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Author Juliana Artigas

Saiba como melhorar sua qualidade de vida, por meio de terapias alternativas e atividade física.

O diagnóstico do câncer de mama em si já muda a vida de qualquer pessoa, não só perante a sociedade, mas internamente. Ao longo do tratamento, realizando os exames e principalmente na cirurgia, onde, na maioria dos casos são retiradas uma das mamas, o paciente acaba perdendo a identidade.

No primeiro momento, quando se descobre o tumor, gera um silêncio, uma suspensão traumática. Normalmente a pessoa se questiona do por que eu? Nós, seres humanos, somos assim por natureza. Nunca pensamos que pode acontecer com a gente, ainda mais se sempre buscou ter uma vida saudável, praticando esportes e se alimentando bem. Nesse caso, é ainda mais difícil a aceitação.

Os pacientes, frequentemente, experimentam estresse físico e emocional. Após o diagnóstico e durante todo o tratamento; a ansiedade, distúrbios de humor e alguns sintomas como náusea, vômito, depressão e dor necessitam de atenção.

Esse turbilhão de sentimentos é consequência do medo. A pessoa, devido à doença, constrói diversos medos: perda do controle sobre a vida, mudanças na autoimagem, medo da dependência, medo do abandono, raiva, isolamento e morte.

Pensando nisso, nós, do Instituto Espaço de Vida, convidados a Adriana Carneiro – psicóloga formada pela Unip, pós-graduada em psicologia Junguiana e especialização em psicanálise -, para explicar a importância em trabalhar o psicológico de um paciente com câncer.

De acordo com a Adriana, a psicoterapia é fundamental para a autoestima e qualidade de vida da pessoa diagnosticada com câncer de mama. “Para resgatar isso é necessário todo um trabalho paralelo: alimentação, psicoterapia, até a medicina alternativa é bem vinda”.

 

O que é a Medicina Alternativa?

A Medicina Alternativa ou Terapia Alternativa analisa o indivíduo por completo. Ela é diferente da medicina convencional. Ela foca no paciente e não na doença. Atualmente, o Brasil conta com um grande espaço voltado para a medicina alternativa, principalmente em Goiás, no Hospital de Medicina Alternativa (HMA), que atende cerca de 150 pessoas por dia.

Essas terapias alternativas ajudam o paciente a entender, aceitar e procurar soluções para os desequilíbrios emocionais, mentais, físicos e espirituais que a doença traz. Abrir uma porta para este conhecimento é se dar a oportunidade de aprender a viver bem, mesmo com o diagnóstico de câncer de mama.  Abaixo as principais, e mais usadas, terapias alternativas:

  • Acupuntura:

Uma das técnicas da medicina tradicional chinesa, ela consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. Sua base filosófica indica que esses pontos afetam os diferentes órgãos e estão localizados sobre canais de energia (chamados meridianos) que se espalham pelo corpo.

 

  • Aromaterapia:

Utiliza-se óleos essenciais de folhas, flores ou madeira para amenizar sintomas e melhorar o bem-estar. Os óleos podem ser inalados, queimados ou espalhados pelo corpo.

 

  • Cromoterapia:

Baseia-se na ideia de que cores têm efeito curativo abrangente. Os tratamentos envolvem alimentação, modo de se vestir, relação com o ambiente, além da visualização de cores para efeito terapêutico.

 

  • Shiatsu:

Atua nos mesmos pontos que a acupuntura, mas usando apenas a pressão dos dedos.

 

  • Reiki:

Rei significa “universal” e Ki, “energia”. Reiki, então, é a energia do Universo que poderia ser transmitida ao paciente por meio da impostação de mãos do praticante. A terapia vê a doença como um desequilíbrio energético do corpo.

 

Adriana, ainda ressalta que o paciente de câncer precisa de toda uma estrutura multidisciplinar a sua volta, o trabalho é qualidade de vida, amor próprio e autorrespeito.

“Diagnóstico de um câncer não é uma sentença de morte. É um indicativo de que algo precisa de atenção e esse algo é a vida dele.”

Além das terapias alternativas, que ajudam a amenizar as dores físicas e internas do câncer, temos a atividade física, que também é de grande importância para o paciente voltar a ter uma vida saudável.

A nutricionista Cristiane Braz Soares de Oliveira é exemplo de que atividade física, no pós-tratamento com câncer de mama é essencial para melhoria de vida.

“Há cinco anos, fui diagnosticada com câncer de mama. Tinha 35 anos, estava dentro do peso, me alimentava bem, não fumo, nem bebo. Vivia bem. Qualquer pessoa pode ter câncer. O tratamento não é fácil, mas conseguimos passar por ele. Meus médicos diziam que o mais importante era cuidar da cabeça, dos pensamentos, e assim fiz.”

Seguindo os conselhos dos médicos, e pensando na sua saúde física e mental, Cristiane começou, há dois anos, a fazer pilates, no Espaço Golden, em São Bernardo Do Campo.

“O pilates é realizado por uma fisioterapeuta, com o objetivo de diminuir a dor, os incômodos, a falta de mobilidade e a perda de força e resistência muscular.”

A proprietária e fisioterapeuta do Espaço Golden, Fabia Cristina Alegrance, explica que o pilates é uma modalidade de atividade física sem impacto e de alto controle e percepção corporal. Com a ajuda da fisioterapia, elas conseguem aliar todos os benefícios desta técnica para os pacientes em diversas fases do tratamento do câncer.

“Conseguimos adapta-lo desde uma reabilitação de um pós-operatório recente, até o condicionamento físico na fase tardia do câncer.”

O maior cuidado no pilates em relação ao câncer de mama é não forçar e exagerar nos exercícios de braços, pois na cirurgia do câncer, geralmente, é retirado os linfonodos axilares e a sua ausência deixa a mulher mais vulnerável a desenvolver o linfedema.

“O linfedema nos braços é a complicação mais temidas das mulheres, caracterizado por um grande inchaço crônico na mão ou no braço inteiro. Não tem cura e seu tratamento é longo e paliativo.”

Outro cuidado especial, segundo a fisioterapeuta, é o desequilíbrio muscular que ocorre quando essas mulheres passam pela reconstrução mamária. Na cirurgia é utilizada a musculatura abdominal, ou parte do músculo grande dorsal (nas costas), para retalho de preenchimento da mama. Como consequência, as pacientes perdem a força muscular, em certos movimentos, e o pilates deve adaptar alguns exercícios para estimular a compensação com outros músculos acessórios.

Fazendo um trabalho correto, respeitando o caso de cada aluna, o resultado vem rápido. “Em um mês elas já percebem melhor resistência, força, coordenação motora e melhor posição e postura corporal. Percebem e aceitam melhor seu corpo. Além dos efeitos psicológicos, como melhora da autoestima, socialização e confiança. E tudo isso é o que definimos como melhor qualidade de vida!”, finaliza Fabia.

E foi esse resultado, que a aluna Cristiane alcançou, e está alcançando cada dia mais. “O pilates ajudou a aumentar a minha flexibilidade e movimentação nos braços. Fiz a retirada dos gânglios axilares. Lembro que após a cirurgia eu não conseguia nem lavar louça, e abrir um pote de alimento, me cansava com facilidade. O pilates me trouxe disposição e a possibilidade de realizar as minhas atividades com flexibilidade e força muscular. E a melhora é continua. Melhorou muito a minha qualidade de vida, fazendo eu me sentir bem e em paz comigo mesma.”

***

Outras informações sobre o trabalho do Espaço Golden, no link: http://www.espacogolden.com/

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Jovem, paulista e mãe de cinco filhos. Fernanda é um exemplo de que é possível ser feliz mesmo com diagnóstico de câncer.  Aos 34 anos, e no sexto mês de gravidez, deu a volta por cima, e por onde passa, transmite alegria e vontade de viver.

Ela fez de uma história triste, onde a maioria das pessoas só enxerga a morte como solução, um final feliz.  De repente, sua vida mudou da água para o vinho, e com muita fé soube virar o jogo. Infelizmente, toda a alegria pela chegada do seu quinto filho, foi interrompida pelo diagnóstico de câncer de mama.

“Um dia chegando da rua, deitei no sofá, como sempre fazia, e o sutiã estava me incomodando. Senti uma dor na lateral do seio esquerdo. Ao apertar senti uma bolinha que logo acreditei ser nódulo de gordura, afinal até onde tinha ouvido falar câncer não doía! Aham…. fui ao pronto atendimento da maternidade e a médica me pediu uma ultra. No dia da ultra senti muito medo, pânico. O médico primeiro viu o cisto e isso me tranquilizou.. depois não disse nada e escreveu ao lado do cisto, nódulo. Perguntou o dia que teria uma nova consulta, e que eu não poderia faltar de jeito nenhum. Entrei em pânico. Saí da sala de exames, meu marido estava ao telefone, minha filha mais nova junto.. sentei longe deles e a vontade de chorar era grande. Fui à consulta com o mastologista, que solicitou uma punção. Depois do exame, marquei consulta com outra médica. Ele me perguntou um monte de coisas e principalmente, quis saber meu histórico familiar e o que eu sentia ao tocar o seio.. Pela minha descrição ela achou que fosse algo relacionado a gestação. Partimos para o exame clínico. Ela examinou tudo, os seios, pescoço, clavícula, axilas. Percebi pela cara dela que algo estava acontecendo… Aí ela veio conversar comigo, tentando da melhor maneira possível fazer com que eu não ficasse nervosa, afinal estava grávida de quase seis meses. Ela disse que tudo o que eu sentia era verdade, e que o nódulo estava crescendo rápido. Perguntei se era câncer, ela disse que não poderia dar certeza, só com os exames. Incrivelmente fiquei calma. Ela me disse que se fosse, poderia fazer tanto a cirurgia, quanto o tratamento, durante a gestação. Depois disso fiz a biópsia, a mamografia e mais uma ultra. Nessa fase já sentia muita dor no seio. A mamografia me judiou demais. No dia 27/04/2015, peguei os resultados dos exames que confirmavam que eu estava com carcinoma ductal invasivo grau III.”

Fernanda teve medo de morrer, e nessa hora, quando se viu chorando em seu banheiro, sozinha e sem chão, decidiu levantar a cabeça e vencer. Escolheu acreditar no tratamento e na cura. Descobriu na doença, uma nova mulher – que estava há muito tempo perdida.

O primeiro passo foi contar para a família e amigos. Publicou um texto no Facebook, explicando o diagnóstico, e como esperado, recebeu mensagens de apoio e otimismo.

“Decidi, naquele momento que não deixaria que o câncer tomasse conta da minha rotina, da minha vida, da minha saúde. Faria o que deveria ser feito, contanto que minha Mariana, ainda na minha barriga, nada sofresse. Fiz um post no mesmo dia, e pela minha postura só recebi mensagens de apoio e otimismo. Câncer não é sentença de morte. Mesmo no meu caso, que tive o triplo negativo, em estágio avançado e com alto índice de proliferação.”

“Encarei a retirada da mama com humor, tirei fotos, e não me entreguei. Fiz uma página pra manter os amigos e família atualizados sobre o processo, e me surpreendi quando vi que apenas cerca de 20% das pessoas que me seguiam, eram meus amigos.”.

Fernanda passou a ser uma referência, para muitas pessoas que sofrem com essa doença. Hoje, a Fernanda já não é a Fernanda, é uma personagem pública que as pessoas seguem e usam como exemplo.

“Minha Mariana, fadinha, nasceu dia 07/07/2015. Após o nascimento entrei numa espécie de depressão, pois sentia que minha protetora, meu escudo, que estava na minha barriga não estava mais, entrei em pânico, com medo do futuro e de morrer e deixar meus filhos sozinhos.”

“Hoje, melhorei. E eu digo: permita-se curtir uma deprê, seja ela pelo motivo que for. Dê um tempo para que seu corpo e seu espírito se acostumem com a nova realidade, mas não se deixe dominar. Procure ajuda se achar que não consegue sozinha, não é sinal de fraqueza procurar ajuda, e sim de consciência. Levante a cabeça e encare o problema de frente, porque onde quer que vá ou faça ele continuará ali e você um dia terá que enfrentar. Metade da cura dos nossos problemas está em nossa cabeça, naquilo que emanamos para o universo, naquilo que acreditamos.”

Recentemente, esse exemplo de mulher e determinação, realizou um sonho, finalizando sua última quimioterapia, no Hospital São Cristovão, em São Paulo.

“A Fernanda da primeira quimio estava diante de um futuro incerto e desconhecido. A Fernanda de hoje levou porrada demais durante o tratamento, e aprendeu que a força interior era muito maior que imaginava. Hoje, sou uma pessoa mais forte, mais evoluída e que sabe que ainda tem muita coisa pra aprender e viver. Descobri que diferente do que eu imaginava, eu consigo cuidar de uma recém-nascida, mesmo após uma quimioterapia e seus efeitos. E que eu posso ser feliz sim, mesmo careca, com cara de tartaruga, gordinha e por aí vai. O mais importante eu já tenho: MINHA VIDA!”

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Fernanda tem uma FanPage no Facebook, onde compartilha suas experiências e sua vida.

Confira a página “Eu, a gravidez e o Câncer de Mama

 

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Simpática, feliz e pronta para ajudar quem for preciso.  Assim, conheci Taluana El Jamel. Em um primeiro contato rápido, por telefone, conseguiu transmitir uma energia tão boa, que nos despertou uma vontade de saber mais sobre sua luta contra o câncer de mama.

“No início de junho, fazendo o autoexame, senti um nódulo. Imediatamente, procurei meu médico para fazer ultrassom e mamografia. Em seguida fiz biópsia, e no dia sete de julho tive a confirmação de um carcinoma ductal invasivo.”

Aos 38 anos, e sempre muito cuidadosa com a saúde, Taluana, descobriu o câncer de mama bem no início, mesmo não apresentando nenhum sintoma.

“É muito importante fazer o autoexame todos os meses. E se achar algum nódulo, correr para o médico. Não tenha medo. Quanto antes descobrir, melhor é o prognóstico e menos agressivo será o tratamento. Se eu não tivesse esse costume, com certeza, só iria descobrir nas consultas de rotina. Consequentemente, meu estágio seria mais avançado.”

Mesmo com o susto do diagnóstico, Taluana, em nenhum momento, se entregou a doença. “Quando tive a confirmação do diagnóstico fiquei muito nervosa. Chorei. Mas em nenhum momento me desesperei, sempre tive a certeza da cura.”

Sem pensar duas vezes, e com o apoio dos familiares, ela correu para o médico, e no dia primeiro de agosto, foi realizada a cirurgia.

“Desistir? Jamais! Você descobre uma força que não sabia ter dentro de você.”

“Minha família é do interior, tenho dois sobrinhos lindos, o Gabriel e o Arthur. Eles são minha paixão! Mesmo longe, minha família foi essencial nesse momento. Minha mãe veio pra cá, e ficou 15 dias cuidando de mim, acompanhou na cirurgia e na pós-cirurgia. Meu sobrinho, o Gabriel, de 8 anos, sempre mandava lindas mensagens de texto e de voz no celular. Eles são lindos e muito especiais,” emociona-se a fisioterapeuta.

Taluana é uma das poucas mulheres que conseguem fazer a reconstrução das mamas na mesma cirurgia. “Pra ser na mesma cirurgia tem que ter tecido pra isso, e eu, graças a Deus, tive essa oportunidade por ter descoberto muito no início. O médico é quem analisa e decide se dá pra fazer ou não na mesma cirurgia.”

Apesar da Talu, apelido dado pelos amigos, ter motivos para se deixar abater, ela preferiu encarar a doença e hoje, leva uma vida normal e saudável.

“Uma das coisas mais difíceis que passei, foi esperar os resultados dos exames. A outra foi a pós-quimio. A sensação de “ressaca”, a dificuldade pra comer, o cansaço. Mas isso tudo dura no máximo 1 semana e depois vida quase normal”.

“Fazia pilates, antes de descobrir a doença. Tive que parar um tempo, por causa da cirurgia. Voltei agora em outubro, muito animada. Posso fazer de forma leve. Sempre respeitando o cansaço do meu corpo. Somente nos dias seguintes da quimioterapia que não posso fazer o pilates.”

Taluana, ainda reforça, como profissional da área da saúde, a importância do exercício físico na fase de tratamento e pós-tratamento.

“Independente do câncer, o exercício é muito importante. Mas nessa fase ajuda muito, principalmente para manter o equilíbrio do corpo e da mente. E se a pessoa tiver alguma limitação por causa da cirurgia é imprescindível o acompanhamento da fisioterapia. Não se esquecendo de sempre respeitar o limite do corpo.”

A jovem afirma que sua autoestima melhorou muito, depois do diagnostico do câncer de mama. “É estranho falar isso, mas é verdade. Não costumava me maquiar diariamente, agora não falta um lápis e batom escuro….rs. E comecei ajudar muitas outras pessoas que passam pelo mesmo problema. Passei a dar valor a muitas coisas, principalmente a não perder tempo com coisas sem valor.”

Atualmente, Taluana, ministra palestras para conscientizar as pessoas da importância do autoexame e diagnóstico precoce. “Fiz um Instagram para dar dicas de bem estar e mostrar tudo que estou aprendendo nessa nova fase, e o mais importante, com muita positividade e feliz. Quem quiser me conhecer um pouco mais e ver as dicas, sigam meu insta @pitadapositiva.”

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“Sou Maria Ivone Dutra, tenho 62 anos e luto contra o câncer há 16 anos. Do fim de 2001 até agora já foram dois nódulos na mama direita, um na mama esquerda, e dois no pulmão, sendo que num destes perdi cerca de 30% do órgão. Eu tenho muita fé e vivo o hoje, pois ontem já passou e o amanhã a Deus pertence. A história é longa e começou quando eu tinha 48 anos e morava em Campo Grande (MS). Em 2000, por meio do autoexame, senti um caroço embaixo do braço direito e procurei uma ginecologista que disse que não era nada. Mesmo assim, fui a outro médico, que também atestou que o nódulo não me causaria problemas. Um tempo depois, no fim de 2001, com a permanência do caroço e a inquietação diante da situação, procurei o Hospital do Câncer de Campo Grande. E lá, após uma mamografia, o diagnóstico que se confirmou: estava com carcinoma ductal invasor (CDI), o câncer de mama. A cirurgia foi marcada imediatamente e a mama direita foi retirada. Neste período, foi intenso o tratamento: ao todo foram seis quimioterapias de 21 em 21 dias e 30 sessões diárias de radioterapia. O forte tratamento gerou impactos na minha vida e no meu corpo, mas não fez com que eu perdesse o cabelo. Eu tinha tanta certeza que tinha a doença, que não me abalei e logo decidi que encararia com força. Se Deus permitiu que isso acontecesse, me daria forças para enfrentar.

Porém, o começo, mesmo sem dor, foi difícil. Abandonei o trabalho de vendedora de automóveis e me separei. O câncer afetou bastante. Mas essas perdas, dolorosas, não me desanimaram. Fazia o tratamento e também ganhava na época um salário mínimo fazendo artesanatos e cuidando da casa e dos dois filhos. Eles eram adolescentes e me ajudavam muito. O meu filho, inclusive, que fazia a minha comida. De 2001 a 2009, continuei fazendo exames periodicamente e nenhum outro sinal negativo foi detectado. Considerava-me curada.

Em 2007, eu e os meus filhos nos mudamos do Mato Grosso do Sul para Brusque, Santa Catarina. No primeiro momento, trabalhei em uma confecção e depois, já com o sonho de abrir uma creche infantil, fui estudar Pedagogia na faculdade Uniasselvi. Minha filha é pós-graduada na área e resolvemos ter uma creche.

Foi então, no fim de 2009, novamente por meio de autoexame, descobri um caroço no lado direito da mama, em cima do ombro, um pouco abaixo de onde retirei o primeiro nódulo. Eu fui no posto de saúde, fiz uma ultrassonografia e identifiquei que estava com o câncer de novo. Um mês depois do diagnóstico, foi feita a cirurgia, onde foi raspado nesta região, que já não existia a mama, e retirado o nódulo. E mais uma vez passei pelo processo de quimioterapia. Ao todo foram seis. Porém, desta vez, perdi os cabelos. Mesmo sem uma mama e sem o cabelo, não fiquei afetada. Deus continuava me dando forças para eu seguir e não desistir. E foi o que aconteceu. Colocava lenços na cabeça e me sentia bem.

Depois do segundo câncer, tudo corria normalmente. Eu estava me recuperando, e de seis em seis meses fazia o preventivo. Até que em 2010 uma surpresa desagradável: um nódulo no pulmão. Foi necessário remover cerca de 30% do órgão. E depois, em meados de 2013, o diagnóstico que estava com outro câncer, mas desta vez na mama esquerda – embaixo do braço. Esse foi o momento mais triste. Eu fiquei abalada. Quando eu achava que tinha me curado, que estava bem, apareceu estes dois. De todo o período da doença, foi o mais difícil. Eu não sabia se eram os meus últimos dias, mas decidi novamente que viveria bem e alegre.

Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), fiz a cirurgia e retirei a mama esquerda. E fiz novamente todo o processo de radioterapia – 30 sessões, uma por dia. Hoje em dia, uso sutiã de silicone, disponibilizado pela Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque.

Mas a minha luta ainda não tinha acabado. No fim de 2013, outro diagnóstico crucial – o câncer do pulmão havia voltado. Com quatro meses depois do primeiro câncer eu fiz a tomografia e tinha melhorado, mas com um ano ele voltou a crescer. No entanto, eu não podia fazer cirurgia, pois o câncer estava espalhado no órgão. Então, realizei três quimioterapias por mês.  Atualmente tomo dois remédios,  Aromasin e Afinitor, que ajudam a tratar a doença.”

Maria Ivone deixa um recado para todos que lutam contra o câncer:

“Eu acordo e agradeço a Deus pela vida. Aprendi a confiar nele e hoje vejo que alguns problemas não são nada. Eu tenho muitos sonhos ainda e acredito que terei muito tempo pra viver. Um dos meus sonhos é casar de novo, encontrar um homem que me ame. Ter dor é normal. Mas quem faz esse tratamento precisa aprender a conviver com isso e não se entregar. Nunca se desesperar e encarar com alegria. É assim que tenho vivido. O autoexame é fundamental. Qualquer coisa estranha no corpo a mulher precisa saber o que é, ir atrás, se preocupar. O doutor tem mil pacientes, mas a nossa vida é só uma”.

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Jovem, bonita, com filhos e uma vida inteira pela frente. Maria Valeria descobriu o câncer no colo do útero, grau 3,  em 2008, quando realizou uma cirurgia de apêndice.

Quem vê Maria Valéria andando nas ruas da pequena cidade do interior de Minas Gerais, Mateus Leme, não imagina a sua batalha contra o câncer. Aos 42 anos, Maria se dividia entre as tarefas de casa e o seu trabalho de técnica de enfermagem. Sempre muito ativa, viu sua vida mudar de cabeça para baixo depois do diagnóstico do câncer. “Tudo começou no ano de 2008 quando fui fazer uma cirurgia de retirada de apêndice. Quando o médico viu o meu  ovário direito fez a retirada e mandou para exame. O resultado chegou em  torno de quinze dias: carcinoma ovariano. Fiquei surpresa e com muito medo do que estava por vir”.

Maria Valéria vive com as duas filhas, seu neto de 10 anos e o marido, José Antonio. “Para mim, o mais difícil foi contar para eles. Eu não queria, mas não teve jeito. Como eu faria o tratamento sem o apoio da minha família? Minhas filhas ficaram apavoradas. Foi bem triste e difícil encarar a realidade”.

“Fui encaminhada para oncologia do hospital Mario Pena, aqui em Minas Gerais, e fizeram nova cirurgia. Acharam uma evasão  de cápsula, ou seja, células cancerígenas espalhadas. Foi ai que comecei minha luta diária: fiz quimioterapia por um ano, fiquei curada e voltei a trabalhar”.

“Quando eu pensei que minha vida tinha voltado ao normal, já estava trabalhando, feliz e curada, o câncer voltou. Após três anos e seis meses, no ano de 2011, o câncer retornou derrubando tudo. Foi a pior fase de nossas vidas. Você pensa que conseguiu derrotar o câncer e quando você menos espera, ele aparece para bagunçar a minha vida novamente”.

“Estava com câncer no intestino. Comecei a usar bolsa de colostomia, drenos pelo abdômen todo e fiquei mais de vinte e oito dias internada. Pensei que ia morrer. Lembro-me dos médicos falando aos meus familiares que estavam fazendo tudo que podiam. Acho que nem eles acreditavam que eu iria sobreviver. A cirurgia que precisei fazer abriu. Fiquei dias sem me alimentar, muito debilitada”.  

“Quando voltei para casa, as feridas continuaram ‘vazando’. Já estava muito magra e fraca. Minha família precisou dar comida na minha boca, usei fraldas durante um bom tempo, e minhas filhas faziam curativo nas feridas de vinte em vinte minutos, durante 15 dias. Depois desses dias de muita dor e sensação de impotência, eu comecei a me sentir melhor. Dei início às sessões de quimioterapias. Fiz outras cirurgias, exames e radioterapias”.

Maria Valéria conta que sua vida mudou muito. “Olha minha vida mudou demais, trabalhava  em dois empregos, vi muitas pessoas morrerem por causa dessa doença. Hoje tenho limites, que antes não tinha. Por isso fico um pouco nervosa e acabo descontando na minha família que não tem culpa de nada. Tive que ser forte por eles, foi um susto para todos, e no fim descobrimos o quanto precisamos um do outro. Família é tudo. Por isso, valorize a sua!”.

“Hoje depois de quatro anos em tratamento os médicos falaram que o meu tratamento é paliativo. Faço tomografias de três em três meses e cada dia o câncer aparece em um lugar diferente: pulmão, sigmóide (parte inferior do intestino grosso), pelve e canal da vulva. Com muita esperança e fé eu vou tratando. Não é fácil, mas não é impossível vencer o câncer”.

“Minha família tem sido meu porto seguro, o cuidado deles, a fé e perseverança que eles me passam é o que nunca me deixou cair. Confesso que às vezes fico meio desanimada, mas logo renovo minha fé”.

Maria deixa um recado para todos que passam ou já passaram pela mesma situação que ela:“Nunca desanime, por mais que os médicos digam não tem mais jeito, creia em Deus, creia na vida. Busque forças na sua família na sua fé. Acredite! Eu ainda não venci o câncer, mas a cada dia que acordo é um dia que ganhei. Creia e vença um dia de cada vez! Lute e não desista nunca!”.

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Aos 60 anos, José foi diagnosticado com câncer de próstata em fase inicial e hoje, após quase 4 anos, conta sua história de luta e superação

Quem vê o senhor José andando tranquilo, sorridente e de bom humor na pequena cidade em que vive, no interior de São Paulo, não imagina a batalha que ele enfrentou contra o câncer de próstata. Aos 64 anos, casado, com cinco filhos, e seis netos, ele abre a porta de sua vida e conta como foi sua luta contra o câncer. Emocione-se com a história de José!

“Fui diagnosticado com câncer de próstata no começo de 2012, fazendo os exames de rotina, primeiro com a alteração no Antígeno Prostático Específico – PSA. Primeiro tratei como prostatite, tomando remédio por quase 1 mês, porém não surtiu resultado, pelo contrário,  o PSA aumentou. Depois fui encaminhado para um especialista que realizou a biópsia. Sempre fiz meus exames de rotina, inclusive o PSA. Em 2012 ele alterou. Além da alteração do PSA, eu não tinha nenhum sintoma e o exame de toque não teve alteração. Lembro como se fosse hoje o dia em que o médico disse o meu diagnóstico. Estava com a minha mulher, Helena. Fiquei super nervoso, com medo de morrer. Como eu ia deixar minha companheira de anos, meus filhos e meus netos? Foi uma dor sem limite. Foi ai que resolvi ser forte e lutar para sobreviver.”

“Quando passou o desespero do diagnóstico surgiram outros medos. Fiquei preocupado de ficar com incontinência e impotente, sequelas que o médico disse que poderiam acontecer. Mas graças a Deus não teve nenhuma sequela.”

“Operei no dia 31/05/2012, na época eu estava com 60 anos. Não escondi de ninguém. Minha família se assustou muito com o diagnóstico, mas tive muito apoio e com fé e determinação, tudo ficou mais fácil. Como descobri muito no início não tive que fazer a quimioterapia. Fiz todos os exames para saber se tinha alguma metástase. Tudo negativo. Já me considero curado, só preciso fazer o acompanhamento de seis em seis meses até completar 10 anos”.

É muito difícil encontrar alguém que não conheça um homem que enfrenta o câncer de próstata. As histórias de luta estão por todos os lados: é o pai, o avô, o tio, o irmão, o marido, o cunhado, o sobrinho, o chefe ou o vizinho. Entretanto, é pouco falado devido aos tabus e medo impostos pelo próprio homem. José afirma que não tem nenhum caso de câncer de próstata na família, e ressalta que nenhum homem pode deixar sua cabeça ser dominada pelo pré-conceito. “O homem é diferente da mulher. Nós queremos mostrar toda hora nossa força e que nada nos atinge. E quando algo surge fora dos nossos planos, como o câncer de próstata, a gente percebe que não somos imortais. Então, cuide da sua saúde e vá ao médico regularmente, para assim ter uma qualidade de vida. O mais importante é ter muita fé em Deus, se apoiar na família e sempre fazer os exames, não ter medo de ir ao médico. Temos que nos cuidar.”

Prestes a completar 64 anos, em dezembro, José conta que uma de suas maiores dificuldades foi parar de trabalhar por um período. “Sempre fui muito trabalhador, gosto do que faço que é administrar. Só parei de trabalhar quando fiz a cirurgia , assim que o médico me liberou, voltei ao trabalho. Ficar 3 meses parado não foi fácil, mas os netos me ajudavam a distrair a mente e o corpo.”

Quando perguntei se algo tinha mudado nele depois do diagnóstico do câncer de próstata, José foi firme ao dizer que continua o mesmo. “Sou sério quando preciso ser e muito engraçado nos momentos de lazer e festas. Amo brincar com os meus 6 netinhos. Eles são minha alegria! E ainda vou ganhar mais dois netinhos o mês que vem”, emociona-se ao lembrar da família.

“É muito importante que todos os homens a partir dos 45 anos façam os exames de PSA e de toque anualmente ou sempre que solicitado pelo médico. Eu indico para todos os homens! É muito rápido e indolor, e pode salvar sua vida. Acho muito importante, também, cuidar da sua saúde e ir ao médico regularmente, é essencial para ter uma qualidade de vida. E jamais perca sua fé em Deus”.

Não deixe que o câncer de próstata se torne seu inimigo silencioso. A informação é o grande aliado do paciente com câncer. Procure, pesquise, pergunte, e não deixe o achismo e o medo dominar sua cabeça. Tem dúvidas? Marque uma consulta com seu médico. Uma pessoa bem informada e atualizada sobre os cuidados com a saúde, tem mais chances de cura, caso venha a ser diagnosticada com câncer.  Por isso, pense bem! Deixe o medo de lado e priorize a saúde!

Dados
De acordo com a American Cancer Society’s, cerca de 220,800 pessoas serão diagnosticadas com câncer de próstata no mundo até o final de 2015. No Brasil, serão cerca de 68.800 novos casos. O câncer de próstata atinge, principalmente, os homens mais velhos, com 65 anos ou mais. É raro um homem ser diagnosticado antes dos 40 anos. O câncer de próstata pode ser uma doença grave, mas a maioria dos homens diagnosticados com câncer de próstata não morre da doença. Ele é a segunda principal causa de morte, por câncer, em homens americanos, atrás de câncer de pulmão somente.

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Hoje vamos conhecer a Página da Vida da Maristela, diagnosticada com câncer de pele em outubro de 2015.  Veja como ela superou a doença e junto com a sua família deu volta por cima:

Em outubro de 2015 fui com meu filho na consulta dele com a dermatologista. Porém, eu estava com um sinal tipo um couve-flor doendo e pedi para a médica dar uma olhada. Ela me perguntou sobre a pinta do dorso, e eu disse ela estava coçando e doendo muito. A médica examinou e pediu para eu procurar um oncologista para retirar essa pinta, pois era suspeita de melanoma. Oi? Melanoma? O que é isso? Nunca tinha ouvido falar sobre essa doença. E a resposta dela me deixou sem chão: câncer de pele. Receber o diagnóstico não é fácil. Fiquei sem saber o que pensar e como agir. A gente nunca imagina que vai acontecer com a gente ou alguém de nossa família. Pensei muito nos meus filhos, no meu marido. Me senti pela primeira vez na vida impotente”.

*Na época do diagnóstico, você sentiu falta de alguma informação ou suporte?
Eu nem sabia que existia Melanoma, então fui procurar na internet, pois o oncologista foi muito seco em relação às informações. Porém, não procurem nada na internet. É desesperador, porque o que mais achamos lá é que a pessoa vai morrer, mais cedo ou mais tarde.

*Em algum momento você pensou em jogar tudo para o alto e desistir?
Não, de forma nenhuma, sempre que houver chance não podemos desistir.

*Em relação ao tratamento. Por favor, me conte tudo que aconteceu, desde o momento que recebeu o diagnóstico até hoje.
Graças a Deus eu não precisei de tratamento, faço acompanhamento semestralmente com dermatologista, oncologista do SUS e do meu plano de saúde, pois o onco do SUS acha desnecessário fazer alguns exames, tipo o Pet CT, e optei por passar pelo plano de saúde também.  

* Houve algo que fazia parte da sua rotina e que atualmente não faz mais?
Sim, era fumante. Por quais razões? Consciência e vergonha na cara kkkk

* Como é a sua alimentação?
Razoável. Depois do diagnóstico,  aboli definitivamente o refrigerante e os doces.

* Como era a Maristela antes do diagnóstico e como é a Maristela agora?
O que posso dizer sobre mim, pois a 14 anos que sofro com Fibromialgia e consequentemente depressão, faço acompanhamento com psiquiatra, mas mesmo assim seguia a vida na medida do possível. O que mudou? Mudou meu modo de pensar, de agir, para melhor é claro. Vivo um dia de cada vez, pois quando vou às consultas no hospital do câncer, vejo que meu problema é pequeno em relação aos que estão em tratamento.

* Deixe uma mensagem para todas as pessoas que enfrentam ou já enfrentaram o câncer.
Sei que não é fácil receber o diagnóstico de câncer, mas não desistam , pois tua fé e boas energias é que vão fazer você não desistir nunca de lutar. Apesar do diagnóstico, temos que tirar algo de bom. E o apoio da família é fundamental na tua recuperação.

* O que você tem a falar sobre a campanha Dezembro Laranja?
Importantíssima para esclarecimento sobre o câncer de pele. Qual a importância ela tem? Fundamental, pois ainda existe uma grande porcentagem  da população que não sabe  sobre o quão  é importante a proteção e prevenção. E muitos ainda acham que câncer de pele é algo que é fácil de resolver, não conhecem nada sobre o melanoma.

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*Personagem indicado pelo Instituto Melanoma Brasil
O Instituto Melanoma Brasil é uma organização sem fins lucrativos, que atua há dois anos na divulgação de informações sobre o melanoma – um dos tipos mais agressivos de câncer de pele e com ações de apoio e acolhimento a pacientes e familiares.  O trabalho começou com uma iniciativa da fundadora, Rebecca Montanheiro, que criou uma fanpage após receber seu diagnóstico de melanoma. Atualmente, o Instituto atua com um programa de comunicação que inclui a produção de materiais informativos para distribuição, campanhas de prevenção e conscientização nas redes sociais e outros veículos de comunicação, levando informação em uma linguagem acessível e ilustrativa sobre a doença e sobre como preveni-la. Já no programa de Apoio e Acolhimento, o Instituto coordena um grupo de pacientes com cerca de 140 pessoas que trocam experiências, participam de debates e recebem o apoio durante a difícil jornada após o diagnóstico de melanoma.

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Aos três anos, e pertinho do Natal de 2014 , Lucas foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda tipo B (LLA B) e luta para ter uma vida igual às crianças da sua idade.

Sorridente, brincalhão e cheio de vida, quem vê o pequeno Lucas andando pela casa ou brincando com seus bonecos, não imagina que atrás desse sorriso fácil existe uma batalha contra a leucemia.

Diagnosticado em dezembro do ano passado, após uma série de idas e vindas ao hospital, Lucas Silva e seus pais, Andreia e Anderson, sofreram com a demora do diagnóstico correto.

“O Lucas começou a apresentar alguns sintomas faltando dois meses para fazer 4 anos. Ele teve febre, vômito, anemia, dificuldade pra andar, sentia muito sono e cansaço. Só queria dormir.  Parou de comer totalmente, só mamava e o que nos deixou ainda mais alarmados foram uns caroços que apareceram na parte de trás do pescoço.  Eu o mediquei com dipirona, a febre cessava e voltava. Levamos ele ao Pronto Socorro – PS do nosso convênio, e a médica de plantão, prescreveu um antibiótico, disse que era uma gripe. Ele tomou esse antibiótico por 1 semana e continuou na mesma situação. Depois de uma semana, voltamos ao PS, e para a nossa “sorte” a mesma médica nos atendeu e mandou continuarmos com o antibiótico. Na ocasião, conversei com o meu marido e decidimos não dar mais o antibiótico e marcar uma consulta com a pediatra que o acompanhava. Na segunda conseguimos passar na médica, o Lucas já não andava mais, só queria  colo. Eu e meu marido entramos com ele pálido e cansado. É muito triste ver um filho nestas condições. A médica o examinou, pediu exames de sangue, urina, fezes e fizemos tudo o mais rápido possível. À tarde, meu marido recebe uma ligação da pediatra pedindo para fazermos novamente o exame de sangue. Neste momento, já sabíamos que tinha algo errado. Fizemos o exame de sangue no dia seguinte bem cedo, à tarde ela chamou pra conversarmos no consultório. Na hora que ela nos falou que era Leucemia nosso mundo acabou. Nos sentimos frágeis, pequenos, sem poder algum. Ver um filho naquela situação, em nossos braços, pálido, sem andar, sem comer e sem forças nem pra sentar foi horrível”.

Quando vocês descobriram o diagnóstico do Lucas, qual foi a primeira coisa que passou na sua cabeça?

“Na hora que ela disse Leucemia, veio na minha cabeça, Leucemia é Câncer e Câncer MATA!

Meu Deus  vou perder meu filho, lindo, amado, cheio de vida, sorridente, carinhoso, que foi tão esperado e desejado! Saímos do consultório diretamente para o Hospital para ele ser internado. Ficamos internados por quase 10 dias. Ele foi internado dia 9/12/14, dia 15/12 saiu o resultado do mielograma, que foi feito dia 10 em Santo André, São Paulo. O laudo final do tipo de doença saiu dia 18/12. Acabou com o nosso ano e com o nosso Natal. O médico oncologista deu alta dias antes do Natal para podermos passar a data em casa. Bom, nesses dias que o Lucas ficou internado, ele ficou o tempo todo tomando antibióticos, depois que a febre cessou, tomou várias bolsas de sangue e plaquetas. Não tínhamos motivo algum pra festejar o Natal, mas decidimos festejar e fazer uma festa bem bonita pro nosso pequeno. Acho que foi a festa de Natal mais triste e importante de nossas vidas! Depois que ele teve alta do hospital, ele melhorou bastante, não estava mais tão pálido e já andava melhor e sem dificuldade. Antes do Natal, ele ainda chegou a fazer duas quimioterapias. Na primeira quimio eu chorei muito. Ver seu filho fazendo um negócio desse, não é fácil. Senti uma dor profunda na alma, graças à Deus, ele fez a quimo dormindo o tempo todo. Na segunda, que foi dia 23/12/14, o Papai Noel do Shopping, foi até o hospital, e perguntou se haviam  crianças, levaram ele direto para o Lucas. Ele ficou super feliz e isso me deixou feliz também. Esses pequenos gestos fazem a diferença”.

E como foi explicar isso para uma criança de 3 anos?

“Em janeiro, começamos o tratamento com afinco, indo de segunda a sexta ao médico, o Lucas tomando injeções, fazendo exames todos os dias, fora as injeções na coluna, as internações, etc…, falava que ele tem um dodói no corpo, e falo que todas essas injeções é pra ele sarar logo. Por causa da Leucemia, o Lucas tem várias restrições, não pode ir à piscina, praia, tomar sol, comer embutidos ou tomar Yakult. Mas sempre que ele quer  fazer algo que ele não pode, pergunta: `Mãe eu já sarei???’ Isso acaba comigo. Tento ser forte, sempre. E respondo pra ele: Quase Amor, você está quase sarando! Assim que o Lucas ficou internado, fizeram um exame nele chamado mielograma, pra saber o que realmente o Lucas tinha, qual tipo de leucemia. Ele foi diagnosticado com a Leucemia Linfóide Aguda tipo B (LLA B). De tudo o que passamos, mesmo ele tendo Leucemia, eu agradeço todos os dias, por ele não precisar de transplante. O Lucas respondeu muito bem todo o tratamento, nunca apresentou manchas roxas na pele, nunca sangrou, nunca foi internado com infecção. As internações dele foram somente para transfusão de sangue ou plaquetas, eu só tenho a agradecer por isso tudo! Depois que passamos a frequentar esse tipo de ambientes, com crianças doentes e vendo o nosso próprio filho doente, nós passamos a ver nossa vida com olhos diferentes. Começamos a dar mais valor ao que não dávamos antes e não queremos mais saber de “besteiras” do dia a dia. Hoje, eu mãe do Lucas, não trabalho mais, tive que deixar tudo, por causa do tratamento do meu filho, meu marido é quem  trabalha o tempo todo para poder custear o tratamento e tudo mais. O tratamento consome demais meu tempo, sou eu quem levo  o Lucas nas consultas, nos exames e nas internações. Isso absorve meu tempo, meu psicológico, sempre estou cansada, por muitas vezes, quase fiquei depressiva, mas “coloquei” na minha cabeça que ficar depressiva, não vai ajudar em nada, sou eu que tenho que estar ao lado do Lucas, sou eu quem tem que ser forte por ele, sou eu que tenho que segurar a mão dele na hora das injeções e tudo mais. Minha força vem do meu filho. Ele mesmo doente, tomando injeções todos os dias, está sempre sorrindo, sempre feliz e isso me dá forças. Por ele ser uma criança e não um adulto, o tratamento dele foi muito bom, não entende a gravidade da doença e acaba não tendo a expectativa da internação ou de saber o resultado de um exame. Isso tudo só faz ajudar o fato dele ser inocente e pequeno. Se fosse comigo, não sei se teria toda essa “força” que ele tem! Sou privilegiada, meu marido é companheiro, somos mais unidos do que éramos antes, a minha família e minha sogra nos ajudou muito. Não conseguiríamos passar por tudo isso sozinhos. O tratamento é cansativo e pesado e às vezes, por mais que tudo está indo bem, nos sentimos tristes e cansados. Família ajuda muito!”.

Como era a mãe Andreia antes do diagnóstico e como é a mãe Andreia agora?

“Antes do diagnóstico, me importava com “besteiras” do dia a dia, festas, passeios, viagens, etc…, hoje em dia, nem me lembro quando foi a última festa que fui. Como o Lucas não pode ficar saindo por causa da imunidade baixa, faz um tempão que não saio e isso me mostrou que não me faz falta. Penso em só ficar com o meu filho e saber que ele está bem e feliz”.

Para finalizar, deixe sua mensagem para todas as mães que estão passando pela mesma situação:

“Eu me achava incapaz de passar por tudo isso, mas a nossa força vem dos nossos filhos. Não podemos nos abalar pela doença, temos que ser fortes por eles; temos que estar atentas ao tratamento, que é pesado, que é perigoso e é cansativo. O Lucas no início tomava vários remédios diferentes em horários diferentes e nós somos os responsáveis pelo bem estar e qualidade de vida deles, então temos que estar atentas a tudo.”                                                                                                              

Entenda a Leucemia
A leucemia é um tipo de câncer no sangue (hematológico)  causada por uma alteração no DNA das celulas-tronco dentro da medula óssea. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea que substituem as células sanguíneas normais. A causa exata da maioria dos casos de leucemia infantil não é desconhecida. Os médicos descobriram que o risco desse tipo de câncer é maior em uma série de condições genéticas. Existe vários tipos de leucemia e as mesmas atingem crianças e adultos.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, ocorrem cerca de 257 mil casos de leucemia por ano no mundo, dos quais cerca de 56% afeta os homens. O número de casos novos de leucemia vem aumentando ano após ano. A causa exata da maioria dos casos de leucemia infantil não é conhecida. Os médicos descobriram que o risco desse tipo de câncer é maior em uma série de condições genéticas, que são descritos em fatores de risco.

***

NOVEMBRO DOURADO
O mês de novembro é também conhecido, mundialmente, como Novembro Dourado – ação realizada pelas entidades que oferecem apoio ao tratamento do câncer infantojuvenil em parceria com a CONIACC (Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer).

O objetivo é divulgar a importância da discussão do diagnóstico precoce do câncer Infantojuvenil para a sociedade, com a ajuda dos meios de comunicação e principalmente, sensibilizar o Ministério da Saúde para que sejam implementadas políticas públicas em favor do diagnóstico precoce do câncer Infantojuvenil.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias, os do sistema nervoso central e os linfomas. Os menos frequentes são o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), o retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), o tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles).
Até o final de 2015, o Brasil terá cerca de 11.840 novos casos de câncer em crianças e adolescentes, sendo que 70% dos casos podem ser curados, se diagnosticados precocemente.

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Aos 30 anos e no sexto mês de gravidez, Juliana Moro foi diagnosticada com melanoma maligno nível III

Nem todo mundo que entra em uma batalha sai vencedor. Porém, muitas vezes, apenas o ato de lutar pelo que se acredita, superando os seus limites e medo, já é uma vitória. Enfrentar um câncer de peito aberto, com um sorriso e amor no coração não é fácil para ninguém, imagine receber o diagnóstico grávida de seis meses?

Aos 30 anos e grávida do seu primeiro filho, Juliana Moro descobriu o melanoma maligno nível III. Artista Plástica, esposa, irmã, amiga e filha dedicada, ela viu sua vida virar de ponta cabeça em questão de segundos.

“Fiquei em choque! Estava grávida de 6 meses e de imediato o que passou pela minha cabeça foi: será que essa doença pode afetar minha bebê?! Porque estou recebendo um diagnóstico desse bem durante a minha gestação?!”

“Minha descoberta do câncer aconteceu em dezembro de 2013, quando estava grávida de 6 meses. Senti um caroço, como se fosse uma espinha no couro cabeludo. Esse caroço aumentava e diminuía constantemente. Com o passar do tempo esse caroço começou a coçar e incomodar bastante. Fui ao dermatologista e a médica solicitou uma biópsia, mas me acalmou dizendo que provavelmente era uma verruga. Depois de algumas semanas veio o resultado – melanoma maligno nível III. Nem a dermatologista sabia como me dar essa notícia! Apenas me disse que era extremamente grave e de imediato fui encaminhada ao hospital AC Camargo para uma nova avaliação. Lá eles repetiram a biópsia com uma margem maior do local e a confirmação veio conforme o primeiro exame – melanoma maligno nível III. Fiquei em choque! Nunca tinha escutado falar em Melanoma e muito menos o que ele poderia me causar!! Meu maior medo era que essa doença chegasse até minha bebê e muitas dúvidas rondavam minha cabeça. Foi então que minha jornada começou”.

“Realizei diversos exames para saber se estava tudo bem com o restante do corpo e com a bebê. Os oncologistas se reuniram com minha obstetra e concluíram que o ideal seria realizar o parto assim que completasse 7 meses de gestação. A opção de realizar a cirurgia com a bebê no ventre não foi aconselhável pelos riscos que poderia acontecer, e nem eu queria isso, não achava justo roubar a magia da gestação por causa de uma doença tão cruel. Resolvi então tomar a minha decisão de segurar a gestação até o oitavo mês! Os médicos, meu marido e meus pais não gostaram nada da ideia, mas tiveram que aceitar minha escolha e assim foi”.

Medo, dor, anseios e insegurança são sentimentos que vêm a tona, por conta da fragilidade e impotência que a doença traz na vida de qualquer pessoa diagnosticada com câncer. Mas Juliana passou por cima de todos os seus medos e decidiu encarar o câncer com muita fé e otimismo pelo seu marido e filha.

“No dia 04 de fevereiro de 2014 minha filha nasceu! Foi um dia de grande emoção! A única coisa que me preocupava era de saber se ela estava bem de saúde. Minha pequenina seguiu para a UTI Neo Natal e permaneceu por lá por 7 dias. Foi a semana mais longa de toda minha vida! Foram dias de muita dor e muita angústia. Passava o dia inteiro no hospital realizando exames preparatórios para minha cirurgia e acompanhando a evolução da Maria Clara na UTI Neo Natal. Podia segurá-la no colo, amamenta-la…mas sempre em volta de um monte de fios, cheio de horários e restrições…aquilo tudo era muito pesado! Eu chorava todos os dias! No dia 11 de fevereiro dei entrada no AC Camargo para realizar minha cirurgia e deixei minha mãe responsável por acompanhar a Maria Clara no hospital. A angustia de não estar perto da minha filha era terrível. No dia 12 de fevereiro, data da minha cirurgia a angustia era ainda maior. A insegurança de tudo o que poderia acontecer, o medo do que viria depois e a tristeza e não estar ao lado da minha filha! A coisa que eu mais queria naquela hora era receber a ligação da minha mãe dizendo que a Maria Clara teve alta. Foi então que o telefone tocou e minha mãe me disse – Filha, a Maria Clara teve alta! Já podemos ir para casa! Eu que estava deitada na maca dei um pulo e gritei para o meu marido – vai agora buscar nossa filha que ela vai para casa!!! E como se fosse um presente para me acalmar, na mesma hora, o enfermeiro entrou no quarto e disse – Juliana vamos para o centro cirúrgico? E eu pulei daquela maca sem nenhuma dúvida ou medo, apenas confiante que logo estaria em casa cuidando da minha pequena. A cirurgia demorou mais de 4 horas, mas foi um sucesso. Retiraram o tumor com uma grande margem de segurança, juntamente com alguns linfonodos do pescoço para análise. Voltei para o quarto parecendo uma múmia…rs…A dor era intensa e tinha muita dificuldade de falar e de me alimentar. No dia seguinte o médico passou pelo quarto e perguntou como eu estava. Mesmo com muita dor eu disse – Doutor, estou me sentindo ótima! Já posso ir para casa?E ele como um anjo disse – ok! Vou te liberar logo pra você ficar com sua filha. Cheguei em casa e mesmo com muita dor e restrições, fui correndo para o quarto dela e peguei minha pequetita no colo! Esse foi o melhor presente de todos”, emociona-se Juliana.

A pequena Maria Clara trouxe luz e esperança para a artista plástica. Depois de 15 dias sem poder lavar o rosto, Juliana voltou para o hospital para a retirada do curativo.

“Foi a primeira vez que me vi careca! Foi assustador! Mas a alegria de estar viva e ter superado aquele tormento era maior que tudo. Aos poucos ia me adaptando a nova fase.
Fui encaminhada ao oncologista, o Dr. Milton, especializado em melanoma. O resultado de meus linfonodos estavam livres de neoplasia, mas mesmo assim o médico achou melhor realizar um tratamento preventivo com Interferon. Inicialmente passaria por doses diárias, via venosa por 30 dias e depois partiria para o tratamento 3 vezes por semana com doses intra muscular”.

“Confiei muito no médico e um mês depois da minha cirurgia iniciei o tratamento. Infelizmente tive que parar de amamentar, mas achei melhor fazer a escolha de prevenção do que o medo da doença retornar. Não podia imaginar, mas este foi o tratamento mais difícil de todos que passei até hoje. Tive todos os efeitos colaterais possíveis – dores fortíssimas pelo corpo, dor de cabeça constante, febre diária, vómito, sangramento nasal, enjoo, calafrios, ora diarreia ora constipação, perda do paladar, palpitações e diversas reações cutâneas. Depois de longos 6 meses o médico suspendeu meu tratamento por toxidade. Tive finalmente um descanso e pude curtir um pouco minha licença maternidade.”

No final do ano de 2014 comecei a ter sangramentos junto com as fezes e o médico me solicitou um novo PET CT. Em janeiro de 2015 saiu o resultado – Neoplasia óssea localizada na bacia. Fui submetida a uma biópsia e a confirmação veio depois de uma semana – Metástase de Melanoma. Foi muito difícil de digerir essa informação! Tinha feito tudo o que o médico pediu como forma de prevenção, mas infelizmente a doença havia se espalhado.

Iniciei então o tratamento de imunoterapia com Ipilimumabe. Foram 4 doses e suportei muito bem o tratamento, tendo poucos efeitos colaterais. As dores no local da bacia passaram a me incomodar muito e então fui encaminhada à radioterapia. Realizei 5 sessões diárias, apenas com o intuito de diminuir a dor. No final do tratamento repeti o PET CT e novas metástases surgiram – abdomen, alça do intestino e pescoço. Fui encaminhada então para um novo tratamento, também na área da imunoterapia chamado Nivolumabe. Antes de iniciar o tratamento refiz o PET CT e novas metástases apareceram – 7 ossos e uma no fígado. Rapidamente comecei o tratamento. Confesso que com o passar do tempo, receber a noticia de mais e mais metástases não era fácil, mas uma força muito grande ia se formando dentro de mim.

No começo do mês, como de rotina, realizei uma nova bateria de exames e para minha surpresa tive mais 7 novas metástases ósseas, totalizando 14 (fêmur, tíbias, ombro, braço, várias na bacia, coluna e em duas costelas). Meu oncologista também não ficou feliz com esse resultado, então mudamos a estratégia e agora partirei para a quimioterapia tradicional, com previsão de 6 ciclos inicialmente. Durante toda essa minha luta criei uma página no facebook chamada – Um melanoma em minha vida. Nela, relato os acontecimentos dessa minha jornada contra a doença e as dúvidas e alegrias que vou encontrando pelo caminho. Uma delas, a mais emblemática, foi o convite que recebi para ser a vice-presidente da ONG Melanoma Brasil. O convite veio da fundadora da ONG e hoje minha grande amiga Rebecca Montanheiro, que também teve o diagnóstico de melanoma.

Como era a Juliana antes do diagnóstico e como é a Juliana agora?

“A Juliana antes do diagnóstico é também a Juliana antes da gravidez. Não dá para separar uma coisa da outra. Antes do diagnóstico e da gravidez eu era uma pessoa que trabalhava muito e tinha pouco tempo para os amigos e família. Não conseguia participar dos eventos rotineiros como aniversários, férias prolongadas ou datas comemorativas, estava sempre trabalhando! Fumava muito e sempre que podia tomava uma cerveja para descontrair. A Juliana antes do diagnóstico/maternidade se preocupava muito com a opinião dos outros e com futilidades. A Juliana antes do diagnóstico/maternidade chorava por qualquer coisa e oscilava demais com suas emoções e desejos. A Juliana antigamente se entristecia com facilidade e sofria sem muito motivo. Hoje, me considero uma pessoa muito melhor e muito mais feliz! Em todos os sentidos. Me sinto uma pessoa mais humana, mais calma, mais segura. Hoje me sinto mais amada e mais amável. Me sinto mais forte e muito mais corajosa. Me sinto mais confiante e com uma fé renovada!

“Não existe remédio melhor do que o amor dos familiares e amigos. Isso transforma a vida das pessoas. Se você não sabe dizer em palavras, demostre em atitudes. Ajude nas tarefas diárias, faça pequenos agrados, vibre com as pequenas vitórias e doe a maior positividade que existe dentro de você!”. Esse é o recado que a Juliana More, essa guerreira, quis deixar para as pessoas que têm algum parente ou amigo diagnosticado com câncer.

“Não é fácil lidar com essas reviravoltas que a vida dá, ainda mais quando se trata da nossa saúde e de uma doença tão cruel e feroz como é o câncer, mas nunca perdi a fé e nunca desisti de viver!! Vou ter que encarar pela segunda vez a perda dos cabelos, vou ter que enfrentar uma fase muito difícil de efeitos colaterais, mas sigo lutando diariamente para ser feliz e aproveitar tudo que me for permitido!.”

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Dona de um sorriso acolhedor e uma blogueira de sucesso, Sonia conta um pouco da sua luta contra o Linfoma de Hodgkin, tipo esclerose nodular, estágio IV e como ele mudou a sua vida.

Aventureira das artes. Adora rabiscar alguns desenhos e vive fotografando tudo pela frente. Assim é Sonia Niara, uma jovem que esbanja alegria e amor por onde passa. Aos 21 anos foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin e viu sua vida mudar da noite para o dia. Vamos conhecer um pouco a história dessa guerreira, que mesmo com todos os obstáculos, tirou lições positivas da doença e hoje é inspiração para milhares de pessoas.

Aos 18 anos Sonia deu um grande passo em sua vida, foi em busca de seu sonho: faculdade de medicina veterinária em uma universidade pública. Mesmo distante da família e dos amigos, ela colocou o medo e as incertezas dentro da mala e foi mesmo assim. Mal sabia que esse era apenas o primeiro desafio que iria enfrentar.

Alguns anos depois, já acostumada e feliz com a nova vida, Sonia sentiu alguns caroços no pescoço e resolveu procurar um médico.

Para descartar a pior hipótese o primeiro médico que procurei foi um oncologista. Fiz uma punção aspirativa e deu negativo para células anormais. Comecei a passar por muitos outros médicos, para entender o por quê dos gânglios, da coceira pelo corpo e da tosse seca. Na semana em que eu tinha uma consulta com um médico de cabeça e pescoço acordei com uma febre muito alta, suando, com o pescoço extremamente inchado e dolorido. Então, fiz a biópsia cirúrgica e dias depois, no  dia 8 de outubro de 2012, no auge da juventude, aos 21 anos, tive o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin, tipo esclerose nodular, estágio IV. Foi o começo de uma grande batalha! ”.

Receber o diagnóstico de um câncer não é fácil, aliás deve ser uma das piores notícias que uma pessoa pode ter. O sentimento é de medo, angústia e perda. Imagine para uma garota de 21 anos? Sonia estava no começo de sua vida, com planos e certezas e não esperava por uma provação tão forte como essa.

Com toda a sinceridade, foi um tanto quanto inexplicável para mim. Em partes eu sabia que poderia ser algo grave, mas quando a suspeita se confirmou, em meio às lágrimas e consolada pelo abraço da minha mãe, eu fui tomada de uma certeza tão grande de que tudo daria certo, independentemente do tempo que eu tivesse que permanecer nesse trajeto. E, claro, depois desse momento, vieram muitas dúvidas em relação ao tratamento e efeitos colaterais. Mas, prezo em viver um dia de cada vez”.

E foi rodeada de muito amor que ela ergueu a cabeça e decidiu encarar o Linfoma.

Fiz 8 meses de quimioterapia e tive a remissão total. Com tamanha felicidade, ganhei uma viagem internacional e quando voltei, fiz o primeiro exame de controle. Nele, encontramos uma massa no pulmão. Fiz uma cirurgia para biópsia, retirei o ápice do pulmão esquerdo. Foi então que descobri: o Linfoma de Hodgkin estava ali novamente”.

A primeira batalha já estava vencida,  e como ela mesma diz, precisou mais uma vez mostrar para a vida que quem manda é DEUS, e que não ia deixar o câncer estacionar novamente.

Fiz 4 meses de uma nova quimioterapia. O Linfoma de Hodgkin resistiu. Entrei com o pedido de uma ‘Medida de Salvação’, com um medicamento importado e de última geração. Fiz 3 aplicações e não teve um resultado esperado. Em Junho de 2015 fiz 20 sessões de radioterapia, pois é um tratamento essencial para destruir o Linfoma. Foi quando a boa notícia veio: houve remissão quase que total do Linfoma. Decidimos seguir por um protocolo de quimioterapia mais forte, o qual foram 4 internações de 20 dias cada”.

Atualmente, Sonia está se preparando para um novo tratamento chamado Interleucina e futuramente um PET SCAN (sigla em inglês para a tomografia por emissão de pósitrons – Positron Emission Tomography).

De todo o tratamento: qual foi a fase mais difícil para você e sua família?
Creio que para a minha família o que gerou sofrimento em alguns momentos foi a expectativa, pelos longos 3 anos de tratamento. Mas, para mim, o momento mais difícil foi quando peguei o resultado do PET Scan após o Transplante de Medula Óssea Autólogo. O tumor estava maior do que antes. Isso foi um grande susto, embalado por muitas perguntas, mas principalmente a dor de ter passado 30 dias internada com fortes efeitos colaterais e isso não ter feito nem ‘cócegas’ no Linfoma.

Conte um pouco da sua família e de como ela está sendo essencial para vocês nesse momento:
Minha família basicamente se resume aos meus pais e meus 4 irmãos, com suas esposas e meus 5 sobrinhos. Família é essencial, não importa o tamanho! E, tê-los por perto foi fundamental em todo o processo. Eles foram as primeiras pessoas a verem cada etapa, o que me ajudou também na fase de ACEITAÇÃO da perda dos cabelos. Ver que o processo de transformação não atingiu somente a mim, mas a eles também, me faz ver mais ainda que tudo tem um propósito, bem como pensar no sofrimento deles me deu muita força para lutar em determinados momentos!

Como era a Sonia antes do diagnóstico, e como é a Sonia agora?
Sinceramente, eu vivia em um momento bem egoísta da minha vida, somente pensando em meus sonhos, meus planos, meus projetos. Ao mesmo tempo, meu coração estava DESTRUÍDO, resultado de eu mesma tê-lo guiado pelas minhas vontades. Eu mal sabia quem eu era, mal sabia expressar minhas emoções e razões de forma saudável. Era totalmente influenciada pelos outros e pelo meu enganoso coração. Feria as pessoas sem arrependimento algum. Eu não estava vivendo, na verdade eu estava morrendo.

Hoje, percebi que estou vivendo verdadeiramente. O que não significa me achar perfeita, mas significa me ACEITAR como sou, mas também não me conformar como estou. Aprendi que sempre posso recomeçar. Me sinto em constante crescimento, mesmo já sendo adulta. Aprendendo a deixar minhas vontades egoístas morrerem e me expressar com liberdade, mas sem irresponsabilidade. Aprendi que sempre posso recomeçar.

Você precisou ser forte desde o começo. De onde você tirou e ainda tira tanta força e esperança?
Eu entendo essa pergunta não como ‘de onde’, mas ‘de quem’ tirei forças. E não há outra resposta se não a perfeita força de Deus, que nos é dada na medida certa. Sem Jesus, tenho plena convicção de que eu não chegaria até aqui. Pois em muitos momentos de sofrimento e dúvida, somente a presença Dele me resgatou. E crer em seus propósitos para minha vida, foi a grande força que me impulsionou e continua a me motivar nessa luta.

Para finalizar, deixe uma mensagem para todas as pessoas que passam pela mesma situação que você:
De todas as coisas que posso dizer, a primeira delas é: tenha paciência! Paciência com as pessoas, paciência consigo mesmo e, principalmente, a paciência de esperar o agir de Deus, pois Ele age em tempo e forma perfeitas. E, segundo: não desista! Eu recebi muitas notícias de que realmente parecia ser o fim.

Não desistir da vida e do tratamento é fundamental, pois não sabemos o que o futuro nos reserva, e nesse futuro, tudo pode mudar! 

O meu maior desafio é expor em palavras o que tenho vivido e de alguma forma ajudar as pessoas que lutam pela mesma causa que eu: o combate ao câncer, ” finaliza.

 

Inspire-se com essa jovem blogueira e descubra um pouco mais como essa guerreira enfrenta o Linfoma!

Entre no site https://sonianiara.com/

Facebook:  https://www.facebook.com/sonianiara/

 

Entenda o Linfoma:

Linfoma é um tipo de câncer que se inicia nas células que fazem parte do sistema imunológico do nosso corpo – o Sistema linfático. O linfoma é um câncer do sangue e é a patologia que tem maiores chances de CURA. É importante saber qual o tipo de linfoma você tem, pois cada tipo tem uma forma de tratamento e prognóstico. Existem dois tipos principais de linfoma: o  e o LINFOMA NÃO-HODGKIN (LNH). Pergunte ao médico o seu tipo de linfoma e fique atento ao tratamento ideal!

Conheça os tipos de linfoma e seus sintomas e opções de tratamento. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato conosco pelo 0800 773 3241 ou pelo e-mail contato@espacodevida.org.br

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Tudo começou em dezembro do ano passado. Eu estava sentindo muita dor perto dos rins e coceira, e acabei indo no hospital. A médica pediu uma tomografia sem contraste, daí veio a notícia que ninguém queria ouvir: “no exame deu linfonodos e é câncer”. Na hora ignorei tudo o que foi dito, não quis acreditar. Logo em seguida fui com meus pais no infectologista, pois meus exames de urina estavam alterados. Chegando lá, o médico disse que não precisava se preocupar, porém não aguentei de dor e fui para o Hospital São Luiz, no bairro Jabaquara. Lá, eles fizeram um monte de exames, inclusive a biópsia e foi aí que confirmou que era Linfoma de Hodgkin”.

Já é difícil para qualquer pessoa receber o diagnóstico de câncer, imagine para uma jovem que está no começo da sua vida? O medo e a insegurança tomaram conta da sua cabeça e coração. É impossível não passar um filminho da sua vida nessa hora: Gabi lembrou da sua infância, do seu primeiro beijo, das noites de diversão com as amigas e o principal pensou na sua família.

Foi péssimo receber esse diagnóstico, pois a única coisa que pensava era no meu cabelo, sobrancelha, cílios que iam cair e eu ia ficar horrível. Comecei o tratamento mesmo com o medo me assombrando diariamente. Fiz 6 meses de quimioterapia do protocolo ABVD (Adriamicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina) de quinze em quinze dias. Eu tive muitos efeitos colaterais e pensava muitas vezes em me entregar e desistir de viver. Não é fácil”.

Gabi conta que os efeitos colaterais durante o tratamento foi a pior fase dessa luta:

eu passava muito mal, ficava três dias sem comer e vomitando. Nada parava no meu estômago. Depois comecei com corticoide e com terapia para ajudar no psicológico, pois era só chegar no centro de hematologia que eu já passava mal. Comecei a inchar com o corticoide e tinha muita fome, consequentemente, engordei muito, ficava super cansada das quimioterapias, sentia muita queimação, perda do paladar, porém, a fome continuava. Tive que comer de talher de plástico pois ficava com o gosto do metal na boca, tive que tomar injeção para imunidade, pois caiu mesmo usando máscara e tomando todo cuidado”.

Hoje, a Gabi está voltando a sua rotina, mas afirma que não está sendo uma tarefa muito fácil:

Estou tentando me adaptar à minha vida antiga. Tirar a máscara para sair e gostar do meu cabelo curto. Tive que aprender a viver como uma pessoa doente. Acredite ou não, é muito difícil você recomeçar. A Gabi de antes do câncer não sabia que podia enfrentar qualquer coisa, a de agora sabe que não importa o que aconteça vai conseguir superar. Tenho um olhar diferente para as coisas agora. Mudou o jeito de olhar as coisas e as pessoas que passam por dificuldades independente de qual seja”.

Para finalizar, a jovem deixa um recado para você que está lutando contra o câncer:

Sei que é difícil, que às vezes bate aquela vontade de desistir, mas continue que tenho certeza que essa dor vai passar e você ainda vai ser muito feliz!”.

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Foto: Américo Nunes

Aos 61 anos, casado e pai de três filhos, José conta como é o seu dia a dia de luta contra o câncer renal.

Com um sorriso fácil e uma fala leve e esperançosa. Esse foi o senhor José durante toda a entrevista. Aos 55 anos, ele foi diagnosticado com câncer renal e conta como é o seu dia a dia contra essa doença.

“Fui diagnosticado no início de março de 2010, em um exame de rotina, anual, com Dr. Fernando Raposo, clínico geral em Recife. Fiz a ultrassonografia do abdômen e acusou o câncer. Decidi fazer logo a cirurgia, bem como o acompanhamento e tratamento. Sem a minha família, mulher e filhos, eu não teria forças para lutar”.

Advogado e gestor de Captação de Recursos de entidade social que cuida de crianças, José diz que após 10 dias da cirurgia, voltou a trabalhar.

“Com o incentivo da minha família e médicos voltei a trabalhar. O trabalho é e foi terapêutico desde o meu diagnóstico. Minha assistente, prestativa, me ajuda sempre, e ainda coloca água sistematicamente para eu não esquecer de beber”.

Medo…insegurança…prazo curto de vida… o que fazer…..essas e milhares de outras dúvidas e sentimentos passaram por sua cabeça. É normal que uma pessoa fique com receios, questionamentos sobre o futuro, porém se abastecer com muito amor da família, pensamentos positivos e de informação confiável é essencial para afastar esses pensamentos ruins.

“Procuro não me vitmizar, mas sei que acabo sendo o centro de todas as atenções e cuidados no meio familiar e até com amigos próximos. Sou poupado de notícias ruins e tristes. Por mais clichê que seja, é fundamental o carinho, cuidados, compreensão e paciência”.

José está em tratamento há seis anos e afirma que a fase mais difícil para ele e sua família foi o impacto inicial, o diagnóstico. 

A descoberta do câncer mexeu com todos, porém senti e sofri bastante com os efeitos colaterais dos medicamentos. É muito difícil! Afinal, são seis anos de convivência com a doença e de luta, completados agora, em 10/03”.

Questionado sobre a sua alimentação e se teve alguma mudança drástica no cardápio do dia a dia, ele explica que no início mudou drasticamente por conta dos receios do futuro incerto.

“Tenho uma filha nutricionista, que foi e tem sido fundamental no meu acompanhamento, mas ressalto que tenho alimentação normal e que naturalmente tomo todos os cuidados com controle de sal, gorduras e etc. O importante tem sido a regularidade na alimentação, o que em alguns períodos fica difícil, pela inapetência decorrente dos medicamentos.”

Quem conhece o José e o vê hoje em dia, percebe o quanto ele mudou desde o seu diagnóstico. E não é só a questão de alimentação não. Ele mudou como pessoa e removeu da sua vida tudo aquilo que lhe fazia mal.

“Mudei muito. Estou menos estressado. Sem fazer de pequenos problemas, grandes problemas. Procuro efetivamente viver os momentos. Tornei-me mais sensível e atencioso com a vida, a natureza, e o que efetivamente vale a pena. Prezo mais as amizades, sou mais solidário e ajudo muito as pessoas. Ofereço conforto a quem vivência problemas que efetivamente mereçam atenção”.

Durante a fase da quimioterapia, realizada em São Paulo, José diz que foi um ciclo novo, de novas amizades, e conseguiu, por meio da sua fé e bondade, fortalecer as pessoas que estavam passando pela mesma situação que ele, com palavras positivas e de esperança.

Em algum momento você pensou em jogar tudo para o alto e desistir?

“Não, nunca. Minha família, amigos e médicos nunca deram espaço para esse posicionamento. Meu tratamento é muito humanizado e de resultados muito positivos. Uma benção de Deus ter conhecido o Dr. Fábio Schultz, com sua leveza e doçura. Tornou-se um amigo médico. Isso é muito terapêutico. Aliás, todo o ambiente hospitalar, médico, é fundamental, não só com relação às técnicas e medicamentos, mas a interação com o paciente”.

Atualmente, o advogado está no sexto ano do tratamento e na terceira fase. Nesse tempo, ele passou por duas fases e medicamentos diferentes.

Dia 11 de março iniciei no Hospital São José, em São Paulo um novo tratamento com o medicamento: imunoterapia (nivilumab), por meio do Centro de Pesquisa do São José, tornado possível com a interferência do Dr. Fábio, através de termo de Uso Compassivo. Estou muito confiante”.

“Minha mensagem para todas as pessoas que enfrentam o câncer assim como eu é: Tenham Fé! Essa palavrinha mágica, que “move montanhas”, e ajuda na disciplina do tratamento. Como me orientou Dr. Fábio nas consultas iniciais, fuja principalmente de curas milagrosas constantes na internet. Se apeguem a Deus, sem o fanatismo do desespero do momento de vida. Não se culpem. Não busquem respostas por ter adoecido, apenas sigam o tratamento, tenham fé em Deus, e digam não ao desespero e a fraqueza”.

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