está 1 ano sem quimio, mas está na fase da manutenção tomando medicação em casa.

Digo que não foi fácil, mas não é impossível. O fator principal é fazer tudo bem direitinho, seguir todas as recomendações médicas e muito amor e paciência, ele não tem culpa de estar cansado de ficar numa cama, ou bravo e chateado por algum motivo.

O amor cura e a paciência faz chegar mais perto de todo sentimento que ele vem sentindo! A presença da família e dos amigos ajuda bastante, tanto os pais como a criança!

Hoje ele tem uma vida normal, escola, escoteiro, amigos, brincadeiras na rua, viagens, passeios, se sujar, piscina, etc.

Mesmo que por tudo que passamos, agradeço sempre a Deus por ele estar bem e feliz!

O Câncer tem Cura!

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Imagina você ter uma vida feliz e saudável, longe de qualquer vício, e de uma hora para outra tudo virar de cabeça para baixo? Foi exatamente o que aconteceu com a Júlia, personagem desta história.

Aos 33 anos ela foi diagnosticada com câncer de rim e sua vida mudou completamente. Casada, mãe de duas meninas, Sara, de sete anos e Estar de cinco anos, Júlia fazia uma ultrassonografia de rotina dos ovários e, inicialmente com um rim ectópico – refere-se a um rim em qualquer lugar que não seja a fossa renal – a médica que fazia o exame optou por analisar, também, o direito. E foi neste momento que a especialista percebeu uma alteração no rim direito. Se tratava de um nódulo que possuía vascularização central e periférica.

Júlia mais que depressa mostrou o laudo da ultrassonografia para seu esposo e ele a alertou de que poderia se tratar de um câncer. Sem nenhum histórico familiar de câncer e vida saudável, como haveria de ter câncer? Sabe quando parece que jogaram um “balde de água fria” e você leva um choque? Foi assim que ela se sentiu:

“Eu fiquei arrasada, mas na esperança de que não passasse de um cisto renal”.

Ao procurar um especialista que Júlia recebeu a confirmação do que suspeitavam: lesão neoplásica, e provavelmente muito agressiva. O médico que acompanha o caso disse que não havia outra solução a não ser a retirada do tumor.

A fase da descoberta do câncer pra mim foi a pior. Todos me olhavam com pena como se eu realmente estivesse no fim da vida. Entendi que o problema do câncer, além da própria doença, é o modo como as pessoas te vêem e te tratam. As pessoas tinham medo de conversar comigo, de falar sobre o assunto e ficavam assustadas sempre quando alguém me perguntava qual era o meu problema de saúde e eu dizia: câncer de rim”.

Como encarar o câncer? De onde tirar forças? E se você precisasse de ajuda e sua própria mãe se afastasse? Foi isso que aconteceu quando Júlia recebeu o diagnóstico:

A minha mãe se afastou um pouco, creio que as pessoas têm maneiras diferente de encarar determinadas situações e a dela foi se afastar. MInha mãe tinha muita vergonha quando eu falava que estava com câncer”.

Mas ela não estava sozinha, seu marido e filhas foram a motivação e deram todo apoio necessário. Foi aí que Júlia encontrou forças para encarar de frente o diagnóstico e enfrentar o câncer:

“Meu marido e minhas filhas foram tudo pra mim. A família do meu marido esteve também ao meu lado. Meus sogros se prontificaram a me ajudar de todas as formas possíveis. Sou extremamente grata por isso. A força pra enfrentar tudo isso veio de Deus, da minha família e dos meus amigos. Tive amigos que estiveram do meu lado nessa situação e sou grata pela ajuda de cada um deles”. 

Ao fazer a cirurgia de nefrectomia parcial do rim direito, a biópsia confirmou o carcinoma de células renais. Diferente de outros tratamentos, Júlia não precisou de quimioterapia ou radioterapia, tratava-se de um tumor de 4 centímetros que foi retirado. Agora ela faz exames contínuos periodicamente para controle.

Às vezes não é de todo mal olhar o lado positivo das coisas. Júlia levava uma vida de reclamações e só via coisas negativas. Quando recebeu o diagnóstico, procurou não questionar sua fé e nem os motivos para isso acontecer:

 “Nunca questionei o motivo pelo qual eu tive que passar por tudo isso. Eu era uma pessoa reclamona de muita coisa antes do câncer e via mais o lado negativo do que positivo das coisas”.

 Todo aquele medo e angústia de um diagnóstico de câncer fizeram parte da vida da Júlia desde que ela recebeu a notícia que estava com câncer. Mas há um momento nisso tudo que é muito individual, algo muito pessoal e que só cabe ao paciente: a decisão de desistir de tudo ou encarar um tratamento.

E Júlia escolheu viver. Ela decidiu lutar por sua vida, para cuidar de suas filhas e partilhar momentos com seus amigos e esposo. E é nessa hora que a pergunta “Como encarar esse diagnóstico?” se faz presente.

 “Ao receber o diagnóstico de câncer eu pensei que iria morrer. Sinceramente, achei que era o fim da minha vida. Temi muito pela vida das minhas filhas, eu só pensava nelas e no meu marido, como iam viver sem mim caso eu morresse. Mas enfim, sobrevivi”. 

 Re.si.li.ên.ci.a: Capacidade de adaptar-se aos desafios.

Se tem uma palavra para descrever Júlia, essa palavra é resiliência. Ela encarou de frente todo o pré-cirúrgico, o tratamento cirúrgico, o medo da morte e a ausência de sua mãe quando ela mais precisou.

A personagem desta história tinha a opção de aceitar o diagnóstico de câncer como seu fim, mas ela escolheu recomeçar:

“Passar por isso e sair bem foi um aprendizado enorme. Foi perceber que Deus realmente cuida de mim nos pequenos detalhes. e sempre penso: eu poderia ainda não estar sabendo que estava com essa doença e saber da pior maneira possível, quando não havia muita coisa a ser feita. No meu caso, o câncer não foi o fim, mas o início de uma vida plena e feliz. Agradeço a Deus pela oportunidade de me ensinar mesmo na dificuldade.”

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Nossa coluna Páginas da Vida deste mês está AZUL! Até o final do mês teremos histórias de homens de diferentes idades que lutam ou lutaram contra o câncer de próstata.

Hoje, vamos conhecer um pouco o Edgard, de 64 anos, que venceu uma batalha contra o câncer de próstata, e hoje enfrenta mais um inimigo: câncer de pâncreas.

* Como e quando você descobriu o diagnóstico?
Meu pai já havia falecido em virtude desse câncer e meu irmão mais velho estava bastante doente em decorrência desse mesmo tumor. Inclusive vindo a falecer rapidamente. Esse meu irmão me “perturbava” para que eu fizesse os exames, porém o PSA dava normal para a idade. Estava nessa oportunidade com 51 anos. Porém fui fazer uma Biópsia da Próstata que deu o resultado de positivo para o CA. Você pode imaginar como ficamos diante de tudo isso que estava acontecendo, sentimento de medo, insegurança! Em seguida fiz a prostatectomia radical e 40 sessões de radioterapia.

* Como foi receber o diagnóstico? Quais foram os primeiros pensamentos, sentimentos e sensações a respeito?
Esse período foi terrível mesmo. Muitas dúvidas a respeito e pouca possibilidade de obter maiores informações. Os parâmetros que possuíamos era da morte dos pacientes somente.

* Na época do diagnóstico, você sentiu falta de alguma informação ou suporte? Qual? De quem?
Fiquei totalmente perdido. Qual o melhor tratamento? Quais as sequelas dos tratamentos? O que fazer e quando fazer? Mas tive a sorte de ter um médico que me ajudou bastante e recomendou fazer a cirurgia o mais breve possível.

*Em algum momento você pensou em jogar tudo para o alto e desistir?
Não graças a Deus. Por pior que fosse o tratamento eu poderia me curar. Repetia para mim e para minha família sempre: Eu quero viver!

* Em relação ao tratamento. Por favor, conte tudo que aconteceu, desde o momento que recebeu o diagnóstico até hoje.
Fiz a cirurgia e depois a radioterapia. Alguns anos depois tive alguns efeitos da Radioterapia, como retite actínica e fui obrigado a fazer algumas intervenções cirúrgicas no intestino. A retite actínica é observada em até 20% de pacientes submetidos a radioterapia pélvica para o tratamento de tumores como o câncer de próstata e de útero. Cinco por cento desses pacientes irão desenvolver forma grave da doença com sangramento retal intenso que muitas vezes requer transfusões sanguíneas.

*De todo o tratamento: qual foi a fase mais difícil para você e sua família?
Tudo foi bastante difícil, porém os meus familiares sempre me apoiaram bastante e isso é o que importa! Família é a base de tudo.

* Houve algo que fazia parte da sua rotina e que atualmente não faz mais? Por quais razões?
Não, mas tenho que administrar as sequelas decorrentes de todo o tratamento realizado.

* Como era o Edgard antes do diagnóstico e como é o Edgard agora? O que mudou?
Estou muito mais consciente de algumas realidades da Vida. Quando se é diagnosticado com câncer várias coisas que já sabíamos, porém distante, passam a fazer parte da nossa vida mais intimamente. Não mencionei antes, mas estou tratando de um novo Câncer, desde Junho de 2015, que é do Pâncreas. Já fiz cirurgia e quimioterapia.

* Como você imagina a sua vida daqui para frente?
Boa, com certeza. Enquanto eu consegui detectar precocemente e me tratar dessas doenças, com certeza vou continuar tendo uma ótima qualidade de vida e viver muitos e muitos anos ao lado da minha família.

* Deixe uma mensagem para todas os homens que enfrentam ou já enfrentaram o câncer de próstata.
Ter fé sempre! Lutar e acreditar. Eu já estou no terceiro câncer e estou lutando. Por pior que seja o tratamento, faça! Não tenha medo. Não acredite em remédio caseiro ou tratamento fabuloso, tudo deve ser acompanhado por um médico.

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Diagnosticado com câncer de próstata em novembro do ano passado, Paulo Cesar venceu a timidez e abriu o seu coração em nosso bate-bola Páginas da Vida. Faça igual o Paulo: abra o seu coração e espalhe esperança nesse Novembro Azul:

* Como e quando você descobriu o diagnóstico?
Foi num exame de rotina que fazia anualmente com o urologista. O resultado do PSA foi 2,65 ng/ml , o urologista falou pra não me preocupar que provavelmente era um erro do laboratório, já que eu tinha feito o preparo para o exame, e que no próximo ano ele repetiria o PSA. Eu não fiquei satisfeito com a conduta do médico, pois acho que se fosse um erro do laboratório ele, como profissional da saúde deveria ser o primeiro a  atribuir responsabilidade ao laboratório, mas fui embora pra casa e alguns meses depois, numa consulta com o clínico geral mencionei o ocorrido e ele prontamente solicitou novo exame. Quando  ficou pronto o PSA era de 4,85 ng/ml, isso em novembro de 2015, marquei com outro urologista, pois não confiava mais no anterior, e o mesmo me encaminhou para biópsia de próstata que ocorreu em  maio/2016 depois de uma pressão junto a Secretaria de Saúde de minha cidade, pois faço o tratamento através do SUS. Um mês depois e o resultado de adenocarcinoma prostático grau de Gleason 8 (4+4), esses números são uma forma de medirem o grau de agressividade do tumor e o meu era de alto risco.

* Como foi receber o diagnóstico? Quais foram os primeiros pensamentos, sentimentos e sensações a respeito?
Eu venho de uma família onde o câncer é uma doença dominante, já perdi alguns irmãos por conta dessa doença, portanto quando peguei o exame e li, não me assustei, parecia que eu já estava esperando esse resultado, mas sem dúvida, fiquei em choque e todo aquele sofrimento pelo que passaram meus irmãos vieram em minha mente. Mas isso durou o tempo do trajeto até minha casa. Chegando em casa meu pensamento era de voltar logo com um urologista pra saber qual seria o próximo passo do tratamento.

* Na época do diagnóstico, você sentiu falta de alguma informação ou suporte? Qual? De quem?
Senti falta de informação do médico urologista que simplesmente não me explicou nada, somente disse que estaria me encaminhando para o oncologista e lá ele optaria pelo tratamento mais adequado. Parecia que esse médico não estava preparado para conversar com seu paciente, senti que ele queria passar a bola para outro. Com o oncologista não foi diferente ele disse que a cirurgia radical chamada de prostatéctomia era arriscada pra mim em virtude de outras patologias que tenho, ele iria me encaminhar para  o oncologista clínico para que eu ouvisse um outra opinião, e assim foi feito, fui encaminhado para uma médica que me explicou claramente que o tipo de tumor que eu tinha ( Gleason 8 (4+4) ) era muito agressivo e na cirurgia o cirurgião retiraria a próstata, porém ele não tinha como saber se todo o tecido em volta da próstata estaria sem células cancerosas, o que poderia ocorrer uma  recaída pós cirurgia, então ela sugeria que ,eu tratamento fosse através da radioterapia, pois  nesse procedimento além da próstata e o tumor, os tecidos em volta também seriam queimados com os raios, ela me falou rapidamente sobre os efeitos colaterais que a radioterapia iria deixar e que eram menos do que a cirurgia e também eu não teria o pós operatório que era bem chato, portanto ela não me deu opção de escolha, apenas me comunicou que o tratamento seria o radioterápico associado a hormonioterapia, onde eu tomaria uma injeção mensalmente para inibir a produção do hormônio testosterona, pois esse hormônio alimenta o tumor.

*Em algum momento você pensou em jogar tudo para o alto e desistir?
Nunca senti vontade de desistir.

* Em relação ao tratamento. Por favor, me conte tudo que aconteceu, desde o momento que recebeu o diagnóstico até hoje.
As aplicações de radioterapia são tranquilas o aparelho parece um aparelho de RX e você fica embaixo dele, totalmente imóvel por alguns minutos, porém as aplicações são diárias, folgando apenas no sábado e domingo que é o período que as células sadias atingidas pela radiação têm para se regenerar. Após a 15 aplicação, você começa a sentir um desconforto ao urinar, que vai aumentando com o passar dos dias, mas a médica que acompanha o tratamento prontamente receita um medicamento para aliviar as dores. No meu caso, foi tudo tranquilo, apenas a gente fica ansioso para terminar logo as 36 sessões de radioterapia, que parece que não vai acabar nunca.

*De todo o tratamento: qual foi a fase mais difícil para você e sua família?
A fase mais difícil foi antes de iniciar o tratamento, pois a gente nunca sabe se vai conseguir, nesse país onde falta tudo.

* Houve algo que fazia parte da sua rotina e que atualmente não faz mais? Por quais razões?
Sim, sexo, lembra que eu falei que tomo uma injeção para inibir a produção de testosterona? Pois é, esse medicamento também inibe a vontade de sexo.

* Como era o Paulo antes do diagnóstico e como é o Paulo agora? O que mudou?
Eu acho que ainda estou mudando, pois, meu tratamento ainda não terminou, mas posso adiantar que já tenho uma grande parte da força que preciso para superar tudo isso.

* Como você imagina a sua vida daqui para frente?
Imagino uma vida normal, procuro viver assim, mas sem dúvida tudo pode se alterar de acordo com a proposta de tratamento que o oncologista possa me oferecer.

* Você acha que a campanha Novembro Azul ajuda a minimizar o preconceitos dos homens sobre o câncer de próstata?
Acho que essa campanha ajuda muito, mas o que realmente faz a diferença é esse homem resistente ao tratamento inicial, que é o toque retal, é a conversa com outro homem que já passou ou está passando pelo problema.

* Deixe uma mensagem para todas os homens que enfrentam ou já enfrentaram o câncer de próstata.
A mensagem é otimismo sempre, ter fé naquilo que fazemos e saber que tem sempre algo reservado pra todos nós, basta acreditarmos.

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Debruçada sobre o beiral da janela, olhava as luzes que piscavam. Era uma quantidade absurda, o que tornava a rua toda iluminada. Lá fora, jovens cantavam em grupo, crianças passeavam de mãos dadas com seus pais, pessoas passavam com sacolas nos braços e esbarravam-se, atropelando umas às outras. Era Natal. Imaginava como se sentiriam felizes ao comprar aqueles presentes, encontrar seus amigos em festas de final de ano, brindar a entrada de 2016 com alegria e esperança. Mas, para mim, talvez esse final de ano seria diferente. E pensei: Como eu enfrentaria aquele novo ano? E de repente, passou pela minha cabeça que talvez eu não pudesse mais realizar essas coisas banais. Será que eu poderia atravessar a rua, ir até o shopping, comprar os presentes, preparar parte da ceia para levar à casa de minha irmã, como fazia todos os anos? Naquele momento, com um aperto no peito, refleti sobre o quanto não percebemos como esses pequenos atos podem nos fazer tão felizes.

Ontem, com a primeira consulta ao oncologista, confirmou-se que seriam necessárias muitas sessões de quimioterapia, em razão de ter sido diagnosticada com um carcinoma triplo negativo, um câncer de mama muito agressivo, que responde somente a esse procedimento.

A seguir, voltei a olhar as luzes lá fora, imaginando como os cabos de energia elétrica suportavam tanta carga ao mesmo tempo. E essas ideias me levaram a pensar como meu corpo aguentaria tantas sessões de tratamento.

Muito debilitada, tinha acabado de sair do hospital, uma internação que durou 30 dias por complicações pós-cirúrgicas. Um coágulo de 70ml havia rompido em meu seio esquerdo, fazendo com que contraísse uma infecção generalizada, uma septicemia, alterando o funcionamento de todos os órgãos, inclusive o pulmão, o que ocasionou problemas graves de respiração. Mas foi quando acordei da quarta cirurgia, em um lugar que não sabia onde, ouvi vozes dizendo: ela não está respirando, não reage aos medicamentos. Está entrando em choque!

Foi nesse instante, que repeti para mim mesma: esse ela não sou eu, vou sobreviver. Apesar de não conseguir falar, porque talvez estivesse em estado de subconsciência ou sonolência profunda. O fato é que acordei no dia seguinte, no quarto do hospital, com uma máscara de oxigênio. Tentando tirá-la, ouvi a voz de minha irmã, dizendo para eu aproveitar aquele ar puro.  Com isso, ela tentava me animar, e me dei conta do quanto era privilegiada em possuir sua companhia.

Esses pensamentos me trouxeram de volta à sala de minha casa e pude notar que a árvore de Natal já estava montada. Alguém a fizera por mim. E mesmo assim, com um suspiro profundo, caí em lágrimas. Aquele foi um momento delicado, em que duvidei se conseguiria vivenciar essa nova fase. Mas, ao pensar em quantos obstáculos já havia ultrapassado, resolvi encará-la e a maneira como o fiz é o contarei a vocês, nas próximas páginas da vida.

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