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Author Gláucia Manfrim

O diagnóstico de câncer é, sem dúvida, um dos gatilhos mais fortes de disparo da ansiedade, pois traz com ele uma série de angústias acerca da finitude da vida, e pensar nisso nos parece desesperador.

Embora existam grandes avanços científicos e atualmente vivenciamos uma revolução tecnológica, o conceito do câncer ainda permanece associado a sofrimento e morte. Assim, os efeitos do medo da morte influenciam em nossa atividade mental, física e emocional, gerando inquietações que aparecem em sintomas de ansiedade.

É importante sabermos que a ansiedade é uma herança biológica que adquirimos de nossos ancestrais, que em face do perigo, desenvolveram mecanismos para se proteger de predadores e de possíveis invasores de seus territórios. Assim, podemos concluir que, se não houvesse tal condição mental, não seríamos capazes de sentir medo e consequentemente a raça humana seria facilmente exterminada.

A ansiedade originalmente teve uma função adaptativa. Todos os nossos medos (independente de, às vezes, possam nos parecer irracionais) de alguma maneira, têm sua base na sobrevivência primitiva. Apesar de hoje não precisarmos mais caçar para nos alimentar, ou fugirmos de ursos ou leões, nosso cérebro segue funcionando com os mesmos registros, na intenção de nos proteger.

Mas a ansiedade “anormal” é muito mais grave do que preocupar-se com coisas rotineiras. Ela nos deixa incapazes de trabalhar de modo eficaz, de ter vida social, de dormir bem. Nossa mente parece sempre estar ocupada em criar cenários de desastre, de constrangimento, de situações embaraçosas, que chegamos até nos questionar: “Será que estou ficando louca?”

E o corpo reage com taquicardia, hipertensão, fadiga, dificuldade respiratória e desconforto gastrointestinal.

No tratamento oncológico, ansiedade e câncer geralmente andam juntos. Desde a espera pelo diagnóstico até o tratamento em si – mesmo sendo uma preocupação válida – é preciso tomar cuidado para que ela não afete sua saúde mental e física. Nesse período, a tensão e ansiedade aumentam e vão sendo eliminadas no próprio organismo, somando aos sintomas físicos que já estão instalados.

“Então, o que devo fazer?”

֎ Procure informar-se sobre a especificidade de sua doença, fazendo pesquisas sobre os tratamentos disponíveis e com tal conhecimento, converse com o seu médico. O atendimento de uma equipe multidisciplinar, além do oncologista (psicólogo, psiquiatra, nutricionista) lhe trará suporte para passar por todo o processo.

֎ Em casa, procure ler histórias de superação de doenças, que geralmente nos trazem esperança. Depoimento de quem viveu algo semelhante e foi capaz de superar, nos causam conforto emocional.

֎ Busque por grupos de auto ajuda ou mesmo nas redes sociais, que geralmente têm pessoas, como você, que precisa falar, ouvir, compartilhar suas vivências, de forma que não se sentirá só.

֎ Pratique atividades tranquilizantes como yoga, mindfulness, leitura, filmes e séries que lhe tragam boas sensações.

O processo do tratamento oncológico perpassa por diversas etapas, e em cada uma delas gera-se sentimentos diversos, sempre associados à angustia, ansiedade e até depressão.

Não deixe de procurar um psicólogo para lhe ajudar a trilhar esse caminho, pois ele lhe proporcionará amparo para enfrentar essa trajetória, preservando sua saúde emocional.

☺ Você sabia?

Existe a Lei dos 60 dias, onde o paciente com câncer tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS, no prazo de no máximo de 60 dias contados a partir do dia em que for assinado o diagnóstico em laudo, conforme a necessidade terapêutica do caso.

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Com o fácil acesso à tecnologia, hoje em dia muita gente já deve ter ouvido esse termo, mas o que de fato isso significa?

De origem inglesa, a palavra burn “queimar” e out “fora”, em tradução para o português “consumir-se de dentro pra fora” ou “combustão” dá nome a uma síndrome relacionada ao esgotamento físico e mental associado ao trabalho.

Sabe aquela sensação de que seu cérebro bugou? Pifou? Deu ruim? Sim, aquele excesso de preocupações constantes relacionadas ao trabalho – o que você já fez, o que ainda precisa fazer, metas a cumprir, prazos – são fatores que desencadeiam em um distúrbio emocional conhecido como Síndrome de Burnout.

Isso ocorre porque o nosso corpo reage de uma forma química a sinais de tensão, e para protegê-lo, há descarga de hormônios, o coração acelera e a pressão sobe. Normalmente, este “sinal de emergência” costuma ser “desligado” quando o perigo acaba. Mas, se o estresse durar muito tempo, dias, meses, o organismo sentirá as consequências, como a debilidade do sistema imunológico, por exemplo.

Esgotamento físico, fadiga, dor de barriga, perda de apetite, dor de cabeça, dores musculares, tontura, coração acelerado, pressão alta, insônia, são sensações que o corpo pode apresentar. Mas são os sintomas emocionais que geralmente nos dão os sinais de que estamos com esta doença: alterações repentinas de humor, apatia, isolamento, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, e sentimento de incompetência e derrota.

Pesquisas revelam que o Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela Síndrome, sendo cerca de 30% dos trabalhadores, só perdendo para o Japão.

Todos nós podemos desenvolver a doença, mas trabalhar em empregos que exigem demais das pessoas, com muita cobrança e pressão, geralmente são fatores de risco. Profissões da área da saúde, policiais, carcereiros, bancários, professores, jornalistas, bombeiros e executivos estão entre os mais acometidos. E sem dúvida, as mulheres são as que mais sofrem com o risco do Burnout, pois além da vida profissional, tendem a acumular dupla jornada, com os afazeres da casa e dos filhos.

Além do mercado competitivo, o alto índice de desemprego e a falta de tempo para se dedicar a si ou para a família, são fatores predominantes entre as mulheres que se queixam de esgotamento profissional.

Estamos vivendo em um contexto de isolamento social onde as relações de trabalho estão se modificando, e que certamente muitas delas permanecerão pós pandemia. Assim, o lema “fazer mais com menos” pode levar a uma precarização do trabalho, com salários menores e jornadas maiores. Com o uso da tecnologia, as pessoas estão “conectadas o tempo todo”, aumentando a mobilidade e diluindo a fronteira da vida profissional e pessoal. Em um mundo de tantas mudanças, novas condições criam tensão e ansiedade, o que pode levar mais pessoas a se tornarem suscetíveis a transtornos mentais nos próximos anos.

Então, o que fazer?

Prevenir é o ideal!

Identifique o seu limite, conforme a sua realidade:

1) reorganize sua rotina de trabalho, focando nas prioridades;

2) imponha o tempo de “desligar” : nem mensagens de whatsapp poderão ser acessadas;

3) crie uma agenda realista com coisas que você poderá praticar que não esteja relacionado com a profissão: ler, meditar, correr, assistir filmes, atividades físicas em geral, ouvir música, etc.;

4) E por fim e não menos importante: atenção aos causadores do estresse, sejam eles o seu chefe, um cliente problemático ou mesmo a falta de planejamento de tarefas.

Mas, se você se identificou, procure ajuda de um profissional da saúde que possa fazer uma avaliação adequada, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com depressão, ansiedade, ou com problemas somente físicos.

Se diagnosticada a Síndrome de Burnout, saiba que você tem direito ao afastamento remunerado pelo INSS, sem prejuízos de perda de emprego (estabilidade de pelo menos 12 meses).

A psicoterapia torna-se fundamental. Normalmente, o psicólogo indicará atividades que aliviam a tensão, e com sessões periódicas, o paciente conseguirá sentir-se mais calmo e viverá com mais qualidade. Em casos mais graves, também necessitará de acompanhamento psiquiátrico com antidepressivos.

CUIDE-SE ! Sua saúde será sempre seu melhor investimento.

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